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Agrária planeja instalar fábricas no Paraguai e em MS

Na esteira do crescimento do mercado de fertilizantes no país, a Agrária, empresa paulista que atua no segmento de adubos tradicionais (nitrogênio, potássio e fósforo, o chamado "NPK") e especiais, prevê crescer em 2013 até o dobro da média registrada nos últimos 15 anos.
A expectativa da companhia é ampliar em até 30% o faturamento registrado em 2012, de R$ 65 milhões. No ano passado, a receita cresceu 20,4% em relação a 2011. Desde 2009, afirma Gustavo Branco, gerente-geral da Agrária, o crescimento acumulado é de 65%.

A demanda registrada neste início de ano surpreendeu. Em janeiro, afirma Branco, as vendas ficaram aproximadamente 30% acima do esperado.

A Agrária, que tem duas fábricas em Jardinópolis (SP), mudou sua estratégia de comercialização a partir de 2008. Antes focada no fornecimento de matérias-primas para outras empresas de fertilizantes, a companhia concentrava 85% de sua receita em apenas dez clientes. Hoje, esse grupo representa apenas 16% da receita. Cerca 50% das vendas atendem aos consumidores finais (produtores e empresas agrícolas), 25% a cooperativas e revendas e outros 25% a indústrias misturadoras e de fertilizantes foliares.

Também em 2008, a companhia iniciou a comercialização de um produto resultante de biotecnologia para aplicação no solo, que se tornou um dos carros-chefe da Agrária - o Farture. As pesquisas foram conduzidas pela empresa em parceria com universidades e instituições de pesquisa como Embrapa e IAC.

O Farture é produzido a partir de matéria orgânica - material resultante de podas de árvores, por exemplo -, enzimas e micro-organismos. O objetivo do produto é proteger os nutrientes presentes no fertilizante e ampliar a disponibilidade dos que já estão no solo, reunindo em um único grão macro e micronutrientes.

Cinco mil toneladas do produto já foram exportadas para o Paraguai, e a previsão para este ano é embarcar cerca de 15 mil toneladas. Por ser um mercado promissor, a Agrária tem planos de abrir uma fábrica no país vizinho, no departamento de Caaguazú (região central) até o fim do ano, conforme Branco. A unidade abasteceria o Uruguai, Argentina, Bolívia e até o Sul do Brasil. A previsão da companhia é investir entre US$ 10 milhões e US$ 15 milhões na nova planta.

Hoje, por questões logísticas e da "guerra fiscal", segundo Branco, a atuação da Agrária se faz mais forte em São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Mato Grosso do Sul - onde a empresa negocia instalação de uma outra fábrica.

A capacidade de produção instalada nas duas fábricas paulistas é de 300 mil toneladas por ano. Uma delas é destinada à produção de adubos foliares e a outra, de fertilizantes de aplicação no solo. O volume comercializado em 2012 representou 80% desta capacidade. "Perdemos vendas por falta de capacidade instalada", observa Branco.

Com a demanda aquecida, a Agrária começou a investir no ano passado cerca de R$ 5 milhões para dobrar a capacidade de produção dos adubos de solo, de 200 mil para 400 mil toneladas na planta em Jardinópolis. Esses produtos representam cerca de 40% do faturamento total da empresa.

"O crescimento do mercado brasileiro é muito positivo. Alimento é estratégico, e o Brasil tem condição interessante. Para esse tipo de produto existe uma demanda crescente, vinculada à sustentabilidade", afirma Franco.

Fonte: Valor Econômico

 

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