Cooperativas de Crédito devem definir Política de Governanca Corporativa
Está definido pela Resolução CMN 3.859/10 que as cooperativas de crédito devem ter política de governança corporativa aprovada pela assembleia geral. “A Governança Corporativa cria um conjunto eficiente de mecanismos, tanto de incentivos quanto de monitoramento, a fim de assegurar que o comportamento dos executivos esteja sempre alinhado com o interesse dos associados”, explica o presidente da SICREDI Brasil Central, Celso Figueira.
Hoje, o Brasil possui 7.261 cooperativas, 274.190 empregos diretos, 8,2 milhões de associados, responsáveis por 6% do PIB Nacional. Já o ramo de crédito, tem 1.405 cooperativas, gera 54.670 empregos diretos, com 4,5 milhões de associados e 4.319 pontos de atendimento.
“É importante incrementar mecanismos de Governança, como investir na educação cooperativista e financeira”, afirma o representante do Banco Central do Brasil Fábio Carneiro. Ele diz que 64% dos associados nominais têm programas de educação cooperativista e 20% de educação financeira; como é o caso do SICREDI que desenvolve dois programas sistêmicos: o “Crescer” e “Pertencer”, que visam o processo de formação do associado e gestão estratégica no desenvolvimento das cooperativas.
Além disso, o conselho fiscal e de administração, e a auditoria independente são as principais ferramentas utilizadas na Governança Corporativa, que asseguram o controle da propriedade sobre a gestão. “Assim, é possível garantir um desenvolvimento econômico sustentável, proporcionando melhorias no desempenho da instituição. Por isso, torna-se tão importante ter conselheiros qualificados e sistemas de Governança Corporativa de qualidade. Evitando-se fracassos empresariais decorrentes de abusos de poder, erros estratégicos e fraudes”, explica Celso Figueira.
“Hoje, as empresas, em especial os bancos, estão submetidos a um processo que exige transparência de mercado, como forma de garantir ao investidor a soberania das suas aplicações”, esclarece o presidente executivo do SICREDI Ademar Schardong, ele diz que todos os processos financeiros são auditados e divulgados. E finaliza: “É necessário implementar este modelo, respeitando as características das cooperativas, para dar sustentabilidade a essas organizações”.
E no intuito de reforçar o compromisso cooperativista, o presidente da OCB Márcio Lopes de Freitas, fala que “a implantação de cooperativas precisa funcionar como mudas, não como sementes”.
A nova política deve abordar os aspectos de gestão executiva, fiscalização, representatividade, participação e direção estratégica. E deve contemplar a aplicação dos princípios de segregação de funções na administração, ética, educação cooperativista, transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa.
Sobre a cooperativa de crédito SICREDI
O SICREDI é constituído por 128 cooperativas de crédito, 12 mil colaboradores, 1,6 milhão de associados, mais de mil pontos de atendimentos distribuídos em 10 estados e dispõe de um portfólio completo de produtos e serviços financeiros.
Em Abril de 2010, os ativos totais administrados e o patrimônio líquido atingiram, respectivamente, R$ 17,9 bilhões e R$ 2,3 bilhões.
O SICREDI tem como objetivo fomentar o desenvolvimento de micros, pequenos e médios empreendedores, rurais ou urbanos.