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Copasul investe em fiacão e aumenta retorno a produtor

 Ao investir na verticalização da produção, a Cooperativa Agrícola Sul Matogrossense (Copasul), com sede em Naviraí, está conseguindo fortalecer a cultura do algodão na região. A cooperativa foi fundada por cotonicultores em 1978, mas diversificou suas atividades junto com os associados e hoje tem 60% do faturamento concentrado nos grãos.

Com um investimento de R$ 25 milhões, a Copasul dobrou sua capacidade de produção de fios para 600 toneladas por mês no fim do ano passado. Com a ampliação, passou a consumir de 40% a 50% do algodão fornecido pelos cooperados e pôde remunerá-los melhor pela matéria-prima. “O preço do algodão em caroço está por volta de R$ 12,50 na região, mas pagamos R$ 14”, diz o superintendente da Copasul, Gervásio Kamitani. O excedente de algodão é descaroçado e vendido no mercado de pluma.

A cooperativa faturou R$ 160 milhões em 2005 e mesmo com a queda nos preços da soja e do milho caminha para aumentar o faturamento este ano. Até junho a receita da Copasul foi de R$ 80 milhões, fortalecida pelo aumento de 20% no recebimento de grãos e pelo ganho de lucratividade no negócio de algodão, devido à venda de fios.

“A fiação faturou R$ 30 milhões no primeiro semestre. Com isso, prevemos que sozinha a unidade vai representar R$ 60 milhões no total de R$ 170 milhões que pretendemos faturar este ano”, comemora Kamitani. Nos grãos, a Copasul recebeu 2,5 milhões de sacas de soja na safra 2005/2006 e prevê 2 milhões de sacas de milho na safrinha, que começa a ser colhida agora.

Incentivo à produção
Atualmente, a Copasul possui apenas 40 cotonicultores cooperados. As más perspectivas para o mercado fizeram o plantio despencar na última safra, quando a produção de algodão da cooperativa foi a menor da história, abaixo das cinco mil toneladas de pluma. “Com a produção menor, o negócio de fios se tornou ainda mais significativo dentro da empresa”, avalia Kamitani.
Mas a melhor rentabilidade da cultura, garantida pela fiação da Copasul, deve mudar o cenário para a safra 2006/2007. “As reuniões com os produtores mostram que teremos uma oferta de 12 mil toneladas de algodão em pluma”, comemora Kamitani, que é também cotonicultor.
Além da indústria de fios, a produção de algodão deve crescer puxada pela liberação do plantio da primeira variedade transgênica, resistente à lagarta, e pelo fato de a soja não estar remunerando bem os produtores, que assim decidem se voltar mais à cotonicultura.
Ganhos operacionais
A boa comercialização dos fios tem mantido a fábrica em operação máxima, 24 horas por dia. Segundo Kamitani, a boa logística da região de Naviraí, no sul do estado, favoreceu a cooperativa na conquista de clientes, especialmente indústrias têxteis de São Paulo e Santa Catarina.
“Vendendo fios, o impacto do frete na composição do custo do produto é menor do que com o algodão”, acrescenta o superintendente. De acordo com ele, o quilo de fio é vendido a R$ 6, enquanto o algodão em pluma custa R$ 2,90 o quilo. Como o preço do frete é o mesmo, o custo acaba sendo mais diluído no transporte do produto de maior valor, o que colabora para aumentar a margem de lucro.
A verticalização trouxe também uma melhora no capital de giro da cooperativa, o que resultou em melhor disponibilidade de crédito. Com a venda de fios, a Copasul passou a ter uma renda mensal, enquanto a comercialização de produtos agrícolas concentrava o faturamento no fim da safra e da safrinha. “Diminuindo a sazonalidade da renda, conseguimos um fluxo de caixa mais controlado”, explica o executivo.

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