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Estudo aponta o cooperativismo como alternativa para os desafios da sociedade

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Modelo de organização caracterizado pela coletividade e atuação em vários setores da economia tem capacidade para, cada vez mais, mudar a forma como lidamos com o dinheiro

Em um contexto de descrença das pessoas nas entidades públicas e privadas, a coletividade e a democracia despontam como solução para o desenvolvimento socioeconômico sustentável. É o que aponta o estudo Cooperativismo do Futuro, conduzido pela consultoria Box1824 a pedido do Sicredi, que mapeou tendências entre 2023 e 2024 por meio de entrevistas, análise de comportamento e pesquisa interna.

Mas, afinal, o que é o cooperativismo? Basicamente, é uma forma de organização constituída por membros de determinado grupo econômico ou social que objetivam desempenhar, em benefício comum, determina grupo econômico ou social que objetivam desempenhar, em benefício comum, determinada atividade. Não é por acaso que 2025 foi declarado pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o Ano Internacional do Cooperativismo, destacando a contribuição do segmento para um mundo mais sustentável.

No Brasil, o cooperativismo é constituído por sete ramos: agropecuário, transporte, trabalho, infraestrutura, saúde, consumo e crédito. Todos eles são orientados pelos mesmos princípios, mas é o ramo de crédito que mostra potencial de, cada vez mais, aprimorar nossa forma de lidar com o dinheiro.

“A história do cooperativismo sempre foi uma resposta prática à desigualdade e à exclusão socioeconômica. O desafio é traduzir essa essência para uma linguagem que faça sentido para as novas gerações, as quais têm demonstrado um desejo coletivo por mais pertencimento, confiança e impacto positivo”, diz Alexandra da Silva Rodrigues, gerente de inovação do Sicredi.

Bem-estar relacionado à vida financeira

Atualmente, de acordo com o Serasa, mais de 70 milhões de brasileiros estão negativados, ou seja, com o nome restrito por inadimplência, o que representa 70% da população economicamente ativa do país. Estudos recentes indicam que a maioria dos brasileiros relata ansiedade e tiveram a saúde mental impactada em razão de dívidas, o que evidencia como a vulnerabilidade financeira deixou de ser um problema individual e passou a afetar o bem-estar coletivo.

Para a futurista especialista em tecnologias emergentes, Monica Magalhaes, mesmo com a sociedade conectada digitalmente, há uma necessidade de retomada do senso coletivo em prol do bem comum e o cooperativismo tem esse potencial.

“Nunca estivemos tão conectados e ao mesmo tempo tão fragmentados. A era digital nos conectou e hoje vivemos numa sociedade em rede, mas, por outro lado, ela também dissolveu muito dos nossos vínculos locais e afetivos que sustentavam esse nosso senso de pertencimento e de coletividade. Eu não tenho dúvida nenhuma que a cooperação vai ser a resposta novamente para a gente encontrar esse equilíbrio entre o físico e o digital. Isso não acontece por saudosismo, mas porque ela carrega uma lógica essencial para a regeneração social no presente. Essa lógica não é uma alternativa, ela é uma urgência”, comenta.

Para tangibilizar o efeito positivo do cooperativismo de crédito na economia, a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), a pedido da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), realizou um trabalho que indicou, em municípios acompanhados antes e depois da instalação de cooperativas de crédito, o incremento no PIB per capita em 10%, 15,1% mais vagas de emprego e aumento do número de estabelecimentos em 15,6%.​

Futuro do Cooperativismo: do neocoletivismo às cidades inteligentes

A pesquisa da Box1824 identificou quatro frentes que devem nortear o avanço do setor: economia regenerativa, neocoletivismo, cidades inteligentes e inclusão financeira. Esses eixos combinam valorização do território com tecnologias que ampliam o acesso a serviços e oportunidades.

Para Victor Augusto Magalhães, analista de tendências da Box1824, o estudo revelou um potencial ainda subestimado. Ele destaca que o modelo cooperativo tem capacidade de adaptação a diferentes territórios, com geração de resultados duradouros, preservando o compromisso com a governança democrática e o retorno coletivo.

Este é um trecho original publicado em Exame.com. Leia a matéria completa em: https://exame.com/negocios/estudo-aponta-o-cooperativismo-como-alternativa-para-os-desafios-da-sociedade/?utm_source=copiaecola&utm_medium=compartilhamento

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