Atualmente, o Brasil é o terceiro maior produtor e exportador da cultura no mundo
O pesquisador da Fundação MS, André Lourenção, o Coordenador Geral do evento, Aildson Duarte, e o presidente da Associação Brasileira de Milho e Sorgo, Cícero Beserra, durante abertura do Seminário.
Nos últimos 30 anos, o milho safrinha ganhou espaço entre os produtores como opção de plantio após a safra de soja. Nesse período, trabalhos de pesquisa têm buscado soluções para atender a demanda produtiva dos agricultores e encontrado caminhos que estão possibilitando evoluções significativas nos sistemas produtivos. Visando ampliar esse debate, a Fundação MS esteve presente na abertura do XVI Seminário Nacional de Milho Safrinha 2021, que teve como tema principal “3 Décadas de Inovações: Avanços e Desafios”, realizada pelo Instituto Agronômico (IAC), Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo e Centro de Desenvolvimento do Vale Paranapanema (CDVALE), na cidade de Assis (SP), na última segunda-feira (22). Devido as restrições biossanitárias, as palestras do evento, painéis e exposição de e-posters, que aconteceram entre os dias 23 a 25, foram apresentadas de modo virtual.
“A cultura do milho safrinha evoluiu de maneira rápida e consistente, tendo encaixe perfeito para a segunda safra, com rentabilidade, e gerando oportunidade de incremento de palhada quando consorciado ao capim, criando um ambiente propício para altas produtividades da cultura sucessora, ou seja, a soja”, explicou o pesquisador responsável pelo setor Fitotecnia Milho e Sorgo, da Fundação MS, Dr. André Luis Faleiros Lourenção.
A Fundação MS esteve presente no evento fazendo a moderação do painel “Milho Safrinha no Sistema de Produção e Plantabilidade”, que contou com a participação de Lourenção, no primeiro dia, e no envio de e-posters abordando estudos voltados para o posicionamento de híbridos e manejo de pragas e doenças.
Os pesquisadores da instituição apresentaram informações sobre experimentos com os títulos: Rede de Validação de Híbridos de Milho Safrinha 2021 em Mato Grosso Do Sul, de Lourenção; Eficiência de Fungicidas no Controle da Mancha Branca em Milho no Município de Maracaju (MS), da Dra. Ana Claudia Ruschel Mochko, responsável pelo setor de Nematologia/Fitopatologia; e Controle Químico de Dalbulus Maidis (cigarrinha-do-milho) no Milho Segunda Safra em São Gabriel do Oeste (MS), do Me. Luciano Del Bem Júnior, do setor de Entomologia/Herbologia.
No trabalho de Lourenção, em parceria com Aurélio Lino Leite, Felipe Celso Silveira Santos e Thiago da Silva Romeiro, identifica-se uma situação em que o empresário rural tem à disposição híbridos com altos potenciais produtivos, estáveis, com boa sanidade, baixo quebramento e acamamento e boa qualidade de grãos. Neste cenário, o trabalho apresentado buscou grupos com melhor desempenho dentro de cada ambiente nas regiões de Maracaju, Itaporã, Sidrolândia e Naviraí e híbridos precoces e super-precoces com altas médias produtivas, estudando 55 tipos de materiais.
O resultado da pesquisa obteve um grupo de nove materiais com ciclos super-precoces que tiveram desempenho acima de 89 sc ha-1. Considerando os problemas ambientais que houveram durante o estudo, como clima seco entre os meses de março a julho e incidência de geadas em julho, obteve-se bons materiais. Já no grupo com ciclo precoce, foram apresentados quatro tipos estatisticamente diferentes. Cinco híbridos tiveram melhor desempenho, com produtividades acima de 96 sc ha-1.
A pesquisa da Dr. Ana Claudia, com a participação de Elder Oliveira dos Santos, Ana Carolina Ribeiro Souza, Luciano Del Bem Júnior, Isamara Nicoletti Soares e Alyne Ciriaco Oliveira, teve como objetivo avaliar a eficiência de diferentes fungicidas no controle da mancha branca em plantas de milho, sendo que o ensaio foi conduzido na Unidade de Pesquisa da Fundação MS entre os meses de fevereiro e agosto de 2021. O estudo utilizou 16 fungicidas nos ensaios e apontou que oito tratamentos apresentaram a menor área abaixo da curva de progresso da doença (AACPD) e maior eficácia de controle da mancha branca. Com exceção de um dos produtos utilizados no ensaio, todos os outros tiveram grande diferença de produtividade com relação a testemunha e nenhum deles apresentou desigualdade na massa de grãos. A pesquisadora conclui que, nas condições em que o ensaio foi conduzido, o uso de fungicidas proporcionou alta eficácia de controle.
“Pela safra passada ter sido mais seca, tivemos baixo regime de chuva, não foi tão propício para a ocorrência de doenças. É importante sabermos que, para ocorrer a doença, é preciso ter um hospedeiro suscetível, um patógeno que é capaz de causar a doença e de um ambiente favorável. Com a falta do ambiente favorável, a severidade foi baixa. Então, nessa situação identificamos que grande parte dos fungicidas teve uma eficácia de controle muito alta. Na safra passada, o melhor produto teve 79% de eficácia no estudo realizado, já nesse último trabalho alguns produtos chegaram a 90%”, explicou Ana.
A pesquisadora ressaltou ainda que o estudo completo está disponibilizado no portal do Associado da Fundação MS, com informações abrangentes e nomes dos produtos.
O e-poster enviado pelo pesquisador Del Bem Junior, em conjunto com Isamara Nicoletti Soares, Ana Carolina Ribeiro Souza, Dra. Ana Cláudia Ruschel Mochko e Elder Oliveira dos Santos, abordou o potencial destrutivo da cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis) com danos diretos, pela sucção da seiva, e indiretos, através da transmissão de fitopatógenos como molicutes (fitoplasma e espiroplasma) e viroses (“Rayado Fino”). O estudo teve como objetivo avaliar a eficiência de inseticidas químicos no controle do inseto. O ensaio foi realizado na Unidade de Pesquisa da Fundação MS no município da região Centro-Norte de Mato Grosso do Sul. As avaliações ocorreram previamente e aos 1, 4, 7, 10 e 14 dias após a segunda aplicação (DAA-2) dos tratamentos. O pesquisador verificou que aos 1 e 4 DAA-2, os maiores níveis de controle foram obtidos por nove tratamentos. Aos 7 e 10 DAA-2, a maior eficiência de controle foi obtida por cinco produtos. Na última avaliação, aos 14 DAA-2, cinco asseguraram a maior mortalidade do inseto, indicando boa persistência dos ingredientes ativos sobre o alvo avaliado.
“O manejo integrado da praga compreende medidas como a escolha correta do híbrido, época de semeadura, o adequado tratamento de sementes e pulverizações foliares frequentes, a tecnologia de aplicação empregada, a fim de garantir maior depósito e cobertura do produto sobre o alvo biológico, além da eliminação dos hospedeiros alternativos da praga, com o uso de herbicidas”, explicou o pesquisador do setor de Entomologia/Herbologia.
Os e-posters dos pesquisadores da Fundação MS estão disponibilizados no site do evento para as pessoas que fizeram a inscrição no Seminário.
O Seminário
O XVI Seminário Nacional de Milho Safrinha é um evento técnico-científico que aborda gargalos técnicos e o emprego de novas tecnologias na cultura. Durante os três dias do encontro virtual foram discutidos pontos que aprimoram condições em toda a cadeia, desde a escolha dos híbridos até a distribuição do produto para destinação final. A versatilidade do uso do milho é tamanha que o cereal é utilizado desde a alimentação animal, consumindo mais de 60% do total produzido, até a indústria de alta tecnologia.
Atualmente, a cultura se expande para diversas regiões do país, desde o clima mais quente na região Norte, até localidades com temperaturas baixas, como nos estados do Sul do Brasil. Isso só é possível com a aplicação de tecnologias que possibilitaram que os híbridos fossem adaptados ao ambiente. O aperfeiçoamento do plantio na sucessão soja-milho e as modernas ferramentas também foram fatores que contribuíram para essas condições.
Nesta quinta-feira (25/11), o Plenário do Senado Federal aprovou o Projeto de Lei (PL) 4726/2020, de autoria do presidente do Senado – Rodrigo Pacheco (MG), que reconhece, para as cooperativas de representação comercial, o adequado tratamento tributário em relação ao PIS/COFINS no repasse de valores aos associados.
Na prática, para as cooperativas de representação comercial, o projeto visa excluir da base de cálculo da Contribuição para os Programas de Integração Social e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Contribuição para o PIS/Pasep) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins) os valores repassados aos associados pessoas físicas, decorrentes de serviços por eles prestados em nome da cooperativa.
O regime tributário do setor cooperativista, em consonância com características e as particularidades societárias desse modelo, comporta tratamento ajustado e compatível as necessidades das cooperativas e as operações singulares praticadas por essas sociedades para o cumprimento do seu objetivo social.
O projeto de lei foi relatado pelo senador Vanderlan Cardoso (GO), que é integrante da Frente Parlamentar do Cooperativismo, e alterou a vigência da lei de 2021 para 2022, de forma a buscar adequação do orçamento federal via emenda apresentada ao Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLN 19/21) para 2022. O projeto segue para a análise da Câmara dos Deputados.
Para acessar o projeto de lei, clique aqui.
Para acessar o parecer aprovado, clique aqui.
As cinco cooperativas selecionadas para participar da segunda edição do programa InovaCoop Conexão com Startups foram divulgadas nessa quinta-feira (25) em evento virtual realizado pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). O evento contou com a participação de representantes das cooperativas selecionadas e das equipes do Silo Hub (parceria entre a Embrapa e Neoventures) e apresentou também as etapas do processo de busca das soluções para os desafios inscritos.
Para conferir as cooperativas selecionadas e as próximas etapas do programa, confira a matéria completa no site do Inovacoop: https://in.coop.br/coopsselecionadasconexao
O Cooperativismo e a Agenda ESG foi o tema do seminário de abertura da Feira Green Rio nesta quinta-feira (25). O evento, organizado pelo Sistema OCB e pela Apex-Brasil, debateu como os critérios ESG afetam as cooperativas e, por outro lado, também são afetados por elas. O seminário contou com a participação de representante do Ministério da Agricultura e Pecuária do Brasil (Mapa) e da Agência Alemã de Cooperação Internacional (GIZ).
Acesse agora o ConexãoCoop e confira, na íntegra, tudo o que foi abordado durante o seminário.
Ficou curioso e quer entender um pouco mais sobre ESG e a sua importância para os negócios? Clique aqui e confira a Análise Econômica desta semana.
A Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) abriu nova consulta pública para o Programa Agro 4.0, voltado para projetos pilotos de adoção e difusão de tecnologias digitais na cadeia do agronegócio. A consulta vai até o dia 12 de dezembro.
Em 2020, a Agência lançou o primeiro edital para seleção, premiação e acompanhamento de projetos de implantação das tecnologias 4.0 no agronegócio. Três cooperativas foram selecionadas no edital: Cocamar, Lar Cooperativa Agropecuária e Industrial e Cotrijal Cooperativa Agropecuária e Industrial. Ao todo, 100 propostas foram inscritas e 14 selecionadas em projetos de adoção e de difusão de tecnologias 4.0 que receberão um investimento total de R$ 4,8 milhões.
O 2º edital do programa, promovido pela ABDI e Mapa, está previsto para o início de 2022, com o objetivo de selecionar ambientes de inovação Agro 4.0 no Brasil, que irão replicar ações de adoção e de difusão de tecnologias 4.0 junto ao setor produtivo.
A ABDI é parceira do Sistema OCB no objetivo de universalizar o acesso à tecnologia e internet no campo, e essa consulta pública é um meio para fortalecer projetos que estão sendo pensados ou até mesmo realizados por cooperativas brasileiras. A expectativa é que tenham mais cooperativas inscritas e selecionadas no Programa Agro 4.0 em 2022.
Para participar, é só clicar aqui.