O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) divulgou oficialmente na quarta-feira (30/8), o cartão BNDES Agro, voltado ao produtor rural pessoa física. O anúncio ocorreu como parte da programação da 40ª Expointer, evento realizado na cidade de Esteio, no Rio Grande do Sul. Ainda em fase experimental, o cartão BNDES Agro poderá ser operado pelos bancos cooperativos Sicredi e Sicoob.
Trata-se de um crédito rotativo pré-aprovado de até R$ 2 milhões por banco emissor, com o qual o empreendedor pode adquirir bens, insumos e serviços cadastrados no site do cartão em até 48 parcelas mensais pré-fixadas e taxa de juros atualmente em 1,35% ao mês.
APOIO
O Sicoob tem a expectativa de iniciar as operações com o cartão Sicoob BNDES Agro em novembro deste ano. De acordo com o diretor presidente do Bancoob, Marco Aurélio Almada Abreu, a inclusão do Cartão Sicoob BNDES Agro no portfólio de produtos do Sicoob reforça o apoio junto aos produtores rurais pessoa física.
“O apoio e fomento junto ao produtor rural de seus negócios em campo é um dos principais pilares no cooperativismo do Sicoob. Hoje, por intermédio de outras linhas de financiamento do BNDES, já disponibilizamos um investimento médio de mais de R$ 90 mil a produtores”.
RECONHECIMENTO
Ainda de acordo com o BNDES, o cartão segue em fase piloto. Para as cooperativas do Sistema, esse é considerado um avanço importante. “Precisamos enxergar os nossos associados que trabalham no campo também como pessoas jurídicas. Embora em muitos casos eles não possuam um CNPJ, geram empregos e agregam renda para a comunidade”, reforça o presidente da cooperativa Sicredi Pioneira RS, Márcio Port.
“O agronegócio está no nosso DNA. Não por acaso fomos reconhecidos pelo próprio BNDES, pela quarta vez neste ano, como o agente financeiro com o maior volume de financiamentos do PRONAF. A escolha para participarmos desse projeto piloto também reforça essa, que é uma das nossas vocações”, finaliza o presidente da Central Sicredi Sul Sudeste, Fernando Dall’Agnese. (Com informações do Sicoob e do Sicredi)
Fonte: Sistema OCB
Presidente do Sistema OCB/MS, Celso Régis, foi indicado pelo CRA/MS a receber título de Administrador Emérito de 2017. O evento ocorrerá durante a sessão solene em comemoração ao Dia do Administrador, no dia 12 de setembro, às 19h30, no Plenário De. Júlio Maia na ALMS.
A Copasul mantém em sua essência a preocupação com o desenvolvimento social das comunidades onde está inserida, realizando, entre outras ações, o apoio a projetos e instituições locais. Cumprindo essa atuação, no dia 06 de setembro foram entregues os mais de 400 kg de alimentos arrecadados na inscrição do Simpósio da Soja realizado no dia 30 de agosto em Naviraí. Os alimentos foram repassados à Rede Feminina de Combate ao câncer, que fornece auxílio, como remédios, cestas básicas e encaminhamento para pacientes em tratamento contra o câncer de Naviraí que precisam se deslocar para outros municípios.
Na entrega, estiveram presentes representantes do Setor Agronômico, organizador do Simpósio, e da Rede Feminina. “Esses alimentos vieram na hora certa, no dia 13 de setembro vamos realizar um chá para os pacientes, e nessa oportunidade vamos entregar uma cesta básica para cada um. Prestamos auxílio para 147 pacientes e essa cesta é para a família inteira dessa pessoa. Atendemos crianças, homens e mulheres, sendo que dentre os casos que acompanhamos, nos homens a maior incidência é de casos de câncer de próstata e intestino, nas crianças olhos e leucemia e nas mulheres mama e útero. Agradeço de coração a todos que auxiliaram, porque para nós isso é muito importante, quem doou está nos ajudando a atender quem precisa”, disse a coordenadora Marlene Neme Pereira. A Copasul agradece a todos os participantes do Simpósio da soja que contribuíram nessa arrecadação e estão auxiliando pessoas que realmente precisam!
O Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop) completou em setembro, 19 anos de existência. Tido como uma das maiores conquistas do movimento cooperativista brasileiro, o Sescoop integra o Sistema OCB, composto pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e pela Confederação Nacional das Cooperativas (CNCoop). Juntas, essas três entidades trabalham pelo desenvolvimento e fortalecimento da atividade cooperativista no Brasil.
O presidente do Conselho Nacional do Sescoop, Márcio Lopes de Freitas, fez um balanço contendo os principais números da entidade, falou ainda sobre os desafios a serem superados e sobre a importância da confiança para o cooperado brasileiro.
“É bom ressaltar que o principal capital de uma cooperativa é a sua gente, que coloca a mão na massa, que acorda cedo e vai à luta. O cooperado brasileiro é alguém que acredita no bem coletivo e que trabalha para isso... é alguém que encontra, na confiança, o combustível ideal para chegar ao fim do dia e, ao deitar a cabeça no travesseiro, ter a certeza de que fez o melhor pela cooperativa e pelo Brasil”, comenta a liderança cooperativista.
Confira a entrevista.
- Qual o papel do Sescoop no fortalecimento do cooperativismo brasileiro?
Bom, o Sescoop é e sempre será uma das maiores conquistas do movimento cooperativista brasileiro. Ele é o braço forte das cooperativas, focado na melhoria da gestão, na formação e no aperfeiçoamento profissional de colaboradores e de cooperados e, ainda, no monitoramento dessas cooperativas.
Assim, desde sua criação, em 1998, o Sescoop tem demonstrado ser a grande ferramenta que possibilita a autogestão do cooperativismo no Brasil, já que oferece todas as condições para alavancar a evolução tanto dos processos internos quanto dos profissionais responsáveis por eles.
Com essa visão ampliada do cooperativismo, o Sescoop sai da adolescência e alcança a maturidade com uma bagagem de entregas e resultados impressionante e, junto com a OCB e a CNCoop, vai consolidando o posicionamento das cooperativas brasileiras para que sejam, de fato, reconhecidas pela sociedade por sua competitividade, integridade e capacidade de promover a felicidade não apenas de cooperados, mas de todos aqueles que, de uma forma ou de outra, faz da cooperação uma prática de vida.
- Ao longo desses 19 anos, quais as maiores conquistas do Sescoop?
Vejo que o Sescoop tem feito seu dever de casa com muita preocupação e dedicação. Ao oferecer programas e publicações voltados à capacitação de cooperados, empregados e à promoção da cultura cooperativista nas comunidades, tem disseminado os ideais do cooperativismo e, assim, mostrado o nosso jeito mais humano de fazer negócio.
Para se ter uma ideia, se a gente considerar apenas as ações de qualificação profissional, veremos que elas envolveram mais de 1,2 milhão de brasileiros. São profissionais que vão sendo absorvidos pelas cooperativas e isso enriquece o nosso movimento, já que com uma mão-de-obra mais bem preparada, os resultados sempre são melhores. É uma relação de ganha-ganha.
Acho que vale destacar também que se a gente considerar o público jovem, ou seja, crianças a partir de seis anos e adultos com até 24 anos, o Sescoop já realizou quase 800 mil atendimentos em 18 estados.
O que é importante ressaltar com esses dados é que as crianças aprendem os valores da cooperação e se tornam adultos mais preparados para produzir e consumir; e, se olharmos os mais velhos, veremos que eles têm 80% a mais de chance de conseguir um emprego seja ele na cooperativa ou em outras empresas. Esses dados fazem parte de uma pesquisa realizada pelo Senai que mostrou que os jovens com qualificação, como a que o Sescoop oferece, por exemplo, conseguem melhores empregos e com salários até 12% mais altos.
Já sob o ponto de vista da gestão e da governança, o Sescoop oferece programas que possibilitam visualizar o grau de maturidade das cooperativas, os pontos a serem corrigidos e a melhor forma de fazer isso. Cerca de duas mil cooperativas já foram diretamente beneficiadas e aumentaram seus resultados, graças à implementação de práticas da boa gestão.
E ainda temos um prêmio que valoriza e estimula a adoção dessas boas práticas. Trata-se do Prêmio Sescoop Excelência de Gestão que ocorre a cada dois anos. O objetivo dele é tornar as cooperativas mais fortes e preparadas para atender aos públicos que não param de se atualizar e demandar, cada vez mais, um compromisso com a ética.
Por último, temos as ações sociais desenvolvidas pelas cooperativas e apoiadas pelo Sescoop, por meio do maior programa de responsabilidade socioambiental do cooperativismo nacional: o Dia de Cooperar, que já beneficiou quase 1,2 milhão de brasileiros. Ou seja, temos muito a celebrar nesses 19 anos.
- Considerando o planejamento estratégico do Serviço, quais são os maiores desafios da instituição?
Temos muitos desafios ainda, é fato, mas credito que o maior de todos eles é ampliar o conhecimento da sociedade a respeito das práticas cooperativistas. Tem muita gente que consome produtos e serviços de cooperativas diariamente e nem se dá conta disso. Por isso, em breve, teremos uma grande campanha de publicidade mostrando que o cooperativismo está mais presente na rotina do brasileiro do que ele imagina.
Essa mesma campanha tem, ainda, um foco extra: o cooperado. Queremos ampliar o sentimento de pertencimento de quem produz ou presta serviços cooperativos. Somos o modelo econômico que melhor valoriza as pessoas, sem discriminação ou preconceitos. Aliás, é bom ressaltar que o principal capital de uma cooperativa é a sua gente, que coloca a mão na massa, que acorda cedo e vai à luta. O cooperado brasileiro é alguém que acredita no bem coletivo e que trabalha para isso. É alguém que encontra, na confiança, o combustível ideal para chegar ao fim do dia e, ao deitar a cabeça no travesseiro, ter a certeza de que fez o melhor pela cooperativa e pelo Brasil.
Outro item que será sempre um desafio é a qualificação da nossa gestão. Como empresas, precisamos estar conectados com o que há de melhor no mercado para nos posicionar de forma cada vez mais competitiva, com produtos e serviços que atendam às necessidades do público consumidor.
Dentro da gestão há ainda a vertente de cuidado com o cooperado, que, como ressaltei, é a razão de ser de uma cooperativa. É quem está à frente de todo o processo, seja ele produtivo ou na prestação de um serviço. Isso quer dizer a busca por uma gestão excelente significa investir, também, na qualificação profissional dessas pessoas.
- Em um momento de crise econômica, qual a importância de valores como austeridade e transparência?
A sociedade brasileira vem sofrendo, já tem um tempo, os efeitos graves de uma crise política com profundos impactos econômicos e é por isso que tenho repetido, sempre que posso, que é necessário ter confiança para continuar trabalhando e produzindo. E confiança é algo que é conquistado. Não nasce por aí, solto, sem dedicação, cuidado e atenção... especialmente às normas.
No caso do Sescoop, sem transparência e austeridade não tem ação! É simples! As cooperativas são as grandes fiscalizadoras da aplicação dos recursos que mantêm as atividades e programas do Sescoop em andamento. É por isso que, quanto mais próximas elas estiverem da gestão das organizações estaduais, mais efetivas serão essas ações.
Num cenário que envolve escassez de recursos, palavras como austeridade e transparência são essenciais para o cultivo daquilo que, na minha opinião, faz diferença no mundo de hoje: confiança. Honestidade é dever de todos aqueles que gerem o que é público. Afinal, a palavra ‘público’ não diz respeito a algo que não tem dono. É justamente o contrário: ‘público’ significa algo que pertence e serve a todos!
E, dessa forma, o Sescoop vai pavimentando o caminho do desenvolvimento sustentável das cooperativas brasileiras. Parabéns ao Sescoop e a todos aqueles que se dedicam à causa cooperativista. Se o cooperativismo vai bem, o Brasil também!
Fonte: Sistema OCB
A Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) foi incansável no processo de sensibilização do governo federal sobre a necessidade de ajustar o PAP 17/18 e, nesta segunda-feira (28/8), esse trabalho foi concluído com sucesso, já que o Conselho Monetário Nacional (CMN) editou a Resolução nº 4.597/17, levando em consideração as propostas apresentadas pela OCB.
Após meses de reuniões e intensas discussões técnicas o Sistema OCB conseguiu sensibilizar o Governo sobre a necessidade de promover alterações no Plano Agrícola e Pecuário, nas regras vigentes desde o início da safra 2017/18.
Tal conquista somente foi possível visto que o Sistema OCB esteve amparado pelo Grupo Técnico de Crédito Rural, pelas Unidades Estaduais, cooperativas e federações de cooperativas agropecuárias.
Também destacamos, nesse contexto, a forte atuação política dos parlamentes da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), em especial da deputada Tereza Cristina, que atuou fortemente para alterar as posições e os reflexos prejudiciais às cooperativas agropecuárias do país.
Dessa forma, informamos que com o trabalho realizado pela parlamentar pela aprovação das novas regras do Plano Agrícola e Pecuário, será possível manter, ou até mesmo aumentar, o ritmo de crescimento dos nossos empreendimentos cooperativos e, consequentemente, dos efeitos multiplicadores na renda e no acesso ao financiamento para os cooperados.
Considerando que praticamente metade do que é produzido no país passa por uma cooperativa, mais uma vez reforçamos o nosso compromisso com os 1,5 milhões de cooperados do ramo agropecuário. Por isso, acreditamos que se faz necessário compartilhar com eles os itens que fazem parte da Resolução nº 4.597/17 do Conselho Monetário Nacional (CMN) que ajusta as normas do crédito rural - mais uma importante conquista do Sistema OCB para o cooperativismo brasileiro.
O presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, fez questão de ressaltar o reconhecimento da necessidade de ajustes do Plano por parte da equipe econômica do governo e o apoio das cooperativas, da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop) e do Ministério da Agricultura na tarefa de sensibilização do Poder Executivo.
Para a liderança cooperativista, o agronegócio brasileiro é movido à esperança. “O nosso agricultor é um esperançoso por natureza. Ele vive disso! Tem esperança de que quando coloca uma sementinha lá no chão, depois de trabalhar a terra, aquele grão vai germinar, vai crescer... o produtor acredita que a chuva e o bom tempo virão e que aquela semente vai se transformar em um milhão de outras sementes.”
Confira!
Qual a relevância das alterações propostas pela OCB e acatadas pelo CMN?
O Plano Agrícola e Pecuário 17/18, quando foi lançado em junho, minimamente dificultava a tomada de crédito por parte das cooperativas. Então, nós conseguimos mostrar isso à equipe econômica do governo. E só conseguimos porque provamos que os ajustes propostos pelo cooperativismo agropecuário não afetariam os cofres da União. O governo não precisaria disponibilizar um centavo sequer a mais ao setor. Era só uma questão de acesso.
Com a publicação da resolução do CMN, conseguimos reverter esse cenário de dificuldade de acesso ao crédito. Dentre os pontos principais da resolução, posso citar a retomada das linhas que tinham sido extintas: comercialização e industrialização. Essas duas linhas de crédito, para as cooperativas que processam produtos agropecuários, são fundamentais para a produção.
Costumo dizer que a produção de uma safra dura alguns meses, mas sua comercialização ocorre ao longo de todo o ano. Com isso, as cooperativas precisam de uma alavanca financeira que ampare esse processo, que dê liquidez ao produtor e que, ao mesmo tempo, agregue valor ao produto dentro da indústria. Isso foi fundamental!
Outra questão importante diz respeito à antecipação das listas dos tomadores do crédito agrícola. Mostramos ao governo que isso era praticamente inviável, por isso, a nova resolução traz de volta o modelo praticado anteriormente. É o mais lógico.
Um terceiro ponto fundamental é a questão dos tetos de crédito. O governo compreendeu a necessidade de alterar esse item também. Ele não foi extinto, mas teve seu limite de R$ 600 milhões elevado para R$ 800 milhões. Isso possibilita uma folga operacional maior para o produtor. Outra conquista é a derrubada da redução dos limites, que ocorreria gradualmente nos próximos anos, mas isso também foi eliminado do PAP 17/18.
Por isso, digo: as propostas do movimento cooperativista, acatadas pela equipe econômica do governo, são de extrema relevância para as cooperativas agro do país. Penso que foi uma vitória do bom senso, onde nós conseguimos mostrar à cúpula da equipe econômica que as cooperativas são grandes aliadas do governo na boa distribuição do crédito.
Ao longo de todo esse processo, a OCB contou com a importante ajuda de alguns parceiros. Quem são?
De fato, é necessário agradecer a todo mundo que se envolveu nesse processo de sensibilização da equipe econômica do governo. Primeiro, tivemos uma disponibilização de pessoas que formaram uma equipe para estudar o Plano e encontrar caminhos alternativos para evitar os impactos negativos. Foi esse grupo que nos deu condições técnicas para argumentar em todas as instâncias.
Em segundo lugar, temos de reconhecer a boa vontade do nosso primeiro interlocutor, que é o Ministério da Agricultura. Tivemos uma boa aceitação junto ao o Mapa, que encarou conosco a necessidade dessa mudança, logo quando o Plano foi lançado, em junho. O próprio ministro Blairo Maggi, e o secretário de Política Agrícola, Neri Geller, se comprometeram com as cooperativas.
Além desses entusiastas da agricultura brasileira, temos ainda os nossos amigos da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop). Quando nós acionamos os parlamentares da Frencoop, eles foram muito pontuais na realização das ações, como a audiência pública realizada em julho, no Congresso Nacional, onde todos os impactos do PAP 17/18 foram levantados.
Os parlamentares nos ajudaram muito agendando reuniões, marcando conversas, e nós entramos com a parte técnica, conseguindo convencer a equipe econômica da necessidade dessa mudança.
Por fim, não temos como deixar de reconhecer que, na reta final, os próprios executivos da política econômica do governo tiveram a sensibilidade de alterar um voto do CMN. Isso não é comum na República! E se eles se convenceram tecnicamente da necessidade de fazer isso, foi porque houve muita abnegação e bom senso da equipe.
Somos muito gratos a todos que nos apoiaram até aqui.
Poderia discorrer um pouco sobre a importância do crédito rural não só para as cooperativas agro, mas para todo o setor produtivo?
O crédito rural é fundamental para alavancar as atividades do setor produtivo. Claro que vale dizer que ele não é e nem nunca será suficiente para rodar uma safra, mas ele é um motor de arranque, necessário para engatar a primeira e iniciar a jornada de produzir mais um recorde de safra.
Para se ter uma ideia, em termos de números, o valor bruto da produção agropecuária brasileira é algo na casa dos R$ 600 bi. O crédito rural de custeio, necessário para iniciar o processo produtivo gira em torno dos R$ 120 bi. Portanto, não é ele sozinho quem faz a safra acontecer, mas ele é essa alavanca fundamental. Mesmo sendo limitado (e a gente entende esse limite), ele precisa existir para estimular a produção nacional.
Mesmo com os altos e baixos da política e da economia, o agronegócio brasileiro continua batendo recordes. Poderia comentar?
Eu acho que é fundamental a gente mostrar essa diferença que tem o setor agrícola brasileiro, que ainda consegue estar blindado dessas questões externas que envolvem segurança e falta de confiança. O agronegócio brasileiro é movido à esperança. O nosso agricultor é um esperançoso por natureza. Ele vive disso! Tem esperança de que quando coloca uma sementinha lá no chão, depois de trabalhar a terra, aquele grão vai germinar, vai crescer... o produtor acredita que a chuva e o bom tempo virão e que aquela semente vai se transformar em um milhão de outras sementes.
A esperança é fundamental nesse processo e o setor agrícola precisa disso para manter a confiança de que as coisas vão acontecer e continuar dando certo. Aliás, o agronegócio é o setor que mais tem dado certo em nosso país, afinal essa é a vocação natural. É preciso compreender que o grande negócio do Brasil se chama agronegócio.
E, dentro desse processo, a “ferramenta cooperativa” é essencial. Tanto que sua participação vem crescendo. Hoje, posso garantir que não seria possível fazer uma safra de 240 milhões de toneladas se não fosse o movimento cooperativista.
São as cooperativas que conseguem, com muita fluidez, ter capilaridade para oferecer crédito rural ao pequeno produtor. É por meio do cooperativismo que esse produtor tem acesso, por exemplo, à tecnologia, à informação, a todo esse pacote fundamental que envolve maior produtividade e eficácia no negócio.
Com a cooperativa, o produtor rural consegue mitigar os efeitos de mercado, na comercialização. Ele não é punido na hora da safra, já que o mercado é muito perverso com os indivíduos solteiros, ou seja, aqueles que não estão organizados, aliados a outros produtores. A cooperativa mitiga isso.
Outro ponto fundamental que merece ser destacado é que as cooperativas encurtam a distância entre quem produz e quem consome, agregam valor à produção, tornam mais humana e verdadeira a relação entre as pessoas.
O cooperado oferece alimento mais barato para o cliente e, a contrapartida disso, é uma remuneração mais adequada para quem está na ponta, enfrentando as realidades que só quem produz, conhece.
Sinceramente, não tenho enxergado nenhum outro modelo capaz de fazer esse mesmo trabalho.
Fonte: Sistema OCB