Esse é o pensamento da pesquisadora Valeria Fully, entrevistada dessa semana. Membro da Comissão Julgadora dos trabalhos que serão apresentados no 4º EBPC (Encontro Brasileiro de Pesquisadores em Cooperativismo), Valeria apresenta a visão do grupo a respeito da importância de se levantar e estudar dados para o crescimento constante do cooperativismo.
Para ela, o interesse da Academia pelo setor sempre existiu e, agora, com mais dados disponíveis, as cooperativas se tornam ainda mais atraentes aos pesquisadores. “O acesso aos dados é crucial para fazer com que uma organização seja mais ou menos estudada”.
O 4º EBPC ocorre de 20 a 22 de novembro deste ano, quando serão premiados os 50 melhores trabalhos inscritos.
Como a senhora avalia o processo de seleção dos trabalhos a serem apresentados no EBPC deste ano?
O processo teve a contribuição de um conjunto de pessoas que têm conhecimento acadêmico da área e estão vinculadas a instituições de ensino superior. Foi um sistema blind review, ou seja, de avaliação imparcial e sem identificação dos autores por parte dos avaliadores. Um processo eficiente e eficaz, que proporcionou a seleção de trabalhos qualidade.
Acredita que o cooperativismo esteja sendo cada vez mais foco de atenção das universidades e faculdades? Por quê?
Primeiramente, é importante destacar que as cooperativas aumentaram sua participação na economia. O acesso aos dados das cooperativas é uma consequência desta importância crescente, o que tem estimulado a ampliação do interesse e do desenvolvimento de estudos sobre as mesmas.
Acredito que as universidade e faculdades sempre deram atenção ao Cooperativismo. Há exemplos na história de que o cooperativismo já foi muito estudado. No estado de São Paulo, por exemplo, o atual Instituto de Cooperativismo e Associativismo (ICA) já foi órgão do governo vinculado a USP. Hoje não é mais. Na Universidade Federal de Viçosa, desde a década de 60, têm-se o programa de pós-graduação em Economia Aplicada e de Extensão Rural que desenvolvem pesquisas na área do cooperativismo. Além de outras instituições de ensino que têm o cooperativismo como foco de suas pesquisas científicas.
Destaco que, o que ocorre hoje é que há mais dados disponíveis de cooperativas e isto as tornam mais atrativas aos pesquisadores. O acesso aos dados é crucial para fazer com que uma organização seja mais ou menos estudada. Tome, por exemplo, o estado do Paraná. As cooperativas agropecuárias daquele estado têm sido bem estudadas. Isto ocorre porque há dados. Veja a quantidade de pesquisas sobre cooperativas de crédito que aumentou significativamente. Uma das principais razões é o acesso aos dados.
Qual seu entendimento acerca do expressivo aumento de artigos apresentados na edição deste ano, considerando o volume do III EBPC?
Em geral, o EBPC ocorre a cada dois anos. No ano passado não ocorreu e isto tem algum efeito sobre o volume encaminhado. A outra questão é o aumento da quantidade de pesquisas feitas pelos motivos já apontados. É importante considerar também a logística de deslocamento dos participantes, acredita-se que as questões de tempo e aspectos logísticos para a viagem à Brasília sejam aspectos facilitadores, e incentivam a participação. Por fim, o incentivo do sistema OCB em premiar os 50 melhores trabalhos, além da parceria que ocorreu com a Associação Brasileira de Desenvolvimento (ABDE), o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para o prêmio ABDE-BID 2017, foram fatores motivadores para o aumento expressivo do número de artigos.
Quais são os assuntos ou temas cooperativistas que, na sua visão, deveriam ser mais explorados pela academia?
Desempenho das cooperativas é sempre um tema desafiante pela particularidade do empreendimento cooperativo. Em geral, a gente só olha, por exemplo, a performance financeira e a eficiência econômica. A gente ainda está "engatinhando" na compreensão dos aspectos de sua performance social, aquela que mensuraria a importância da cooperativa na vida do associado. Esta parte do conhecimento ainda é muito precária. Os estudos existentes ainda carecem de rigor metodológico, uma vez que, raramente, permitem a sua reprodução. Creio que os pesquisadores precisam centralizar esforços nesta área.
De que forma as cooperativas podem contribuir com as pesquisas acadêmicas?
Há duas formas diretas: a primeira é a mais difícil, mas a mais "barata". Consiste apenas na liberação dos dados para os estudos. Ela é mais difícil porque a cooperativa acredita que o pesquisador está interessado nos seus dados particulares ou que seus dados são estratégicos e poderão ser usados para outros fins. Este tipo de pensamento torna a cooperativa menos aberta e, por conseguinte, menos estudada. Se isto ocorre, diminui a chance de geração de conhecimento que possa considerar as suas realidades. Portanto, vira um círculo vicioso. Não abre os dados porque não acredita na pesquisa, mas não acredita na pesquisa porque não fornece os dados. Este seria o jeito mais barato porque a informação sairia a custo zero para a cooperativa.
A segunda forma seria o fornecimento de bolsas de estudo para que os pesquisadores gerassem pesquisas que pudessem ser usados no processo de desenvolvimento. O custo desta estratégia de incentivo é maior porque tem uma bolsa de estudo envolvida.
Qual a aplicabilidade dos trabalhos acadêmicos na rotina das cooperativas?
Veja que o trabalho acadêmico é o verdadeiro processo de Pesquisa e Desenvolvimento. Isto significa que a gente usa o conhecimento teórico para resolver problemas empíricos. Isto é o que ocorre em qualquer pesquisa acadêmica. Só é desenvolvida se de fato resolve um problema (Teórico ou empírico). Portanto, se esperaria que houvesse aplicabilidade total dos resultados gerados da pesquisa.
Porque tanto estudantes quanto pesquisadores e sociedade em geral devem participar da programação do EBPC?
É a possibilidade de rever conceitos, trocar ideias sobre pesquisas, se atualizar sobre o que está sendo pesquisado e tomar contato com os resultados encontrados para os diferentes problemas existentes no mundo das cooperativas.
Qual a importância de o Sistema OCB estimular a pesquisa acadêmica sobre o cooperativismo?
O Sistema, enquanto entidade de representação, deve continuar estimulando a pesquisa sobre cooperativas. Os resultados encontrados nas pesquisas lhe serão muito úteis. Seja para saber o que tem sido feito e tem dado resultado positivo, quanto para saber o que está dando errado e porque isto está acontecendo. Portanto, estimular a pesquisa é estimular o crescimento do cooperativismo.
Fonte: Sistema OCB
Nesta quarta-feira, a Comissão de Assuntos Sociais (CAS), do Senado Federal, aprovou o parecer do senador Vicentinho Alves (TO) ao Substitutivo da Câmara dos Deputados (SCD) 6/2016, que institui o Estatuto da Segurança Privada e das Instituições Financeiras. O parecer aprovado exclui do projeto dispositivos prejudiciais às cooperativas de crédito e de trabalho.
Cooperativas de trabalho: O parecer aprovado suprime o artigo único do parágrafo 2º, do texto enviado pela Câmara dos Deputados, que vedava a prestação de serviços de segurança privada por cooperativas. Viabilizando, assim, a prestação desse tipo de serviço pelas cooperativas.
Cooperativas de crédito: O parecer aprovado suprime os §§ 1° e 2° do artigo 31 e incorpora emenda de redação, do senador Waldemir Moka (MS), que visa resguardar a legislação específica, de modo a adequar o texto à realidade financeira de algumas cooperativas de crédito onde circula pequeno numerário financeiro. O texto da Câmara obrigava as cooperativas de crédito a possuírem plano de segurança com os mesmos aparatos dos demais bancos, tornando demasiadamente dispendioso o custo dos planos e inviabilizando a atividade de muitas cooperativas.
Esta primeira vitória é fruto do trabalho incessante do Sistema OCB em conjunto com os senadores integrantes da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), em especial os senadores Waldemir Moka (MS), Dalírio Beber (SC) e José Pimentel (CE). Devido a este trabalho, o relator da matéria conseguiu entender a importância da exclusão do dispositivo para a continuidade dos trabalhos das cooperativas de vigilantes e de crédito.
Durante a tramitação do projeto, o Sistema OCB produziu pareceres técnicos que foram apresentados em várias reuniões realizadas com o relator, em audiência pública na Comissão de Assuntos Sociais, e também em reuniões para solicitação de apoio com os demais senadores membros da comissão. Devido à aprovação de requerimento de urgência, o projeto segue direto para análise do Plenário do Senado onde o parecer do relator também deverá ser aprovado. Ainda não foi agendada data para a votação.
Fonte: Sistema OCB
No calendário das cooperativas de crédito, outubro tem uma data especial. Na terceira quinta-feira do mês é celebrado o Dia Internacional do Cooperativismo de Crédito. “Os sonhos prosperam aqui” é o tema anunciado pelo Conselho Mundial das Cooperativas de Crédito (World Council of Credit Unions – Woccu, na sigla em inglês) para marcar a comemoração neste ano, que será no dia 19. O objetivo é destacar a contribuição das cooperativas de crédito para tornar realidade os sonhos pessoais e profissionais dos associados e que valorizar propósitos faz parte da essência das cooperativas de crédito.
A abrangência internacional das cooperativas de crédito é evidenciada pelo Woccu. Em 2016, a entidade internacional representativa registrou 235 milhões de associados, 68 mil cooperativas de crédito, localizadas em 109 países de seis continentes. A taxa de penetração do segmento - que é calculada dividindo o número total de membros de cooperativas de crédito pela população em idade economicamente ativa - é de 74,47% na Irlanda, 52,61% nos Estados Unidos, 46,71% no Canadá, 19,65% na Austrália e 3,42% no Brasil.
Embora pequena, quando comparada a outros países, a participação das cooperativas de crédito no Sistema Financeiro Nacional (SFN) tem registrado crescimento constante. Segundo o Panorama do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo 2016, divulgado pelo Banco Central recentemente, o segmento passa por um processo de consolidação. Em dezembro de 2016, registrou 8,9 milhões de associados, 5,3 milhões a mais do que o número de 2007. As 1.017 cooperativas em atividade, no final do ano passado, estavam presentes em cerca de metade das cidades brasileiras, com 4.679 agências.
O documento do Banco Central também aponta que o percentual de participação das cooperativas de crédito aumentou em relação ao Sistema Financeiro Nacional (SFN). Em ativos totais, os R$ 154,1 bilhões corresponderam a 1,87% do SFN, os R$ 83,6 bilhões da carteira de crédito equivalem a 2,41% e nos depósitos o percentual é de 4,26% com R$ 90,9 bilhões.
Inserido nesse contexto, o Sicredi - instituição financeira com mais de 3,6 milhões de associados em 21 estados brasileiros, tem contribuído para o crescimento sólido e sustentável do cooperativismo de crédito. As raízes do Sicredi estão no surgimento do cooperativismo de crédito no Brasil, em 1902, como uma forma de organização coletiva de pequenos agricultores no Sul do país. Pioneiro e referência nacional e internacional pela organização em Sistema, com padrão operacional e utilização de marca única, o Sicredi conta, atualmente, com 116 cooperativas de crédito filiadas, presentes em 1.185 cidades. Em 197 municípios é a única instituição financeira.
De acordo com Demonstrações Financeiras Combinadas do primeiro semestre de 2017, o resultado líquido do Sicredi cresceu 36,4%, quando comparado ao mesmo período do ano anterior, totalizando R$ 1,2 bilhão. Os ativos atingiram R$ 72,8 bilhões, crescimento de 17,2% no comparativo com o primeiro semestre de 2016. Já o patrimônio líquido do Sicredi mostrou expansão de 19,3%, atingindo R$ 11,8 bilhões.
Na captação, o Sicredi obteve um crescimento de 18,0% em depósitos totais. No mesmo período, a poupança, um dos focos da instituição financeira cooperativa, teve um aumento de 32,9%, atingindo R$ 7,8 bilhões. No primeiro semestre de 2017, a carteira de crédito do Sicredi registrou R$ 37,0 bilhões, um incremento de 16,8% em relação ao mesmo período de 2016. Deste montante, 67% está em cidades de pequeno porte (até 50 mil habitantes) e 51% do crédito comercial para pessoa jurídica foi concedido para micro e pequenas empresas (faturamento de até R$ 3,6 milhões anuais), evidenciando o suporte que a instituição financeira cooperativa proporciona a este segmento.
A carteira de crédito rural e direcionados fechou em R$ 15,9 bilhões, com crescimento de 22,8% em comparação ao mesmo período de 2016. No Plano Safra 2016/2017, foram liberados R$ 12,4 bilhões, 41% mais do que na safra anterior que foi R$ 8,8 bilhões, totalizando 175 mil operações e 104 mil associados atendidos e abrangendo mais de 1.500 municípios brasileiros.
Mesmo com o crescimento da carteira de crédito, o índice de inadimplência do Sicredi manteve-se baixo, com 2,08.
Expansão nacional
- Na região Sul/Sudeste, além de ampliar a presença em Santa Catarina, a instituição financeira cooperativa chegará a Minas Gerais neste ano.
- No Paraná, São Paulo e Rio de Janeiro a expansão do Sicredi também se destaca. Em 2017 serão abertas aproximadamente 30 novas agências em cidades como Campinas, Ribeirão Preto, Santos, São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Volta Redonda e Resende, entre outras.
- Na região Centro Norte, que abrange os estados de Mato Grosso, Rondônia, Pará e Acre, foram inauguradas duas agências no Acre, em Acrelândia (maio) e Rio Branco (junho), marcando a expansão do Sicredi para 21 estados brasileiros. Também está prevista a abertura de quatro agências no Mato Grosso neste segundo semestre.
- Na região Central, o foco é a expansão para o estado de Goiás e chegada a Brasília em 2018.
- Na região Norte Nordeste, o Sicredi está presente em 53 cidades, de 10 estados, abrangendo uma área de atuação de 955 municípios.
Dia Internacional do Cooperativismo de Crédito
Mais informações sobre o Dia Internacional do Cooperativismo de Crédito estão disponíveis no site http://confebras.coop.br/dicc.
Sobre o Sicredi
O Sicredi é uma instituição financeira cooperativa comprometida com o crescimento dos seus associados e com o desenvolvimento das regiões onde atua. O modelo de gestão valoriza a participação dos 3,6 milhões de associados, os quais exercem um papel de dono do negócio. Com presença nacional, o Sicredi está em 21 estados*, com mais de 1.500 agências, e oferece mais de 300 produtos e serviços financeiros. Mais informações estão disponíveis em www.sicredi.com.br.
*Acre, Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins.
O Sistema OCB/MS na busca de ampliar as oportunidades de desenvolvimento e valorização das pessoas por meio do acesso a capacitação e formação profissional, vem direcionando esforços para viabilizar convênios e parcerias com instituições de ensino e formação profissional. Considerando essa necessidade, no dia 22 de agosto de 2018, a OCB/MS firmou um Termo de Convênio com a instituição de ensino superior UNIGRAN Educacional.
O objeto do referido convênio é oportunizar a concessão de descontos nos valores das mensalidades dos cursos de Graduação e Pós Graduação Presencial, Graduação e Pós Graduação á distância e Semi Presencial, aos funcionários e seus dependentes e cooperados das cooperativas filiadas a OCB/MS.
Os descontos serão de 20% a 25% sobre o valor cheio das mensalidades escolares, observadas a modalidade de Graduação ou Pós Graduação a ser escolhida pelo aluno e se pagas até o dia 10 de cada mês.
Mais informações do convênio podem ser obtidas diretamente com a UNIGRAN pelo telefone 67 3411-4141.
Lideranças do setor leiteiro e produtores rurais reuniram-se ontem (16/10), no parque de exposições de Prata (MG) para discutir a importação do leite em pó do Uruguai e os atuais preços praticados no Brasil. Foi uma mobilização nacional de produtores, cooperativas de lácteos e sindicatos para o fortalecimento da cadeia de lácteos com o objetivo de reivindicar ações de defesa e apoio da cadeia produtiva do leite por parte do governo federal.
Com o lema “SOS Leite – Balde Cheio, Bolso Vazio”, a meta era alertar as autoridades sobre o risco que há para o setor de a crise crescer ainda mais. Uma carta com reivindicações foi entregue em mãos ao ministro da Agricultura, Blairo Maggi, presente no evento. Cerca de mil pessoas compareceram ao evento, organizado pelo Núcleo dos Sindicatos Rurais e Fecoagro Minas Leite, com forte apoio dos Sistemas OCB e Ocemg. Dentre outras autoridades, estiveram presentes o presidente da OCB, Márcio Lopes de Freitas, os deputados Domingos Sávio e Marcos Montes, além do Ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi.
O coordenador da Câmara do Leite do Sistema OCB, Vicente Nogueira fez uma apresentação sobre a cadeia produtiva do leite reforçando a sua importância econômica-social, os pontos fortes de competitividade da pecuária de leite nacional, as tendências de consumo, a balança comercial e os pleitos do setor e das cooperativas. Foi um alerta às autoridades sobre os riscos de a atual crise no setor leiteiro se aprofundar, caso não sejam definidos mecanismos que garantam renda para o setor, especialmente dos produtores rurais.
Um dos pontos altos da discussão foi a importação de leite em pó do Uruguai, mostrando os impactos dos surtos ocorridos em 2016 e a importância do estabelecimento de um acordo entre os setores privados do Brasil e do Uruguai, como atualmente existe com a Argentina. Essa discussão reforçou a importância da suspensão das importações de leite em pó do Uruguai, anunciadas na semana passada pelo ministro Blairo Maggi.
“As importações estão refletindo negativamente no preço do leite. Com a suspensão anunciada pelo ministro, acreditamos que o preço interno do leite volte a reagir em breve. Mas esta medida precisa ser mantida por um longo período para que essa reação positiva aconteça. Também precisamos de políticas públicas de estímulo ao consumo interno do leite no Brasil. O produtor de leite precisa se unir. Só assim seremos mais fortes e conseguiremos melhores condições para o desenvolvimento da pecuária leiteira do Brasil”, disse o presidente da Girolando, Luiz Carlos Rodrigues.
A associação vinha reivindicando há alguns anos a suspensão das importações do Uruguai ao governo brasileiro, tanto via Câmara Setorial da Cadeia Produtiva de Leite e Derivados, da qual faz parte, como também em audiências públicas, como a promovida em agosto deste ano pela Câmara dos Deputados. Dados da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) apontam que nos primeiros seis meses deste ano foram importadas 41.811 toneladas de leite em pó do Uruguai, com tarifa zero. Para o presidente da Girolando, trata-se de uma concorrência desleal que está contribuindo para aprofundar a crise vivida pela pecuária leiteira.
Em resposta, Maggi defendeu o livre mercado como forma de alavancar o crescimento do setor, e ressaltou como o produtor rural pode conseguir competir no mercado. “Entendo a importância do leite e das demandas do setor. E reitero que o governo está disposto a agir de forma a viabilizar o acordo entre privados com o Uruguai. Farei tudo que estiver ao meu alcance”, garantiu o ministro.
“Foi um manifesto que mostrou a organização em uma só voz de todas as entidades representativas do setor, o que considero extremamente positivo. O impacto do preço do leite na vida do produtor é, sem dúvida alguma, muito forte. O leite corresponde ao salário do produtor, bem assim, de forma imediata. E nos últimos tempos chegamos a registrar uma queda de quase 50% no valor pago a eles. Uma diferença muito grande, que o produtor não tem como suprir, pois não tem outra fonte de renda”, avaliou o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas. Que completou: “Nós, do Sistema OCB, percebemos o movimento, entendemos a importância desta agenda positiva e vamos contribuir com o ministro Maggi fornecendo os dados e todo o diagnóstico do setor para viabilizar essas melhorias”.
O evento teve fim com o pedido de Blairo Maggi aos produtores para que o apoiem para fortalecê-lo em ações junto aos demais membros do governo federal. E ficou acertado que o setor produzirá uma agenda positiva de intenções a serem trabalhadas em breve junto ao presidente Michel Temer.