Sistema de Plantio Direto economiza mais de 30% no uso de água

Sistema de Plantio Direto economiza mais de 30% no uso de água

O Sistema de Plantio Direto irrigado auxilia na diminuição da perda de água no solo, por evaporação, e nas plantas, por transpiração, justamente pela presença da palha. Isso possibilita uma grande vantagem para o produtor rural, que pode economizar mais de 30% no uso de água para irrigação. As informações são do engenheiro agrônomo e presidente da Federação Brasileira de Plantio Direto e Irrigação (Febrapdp), Alfonso Sleutjes, que falará dos benefícios da agricultura irrigada no 14º Encontro Nacional de Plantio Direto na Palha, em Bonito (MS), de 12 a 14 de agosto.

Conforme explica Sleutjes, a agricultura irrigada não funciona apenas para agregar em produtividade, mas também para minimizar os riscos. “Se você tem um plantio direto bem feito, que tenha alguma perda, no sistema irrigado consegue-se uma manter uma média de produtividade ao longo dos anos com menor oscilação, o que ajuda, e muito, na organização de programação do produtor”, ressalta.

 

A partir disso, o agricultor não fica a mercê do mercado para saber se deve investir ou não em irrigação. O engenheiro agrônomo cita o exemplo da produtividade observada Holambra-SP (sudoeste paulista), cidade onde reside e trabalha. “Normalmente, a média de crescimento analisada por aqui ultrapassa os 15%, 20% nos últimos anos. É visível o nível de investimento, crescimento e estabilidade na agricultura irrigada, se comparada à de sequeiro, é bem superior”, complementa.

 

No entanto, para que o produtor utilize a técnica, é preciso planejar e investir em equipamentos o equivalente a cerca de um quarto do valor da terra, o que garante uma vida útil em torno de 20 a 25 anos. “Na média, comparando os últimos 10 anos, a gente tem conseguido pagar esse investimento em cinco anos. Então, você tem mais 15 anos para usufruir desse sistema de lucro. Tem anos que você usa mais e, em outros, menos, depende da cultura que vai ser instalada e também do clima. Você não fica dependendo da chuva”.

 

Apesar dos benefícios e dos casos de sucesso registrados no Brasil, apenas seis milhões de hectares são irrigados no País, que possui potencial para 30 milhões. Um dos obstáculos para a agricultura irrigada enfrenta para crescer é a distribuição de água. “O Brasil é muito rico em água, mas para viabilizar o sistema ela precisa estar próxima. O produtor encontra muita dificuldade para conseguir uma licença ambiental para construir ou ampliar açudes”, afirma.

 

Outro gargalo é a falta de oferta e má distribuição de energia elétrica que, segundo Sleutjes, não tem uma qualidade muito boa. “Por conta disso, há casos de queima de equipamentos, que precisam de muita manutenção e isso atrapalha o processo de irrigação. Dependemos muito da energia nesse sentido”. Além disso, ele ressalta que mais de 50% do custo operacional é de energia elétrica, mas há regiões em que essa porcentagem sobe para 80%, dependendo do caso.

 

Sobre o encontro – O 14º Encontro Nacional do Plantio Direto na Palha ocorre a cada dois anos, sempre em uma região produtora em destaque no Brasil. A programação contará com painéis cujos temas são voltados à técnica do plantio e seus benefícios, bem como palestras e debates sobre fitossanidade, manejo adequado do solo, entre outros assuntos. O plantio direto na cana-de-açúcar também será discutido, tendo em vista a crescente produção sucroenergética no Estado.

 

O evento, que será realizado nos dias 12, 13 e 14 de agosto, no Centro de Convenções de Bonito (MS), é promovido pela Federação Brasileira de Plantio Direto e Irrigação (Febrapdp), em parceria com a Fundação MS, Sistema Famasul e Embrapa Agropecuária Oeste, e conta com apoio do Sistema OCB-MS, Aprosoja MS, UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados), Unigran, Grupo Plantio na Palha (GPP) e outras instituições. As inscrições estão abertas e podem ser realizadas no site da Febrapdp o www.febrapdp.org.br.

Cooperativas são foco de nova turma de capacitacão sobre o CAR

Cooperativas são foco de nova turma de capacitacão sobre o CAR

Devido à grande procura, por parte das cooperativas brasileiras, o Ministério de Meio Ambiente acaba de divulgar a realização de uma nova turma do curso gratuito e à distância de Capacitação para o Cadastro Ambiental Rural (CapCAR). Com isso, o período de pré-inscrição começa no próximo dia 8 de agosto e representantes, técnicos de cooperativas e até cooperados podem preencher o formulário.

Segundo a Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do Ministério do Meio Ambiente, para esta nova turma terão prioridades, as cooperativas e os sindicatos rurais.

O objetivo do curso é formar facilitadores para o cadastramento de imóveis rurais, com prioridade para o apoio aos proprietários rurais. Por conta disso, o curso configura uma importante ferramenta para melhorar o conhecimento sobre o CAR e sobre a nova legislação, minimizando assim dúvidas, e conferindo maior segurança na tomada de decisão de nossas cooperativas e cooperados.

O curso tem duração de 78 horas, com dedicação média de 12 horas semanais, e será ministrado em até sete semanas. Os participantes receberão um certificado de curso de extensão emitido pela Universidade Federal de Lavras (UFLA).

O CAR é um dos mecanismos do novo Código Florestal Brasileiro, que ganhou contornos finais no ultimo mês de junho, passando a contar o prazo legal de um ano, prorrogável por igual período para o cadastramento obrigatório de todas as propriedades rurais do país.

Fórum discute a Intercooperacão das Cooperativas

Fórum discute a Intercooperacão das Cooperativas

Maximizar a estrutura das cooperativas para diminuir os custos e ganhar com a venda em escala. Esse foi um dos assuntos discutidos na quarta-feira (23), em Chiapetta, durante o 2º Fórum de Intercooperação das Cooperativas. O fórum foi promovido pelo Núcleo de Cooperativismo da Emater/RS-Ascar da região administrativa de Ijuí, Arranjo Produtivo Local – Agroindústria Familiar da Região Celeiro (APL) e Secretaria de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR). Participaram do encontro, no reassentamento Nova Conquista, dirigentes de cooperativas que atuam na produção, resfriamento, transporte e venda de leite nos Coredes Celeiro, Noroeste Colonial e Alto Jacuí. “O objetivo é avançar na resolução de problemas e uma das saídas é a Intercooperação, a parceria entre as cooperativas”, disse o coordenador estadual dos sete Núcleos de Cooperativismo da Emater/RS-Ascar, Célio Colle.

A proposta de Intercooperação, segundo a coordenadora do Núcleo de Cooperativismo de Ijuí, Silvana de Mattos, foi referendada em maio, durante a primeira edição do fórum. Outro ponto discutido no encontro foi a necessidade de as cooperativas ofertarem outros produtos, além de leite, tendo em vista as oportunidades abertas pelo mercado institucional. “100% das cooperativas que estão aqui dependem da produção de leite, que é um segmento complexo e dominado por grandes indústrias. Temos de pensar em outra estratégia produtiva diversificada, aproveitando as oportunidades oferecidas pelo mercado institucional, que é seguro e rentável”, sugeriu o assessor da Secretaria de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR), Ari De David. 

Cooperativa de Crédito Sicredi é destaque mundial

Cooperativa de Crédito Sicredi é destaque mundial

Pelo segundo ano consecutivo, o Sicredi foi premiado na Assembleia Geral Anual do Conselho Mundial das Cooperativas de Crédito (Woccu), realizada durante a Conferência Mundial das Cooperativas de Crédito, que terminou ontem (30 de julho), em Gold Coast, na Austrália. O Woccu concedeu três destaques globais no Outstanding Membership Growth Awards, considerando o crescimento no número de associados de seus mais de 70 países membros. O Sicredi recebeu a distinção por ter registrado, em 2013, um incremento de 11% no número de associados, finalizando o ano com 2,5 milhões. 

 
Além da premiação, durante a Assembleia Geral, também foram empossados os novos membros do Conselho Mundial do biênio 2014/2015 e Manfred Alfonso Dasenbrock,  presidente da SicrediPar e da Central Sicredi PR/SP/RJ e diretor do Woccu, passa a ocupar o cargo de secretário-geral. Para Manfred, “o destaque mundial e o convite para integrar o Comitê Executivo são resultados do excelente desempenho e da participação do Sicredi no cooperativismo de crédito”. 
 
As outras duas distinções pelo crescimento de associados foram entregues às cooperativas Federación Nacional de Cooperativas de Ahorro y Crédito (Fenacoac) da Guatemala e Islamic Investment and Finance Cooperatives Group (IIFC Group), do Afeganistão. O presidente do Woccu, Grzegorz Bierecki, destacou que o movimento global das cooperativas de crédito cresce hoje graças ao empenho dos membros do Conselho Mundial e seu trabalho para servir os associados em todo o mundo. "Este ano, nós honramos o aumento de sócios, em particular, como um claro indicador do sucesso do nosso serviço em todos os cantos do mundo", acrescentou Biereck. 
 
Woccu – O Conselho Mundial de Cooperativas de Crédito promove o desenvolvimento sustentável das cooperativas de crédito ao redor do mundo. Seus programas de assistência técnica introduzem novas ferramentas e tecnologias para fortalecer o desempenho financeiro das cooperativas de crédito e aumentar o seu alcance. O Conselho Mundial implementou mais de 290 programas de assistência técnica em 71 países. São 57 mil cooperativas de crédito em 103 países, que atendem 208 milhões de pessoas. 
Juiz federal reconhece a importância do Sistema OCB como agente de desenvolvimento do cooperativismo

Juiz federal reconhece a importância do Sistema OCB como agente de desenvolvimento do cooperativismo

O juiz auxiliar da presidência do Supremo Tribunal de Justiça, Jairo Gilberto Schäfer, afirma categórico que “o Sistema OCB faz um serviço modelar no que se refere à consolidação do cooperativismo como atividade econômica e social no Brasil”. O magistrado é o entrevistado desta semana e enfatiza que “a educação é a grande porta para o desenvolvimento de ideias. Neste aspecto, o Sescoop tem uma missão constitucional de extrema responsabilidade”, afirma ele.

Para ele, o cooperativismo propaga essencialmente a possibilidade de a união entre os cidadãos construir uma sociedade mais justa, igualitária e democrática, uma vez que implica a participação de todos os associados como atores do próprio processo evolutivo.
 
Jairo Gilberto Schäfer é juiz federal e, atualmente, exerce as funções de juiz auxiliar da presidência do STJ e professor de Direito Constitucional. É mestre em Direito Constitucional e Doutorando em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Além disso, ele também é autor do livro "Classificação dos Direitos Fundamentais" (Livraria do Advogado, 2013, 2ª ed.), dentre outros títulos. Confira a entrevista!
 
Qual sua visão a respeito do cooperativismo no Brasil? 
Ainda quando estudante de direito em Santa Maria (RS) passei a integrar o quadro associativo da cooperativa dos estudantes de Santa Maria (CESMA), da qual posteriormente fui membro do conselho administrativo. Trata-se de um belíssimo exemplo da importância do cooperativismo em nosso país: congregar pessoas para atingir objetivos específicos. Desde então vejo no cooperativismo uma modalidade extremamente eficaz para organização da própria sociedade, calcada em princípios éticos, solidariedade e transparência.
 
O que o cooperativismo pode gerar de benefícios em prol da sociedade brasileira?
O cooperativismo propaga essencialmente a possibilidade de a união entre os cidadãos construir uma sociedade mais justa, igualitária e democrática, uma vez que implica a participação de todos os associados como atores do próprio processo evolutivo.
 
Qual sua opinião sobre a contratação de cooperativas pelo poder público?
A Constituição Federal indica, expressamente, ser o cooperativismo uma modalidade de organização social a ser incentivada. Com regras claras, procedimentos transparentes e rigidez procedimental, pode haver um bom relacionamento entre poder público e o sistema cooperativo.
 
O que mais o Sistema OCB, em sua opinião, pode fazer para fortalecer o cooperativismo brasileiro? 
Penso que o Sistema OCB faz um serviço modelar no que se refere à consolidação do cooperativismo como atividade econômica e social no Brasil. Um ponto que merece atenção especial é a difusão da ideia cooperativista no Brasil: investir no ensino como ferramenta para esclarecimento dos brasileiros sobre benefícios e vantagens do cooperativismo. Temos de formar e informar sobre qual a estatura do cooperativismo na nossa Constituição e como a união entre as pessoas pode trazer benefícios a toda a sociedade. Em Santa Maria, por exemplo, a CESMA é praticamente um patrimônio da sociedade!
 
Qual a importância do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop) para as cooperativas?
Essencialmente colocar em prática o que foi dito anteriormente: promover intensamente atividades educacionais voltadas à consolidação do sistema cooperativo no Brasil. E isso pode ser feito por meio de projetos a serem desenvolvidos nas escolas, cursos para profissionais, congressos científicos, seminários nos quais a temática cooperativa seja debatida pela comunidade acadêmica. Ou seja, a educação é a grande porta para o desenvolvimento de ideias, e isso se aplica não somente ao cooperativismo, mas igualmente em todos os setores sociais. Neste aspecto, o Sescoop tem uma missão constitucional de extrema responsabilidade!
 
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