Relação de Auditores Credenciados pela OCB/MS
Nome Credenciado | Nº Credenciamento | Data Credenciamento | Vencimento do credenciamento | PJ / PF |
Odácio Pereira Moreira | 703 | 15/10/2013 | 15/10/2018 | PF |
BDO RCS Auditores Independentes S/S | 695 | 05/05/2013 | 05/05/2018 | PJ |
Nardon, Nasi Auditores Independentes S/S – EPP | 685 | 22/02/2013 | 22/02/2018 | PJ |
Cícero Gomes Coimbra | 683 | 29/08/2012 | 29/08/2017 | PF |
Basílio, Franco – Auditores Independentes S/S | 681 | 02/07/2012 | 02/07/2017 | PJ |
CSS Auditores Independentes | 680 | 02/07/2012 | 02/07/2017 | PJ |
Dickel & Maffi Auditoria e Consultoria S/S | 657 | 01/04/2010 | 01/04/2015 | PJ |
Olimpio Carlos Teixeira | 656 | 19/03/2010 | 19/03/2015 | PF |
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O tema sustentabilidade está na pauta da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop). Ele é o foco do XIII Congresso Brasileiro do Cooperativismo, do Prêmio Cooperativa do Ano, do Comitê de Sustentabilidade do Sescoop e da própria rotina das organizações do segmento cooperativista.
“A verdadeira sustentabilidade”, diz o presidente da OCB, Márcio Lopes de Freitas, “vai além do desempenho econômico e financeiro: tem a ver com o grau de compromisso das cooperativas com os cooperativados, com a satisfação de todos os envolvidos e com todo o contexto”. Para o presidente, “sustentabilidade é aquilo que resulta em melhor qualidade de vida para a nossa gente”.
Colocando em termos simples, sustentabilidade consiste em promover o melhor para as pessoas e para o ambiente, tanto no presente como no futuro. Para um empreendimento humano ser sustentável, ele deve levar em conta quatro princípios fundamentais. A atividade precisa ser: Ecologicamente correta economicamente viável; socialmente justa; e culturalmente aceita.
“A ideia das cooperativas – como negócio que ganha e distribui lucros à comunidade - já é, por si só, sustentável”,
defende Glaucia Terreo, coordenadora da Global Reporting Iniciative, organização que tem como missão lutar pelo
desenvolvimento sustentável no planeta. No caso das cooperativas ligadas à OCB, Terreo destacou que a sustentabilidade
significa um “efetivo controle do que se gasta e se produz, medindo os resultados e tomando decisões a partir
deles”.
Um pensamento voltado para a sustentabilidade começa a adquirir contornos de vantagem competitiva quando, em interação com os temas de gestão, garanta a sobrevivência e o crescimento da organização, a longo prazo. Nesse sentido são organizadas cadeias de sentido, e não só de valor, que signifiquem rentabilidade e bons dividendos para os empreendimentos, as pessoas e as comunidades.
Uma consciência sustentável por parte das organizações tem chance de significar uma vantagem competitiva se for encarada como um componente estratégico e importante. Os resultados não se farão esperar: atração de investimentos para a cooperativa, manutençãoda carteira de clientes, melhoria da gestão e melhor acesso ao crédito. Como forma de pensamento sistêmico, relacionado aos aspectos econômicos, sociais, culturais e ambientais da sociedade humana, o ideal do desenvolvimento
sustentável é um meio de configurar a civilização e a atividade humana de tal forma que a sociedade, seus membros e suas economias possam preencher as necessidades no presente.
Ao mesmo tempo, terão que lutar por preservar a biodiversidade e os ecossistemas naturais, planejando e agindo de forma a atingir e manter níveis de excelência no futuro.
SANTO DE CASA...
*Roberto Rodrigues
A séria revista britânica The Economist publicou na semana passada uma longa matéria elogiando a agricultura brasileira, causando enorme sentimento de orgulho em todo o interior do nosso país.
Afinal, o artigo chamava a atenção do mundo desenvolvido para o espetacular crescimento de nossa agropecuária, e sem subsídios. Mais do que isso, o articulista enfatizava o caráter sustentável deste crescimento, mostrando que o produtor brasileiro, confrontado com o protecionismo exagerado dos governos dos países ricos para com seus agricultores, optou pela incorporação de tecnologia e de gestão, vencendo os concorrentes através da melhoria da sua competitividade. E sempre é bom lembrar que um produto só é competitivo se tiver qualidade e preço que agradem ao consumidor.
Com efeito, o grande desafio da humanidade neste século XXI é compatibilizar a necessidade de aumentar a produção de alimentos com a preservação dos recursos naturais. Se as previsões da OCDE/FAO estiverem corretas – e tudo indica que estão – a demanda mundial por comida crescerá 20% nos próximos 10 anos, e ao Brasil caberá aumentar em 40% sua produção para compensar a incapacidade de crescimento das outras regiões produtoras. Isto significa um aumento de produção de quase 4% ao ano, um número nada trivial. E, é claro, não faltam os adversários do nosso agro, concorrentes lá de fora ou desinformados daqui, apregoando que nosso crescimento se dará às custas da derrubada da Amazônia ou que tais.
A verdade, como mostrado na publicação inglesa, é que nosso agro é extremamente sustentável, e isso não é uma promessa, já demos a prova deste fato: nos últimos 20 anos a área plantada com grãos no Brasil aumentou 25% e a produção saltou 154%!! Isto significa que, se tivéssemos hoje a mesma produtividade por hectare de 20 anos atrás, necessitaríamos de mais 42 milhões de hectares de mata para termos a mesma produção. Isto ninguém fala, ninguém comenta, foi preciso um inglês reconhecê-lo. O mesmo se dá com a cana-de-açúcar, cuja produtividade cresceu quase 60% desde que o Proálcool começou, “salvando” mais de 4 milhões de hectares.
Pois é com base nestes dados esclarecedores que o The Economist lança o alerta aos agricultores europeus: “copiem os brasileiros, com tecnologia em vez das tetas dos governos” (claro que não é assim que está escrito, mas o espírito é este).
E, apesar de uma minoria dos nossos proprietários rurais ainda não estarem respeitando os preceitos da sustentabilidade, a grande maioria já está no caminho adequado.
Se não fosse por outra razão, a simples necessidade de competir para sobreviver levou a isto. Depois da dura tríplice colisão vivida pelo campo brasileiro entre o Plano Collor (1990) e o Plano Real (1994), fomos forçados a buscar tecnologia e gestão para avançar. O país tinha uma inflação surreal de mais de 50% ao mês, era fechado em relação ao mundo e vivia com políticas públicas protecionistas. E de repente, após aqueles planos, a inflação ficou civilizada, o país se abriu ao mundo sem nenhuma proteção e a política pública faliu. Foi um duríssimo processo de ajuste que custou caro socialmente: milhares de produtores, sobretudo os pequenos e os da fronteira agrícola, perderam tudo o que tinham. E os remanescentes precisaram se reinventar. É verdade que ainda restam pesadas dívidas daqueles tempos, mais tarde aumentadas com a maior crise agrícola dos últimos 50 anos 2004/2006, mas isto tudo deverá ser superado e o país poderá avançar se tiver juízo e eliminar os resíduos do velho Custo Brasil.
Mas também é preciso que os produtores europeus, americanos e asiáticos leiam bem o Economist, e tratem de colaborar para a finalização da Rodada de Doha da OMC. É lá que será decidida a redução do protecionismo agrícola dos ricos, dando chance aos produtores tropicais de seguir o exemplo do Brasil e ocupar seu espaço ao Comércio Mundial Agrícola.
Publicado no jornal Folha de São Paulo-11/09/2010