Cooperativismo é elogiado e requisitado por seguradora centenária
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Cooperativismo é elogiado e requisitado por seguradora centenária

O cooperativismo já contribui com o mercado de seguros nas áreas de saúde, agrícola e de acidentes de trabalho. A experiência do cooperativismo aliada aos seus princípios e valores tem sido observada e requisitada por órgãos e entidades nacionais e internacionais. Na última quinta-feira (1º), o Sistema OCB participou do 1º Potencialize Coop, promovido pela MAG Seguros, uma instituição com 186 anos de atuação no mercado.

A superintendente do Sistema, Tânia Zanella, fez exposição na abertura do evento virtual e ressaltou que, mesmo em um ano desafiador no aspecto econômico, o cooperativismo apresenta oportunidades relevantes para a sociedade. Ela falou também sobre os principais desafios do movimento para os próximos anos.

“Estamos sempre conectados com eventos como este que trazem conteúdos importantes e cenários de oportunidades para as nossas cooperativas. Sabemos o quanto significamos social e economicamente para o nosso país. Estou falando de quase cinco mil cooperativas em sete ramos de atividades, de quase 19 milhões de brasileiros envolvidos de maneira direta no nosso negócio, de mais de 400 mil empregos gerados pelas nossas coops e uma movimentação financeira de cerca de R$ 600 bilhões. Então, um dos nossos desafios para o momento é mostrar para a população a nossa importância e ser a oportunidade que tantos brasileiros buscam”, pontuou Tânia.

Ela lembrou dos compromissos firmados no 14º Congresso Brasileiro do Cooperativismo, que abordou desafios de inovação, mercado e comunicação para gerar mais desenvolvimento e oportunidades para as cooperativas. “Com as várias diretrizes aprovadas no nosso encontro, começamos um movimento interno, junto as nossas unidades estaduais, para trazer produtos e serviços para as coops. E na última semana, na nossa Semana de Competitividade, que contou com mais de 600 pessoas, lançamos novos produtos. O ESGCoop, por exemplo, vem criar indicadores para comunicar o que já fazemos desde nossa origem, uma vez que está no DNA do coop as questões de governança, social e ambiental. Vamos trabalhar juntos e com metas”, declarou.

Ao concluir sua fala, a superintendente também lembrou o lançamento do BRC 1 Tri - Brasil Mais Cooperativo 1 trilhão de prosperidade, em que o Sistema OCB desafiou os cooperativistas a alcançarem, até 2027, R$ 1 Trilhão em movimentação e aumentar o número de cooperados, dos atuais 18,8 milhões, para 30 milhões. 

O CEO da MAG Seguros, Helder Molino, declarou que quer estreitar laços e aumentar parcerias com o movimento cooperativista. Ele disse que a MAG tem princípios e valores similares aos do cooperativismo. “Na década de 1980, eu era agricultor e tive meu primeiro contato com o cooperativismo, e criamos a associação de jovens agricultores. Então, tenho afeição pelo movimento há anos. Nós da MAG chegamos a este segmento não apenas pelo seu inegável gigantismo e potencial de negócios, mas pelo seu propósito muito claro que é o interesse em cuidar da comunidade e pela preocupação com as pessoas. O nosso compromisso com o cooperativismo gerou o Potencialize Coop e temos muito orgulho de, ao longo da nossa história, ter contribuído de alguma forma com a iniciativa”, considerou.

O coordenador do Conselho Consultivo Nacional do Ramo Crédito da OCB (Ceco) e presidente da Confebrás, Moacir Krambeck, participou do evento e asseverou que principal diferencial das cooperativas em relação a outros modelos de negócios, são as pessoas. "O negócio vem depois. O forte relacionamento das cooperativas com seus cooperados e com a sociedade fortalece e faz com que as pessoas comecem a entender que este é o caminho que pode ajudá-las a melhorar sua condição de vida”.

Segundo ele, a maior desafio do cooperativismo de crédito hoje é a regulamentação da Lei Complementar 196/22, que atualiza o Sistema Nacional de Crédito Cooperativo e foi sancionada na última semana. “O outro, é fundamentalmente a educação, que é uma das responsabilidades das cooperativas brasileiras e o quinto princípio do cooperativismo que deve ser desenvolvido com maior afinco”, acrescentou Moacir.

Durante o evento, o diretor de Coordenação Sistêmica e Relações Institucionais do Sicoob, Enio Meinen, falou um pouco da história do coop de crédito e apresentou números que destacam a relevância do movimento para a inclusão financeira de brasileiros. “O cooperativismo financeiro é a maior rede física nacional e em muitos municípios é a única instituição presente. É o maior provedor de recursos para a micro, pequena e média empresa. Representamos 20% do mercado, o que, se comparado aos 70% alcançado pelo coop de crédito da França, demonstra que temos um potencial incrível para expansão”, frisou.

Enio evidenciou que o cooperativismo de crédito também é o segundo maior financiador do agronegócio e tem beneficiado 20 milhões de pessoas físicas e jurídicas, respondendo por 120 mil empregos formais diretos. “Talvez, o papel mais relevante do segmento seja a promoção da equidade e justiça financeira. Só em 2020, para se ter uma ideia, as pessoas de uma região que escolheram uma cooperativa financeira tiveram ganho econômico de R$ 30 bilhões. Isso é mais relevante porque os recursos ficaram na comunidade, não teve um centavo de drenagem”.

Para ele, o cooperativismo financeiro é o principal ator quando se fala de cidadania. Em sua conclusão, Enio disse esperar ver o coop ainda mais robusto e necessário nos próximos anos.  

“Diante da nossa responsabilidade, tenho a aspiração de que em 2032 tenhamos um coop financeiro mais consolidado com atendimento digital consagrado e referencial, uma maior intercooperação entre as cooperativas de crédito para ganharmos escala e que a abordagem ESG esteja mais evidenciada. É meu desejo também ver mais mulheres em cargos de liderança. No cooperativismo de crédito elas representam 43% dos associados e menos de 20% delas integram conselhos e diretorias. Nossos jovens também precisam manifestar interesse, pois estes são aspectos indispensáveis para nossa proposta filosófica”, finalizou.

Nova Lei 196/22 moderniza o cooperativismo de crédito no Brasil
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Nova Lei 196/22 moderniza o cooperativismo de crédito no Brasil

Mobilização de todo o segmento de cooperativismo no País foi fundamental para a conquista dos novos avanços

Entrou em vigor em 25 de agosto de 2022, a Lei Complementar 196/22, que modernizou diversas regras do cooperativismo de crédito no Brasil, ao alterar a Lei Complementar nº 130, de 17 de abril de 2009. A Lei anterior já havia sido uma conquista muito importante, quando criou o Sistema Nacional de Crédito Cooperativo (SNCC) e permitiu um expressivo crescimento do segmento.

Agora, a nova lei representa mais um grande passo em nossa jornada de evolução, pois aprimora a gestão e governança das cooperativas, fortalece os sistemas de crédito cooperativo e melhora o ambiente de negócios do cooperativismo de crédito, por meio de instrumentos inovadores.  

Avanços na governança
O avanço nas regras de governança das cooperativas foi um dos principais destaques, ao permitir mais autonomia, independência e profissionalização da administração. A nova lei impede, por exemplo, que o presidente de conselho de administração, vice-presidente, ou diretor executivo exerça o mesmo cargo em entidades similares (singulares, centrais e confederações), inclusive no Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito (FGCOOP). Também admite a contratação de conselheiro de administração independente não associado. 

Vale destacar que o Sicredi já havia promovido ajustes na sua governança antes mesmo da nova lei, de modo que o exercício dos cargos de Presidente do Conselho de Administração e Diretor Executivo de Centrais e da Confederação já não tem mais sobreposição. 

A nova lei também prevê como regra a gestão dual nas cooperativas, por meio do conselho de administração e da diretoria executiva. Admite ainda a figura do diretor não associado e faculta a constituição de conselho fiscal nas cooperativas administradas por conselho de administração e diretoria executiva.

Avanços sociais
Outro ponto extremamente favorável da nova lei foi a definição de que o Fundo de Assistência Técnica, Educacional e Social (FATES) agora pode ser utilizado em benefício de toda a comunidade da área de atuação da cooperativa, mediante previsão no seu estatuto. Anteriormente, os direcionamentos de recursos gerados pelo FATES eram restritos aos colaboradores, associados e familiares. Para este fundo, as cooperativas reservam pelo menos 5% dos resultados líquidos apurados no exercício, além do resultado positivo das operações eventualmente realizadas com não associados. 

A alteração reforça e potencializa o trabalho que as cooperativas estão fazendo nas comunidades e regiões onde atuam, destinando recursos para apoiar iniciativas promovidas por entidades privadas, sem fins lucrativos e legalmente constituídas, contribuindo para a construção de uma sociedade mais próspera. O critério é que essas ações apoiadas sejam mensuráveis em esforço, tempo e impacto no desenvolvimento social.

Para se ter uma ideia do impacto, somente em 2021, foram investidos pelo Sicredi R$158,8 milhões em ações de benefício social por meio dos fundos das cooperativas, doações e lei de incentivo. Desse valor, o Fundo Social, que é uma iniciativa proativa do Sicredi para beneficiar as comunidades também a partir de destinação de resultados, foi fonte R$ 30,7 milhões investidos em 3.287 projetos sociais de interesse coletivo em educação, cultura, esporte, saúde, segurança, meio ambiente e inclusão social. 

Avanços em operações e negócios
Em termos de evolução nos negócios das cooperativas, a Lei Complementar 196/22 prevê a possibilidade de contratação de operações de crédito compartilhadas entre cooperativas de crédito do mesmo sistema, permitindo uma divisão dos riscos e recursos entre essas entidades e, consequentemente, o atendimento a um número maior de associados. 

Possibilita também a gestão de recursos oficiais ou de fundos públicos ou privados para a concessão de garantias em operações de associados, fortalecendo o papel das cooperativas de crédito como integrantes do Sistema Nacional de Garantias de Crédito. Outra inovação importante é a regra que torna impenhorável o valor do capital social colocado pelo cooperado na cooperativa de crédito (quota parte), trazendo maior estabilidade ao patrimônio das cooperativas.

Avanços na organização sistêmica
Já sob o aspecto da organização sistêmica, a nova lei permite que as cooperativas centrais e as confederações assumam a gestão temporária de suas cooperativas e centrais filiadas em situação de risco, desde que autorizadas pelo Banco Central, conforme regulamentação do Conselho Monetário Nacional.

Todos esses avanços são importantíssimos e aconteceram, em boa parte, graças a uma grande mobilização do segmento do cooperativismo de crédito no Brasil. Por meio desse movimento, muitos aprimoramentos puderam ser sugeridos e incorporados no texto final: realizamos uma verdadeira construção conjunta, cooperativa e exaustiva entre os sistemas cooperativos, cooperativas independentes e o Fundo Garantidor do FGCOOP, por meio da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), em conjunto com diversos departamentos do Banco Central do Brasil, que chegaram a um texto de consenso para a lei. 

A OCB teve papel fundamental na negociação e na criação desse consenso no SNCC, atuando na representação institucional do segmento frente ao Poder Executivo e Legislativo. Já os parlamentares da Frente Parlamentar do Cooperativismo (FRENCOOP) realizaram um trabalho importantíssimo para que a Lei fosse aprovada em apenas dois anos, um prazo considerado curto para uma Lei Complementar, e por unanimidade na Câmara e no Senado e sem nenhum veto pelo Poder Executivo.
 
Hoje, o cooperativismo de crédito no Brasil conta com mais de 13,9 milhões de associados, de acordo com o Anuário do Cooperativismo Brasileiro. A expectativa é que esta lei auxilie no crescimento destes números e no aumento da participação econômica e social do cooperativismo de crédito no Brasil, sempre em linha com os direcionamentos e as metas da Agenda BC#: inclusão, competitividade, transparência, educação e sustentabilidade. 

Este é um esforço que valerá a pena. Quem ganha é a sociedade brasileira e o cooperativismo de crédito: uma forma de organização financeira que busca unir o crescimento econômico e a prosperidade social por meio de um modelo que coloca as pessoas sempre em primeiro lugar. 

Fernando Dall’Agnese, presidente do Conselho de Administração do Sicredi (SicrediPar)
 

CRA-MS traz a influenciadora e empreendedora Cris Arcangeli no Dia do Administrador
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CRA-MS traz a influenciadora e empreendedora Cris Arcangeli no Dia do Administrador

Para turbinar o conhecimento dos profissionais de administração, empreendedores e comunidade acadêmica, o Conselho Regional de Administração de Mato Grosso do Sul (CRA-MS) realiza no próximo dia 9 de setembro a mega palestra com a empresária, influenciadora e investidora Cris Arcangeli, do Shark Tank Brasil. O Sistema OCB-MS apoia a agenda.

Ela é um dos fenômenos do empreendedorismo brasileiro traz na bagagem suas habilidades na arte de inovar e criar marcas de sucesso. A palestra “Os Desafios de Empreender na Era Digital” será dia 9 de setembro a partir das 19 horas no Ondara Palace, em Campo Grande. 
Os convites para a palestra da Cris Arcangeli já estão disponíveis no site www.crams.org.br e é gratuito para o público da administração e comunidade acadêmica. Haverá certificado de participação.

Cris Arcangeli é um dos nomes mais conhecidos pela brilhante apresentação do Shark Tank Brasil, um programa que fomenta o empreendedorismo e atrair projetos que buscam investidores. Ela também é uma das maiores influenciadoras do segmento de beleza e moda, Cris Arcangeli fundando as empresas Phytoervas, Phyta, PH - Arcangeli, Éh e Beauty’in.

O evento integra a programação do Mês do Administrador, que conta ainda com o Dia D da campanha Eu Doo Sangue pela Administração (10/9), Caminhada do Administrador (11/9), e outras agendas no interior. Na Caminhada do Administrador, os profissionais podem fazer a inscrição e ter acesso a camiseta do evento, como também podem mobilizar sua equipe de trabalho e familiares.

Já a campanha de doação de sangue está sendo realizada durante todo mês de setembro nos bancos de sangue disponíveis no Estado. O Dia D da doação será 10 de setembro no Hemosul da Capital. A campanha solidária conta com o apoio do Instituto Sangue Bom, do Professor Carlão que também participa da abertura da palestra da Cris Arcangeli.

Apoiam os eventos o CFA, Sebrae, Sistema OCB-MS, Sicredi, FM UCDB e Instituto Sangue Bom

Serviços: 
Mês do Administrador 2022
Palestra com Cris Arcangeli – Os Desafios de Empreender na Era Digital
Dia 9 de Setembro de 2022
A partir das 19 horas
Local: Ondara Palace (Av. Desembargador Leão Neto do Carmo, 1273 - Jardim Veraneio (ao lado do Parque dos Poderes - Campo Grande/MS)
Inscrições: www.crams.org.br
Informações: (67) 3316-0300 WhatsApp ou Este endereço de e-mail está sendo protegido de spambots. Você precisa habilitar o JavaScript para visualizá-lo..
 

Startups apresentam soluções para desafios de coops do agro
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Startups apresentam soluções para desafios de coops do agro

A 2ª edição do Programa Conexão com Startups, do Sistema OCB, realizou a apresentação de três soluções de desafios de cooperativas, nesta terça-feira (6). O evento ocorreu de forma virtual e é uma parceria entre o Sistema OCB e o Silo Hub (Hub de inovação originado da parceria entre a Embrapa e a Neo Ventures).  As cooperativas Cemil (MG), Coplana (SP) e Santa Clara (RS) foram selecionadas nesta segunda edição do programa, que é voltado para inovações no Ramo Agro.

Na abertura do encontro, a gerente geral do Sistema OCB, Fabíola Nader Motta, pontuou os avanços que a iniciativa proporciona para o cooperativismo como um todo e lembrou do Desafio BRC 1 Tri, lançado na Semana de Competitividade 2022, pelo presidente Márcio Lopes de Freitas. “É uma alegria ajudar a construir um agro cada vez mais inovador. Temos milhares de coops que fazem a diferença na produção brasileira. O cooperativismo quer ser sinônimo de inovação e, por isso, temos no nosso site InovaCoop uma série de conteúdos para estimular essa prática”.

Fabíola também destacou a importância dessa segunda edição do programa. “Esta edição voltada ao agro é para viabilizar desenvolvimento, aumentar a eficiência e reduzir custos. O Conexão com Startups é mais um programa que vem ao encontro do desafio de gerar R$ 1 trilhão em prosperidade e congregar 30 milhões de cooperados, em cinco anos. A inovação certamente vai nos ajudar a chegar lá”.

Coplana: A paulista Coplana lançou o desafio de estimar e prever a colheita de amendoim. O diretor comercial da startup Deadalus, Leonardo Moreno, apresentou a proposta para alcançar esse objetivo. “Nosso desafio era estimar de forma padronizada a produção e a colheita de amendoim da Coplana. Como solução, elaboramos um aplicativo capaz de calcular essa estimativa por meio de processamento de imagem. Conversamos com a equipe da Coplana para saber qual tipo de dado é coletado rotineiramente para direcionarmos a criação do app. Agora, o agrônomo registra dados no aplicativo, que é enviado para um servidor na nuvem”, disse Moreno.

Segundo explicado pelo diretor, o próprio aplicativo identifica a imagem coletada pelo produtor e faz a contagem automática de amendoins detectando quantas das vagens estão presentes na imagem. Então, há estimativa de sacas por hectares, por produção e perdas também. O desafio foi solucionado pela facilitação de coleta de dados e padronização dos processos envolvendo a produção do amendoim.

Eduardo Rodriguez, gerente de tecnologia e inovação da Coplana considerou que “os resultados são promissores. A solução superou nossas expectativas e fizemos mais do que foi desenhado. Estamos entusiasmados e queremos pôr em prática para valer”, comemorou.

Os próximos passos são a implementação da inteligência artificial e a coleta de mais dados para refinar modelos e adicionar campos de registro, além de treinamento de novos agrônomos para utilizarem o app.

Santa Clara: O desafio apresentado pela cooperativa gaúcha Santa Clara foi o desenvolvimento de uma cortadora de queijo para fracionar os produtos em pesos e formas variadas, evitando prejuízos e para adequar as porções aos padrões do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (InMetro). A startup Eixo Consultoria de dispões a elaborar uma máquina de corte com recursos de inteligência artificial que se encontra em fase de construção.

A diretora de projetos da Eixo, Rebeca Couto, explicou que a máquina vai fazer o corte preciso do queijo com auxílio de uma lâmina ultrassônica adequada as normas regulatórias vigentes. “O descarte relatado pela cooperativa e o desperdício de material são consideráveis. A máquina projetada conta com balança industrial e corta o queijo redondo ou quadrado a partir de leitura pelo sistema de automação com o auxílio de softwares que mensuram o volume e a altura, mesmo com as deformidades das peças. Estamos finalizando para colocarmos em testes e trazer os resultados de corte com maior velocidade, redução de desperdícios e automatização de processos repetitivos”, explicou Rebeca.

O supervisor de engenharia de processos da Santa Clara, Cleiton Nunes, declarou que está com fortes expectativas em relação aos resultados. “Esse fator inovação precisa estar dentro das instituições. O consumidor muda seus hábitos e a indústria precisa atender essas demandas. Nosso desafio é complexo, porque o produto tem inúmeras características, o que justifica os atrasos, mas é algo muito inovador. Estamos com enorme expectativa para vê-lo agindo e melhorando nossa competitividade”.

Cemil: a coop mineira precisava prever os preços de leite longa vida (UHT) desde o início da produção até a chegada ao varejo para ter mais competitividade. A startup UPTech aceitou o desafio. O diretor da startup, Gustavo Lenzi, explicou que, para a oscilação constante de preços, a assertividade na precificação e embasamento para a tomada de decisão, a solução proposta é um sistema integrado para precificação que também utiliza inteligência artificial.

“Trabalhamos em conjunto com a Cemil para levantar dados, estruturá-los e filtrar o que pode ser utilizado. Propomos o desenvolvimento de modelos matemáticos e métodos de inteligência artificial, a construção de relatórios e a validação do modelo junto a Cemil. Já geramos até aqui 10 relatórios, mas como queremos um modelo mais robusto estendemos para 15 a fim de consolidar os números”, explicou Lenzi.

Ainda segundo o diretor, com o número maior de variáveis foi possível prever um milhão de situações e resultados o que os levou a trabalhar com um valor médio. “Com todo esse processo garantimos 95% de assertividade e precisão. Este modelo matemático não é restrito ao leite, podemos aplicá-lo em outras commodities como café e soja”.

Além do preço determinado, a startup gerou médias de confiança, criando outros cenários baseados em econometria. O diretor de marketing da Cemil, Warlei Tana, agradeceu o empenho e declarou que a UPTech continuará com a Cemil nesta parceria. “Com os resultados conseguimos alcançar uma média e agora temos um modelo. Vamos maturá-lo muito mais a medida de em que a inteligência artificial for aprendendo. O modelo de leite é complexo e estamos em um ano atípico. Mesmo assim o software acompanhou cada dado”, ressaltou.

Coops brasileiras e alemãs trocam experiências e soluções sobre distribuição de energia
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Coops brasileiras e alemãs trocam experiências e soluções sobre distribuição de energia

A eficiência na gestão de energia atrelada à busca pela sustentabilidade foi o foco da troca de experiências entre cooperativas brasileiras e alemãs.  Entre os dias 28 de agosto e 2 de setembro, dez cooperativas do Sistema OCB realizaram missão técnica à Alemanha, onde foram recebidas pela Confederação Alemã das Cooperativas (DGRV). As coops foram selecionadas pela diversidade de modelos e pelo relacionamento com as Unidades Estaduais do Sistema.

Para conhecer melhor os exemplos de geração distribuída da Alemanha, além do apoio institucional, as coops brasileiras conheceram a estrutura da DGRV, o Sistema Cooperativo Elétrico Alemão e as estruturas voltadas para o cooperativismo de energia, bem como realizaram três visitas técnicas para conhecer os cases de referência. A comitiva foi até as sedes de duas cooperativas de energia fotovoltaica e de uma outra que atua com produção de biogás. Esta, além de produzir energia elétrica, fornece aquecimento e internet de fibra óptica para 150 famílias.

O grupo visitou também o Instituto de Pesquisa Fraunhofer e conheceu as técnicas aplicadas no Sistema AgriFotovoltaica, que demonstra a possibilidade de realização de duas atividades: agricultura e geração de energia para o melhor aproveitamento do terreno. O interesse em um software de soluções de gestão das usinas chamou atenção da comitiva brasileiras.

O coordenador de Meio Ambiente e Energia do Sistema OCB, Marco Morato, avaliou a visita como uma importante reflexão do que pode ser feito para estruturar um futuro mais sustentável e competitivo para as coops, por meio da prestação desse serviço. 

“Nossa visita foi muito rica porque conseguimos enxergar que, embora sejamos países em continentes diferentes, temos muitas afinidades e desafios em comuns. Entre eles, fazer da geração distribuída um negócio permanentemente viável. As alterações regulatórias da Alemanha dificultaram esse processo e eles precisaram ser criativos para fazer novos arranjos e buscar soluções conjuntas para ter maior eficiência, competitividade e perenidade”, explicou.

Para o coordenador, esse desafio também acontece no Brasil e, por isso, os exemplos vistos podem contribuir significativamente. “Estamos passando por um momento entre uma legislação maior e outra um pouco mais restritiva, que é a Lei 14.300/22 [geração de energia distribuída], em que, apesar de manter bons incentivos para quem já está conectado, exige enxergar novos caminhos, novas soluções”.

Morato ressaltou ainda que pensar em soluções efetivas é fortalecer o cooperativismo de energia de maneira eficiente e perene. “Foi isso que vimos lá, a caminhada alemã nessa transição é uma experiência muito boa para refletirmos como podemos fazer um futuro mais sustentável por meio das cooperativas brasileiras”, pontuou.

Experiências

As cooperativas brasileiras também retribuíram o conhecimento adquirido demonstrando como vêm atuando de múltiplas formas para fortalecer e buscar soluções para o compartilhamento de energias. Há o destaque para o modelo de duas delas que atuam dentro de comunidades: Bem Viver, da Paraíba; e Percília e Lúcio, do Rio de Janeiro.

A cooperativa Bem Viver, além de compartilhar a energia gerada por ela, capacita pessoas de baixa renda para atuarem na atividade. Já a coop Percília e Lúcio, atua no Morro da Babilônia, onde gera e compartilha energia entre a comunidade.

“O encontro foi enriquecido pela heterogeneidade do nosso grupo. Ao mesmo tempo em que tínhamos lá cooperativas com aspectos mais sociais, de inclusão e acesso à energia, também levamos coops maiores que tem parceria, inclusive, com cervejarias para construir e possibilitar energia renovável para seus cooperados. Essas diferenças nos trazem oportunidades de criar soluções mais robustas. Certamente, essa visita nos dará bons resultados”, acrescentou Morato.

Na oportunidade, um grupo de trabalho (GT) para intercâmbio de informações foi criado e já tem reunião agendada para a próxima segunda-feira (12). As cooperativas brasileiras que integraram a comitiva e pertencem ao GT são: Ambicoop e Sinergi, do Paraná; Ciclos, do Espírito Santo; Coopervales, do Rio Grande do Sul; Coopsolar e Bem Viver, da Paraíba; Revolusolar e Percília e Lúcio, do Rio de Janeiro; Photon, do Sergipe; e Sol Invictus, de Goiás.

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