O Senado Federal aprovou nesta terça-feira (27) o Projeto de Lei 2.107/2019, de autoria do deputado Giovani Cherini (RS), que concede o título de Patrono do Cooperativismo Brasileiro ao padre Theodor Amstad. O texto segue, agora, para sanção da Presidência da República, mas lá, no Rio Grande do Sul, a importância da atuação do religioso suíço em prol da disseminação da cultura cooperativista já foi reconhecida. Em 2003, por meio de uma lei estadual, o governo gaúcho concedeu ao padre o título de Patrono do Cooperativismo em nível estadual.
Para o autor do projeto, deputado Giovani Cherini que integra à diretoria da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop) e também é cooperado, a homenagem é mais do que merecida. É necessária. “Estamos valorizando aquilo que o cooperativismo tem de melhor, desde sua origem. Esse reconhecimento é essencial para que as gerações futuras sempre se lembrem daquele que se empenhou tanto em disseminar esse modelo tão inovador de gerar negócios”, avalia.
PRIMEIRA COOPERATIVA
Theodor Amstad nasceu em 9 de novembro de 1851, em Beckenried, na Suíça. No ano de 1885 chegou ao Brasil e se dedicou a prestar assistência econômica, social e cultural aos colonos do Rio Grande do Sul, dando início ao processo de fundação das associações de lavradores e cooperativas no estado.
O padre foi o responsável por constituir, em 1902, a primeira cooperativa de crédito brasileira no município de Nova Petrópolis/RS, batizada como Caixa de Economia e Empréstimos Amstad. A cooperativa continua em atividade, porém agora com o nome de Cooperativa de Crédito de Livre Admissão de Associados Pioneira da Serra Gaúcha, a Sicredi Pioneira/RS.
Todo ser humano possui algum talento incrível e o coloca em prática a todo minuto. Alguns vão além e utilizam seus dons junto a um bem muito precioso: o tempo. Com isso passam a realizar trabalhos que beneficiam comunidades inteiras e, então, transformam vida por vida, até alcançar milhares de pessoas. Esses são os voluntários e, no Brasil, esses ganharam um dia especial: 28 de agosto, Dia Nacional do Voluntário.
Se olharmos para o trabalho desempenhado pelas cooperativas brasileiras ao longo dos anos, podemos encontrar milhares dessas pessoas executando tarefas incríveis graças ao movimento nacional Dia de Cooperar. Há dez anos, cooperativas incentivam projetos voluntários diferenciados, contínuos e transformadores que mudaram a vida de mais de 2,2 milhões de pessoas em todo o país. Para se ter uma ideia, ao longo de uma década, foram mais de 120 mil voluntários atuando incansavelmente para que mais de mil municípios brasileiros pudessem receber iniciativas que, alinhadas aos princípios da ONU, melhoram a qualidade de vida, a saúde, a educação e o meio ambiente.
A partir dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), voluntários cooperativistas têm trabalhado para o alcance das mais de 169 metas da agenda 2030. Os objetivos são grandiosos, do tamanho das questões contemporâneas. Tarefas como acabar com a fome, a insegurança alimentar e a agricultura predatória; garantir a educação inclusiva e equitativa de qualidade; alcançar a igualdade de gênero; reduzir as desigualdades; combater a mudança do clima e os seus impactos e, a cada minuto, é possível encontrar alguém cooperando para que mudanças aconteçam.
NECESSIDADE
Uma das pessoas que procura contribuir para que estas metas sejam alcançadas é a Tatiana Pereira de Souza, instrutora de informática da Cooperativa de Ensino de Ourinhos (SP). Para ela, todos os dias, ao acordar, devemos recordar que fazemos parte de uma sociedade que precisa cooperar por um mundo melhor. “São as nossas escolhas e atitudes que determinam se vivemos bem ou mal. A semente do voluntariado aumenta cada vez mais a corrente do bem, pois as atitudes simples movem o mundo. Juntos somos mais e fazemos melhor", diz.
UNIÃO
Lá no Norte do país a transformação a partir do trabalho voluntário também acontece. Por lá está o Artur Almeida, presidente da Cooperativa de Tecnologia do Acre (Cooperatec). Para ele, o Dia C é a porta para celebrarmos o cooperativismo. “É incrível saber que cooperados brasileiros estão unidos com o propósito de promover projetos que mudam vidas de Norte a Sul do Brasil. Ser um voluntário cooperativista é prazeroso é reconfortante”, pondera o presidente.
TALENTO
“O voluntário precisa ter uma força interior para não desistir frente aos obstáculos; seriedade para atuar com comprometimento e profissionalismo; desprendimento para doar seu tempo e energia, calor humano sobressalente para aquecer outras pessoas. E talento: não necessariamente uma habilidade específica, mas a capacidade de caminhar olhando para frente e, ao mesmo tempo, se preocupando em não deixar ninguém para trás”, comenta Márcio Lopes de Freitas, presidente do Sistema OCB, e parabeniza todos os voluntários pelo seu dia.
“A nossa forma de trabalho torna as cooperativas empresas únicas, distintas de centenas de milhares de estabelecimentos focados no lucro pelo lucro e não no lucro pelas pessoas, como se o ter fosse mais importante que o ser. Aproveito para convidar quem ainda não experimentou esta forma de trabalho que impacta positivamente a sociedade pra se unir ao movimento Dia de Cooperar e assim fazer com que mais atitudes simples mudem o nosso país e consequentemente o mundo”, finaliza.
SAIBA MAIS
A pesquisa Outras Formas de Trabalho 2017, divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostra que 7,4 milhões de pessoas realizaram trabalho voluntário, o equivalente a 4,4% da população de 14 anos ou mais de idade. O aumento foi de 12,9% em comparação a 2016.
Entretanto a pesquisa da World Giving Index 2018 – Charities Aid Foundation que publica o Índice Global de Solidariedade, com a medição da solidariedade em 146 países, aponta que o Brasil aparece em sétimo lugar em número absolutos (21 milhões de voluntários) e percentualmente na posição 109 (13%) da população envolvida em ações voluntárias. A pesquisa leva em consideração três modalidades: doação em dinheiro, ajuda a um desconhecido e voluntariado.
Para celebrar os 50 anos de sua criação, a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) realizou, 8 a 10 de maio, seu 14° Congresso, discutindo a construção do futuro do movimento diante do cenário econômico e político do país e do mundo, com mais de 1.300 participantes de todo o país.
Trata-se de um movimento que ganhou credibilidade ao longo deste meio século de existência, estando expressivamente presente nos diferentes segmentos socioeconômicos do Brasil, com cerca de 6.800 cooperativas atuantes que nucleiam mais de 14 milhões de cooperados. Para se ter uma ideia da importância dessas empresas, basta dizer que, na área rural, mais da metade da produção agropecuária nacional passa por cooperativas, com uma condição: a grande maioria dos associados é de pequenos e médios produtores. E, na área do crédito, o dado é ainda mais relevante: as cooperativas de crédito só cresceram depois da Constituição de 1988, na qual foram reconhecidas como integrantes do Sistema Financeiro Nacional e passaram a ser fiscalizadas pelo Banco Central, assim como já eram os demais bancos. Com isso, a evolução recente desse setor foi tão espetacular que, se todas as cooperativas de crédito integrassem um único banco de cúpula, este já seria o sexto maior do país, atrás apenas do Banco do Brasil, da CAIXA e dos privados Itaú, Bradesco e Santander. E é um velho sonho dos líderes cooperativistas que essa unicidade seja alcançada num futuro não muito distante.
No Congresso, foram discutidos alguns temas recorrentes nunca resolvidos até então. Entre eles, foi aprovada uma recomendação de que todas as cooperativas, de qualquer ramo de atividade, passassem a ter em seu Conselho de Administração pelo menos uma mulher e um(a) jovem. Antigos líderes não gostavam dessas ideias, argumentando que nos quadros sociais não havia representantes do sexo feminino ou da juventude suficientemente preparados para assumir um cargo nos Conselhos. Com isso, inibiam o acesso a tais pessoas.
Mas desta vez ficou aprovada a tese: mesmo que não existam mulheres ou jovens já capacitados para a função e, portanto, sem condições eleitorais, a direção da cooperativa cooptará pessoas indicadas nos seus comitês feminino e de juventude, que passarão a integrar o Conselho com direito a voz e sem direito a voto (para se diferenciar dos colegas eleitos).
Tal proposta ajudou na reafirmação de outros aspectos que têm a ver com o posicionamento das cooperativas no cenário global.
E aí ressalta a conceituação clara de que cooperativa é uma empresa; constituída sob a orientação da doutrina, margeada por valores e princípios universais, mas uma empresa. Presta serviços aos seus associados para que eles possam progredir econômica e socialmente, mas é uma empresa. Sendo assim, a cooperativa precisa estar inserida nos mercados de forma competitiva, com gestão profissional focada e eficiente, assumindo que a sustentabilidade da sua produção é elemento central da competitividade. Definitivamente, cooperativa não é sociedade beneficente, nem palco para amadores.
Num mundo tremendamente concorrencial, com “guerras comerciais” legítimas ou não – com lideranças mundiais desestabilizando instituições multilaterais construídas a duras penas por décadas, dando espaço para um neoprotecionismo que afetará os países emergentes –, as cooperativas serão elemento de destaque na defesa de pequenos e médios investidores de qualquer setor econômico, garantindo, assim, a inclusão social e a preservação da democracia no planeta.
Artigo publicado na revista Saber Cooperar.
A Comissão de Meio Ambiente (CMA) do Senado aprovou, nesta quarta-feira (28), o Projeto de Lei do Senado (PLS) 251/2018, do senador Wellington Fagundes (MT), quesubstitui o local onde deve ser registrada a informação de que a reserva legal (RL) de determinado imóvel está sendo cumprida sob a forma de Cota de Reserva Ambiental – CRA.
Pela redação atual da legislação, tal informação (cumprimento de RL por meio da CRA) deve ser averbada na matrícula dos imóveis envolvidos, ou seja, junto ao Cartório de Registro de Imóveis. Já o PL em questão propõe que tal informação passe a ser inscrita no Cadastro Ambiental Rural (CAR), de forma eletrônica.
COOPERATIVISMO
A senadora Leila Barros (DF), relatora na CMA, apresentou parecer favorável, conforme posicionamento da OCB, visto que a medida contida no PL é positiva e está alinhada com os anseios do setor cooperativista, no sentido de priorizar a desburocratização das medidas envolvidas para o cumprimento das obrigações ambientais.
Nesse sentido, a inscrição da informação no CAR (banco de dados destinado justamente para concentrar as informações ambientais dos imóveis rurais) é a medida mais adequada do que o previsto na legislação atual. Inclusive, por ocasião da tramitação do Código Florestal, a OCB já havia feito indicação com o objetivo de excluir qualquer vinculação das obrigações ambientais com o Registro de Imóveis (concentrando todas elas no CAR).
Caso não seja apresentado para deliberação pelo Plenário do Senado, o projeto seguirá para deliberação da Câmara dos Deputados.
Quatro startups que desenvolveram soluções para a cafeicultura participaram, na última quinta-feira (22/8), do Demoday do Avança Café – programa de pré-aceleração de startups do café. O evento, que ocorreu no Anfiteatro da Agência de Inovação do Café (InovaCafé) da Universidade Federal de Lavras (UFLA), ter por objetivo premiar os negócios que mais se desenvolveram ao longo de 12 de semanas de trabalho, realizadas no InovaHub e nos polos parceiros do Instituto Federal do Sul de Minas (IF Sul de Minas) em Muzambinho e Machado.
Após os pitches (discursos de venda) apresentados ao público, uma banca de avaliação reuniu-se para decidir quais startups receberiam a premiação, distribuída conforme a classificação: 1º lugar – R$ 10 mil; 2º lugar – R$ 7 mil; e 3º lugar – R$ 4 mil. Os valores deverão ser reinvestidos no desenvolvimento das próprias empresas.
JULGAMENTO
A banca foi composta pelo analista técnico e econômico da OCB, Tiago Barros, pelo chefe-geral da Embrapa Café, Antônio Guerra, pelo pesquisador da Gerência Adjunta de Transferência de Tecnologia da Embrapa Café, Antônio Heberlê, e pelo presidente da Minasul, José Marcos Magalhães. Após avaliarem critérios como discurso e histórico de participação das startups, os vencedores da noite foram ScanFito (1º lugar), QIPixel (2º lugar) e AgroRenda (3º lugar).
CAPACIDADE
“Trabalhamos com startups, pois sabemos o real poder de impacto desse tipo de negócio, que é escalável, repetível e altamente inovador. Ao pensarmos nessas empresas inseridas no mercado, vemos o quanto elas são capazes de melhorar a vida de todos os envolvidos na cadeia produtiva do café e, principalmente, dos pequenos e médios produtores”, ressaltou o coordenador do InovaHub, Rennan Campos. Segundo ele, é também objetivo do programa manter a competitividade da cafeicultura nos mercados nacional e internacional através da inserção de novas tecnologias.
Para o chefe-geral da Embrapa Café, Antônio Guerra, foi uma grata surpresa o resultado do programa. “Conhecemos jovens empreendedores que apresentaram ideias fantásticas de negócios e de tecnologias para o setor cafeeiro, que vão facilitar a vida das pessoas e gerar recursos. Essas equipes têm reais possibilidades de se tornarem empresas de sucesso e, assim, contribuir para toda a cadeia produtiva e para a sociedade”, declarou.
Conheça as startups finalistas:
- ScanFito (Lavras) – Utiliza VANTs (Veículos Aéreos Não Tripulados) e desenvolve tecnologia voltada para a aquisição e gestão da informação cafeeira, com o objetivo de reduzir custos e aumentar a produtividade.
- QIPixel (Lavras) – Oferece ao agrônomo agilidade e precisão no monitoramento das lavouras, gerando economia de tempo e deslocamento para a realização da diagnose.
- AgroRenda (Lavras) – De forma simples e intuitiva, viabiliza ao cafeicultor a gestão contínua de sua lucratividade a partir do levantamento facilitado dos custos e o acompanhamento dos preços no mercado físico e futuro.
- Viva Café (Machado) – Destina-se aos corretores e produtores com o propósito de facilitar a comunicação e viabilizar os negócios entre ambos, entregando novas formas de vendas aplicadas ao café.
AVANÇA CAFÉ
O Avança Café é uma iniciativa do InovaHub/InovaCafé, em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Café), por intermédio do Consórcio Pesquisa Café, e já tem anunciada sua segunda rodada, prevista para o segundo semestre deste ano.
Realizado de 27 de maio a 22 de agosto, o programa priorizou projetos com base em Tecnologia da Informação (T.I). Em um futuro próximo, pretende-se expandir sua abrangência para projetos de hardware. Foram executadas, na primeira rodada, as etapas de Prospecção, Sensibilização e Pré-Aceleração. Nesta última, foram realizadas as seguintes fases: Formação de Equipe, Validação de Dor de Mercado, Mínimo Produto Viável (MVP), Pitch, Desenvolvimento de Produto, Mercado, Financeiro, Vendas, Marketing e Planejamento Estratégico.
Na metade do ciclo, foi realizada uma banca tipo exportação, eliminando os projetos que não atingiram o grau de desenvolvimento esperado. Na ocasião, 75% das equipes foram desligadas do programa, restando quatro equipes que seguiram até o final do processo, já realizando suas primeiras vendas. (Fonte: Ascom InovaCafé)