O Dia Internacional do Cooperativismo, celebrado sempre no primeiro sábado de julho está movimentando o Brasil. Depois de amanhã, dia 5/7 ações por todo o país reforçarão o que os brasileiros já sabem: o cooperativismo é um modelo econômico sustentável que dá certo e gera inclusão financeira por meio de emprego e renda.
E para falar sobre essa força pujante que é o cooperativismo, bem como sua realidade no Brasil, o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, foi o convidado especial do programa Mercado&Companhia, do Canal Rural, de hoje. A participação foi ao vivo e deu-se por meio de um bate-papo entre o líder cooperativista e o jornalista João Batista Olivi.
Em uma de suas falas, o presidente do Sistema OCB comparou a realidade das cooperativas com a maturidade da população brasileira. “As pessoas quando saíram às ruas no ano passado, desejavam participação e cidadania e a cooperativa propicia isso: que as pessoas participem de um processo amplo, colaborando do seu modo, com sua opinião, força e trabalho. O cooperativismo é um agente de inclusão social”, argumenta.
PESSOAS - Segundo Márcio Freitas, o cooperativismo só deu e dá certo no Brasil, porque é uma ferramenta importante para o desenvolvimento das pessoas. “Costumo dizer que uma cooperativa cultiva seu capital social, porque o principal insumo dela é gente. A cooperativa tem, por norma, cultivar a confiança entre os indivíduos que a compõe. Isso resulta em inclusão, transparência e democracia. E é isso que o brasileiro está pedindo”, reforça o líder.
Para ele, a cooperativa atende – como uma luva – às demandas das sociedades modernas, como é o caso da brasileira. “Ao cultivar os princípios e os valores do cooperativismo, a cooperativa cria um ambiente propício ao desenvolvimento sustentável da economia nacional. A prova disso é que onde nós temos cooperativas bem estruturadas, temos também um agente de desenvolvimento local. E temos muitos exemplos em todos os estados brasileiros”, garante Márcio Freitas.
ELEIÇÕES – Para o cooperativista, o setor tem se deparado com problemas sérios, cujas soluções dependem do futuro governante do país. “Eu diria à pessoa vencer a disputa pelo Palácio do Planalto, que cultive mais as ferramentas modernas que a sociedade quer. E o cooperativismo é uma delas e para cultiva-lo é preciso ter um entendimento amplo do que é o dia a dia de uma cooperativa e de sua necessidade de uma tributação adequada e justa”, conclui o presidente do Sistema OCB.
5 de Julho - Dia Internacional do Cooperativismo
O Dia Internacional do Cooperativismo (DIC), comemorado anualmente no primeiro sábado do mês de julho, é uma data para reflexão sobre a grande responsabilidade do trabalho das cooperativas para o fortalecimento de valores como a igualdade e a preocupação com o semelhante.
De acordo com a Aliança Cooperativa Internacional (ACI) o interesse pela comunidade é um dos valores do movimento cooperativo e por isso a necessidade de promover condições de vida favoráveis para as comunidades.
Neste ano, o 92º Dia Internacional do Cooperativismo tem como tema “Cooperativas conquistam desenvolvimento sustentável para todos”, o que sugere que as cooperativas demonstrem na prática que a sustentabilidade é parte intrínseca do cooperativismo. A sustentabilidade econômica, social e ambiental do segmento cooperativista está entre os objetivos do Plano de Ação para uma década Cooperativa.
O Sistema OCB, em Mato Grosso do Sul, aproveitou o tema para demonstrar como as cooperativas são o modelo mais adequado para desenvolver e construir a sustentabilidade no século XXI. Um grande encontro entre cooperados, parceiros e representantes de vários setores celebrou o momento vivido pelo setor cooperativista no Estado.
Tema
O tema proposto para o Dia Internacional das Cooperativas, demonstra que o interesse da comunidade é um dos valores fundadores do movimento cooperativo e, como tal, a necessidade de salvaguardar, de forma sustentável, condições de vida favoráveis para as comunidades é a base das ações e da visão de todas as cooperativas.
A sustentabilidade é a capacidade de apoiar, manter ou resistir. O conceito evoluiu para abranger a inclusão das dimensões ambiental, econômica e social. Mais uma vez, as cooperativas aparecem aqui como os precursores da sustentabilidade moderna. Ao se concentrarem as necessidades humanas, elas respondem à crise de sustentabilidade atual e oferecem uma forma peculiar de “valor compartilhado”.
Nos últimos cinco anos, a sustentabilidade tem ocupado os debates no meio empresarial, da produção industrial e rural ao comércio e serviços. As empresas e entidades dos diversos segmentos buscam alinhar suas estratégias e sua gestão a uma governança com perfil sustentável.
O grande objetivo é conciliar os princípios da sustentabilidade às realidades de cada empresa, segmento e tipo de negócio, e desenvolver ações junto as comunidades. No cooperativismo, porém, há uma vantagem no entendimento da sustentabilidade nos negócios. Tudo é pensado e feito com foco no coletivo.
O desenvolvimento sustentável é para as cooperativas um princípio de valoração na relação entre seus associados e a sua atividade. Crescer e buscar resultados positivos é uma questão coletiva, onde todos são responsáveis pelas conquistas. E o valor social ou ambiental gerado desse esforço coletivo é devidamente distribuído conforme o envolvimento de cada um.
A sustentabilidade no cooperativismo representa a essência do nosso negócio, o ser cooperativo. E esse conceito reflete o princípio da sustentabilidade: o olhar responsável e comprometido diante do resultado de qualquer ação, seja ela na gestão, na educação e na relação com a comunidade. O cooperativismo e o desenvolvimento sustentável são, cada vez mais, um sinônimo do outro. Sem o comprometimento com o coletivo, o cooperativismo não existe.
Ter uma postura cooperativa é o caminho para a diminuição de conflitos e para um crescimento gradual de todos.
5 de Julho - Dia Internacional do Cooperativismo
O 5 de Julho propõe uma reflexão sobre a atuação das cooperativas. Desde a retomada do cooperativismo no mundo moderno, em 1844 pelos pioneiros de Rochdale, as cooperativas têm demonstrado seu potencial ao fortalecimento de valores como a igualdade e a preocupação com o semelhante, possibilitando o acesso ao mercado de trabalho e financeiro, fomentando a geração de emprego e renda.
Os sete princípios do cooperativismo:
Adesão voluntária e livre – as cooperativas são organizações voluntárias, abertas a todas as pessoas aptas a utilizar os seus serviços e assumir as responsabilidades como membros, sem discriminações de sexo, sociais, raciais, políticas e religiosas.
Gestão democrática – as cooperativas são organizações democráticas, controladas pelos seus membros, que participam ativamente na formulação das suas políticas e na tomada de decisões. Os homens e as mulheres, eleitos como representantes dos demais membros, são responsáveis perante estes. Nas cooperativas de primeiro grau os membros têm igual direito de voto (um membro, um voto); as cooperativas de grau superior são também organizadas de maneira democrática.
Participação econômica dos membros – os membros contribuem eqüitativamente para o capital das suas cooperativas e controlam-no democraticamente. Parte desse capital é, normalmente, propriedade comum da cooperativa. Os membros recebem, habitualmente, se houver, uma remuneração limitada ao capital integralizado, como condição de sua adesão. Os membros destinam os excedentes a uma ou mais das seguintes finalidades: desenvolvimento das suas cooperativas, eventualmente através da criação de reservas, parte das quais, pelo menos será, indivisível; beneficios aos membros na proporção das suas transações com a cooperativa; e apoio a outras atividades aprovadas pelos membros.
Autonomia e independência – as cooperativas são organizações autônomas, de ajuda mútua, controladas pelos seus membros. Se firmarem acordos com outras organizações, incluindo instituições públicas, ou recorrerem a capital externo, devem fazê-lo em condições que assegurem o controle democrático pelos seus membros e mantenham a autonomia da cooperativa.
Educação, formação e informação – as cooperativas promovem a educação e a formação dos seus membros, dos representantes eleitos e dos trabalhadores, de forma que estes possam contribuir, eficazmente, para o desenvolvimento das suas cooperativas. Informam o público em geral, particularmente os jovens e os líderes de opinião, sobre a natureza e as vantagens da cooperação.
Intercooperação – as cooperativas servem de forma mais eficaz aos seus membros e dão mais – força ao movimento cooperativo, trabalhando em conjunto, através das estruturas locais, regionais, nacionais e internacionais.
Interesse pela comunidade – as cooperativas trabalham para o desenvolvimento sustentado das suas comunidades através de políticas aprovadas pelos membros.
Segundo dados da Organização das Cooperativas Brasileiras, em 2012 havia mais de 11,1 milhão de cooperados em 6.603 cooperativas, gerando quase de 322 mil empregos diretos. O cooperativismo também tem sido um grande propulsor da economia brasileira. No ano passado, 152 cooperativas brasileiras exportaram U$ 6,07 bilhões para 143 países.
Este foi o terceiro maior resultado alcançado desde 2007. Dessa forma, as exportações de cooperativas brasileiras foram equivalentes a todas as exportações do Uruguai no mesmo período.
PESSOAS – Segundo o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, o cooperativismo só deu e dá certo no Brasil, porque além de ser uma ferramenta importante para o desenvolvimento econômico, tem uma grande preocupação com as pessoas. “Costumo dizer que uma cooperativa cultiva seu capital social, porque o principal insumo dela é gente. A cooperativa tem, por norma, cultivar a confiança entre os indivíduos que a compõe. Isso resulta em inclusão, transparência e democracia. E é isso que o brasileiro está pedindo”, reforça o presidente.
Para ele, a cooperativa atende – como uma luva – às demandas das sociedades modernas, como é o caso da brasileira. “Ao cultivar os princípios e os valores do cooperativismo, a cooperativa cria um ambiente propício ao desenvolvimento sustentável da economia nacional. A prova disso é que onde nós temos cooperativas bem estruturadas, temos também um agente de desenvolvimento local. E temos muitos exemplos em todos os estados brasileiros”, garante Márcio Freitas.