Para ministro inglês, Brasil é exemplo na economia de baixo carbono

O Brasil foi citado pelo ministro britânico de Relações Exteriores, William Hague, como bom exemplo no enfrentamento das mudanças climáticas e em ações voltadas ao meio ambiente. “O Brasil gera metade de sua energia por meio de fontes renováveis e limpas, e está enfrentando este desafio”, defendeu Hague em seu discurso sobre o tema, durante reunião do Conselho de Relações Exteriores (CFR, sigla em inglês), em Nova York, nessa segunda-feira, 27 de setembro.

Para o ministro, o país não se encaixa no “dilema” em que se encontram outros países em desenvolvimento, por serem mais vulneráveis aos efeitos do clima. “As economias emergentes enfrentam um dilema. Em geral, são mais vulneráveis aos efeitos diretos das mudanças climáticas, mas se preocupam, também, que ações voltadas ao meio ambiente afetem o desenvolvimento” , completou.

No Brasil, 47% da energia produzida é renovável. A responsável por essa matriz energética limpa é o etanol produzido da cana-açúcar. A previsão da safra de cana-de-açúcar que está sendo moída este ano é de 651 milhões de toneladas.

O CFR é uma organização independente, criada em 1921, e dedicada à promoção de estudos em termas de relações internacionais e que publica a influente revista Foreing Affairs. (Mapa, com informações da Embaixada do Reino Unido)

 

Campo Grande ganha cooperativa de orgânicos

Campo Grande ganha cooperativa de orgânicos

Nesta quinta-feira, 30 de setembro foi empossada a primeira diretoria da Cooperativa dos Produtores Orgânicos da Agricultura Familiar de Campo Grande/MS (Organocoop). A solenidade de posse aconteceu no auditório da Famasul.

Quem assume a presidência da Organocoop é o produtor rural Osmar Schossler, que conta que durante o processo de formação da cooperativa teve que peneirar os membros para aceitar somente aqueles cuja produção se adequava aos critérios da certificação. Assim, com um grupo unido e coeso, ele propõe as primeiras ações: “Vamos reunir todo mundo e formar um plano de comercialização, separar o que cada um vai plantar e montar um escalonamento para que nós sempre tenhamos produto para fornecer”.

Atualmente, nenhum produtor rural de Mato Grosso do Sul possui ainda a certificação orgânica. No entanto, alguns grupos estão se organizando para buscar facilitar esse processo, como a Organocoop. É que por determinação da lei, a partir do ano que vem nenhum produto poderá ser comercializado sob o rótulo de orgânico, natural ou agroecológico sem que esteja devidamente certificado.

Outra das inovações propostas pela cooperativa será a instituição da “cesta domiciliar”. Schossler conta que essa já é uma prática presente em outras cidades do país, e que planeja iniciá-la na Capital. “A pessoa pode fazer seu pedido por telefone ou internet, e nós levamos a cesta de orgânicos diretamente na casa dela”, relata.
 

Produtividade agropecuária do Brasil é uma das maiores do mundo

A produtividade da agropecuária brasileira é uma das mais altas do mundo, com crescimento médio anual de 3,57% de 1975 a 2009. Uma pesquisa do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) analisou o comportamento do setor nos últimos 35 anos e aponta que o Brasil está à frente de outros países com tradição na produção e exportação de alimentos. Os Estados Unidos, por exemplo, apresentaram média de crescimento anual de 1,87%, no período de 1975 a 2008, segundo informações do Departamento de Agricultura daquele país (USDA, sigla em inglês). No Brasil, a avaliação dos últimos dez anos (2000-2009) mostra que esse incremento foi de 5,39% ao ano.

A taxa média de variação anual da produtividade nesse período recente é consideravelmente superior aos 2,85% registrados entre 1990 e 1999 e aos 2,25% observados entre 1980 e 1989. O coordenador de Planejamento Estratégico do Mapa, José Gasques, um dos autores do estudo, explica que os principais fatores que impulsionaram esse bom desempenho foram a política de crédito e os investimentos na pesquisa agropecuária. “O financiamento para a compra de insumos e capital, como máquinas, fertilizantes e defensivos, além do trabalho desenvolvido pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), foram essenciais para que o país crescesse em produtividade”, comenta.

Dois momentos importantes no crédito rural foram as décadas de 1970 e 1980, épocas de formação e acumulação de capital, e o período dos anos 2000, durante a criação de programas e linhas de crédito para a modernização do setor, como o Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras (Moderfrota). Entre 2000 e 2009, o volume de crédito rural concedido a produtores e cooperativas aumentou 153%, em valores reais.

O desenvolvimento de variedades agrícolas mais produtivas, resistentes às mudanças climáticas e adaptadas ao meio ambiente, além da geração novos métodos de cultivo, foram alguns dos resultados obtidos pela pesquisa agropecuária nos últimos 35 anos. Essas ações também foram decisivas para alavancar o setor agropecuário, em especial a produção de grãos. “O período analisado coincide com a expansão da ocupação do Cerrado e da produção de grãos naquela área, que foram, em grande parte, propiciadas pela Embrapa”, afirma o coordenador.

Vinculada ao Ministério da Agricultura, a empresa conta com mais de três mil pesquisadores, 1,2 mil projetos de investigação e orçamento de R$ 1,8 bilhão. Essa combinação vem contribuindo para que a Embrapa atenda a desafios específicos do setor, a exemplo da produção sustentável para geração de bioenergia, do intercâmbio e disseminação de recursos genéticos em diferentes sistemas de produção e do aumento da eficácia dos fertilizantes.

O estudo corrobora, ainda, que a produtividade brasileira não é influenciada pelo avanço da área, seja de lavouras ou pastagens. Ao longo do período estudado, a área passou de 209 milhões para 219 milhões de hectares. Entre 1975 e 2009, a produção de grãos no Brasil aumentou 240%, enquanto a área foi expandida em 44%. “Esse é um dos exemplos mais notáveis do crescimento da produtividade agrícola”, defende Gasques.
Do mesmo modo, a produção de carne bovina (peso de carcaças) por hectare de pastagem aumentou de 10,8 para 42,3 quilos por hectare nas últimas três décadas. A produção total de carne passou de 2,7 milhões para 19,5 milhões de toneladas entre 1975 e 2009, ou seja, aumentou sete vezes.
O uso de tecnologia também teve grande incremento nesses últimos 35 anos. Gasques destaca que a aplicação de fertilizantes em lavouras permanentes e temporárias, passou de 45,6 para 123,3 quilos por hectare no período estudado, enquanto o número de máquinas agrícolas utilizadas passou de 334,8 mil, em 1975, para 528,65 mil, em 2009. “Esses números ajudam a representar os acréscimos de produtividade agropecuária observados nos últimos anos no Brasil”, avalia.
Foram utilizadas para os cálculos de produtividade informações de 35 produtos das lavouras permanentes, 31 das culturas temporárias e os dados sobre abate divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). (Fonte: Mapa)

 

Sescoop reúne conselheiros em Brasília

Ampliar e alinhar o conhecimento dos conselhos fiscais dos estados com o Nacional e apresentar as diretrizes aprovadas no Planejamento do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop) será o objetivo do Encontro de Conselheiros Fiscais Estaduais do Sescoop que acontece a partir de amanhã (6/10), na sede do Sescoop, em Brasília (DF). O Sescoop/MS está representado por seus conselheiros fiscais José Shirota, Waldir Grimm e Justiano Vavas.

O evento terá como palestrante André Luís de Carvalho, ministro-substituto do Tribunal de Contas da União. Ele vai falar das “Responsabilidades dos Conselheiros na Visão do Tribunal de Contas da União”. O encontro também terá a participação do professor da FGV/EBAPE, Joaquim Fontes Filho, do mestre em Direito, Ruben M. Seidl e do contador João Verner Juenemann.

 

Cooperativas e eleicões

"O poder emana do povo, logo as pessoas devem sim se organizar e discutir para melhor escolher os seus líderes e lhes dar condições para que se tornem candidatos aptos a disputar uma posição no cenário político do país"

Márcio Lopes de Freitas - Presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB)

Buscar uma representação política atuante e comprometida com o cooperativismo a partir do exercício da cidadania. Estamos falando de uma preocupação do Sistema Cooperativista Brasileiro, que se concretizou como direito com a nova lei eleitoral, 12.034, sancionada em setembro do último ano. A nova legislação confere ao setor as mesmas condições de participação nesse processo de representação política que outras empresas, de formas econômicas distintas. A atitude eleitoral vai além do direito de votar e ser votado, é verdadeiro ato cívico. O poder emana do povo, logo as pessoas devem sim se organizar e discutir paramelhor escolher os seus líderes e lhes dar condições para que se tornem candidatos aptos a disputar uma posição no cenário político do país.

Nesse sentido, nada mais legítimo que o cooperativismo, com tamanha expressividade econômica e social, tenha o direito de apoiar e escolher aqueles que serão seus representantes no Legislativo, seja em âmbito federal, estadual ou municipal. O setor atua em 13 ramos de atividades econômicas, reunindo 7.261 cooperativas, 8,2 milhões de associados e 274.190 empregados. Sua atuação acontece tanto no meio rural quanto no urbano. O setor responde por 5,39% do PIB brasileiro e por umamovimentação econômico-financeira de R$ 88,5 bilhões. Para a conquista desse espaço, visando o crescimento constante, a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB)atua há 40 anos em defesa das causas cooperativistas junto aos Três Poderes e outras instituições. Assim como os demais setores da economia, o cooperativismo tem carência de políticas públicas que atendamas suas necessidades.

Para o direito de escolha ser pleno e cada vez mais consciente, os cidadãos devem se organizar, discutir e fortalecer a representação de seu segmento econômico e social. Isto representa o exercício coletivo da cidadania. Não significa doação de recursos,mas comprometimento com os candidatos, e destes para com o setor cooperativista, não importando a bandeira ideológica ou partidária, e sim o compromisso com as causas do cooperativismo. E, no âmbito do Congresso, a defesa desses temas tem na atuação da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop) um fator determinante. Uma das mais antigas frentes, criada em 1986, a Frencoop, neste último mandato, contou com o empenho de 245 parlamentares que representaram o cooperativismo na Câmara dos Deputados e no Senado Federal.

Os resultados desse trabalho são vistos a cada ano e nos 13 ramos de atividades econômicas em que o cooperativismo se faz presente. As vitórias são decorrentes do comprometimento de dirigentes do sistema e parlamentares de todo país, e o caminho está em dar continuidade a esse processo. Somos organizações de pessoas e nossa força está justamente neste diferencial. Por tudo isso, mais uma vez, estaremos unidos também na escolha de nossos representantes. Vamos contribuir para o correto exercício da democracia e para a consolidação e o desenvolvimento do Sistema Cooperativista Brasileiro.

Veículo: Brasil Econômico
Publicado em: 04/10/2010 - 07:00

 

Image
SISTEMA OCB © TODOS OS DIREITOS RESERVADOS.