Superar desafios e tornar as metas do desenvolvimento sustentável, propostas pela ONU, mais próximas de serem alcançadas. Estes foram a tônica dos discursos durante os debates do Seminário Internacional Cooperativismo e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, realizado pelo Sistema OCB entre segunda-feira e quarta-feira, em Brasília.
Os painelistas apresentaram as ações realizadas nos seus países. Embora o foco das discussões do seminário esteja centrado no ODS 8 (crescimento econômico) e ODS 9 (inovação), muitos exemplos de cooperativas cumprem também outros ODS, em especial o ODS 2 (Fome Zero e Agricultura Sustentável).
No painel dedicado às questões de inovação, casos de sucesso ilustraram as falas de Rafael Sampaio Vale, presidente da Cooperativa Brasileira de Energia Renovável (Coober), do representante da Federação chinesa de Cooperativas de Fornecimento e Marketing, Zhang Wangshui e Steve Otieno, representante da Organização Cooperativa do Quênia, que mediou o debate.
SUCESSO
Localizada no município de Paragominas, no Pará, a cooperativa Coober chama a atenção pelo potencial de crescimento do negócio enraizado em plena Amazônia. Naturalmente inovadora, a cooperativa surgiu a partir da união de 23 pessoas que, em 2016, decidiram produzir a própria energia. Atualmente, investe em pesquisas direcionadas aos modelos de geração a gás e fotovoltaico (solar).
O que era antes uma atividade desconhecida para a região tornou-se objeto de investigação. Agora, mensalmente, a Coober recebe visitas de escolas públicas e privadas interessadas em conhecer o trabalho da cooperativa.
O caso da Coober também tem atraído a curiosidade de novos empreendedores que sonham em produzir também a própria energia. Segundo, Rafael, eles recebem visitas de gente de São Paulo, do Rio Grande do Norte, do Rio Grande do Sul, do Ceará, do Maranhão, sempre em busca de conhecimento, para replicar o modelo.
Durante sua participação do seminário, ele também ressaltou que o setor ainda tem muito a crescer. “Para você ter uma ideia, nós temos atualmente no Brasil, cerca de 130 mil unidades consumidoras que produzem a própria energia. Dessas, apenas nove ou dez são cooperativas. Mas, ao todo, temos 83 milhões de unidades consumidoras no geral”, comparou. Além disso, segundo Rafael, a produção de energia fotovoltaica gera muitos empregos, impactando positivamente as comunidades.
Na tarde desta segunda-feira (28) a equipe do Núcleo de Desenvolvimento Humano (NDH), responsável em atender os médicos cooperados da Unimed Campo Grande, fez doações de leite para a instituição Recanto da Criança, localizada em Campo Grande. O Sistema OCB/MS estava presente na entrega.
A campanha de arrecadação promovida pela cooperativa foi em alusão ao Dia das Crianças, comemorado no dia 12 de outubro. Ao todo, foram arrecadados quase 500 unidades, entre latas e sachês de leite em pó, além de caixinhas de Tetra Pak.
O Recanto da Criança funciona no período vespertino e atende em média 70 crianças da região do Jardim Campo Belo, com idades entre seis e 15 anos.
No local são oferecidas diversas atividades culturais e extracurriculares, como aulas de tênis, violão, percussão, street dance, informática redação e artesanato. O objetivo é fazer com essas crianças tenham a oportunidade de desenvolver atividades além das aulas no ensino regular, como uma alternativa para ficar longe das ruas.
Além da doação de leite, a cooperativa ajuda também com o ensino de esportes, oferecendo aulas de tênis a todas as crianças interessadas em aprender essa modalidade do esporte.
Iniciativa reuniu cerca de 80 mulheres
No dia 25 de outubro, na ACISGA, ocorreu uma palestra de conscientização do projeto “Outubro Rosa – Se conheça, se ame e se cuide”, que tem como propósito realizar ações e atividades voltadas a autoestima da mulher, que estimulem o cuidado com a saúde feminina, especialmente neste mês de Outubro em que acontece a Campanha de Prevenção ao Câncer de Mama.
Essa iniciativa faz parte do Programa Somar e Prosperar e reuniu cerca de 80 mulheres entre Colaboradoras, Cooperadas e Esposas e Filhas de Cooperados (as), que assistiram a palestra da psicóloga Chloé Pissini.
“A finalidade desse evento foi evidenciar a importância da mulher no âmbito social em que está inserida, fazendo com que seja valorizada pela cooperativa, tanto em seu contexto social quanto corporativo”, destacou o presidente da COOASGO, Sérgio Marcon.
Ao final do evento, as mulheres se confraternizaram em um jantar e participaram de um bingo com diversos prêmio, como um voucher de R$ 500,00 na Clínica de Estética Geovana Viana; um voucher de R$ 200,00 da OH2 Academia e uma limpeza de pele Biofontônica na Clínica de Estética Geovana Viana.
Nos últimos anos têm se popularizado cada vez mais opções de produtos financeiros, especialmente investimentos que prometem altas taxas de rentabilidade. Mas, muitas vezes, a realidade é um pouco diferente daquilo que é oferecido ou compreendido pelas pessoas. Isso porque junto a uma boa rentabilidade, é comum haver taxas de administração, incidência de impostos, baixa liquidez e outras características que devem ser sempre questionadas para que se avalie se o serviço atende realmente à necessidade e não haja surpresas no futuro.
Um dos investimentos mais simples e seguros até hoje é a poupança. Suas regras são definidas pelo Banco Central, sendo que somente instituições autorizadas e fiscalizadas pelo órgão podem oferecer o produto. A caderneta de poupança oferece remuneração garantida. Fora, ainda, que não há incidência de tributação para pessoa física e jurídica sem fins lucrativos.
Além dessas características, sobre os valores aplicados em poupança não há taxa de administração, que gera o mesmo efeito dos impostos de redução da remuneração bruta oferecida no produto. Considerando isso, a modalidade pode, atualmente, bater outros investimentos. É sempre fundamental levar em consideração todos os fatores que influenciam na escolha do investimento mais adequado. Nessa equação, o valor a ser investido e o tempo que você está disposto a esperar para o resgate também são muito importantes. No mercado há produtos, por exemplo, que só podem ser resgatados pelos clientes 45 dias após o pedido ser realizado junto ao banco e esse fator nem sempre é alertado.
Um levantamento divulgado em junho de 2019 pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) apontou que a caderneta de poupança ainda é a escolha de 65% das pessoas que economizam dinheiro. O problema é que as mesmas entidades indicam que 67% dos brasileiros não guardam nenhuma parte dos seus rendimentos mensais. A educação financeira é fundamental para a mudança desse quadro e os números indicam que o cenário pode estar melhorando. Dados do Banco Central de 2018 apontam que, no ano, o volume de depósitos chegou a R$ 2,252 trilhões, o melhor resultado para a aplicação desde 2013.
No Sicredi, instituição financeira cooperativa com mais de 4 milhões de associados e presente em 22 estados brasileiros e no Distrito Federal, a poupança é um dos focos da instituição, tendo em vista que ela incrementa e fomenta o crédito rural, modalidade muito importante para parte dos associados que são produtores rurais. No ano passado, a carteira de poupança do Sicredi teve incremento de R$ 3,7 bilhões (crescimento de 38,7% em relação a 2017), alcançando o volume total de R$ 13,3 bilhões. Atualmente, já são mais de R$ 14,9 bilhões investidos por mais de dois milhões de poupadores do Sicredi.
Considerando tudo isso, a poupança continua sendo uma boa alternativa para quem deseja começar a investir, uma vez que é um produto cujo funcionamento é simples, a rentabilidade é garantida, o dinheiro aplicado fica disponível para resgate imediato e oferece a segurança de um produto regulado pelo Banco Central. Quem investe em poupança em uma cooperativa de crédito ainda conta com o Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito (FGCoop), com cobertura de até R$ 250 mil por CPF ou CNPJ. Isso sem contar que, quando você investe na poupança com o Sicredi, está colaborando com o desenvolvimento local, pois o dinheiro aplicado volta em forma de crédito rural para a sua região e ainda pode gerar uma renda extra na hora da distribuição dos resultados da sua cooperativa.
O governo federal tem trabalhado na prospecção de mercados para os lácteos brasileiros. A China é um exemplo disso. Além disso, há ainda a expectativa de como será o mercado de lácteos, quando da entrada em vigor do acordo da União Europeia com o Mercosul. E para debater sobre a possibilidade de acordos comerciais entre Brasil e esses países, representantes dos produtores, de cooperativas, da indústria e do governo federal participaram nesta terça-feira (29), de uma audiência pública na Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural da Câmara dos Deputados, em Brasília.
A audiência pública foi convocada pelo deputado Celso Maldaner (SC), membro da diretoria da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), contou com a participação de representantes da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). Também estiveram presentes especialistas do Ministério da Agricultura, da Embrapa, da Apex-Brasil, da Confederação Nacional da Agricultura, da Associação Brasileira dos Produtores de Leite, da Associação Brasileira de Laticínios e da Associação Brasileira das Pequenas e Médias Cooperativas e Empresas de Laticínios.
PAPEL DA CÂMARA
O deputado Celso Maldaner disse que acredita que a Câmara tem papel importante na melhoria de competitividade. “Temos que sensibilizar o Governo para ter uma política de mais suporte, principalmente na área de assistência técnica e infraestrutura, e dar mais apoio ao nosso produtor de leite”, argumenta.
DEVER DE CASA
De forma geral, todos os elos do setor lácteo se mostraram satisfeitos com o empenho do governo em ampliar os mercados, especialmente considerando a China e a União Europeia. Entretanto, foram unânimes em ressaltar a necessidade de, antes de atuar com foco no mercado externo, é preciso fazer um grande dever de casa antes.
Fernando Pinheiro, analista técnico e econômico da OCB, explicou que é preciso trabalhar no desenvolvimento de políticas para lidar com o excesso de produção, ao contrário do que ocorria no passado quando o Brasil era dependente das importações de lácteos. “Atualmente, aumentos de 2% na produção são suficientes para influenciar no mercado de lácteos”, explica.
POLÍTICAS
Na visão da OCB, a implementação de políticas para o desenvolvimento da competitividade do setor, passa, necessariamente pela desoneração tributária da cadeia produtiva, por investimentos em infraestrutura e comunicação e pela adoção de práticas que assegurem a prática leal do comércio internacional.
“Sabemos produzir e temos todas as condições para isso. Um exemplo é que só no primeiro semestre deste ano, a produção cresceu 5%. Mas, e o consumo? Os números mostram que o consumo, atual, está nos níveis de 2012, ou seja, 166 litros/habitante/ano. Só dá pra pensar em mercado externo, quando toda a cadeia estiver, internamente, não só organizada, mas fortalecida”, conclui.
OPORTUNIDADE
Para o representante do Ministério das Relações Exteriores Alexandre Ghisleni, com o devido investimento e apoio governamental, quando o acordo estiver plenamente válido, o setor lácteo poderá estar muito diferente e talvez até ter subido na posição entre os maiores produtores e consumidores de laticínios. Hoje, estamos entre os cinco maiores.
Contudo, para o analista Técnico e Econômico da OCB, a cota para os queijos prevista no acordo, quando de sua plena entrada em vigência, gera preocupação, pois está muito próxima do que realizamos hoje apenas com o MERCOSUL. Embora a cota seja recíproca para o MERCOSUL, a exportação para a União Europeia não é a melhor oportunidade para os produtores brasileiros.
NÚMEROS
- Em todo o mundo, o mercado de leite e derivados tem 1,4 bilhão de consumidores.
- Só de leite em pó, a China importa 800 milhões de toneladas por ano – mais do que toda a produção brasileira, que é de 600 milhões de toneladas.
- O Brasil é o terceiro maior produtor de leite no mundo, com 33,8 bilhões de litros.
- A Organização Mundial de Saúde preconiza uma média de consumo estimada em 200 litros de leite, por habitante, por ano. Na China, esse consumo é alcança apenas ¼ dessa estimativa.
- No Brasil, segundo dados do IBGE, existem 1.170 mil produtores de leite.