Estão abertas, até 15 de maio, as inscrições para submissão de trabalhos para o 7º Encontro Brasileiro de Pesquisadores em Cooperativismo (EBPC), que será realizado pelo Sistema OCB em setembro. Com o tema Sustentabilidade no cooperativismo: competitividade, inovação e diversidade, a entidade pretende estimular estudos que visem maior eficácia e eficiência nos processos das cooperativas para que atinjam novo patamar de competência por meio da percepção, avaliação e compartilhamento de conhecimentos e experiências.
O evento, que acontece a cada dois anos, é aberto ao público que pode conhecer o que vem sendo realizado pelo coop. No entanto, o EBPC é direcionado aos pesquisadores, gestores e dirigentes de cooperativas, profissionais do sistema de aprendizagem e representação, e elaboradores de políticas públicas.
“Este é o único evento direcionado exclusivamente para pesquisadores em cooperativismo. Pretendemos, novamente, alcançar toda a comunidade acadêmica, pesquisadores, universidades e Unidades Estaduais do Sistema OCB para que eles colaborem, por meio de seus artigos, com a apresentação de desafios e soluções para impulsionar o cooperativismo, em especial, nas questões de responsabilidade ambiental, cuidado social e gestão e governança, o nosso ESGCoop”, declarou o presidente do Sistema OCB, Marcio Lopes de Freitas.
Os pesquisadores podem se inscrever em três modalidades: artigo científico, artigo de iniciação científica e relatos de experiências nas seguintes áreas temáticas: Contabilidade, Finanças e Desempenho; Educação, Inovação e Diversidade; Governança e Gestão; Identidades Cooperativas e Direito Cooperativo; e Impactos e Contribuições Econômicas, Sociais e Ambientais.
De 3 de março a 15 de maio os artigos podem ser submetidos para avaliação. A divulgação dos trabalhos aprovados está prevista para 21 de julho. Entre 21 de julho e 21 de agosto os autores dos trabalhos selecionados poderão se inscrever também como participantes do EPBC. O público em geral poderá fazer inscrição para participar do encontro entre 21 de julho e 1º de setembro. O evento será realizado de 25 a 27 de setembro, no formato presencial, em Brasília.
Para estimular as contribuições acadêmicas sobre o coop, a plataforma CapacitaCoop lançou a trilha de aprendizagem Programa Pesquisa Científica do Cooperativismo, totalmente gratuita. A trilha é composta por cinco cursos: Estatística Básica; Fichamento, Resumo e Resenha; Como elaborar projetos de pesquisa; Escrita acadêmica; e Descomplicando o Lattes.
Sobre o EBPC
O primeiro EBPC aconteceu em 2010 e teve como objetivo fomentar o intercâmbio de pesquisadores e a produção técnica e científica sobre cooperativismo, em diversas áreas do conhecimento, além de promover uma maior integração entre as necessidades de pesquisa das cooperativas brasileiras e as pesquisas acadêmicas. O tema explorado foi a importância e a necessidade de adaptar os comportamentos das organizações ao novo paradigma da sustentabilidade.
A Organização das Nações Unidas (ONU) denominou 2012 como o Ano Internacional das Cooperativas e o EBPC, em sua segunda edição, explorou o tema da ONU: Ano Internacional das Cooperativas: cooperativas constroem um mundo melhor. A edição então se debruçou em promover reflexões sobre o papel das cooperativas no processo de desenvolvimento socioeconômico. Nos artigos foram abordadas as temáticas: Princípios, História e Doutrina Cooperativista; Cooperativismo, Economia e Desenvolvimento; Economia Social e Organizações Sociais; Governança Corporativa em Cooperativas; Finanças em Cooperativas; Legislação, Tributação e Direito em Cooperativas; Educação e Autogestão; e Responsabilidade e Sustentabilidade Social.
Já em 2014, o Encontro teve como objeto o Cooperativismo como Modelo de Negócios: as cooperativas conquistam desenvolvimento sustentável para todos. Os eixos explorados em palestras e mesas-redondas foram: participação; sustentabilidade; identidade; quadro legal; capital.
Em 2017, a quinta edição do EBPC, trouxe o slogan Desenvolvendo Negócios Inclusivos e Responsáveis: Cooperativas na Teoria, Política e Prática. O encontro contou com a parceria do Prêmio ABDE-BID 2019 - categoria Desenvolvimento e cooperativismo de crédito. Os eixos tratados foram: identidade e educação; quadro legal; governança e gestão; e capital e finanças.
Em 2019, o último encontro antes da crise sanitária que impediria a edição de 2021, tratou de Negócios sustentáveis em cenários de transformação. Em um ambiente favorável à criatividade, experimentação e implementação de ideias para unir competitividade e desenvolvimento sustentável nos eixos: identidade e cenário jurídico; educação e aprendizagem; governança, gestão e inovação; capital, finanças e desempenho; e impactos econômicos, sociais e ambientais.
Carteira de crédito voltada para empreendedoras é de R$ 7,7 bilhões
A fim de ajudar a desenvolver o empreendedorismo feminino, o Sicredi, instituição financeira cooperativa com mais de 6,5 milhões de associados e atuação em todas as regiões do Brasil, tem realizado captações no mercado nacional e internacional para fomentar o crédito. A carteira de crédito para empresas lideradas por mulheres (mais de 50% do capital social) fechou 2022 em R$ 7,7 bilhões em mais de 228 mil operações.
“O acesso a crédito com taxas justas é essencial para o desenvolvimento de todos os negócios, principalmente os pequenos, que são nosso foco principal. Temos tido uma atenção especial em direcionar recursos para o público feminino, pois sabemos dos desafios que as mulheres, muitas vezes, encontram para empreender”, comenta Gustavo Freitas, diretor executivo de Crédito do Sicredi. “Acreditamos na força da diversidade e inclusão, e temos orgulho em ajudar milhares de mulheres em suas jornadas profissionais, o que beneficia toda uma cadeia a partir da geração de empregos e pagamento de fornecedores”, complementa.
Somente em 2022, a instituição realizou mais de 134 mil operações, concedendo R$ 4,6 bilhões em crédito para mulheres empreendedoras. Para isso, o Sicredi tem buscado recursos no mercado internacional para apoiar empreendedoras brasileiras. Foram R$ 438 milhões captados em novembro de 2021 junto à DEG e à Proparco, instituições alemã e francesa, respectivamente, e R$ 496 milhões em um empréstimo sindicalizado contando com a estruturação da International Finance Corporation (IFC) e recursos dos bancos SMBC e BNP Paribas, em abril do ano passado. Ainda, parte dos R$ 780 milhões captados via emissão de Letra Financeira Sustentável em junho de 2022 também está voltada ao público feminino.
Comitê Mulher
Nacionalmente, o Sicredi realiza o Programa Comitê Mulher, uma solução não-financeira, que desde 2020 potencializa a pauta da inclusão, da diversidade e da equidade em toda a estrutura da instituição. Indo além da formação de grupos de discussão sobre estes temas, a iniciativa engloba um conjunto de ações que buscam promover a equidade de gênero, o empoderamento e a capacitação de mulheres para que elas possam participar da gestão em todos os níveis da organização e aumentar sua representatividade no cooperativismo de crédito. Inclusão, diversidade e equidade são temas impulsionados por meio da agenda 2030 do Pacto Global da ONU e seus 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). O Programa Comitê Mulher Sicredi atende diretamente ao objetivo “Igualdade de Gênero” (ODS 5), que visa alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas.
Curso gratuito
No mês da mulher, o Sicredi está lançando o Curso Mulher Empreendedora, online e totalmente gratuito na plataforma Sicredi na Comunidade. A qualificação é indicada para mulheres associadas e não-associadas, que buscam aprimorar as habilidades e competências relativas ao tema, e auxilia na criação e expansão de seus negócios. Acesse www.sicredi.com.br/nacomunidade para participar do curso.
O Sistema OCB preparou uma ação especial para o Dia das Mulheres (8 de março) deste ano! Com a intenção de aumentar o reconhecimento e celebrar o impacto positivo da participação feminina nos negócios coop, três atrizes globais, a brasiliense Rafaela Mandelli, a paraibana Mayana Neiva, e a paulista Duda Santos, declamam poesias, em formato de cordel, sobre histórias inspiradoras de três líderes cooperativistas. A ação está acontecendo nas redes sociais do SomosCoop (Facebook e Instagram), com a hashtag #ComOCoopElasVaoAlem.
Entre tantas outras histórias que emocionam e merecem destaque, as escolhidas narram as práticas de cooperadas que atuam no reaproveitamento de resíduos sólidos, na manutenção de aeronaves e na produção de alimentos orgânicos. São elas: Aline Souza, Lívia Maria Duarte e Nadjanécia Santos.
A participação das mulheres no movimento coop vem crescendo ano após ano. Segundo o AnuárioCoop 2022, dos mais de 18 milhões de cooperados registrados, 40% são mulheres. O segmento em que elas estão mais presentes são os de Saúde (46%), Consumo (45%), Crédito (43%), Serviços (43%), Infraestrutura (30%), Agropecuária (16%) e Transporte (8%). Em cargos de liderança, elas representam 24% e, na área de produção e serviços, 38% das funções de gerência.
O Sistema OCB tem em seu programa nacional o estímulo à criação de núcleos femininos dentro das cooperativas em parceria com as Organizações Estaduais com o Comitê Nacional de Mulheres, o Elas Pelo Coop. Dentro do Programa ESGCoop, também há ações para aumentar a participação delas em cargos estratégicos como os de liderança.
Confira a matéria completa e os vídeos com as interpretações no site do SomosCoop
O presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (Sistema OCB), Márcio Lopes de Freitas, a superintendente Tania Zanella, a gerente de Relações Institucionais, Clara Maffia e o coordenador nacional do Ramo Agro, Luiz Roberto Baggio, participaram nesta terça-feira (07) da posse da nova diretoria da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), em Brasília.
A bancada será comandada pelo deputado do Paraná, Pedro Lupion, que assume o cargo durante o biênio 2023/2024 no lugar do deputado federal Sérgio Souza (MDB-PR). Considerada um dos grupos políticos mais atuantes dentro do Congresso Nacional, a FPA é composta por 344 membros, entre deputados federais e senadores.
Em entrevista, o presidente do Sistema OCB destacou que pretende discutir políticas públicas do setor cooperativista mais eficientes para o desenvolvimento do setor cooperativista no país. “A nossa trincheira de defesa e de avanço é o Congresso Nacional. Se tivermos unidos como frente parlamentar e também como entidade (IPA) superaremos todos os desafios para gerar a prosperidade de todos os setores da economia”, frisou Márcio, explicando também que “a Frente Parlamentar do Cooperativismo sempre foi parceira da FPA e que, unidas, as duas entidades vão fazer um trabalho extraordinário em defesa do cooperativismo e do produtor rural no Congresso Nacional”.
Tania Zanella, que também é vice-presidente do Instituto Pensar Agro (IPA) – entidade que presta suporte técnico à FPA – afirmou que trabalhará em conjunto com a frente na construção de uma agenda colaborativa para a formulação de políticas públicas que considerem as especificidades do modelo de negócios cooperativista. “O momento é de união. Teremos um grande desafio pela frente, com pautas importantes como a Reforma Tributária no Legislativo e, no Executivo, o Plano Agrícola e Pecuário - nossa principal política pública”, disse.
A superintendente ressaltou ainda que, entre as estratégias para o desenvolvimento de políticas públicas para o setor adotadas pelo Sistema OCB, estão o agendamento de reuniões com ministros, secretários e outras lideranças para apresentar o cooperativismo e sua importância para o desenvolvimento social e econômico do país.
“A OCB está visitando todos os ministérios que tem afinidade com o nosso tema do cooperativismo e já entregamos algumas perspectivas do movimento cooperativista ao Plano Agrícola Pecuário Nacional tanto ao Ministério da Agricultura, quanto do Meio Ambiente, Fazenda e ao Banco Central. Nossa expectativa é que os deputados e senadores que compõem a FPA estejam com a gente na discussão dessa política e de todas as pautas que precisamos avançar no Congresso Nacional”, completou.
Dando sequência às reuniões estratégicas do Sistema OCB com os principais atores dos órgãos do Executivo, nesta quarta-feira (8), foi a vez do encontro com o assessor especial do Ministério de Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA), Thiago Borges. A pasta é responsável pelas políticas públicas que abrangem a agricultura familiar; a reforma agrária; a regularização fundiária e de territórios quilombolas; o Cadastro Nacional da Agricultura Familiar; a assistência técnica e extensão rural; e a educação no campo.
O estímulo à agricultura familiar e aos cooperados com este perfil foi o primeiro item da pauta. Segundo a superintendente do Sistema OCB, Tania Zanella, 71,2% dos produtores de cooperativas são da agricultura familiar e mais de 9 mil profissionais em cooperativas são dedicados à assistência técnica e extensão rural. “As práticas de nossas cooperativas e cooperados na produção agrícola são sustentáveis do plantio até a industrialização dos alimentos. Temos ciência do nosso papel como instrumentos de geração de economia de escala, de agregação de valor à produção de pequenos produtores rurais e de acesso a novas tecnologias, assistência técnica e extensão rural”, iniciou Tania.
A garantia de recursos e taxas de juros compatíveis com as atividades do meio rural foi outra questão levantada pela superintendente ao falar sobre o fortalecimento da atual estrutura do Crédito e Seguro Rural. “Para que nosso modelo de negócios continue contribuindo para a economia e segurança alimentar, como vem fazendo, é preciso fortalecer também, mecanismos de proteção como o Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro). Nesse sentido, tivemos uma boa sinalização por parte do presidente da República na mensagem ao Congresso Nacional, prevendo a destinação de recursos para o Plano Safra em benefício do cooperativismo”.
Foram discutidas ainda as políticas públicas de apoio ao agricultor familiar, a exemplo do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e do Selo Biocombustível Social (SBS). Estes programas contam com a contribuição das cooperativas para sua adequada operacionalização.
O assessor especial Thiago Borges ressaltou a importância do cooperativismo para as políticas que estão sob a alçada da pasta, assim como a abertura com o Sistema OCB para o avanço nas discussões que envolvam a agricultura familiar e seus atores.