O Anuário do Cooperativismo Brasileiro (2019), lançado pela OCB nesta quinta-feira (4/7), apresenta os principais números e resultados das cooperativas do país e marca a celebração dos 50 anos da OCB, dos 10 anos do Dia de Cooperar e da 97ª edição do Dia Internacional do Cooperativismo. O presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, comentou os resultados do anuário que, em geral, reúne dados que retratam a relevância socioeconômica do movimento cooperativista brasileiro. Confira abaixo:
O anuário mostra que as cooperativas estão na contramão do desemprego. Poderia explicar o porquê?
É muito simples: enquanto os demais setores econômicos geraram 5% de postos de trabalho entre 2014 e 2018, as cooperativas conseguiram mais que triplicar esse percentual. Geramos praticamente 18% a mais de empregos, no mesmo período.
Além do número de postos diretos de trabalho, outro indicador extremamente relevante para nós é o ingresso de novos cooperados. De 2014 para 2018, esse percentual cresceu 15%, ou seja, saltamos de 14,2 milhões para 14,6 milhões de um ano para o outro.
Se nós somarmos esses números (cooperados + empregados) podemos, com segurança, afirmar que 50 milhões de brasileiros, ou seja, 25% da população do país, está ligada diretamente ao cooperativismo. É um bom percentual, mas estamos trabalhando para elevar esse percentual, porque acreditamos no nosso modelo de negócios e sabemos que, quanto mais o cooperativismo for compreendido e vivido pela sociedade, mais cooperativo será o Brasil. E o que isso quer dizer? Que todos terão oportunidades melhorar de vida e de realizar seus sonhos.
Poderia nos dizer como foram os resultados econômicos das cooperativas em 2018?
No que diz respeito ao ativo total e ao ingresso e receitas brutas, nossas cooperativas também fizeram bonito. Elas registram, respectivamente, R$ 351,4 bi e R$ 259,9 bi. E se a gente cresce, todo mundo cresce. Para ter uma ideia, as cooperativas recolheram aos cofres públicos R$ 7 bilhões, em impostos e tributos, apenas em 2018. Também fizemos a economia girar no ano passado, ao injetarmos mais de R$ 9 bilhões, apenas com o pagamento de salários outros benefícios destinados a colaboradores. Como se vê, quanto mais forte forem as cooperativas, mais forte será a economia do país.
Quanto aos ramos, poderia citar os destaques principais?
Sim, e podemos começar pelas cooperativas de crédito. Como sempre dizemos, elas têm um papel estratégico na inclusão financeira de milhões de pessoas e na democratização do crédito. Falamos de um total de 9,8 milhões de cooperados, de uma presença em 594 municípios brasileiros onde outras instituições financeiras não estão presentes, e de um crescimento de 18,6% em depósitos só em 2018, totalizando mais de R$ 151 bilhões.
Esse papel estratégico foi, inclusive, ressaltado recentemente pelo presidente do Banco Central, Ricardo Campos Neto, que esteve com a gente, na nossa sede, aqui em Brasília, para falar da Agenda BC# - desafios e ações que o Banco Central estabeleceu para fortalecer ainda mais o Sistema Financeiro Nacional. E a ideia é fazer isso a partir de quatro pilares centrais: inclusão, educação, competividade e transparência. Pilares esses que estão totalmente ligados à natureza cooperativista e à forma de trabalhar e atuar das nossas cooperativas.
Outro ramo que teve destaque foi o Saúde. As cooperativas médicas, por exemplo, respondem por 31% do mercado de saúde suplementar. Hoje, as 786 cooperativas de saúde se fazem presentes e atuantes em praticamente 85% do território nacional. Nossos cooperados trabalham diariamente para oferecer um atendimento de qualidade e diferenciado à população, pensando em cuidar, mas também em promover a saúde a partir de um trabalho de educação e de conscientização, pontos fundamentais para a prevenção. Hoje, elas respondem pelo atendimento de praticamente 25 milhões de brasileiros, e nas várias áreas da saúde – médica, odontológica, psicológica, em tantas outras.
Além do Crédito e Saúde, também temos o Transporte. Nesse segmento o sucesso não foi diferente! Transportamos dois bilhões de pessoas, seja na modalidade individual, como os táxis, ou coletiva, como os ônibus. Também respondemos pelo escoamento de praticamente 450 milhões de toneladas de bens, dentro e fora do país. São cerca de 1351 cooperativas reunindo 98 mil cooperados em todo o Brasil.
Essas são apenas algumas das provas de que um cooperativismo forte é sinônimo de uma economia forte. Os números que reunimos e apresentamos nessa edição do Anuário do Cooperativismo Brasileiro retratam a expressividade, o tamanho, a força e a contribuição do nosso modelo de negócio para o Brasil.
São dados que reforçam a importância do cooperativismo como agente de transformação e de desenvolvimento, afinal, nós trabalhamos por um mundo feliz, equilibrado, justo e com melhores oportunidades para todos.
E como as cooperativas podem conhecer mais detalhes do anuário?
Basta acessar o nosso site. Todas as nossas publicações estão lá. O endereço de acesso é: https://somoscooperativismo.coop.br/assets/arquivos/Publicacoes/Anuario-2018.pdf.
E para finalizar, a OCB está completando 50 anos. Qual sua mensagem aos cooperados brasileiros?
Gostaria apenas de reforçar que nós, cooperativistas de todos os cantos do país, temos a certeza de que o futuro é cooperativista. É isso o que querem as gerações que estão aí. Hoje celebramos os 50 anos da OCB, mas também iniciamos a nossa jornada rumo aos próximos 50 anos. E assim, convido a todos – deputados, senadores, representantes do governo, do Poder Judiciário e, também, a sociedade civil – a trabalhar por um Brasil mais cooperativo, onde cada cooperado seja valorizado como alguém que assume seu protagonismo e faz sua parte por um país mais próspero e por mundo melhor. Contamos com vocês. Vamos juntos! Afinal, nós SomosCoop!
O cooperativismo gera trabalho, emprego, renda e confirma sua importância socioeconômica para o desenvolvimento estratégico do país. É o que apontam os números do Anuário do Cooperativismo Brasileiro (2019), lançando nesta quinta-feira (4/7), durante sessão solene conjunta realizada no Plenário do Senado Federal, em homenagem aos 50 anos da OCB, celebrados em 2019.
Senadores, deputados federais, representantes dos poderes Executivo e Judiciário, e cooperativistas participaram do evento e – atentos – acompanharam o discurso do presidente da OCB, Márcio Lopes de Freitas, que discursou em nome dos 50 milhões de brasileiros ligados ao cooperativismo.
Além do resultado das 6.828 cooperativas, a liderança cooperativista destacou a necessidade de um olhar mais cuidadoso por parte dos parlamentares, para as questões que tramitam no Congresso Nacional.
“Diante da relevância das cooperativas para o país, gostaria de aproveitar a oportunidade para agradecer a todos pelo empenho em desenvolver o cooperativismo brasileiro, mas também para pedir que continuem olhando com o cuidado que as cooperativas merecem. Nós já fazemos muito social e economicamente falando, mas queremos e podemos fazer muito mais! Por isso contamos com cada um de vocês... inclusive dos representantes do governo federal e do Judiciário aqui presentes. Temos demandas urgentes tramitando nas Comissões desta Casa de Leis e nos ministérios e, juntos, podemos transformar o Brasil num país muito mais cooperativo”, enfatizou.
TRABALHO E EMPREGO
Dentre os principais resultados obtidos pelas cooperativas nos últimos anos e destacados pelo presidente da OCB estão o aumento no ingresso de novos cooperados e o crescimento na geração de empregos diretos.
“Estamos na contramão do desemprego! Geramos, entre 2014 e 2018, cerca de 18% a mais de postos de trabalho – bem mais do que os outros setores econômicos. Segundo o IBGE, a empregabilidade brasileira, no mesmo período, cresceu apenas 5%. Tanto que o número de cooperados, ou seja, quem trabalha por um país melhor, também cresceu e o percentual é de encher os olhos: 15%”, destaca o presidente da OCB.
DEPOIMENTOS
CRESCIMENTO: “O cooperativismo promove, diariamente, o crescimento da nação e, por isso, me coloco a disposição das cooperativas brasileiras para defender seus interesses. Acredito muito nesse jeito de olhar o mundo, fazer negócios e de agir em prol de um mundo melhor.” Senador Luis Carlos Heinze(RS), que propôs a sessão solene pelo Senado.
DESAFIO: “Celebrar 50 anos pode ser traduzido como superação de dificuldades e em aprendizados importantes. O grande desafio agora é saber aproveitar as oportunidades de um mercado cada vez mais exigente, sem, contudo, esquecer dos valores e princípios, praticados em mais de 100 países e que torna o cooperativismo um modelo de negócios único.” Deputado Evair de melo (ES), que propôs a sessão solene pela Câmara dos Deputados.
HISTÓRIA: “Aproveito esta celebração para agradecer a todas as pessoas que trabalharam, ao longo dessas cinco décadas, para fortalecer o cooperativismo. A história não nasce sozinha. É gente que a faz e não podemos esquecer daqueles que não mediram esforços para chegarmos nesses 50 anos.” Roberto Rodrigues, embaixador especial da FAO para o cooperativismo mundial
AGRICULTURA: “Hoje, o Brasil pode dizer que só tem uma agricultura, integrando os grandes, os médios e os pequenos para alimentar o país e o mundo. É assim que as cooperativas agem: direcionando o esforço para um único foco. Não temos dúvida de que as cooperativas agropecuárias vão fortalecer o papel do Brasil no cenário internacional”. Fernando Schwanke, Secretário de Agricultura Familiar e Cooperativismo do Ministério da Agricultura
CRÉDITO: “Pretendemos aumentar de 8% para 20% a participação das cooperativas no Sistema Financeiro Nacional e, para isso, pretendemos estimular o crescimento delas nas regiões Norte e Nordeste, não apenas para levar crédito, mas para levar o espírito cooperativo”. Paulo Souza, diretor de Fiscalização do Banco Central do Brasil
LINKS
- ANUÁRIO: Clique aqui para acessar os dados.
- ENTREVISTA: Clique aqui para conferir a entrevista com Márcio Freitas sobre outros destaques do anuário.
- FOTOS: clique aqui para conferir as fotos da sessão solene.
Em MS, ação aconteceu em 7 cidades e contou com 25 cooperativas
Uma tarde de cooperação e de muitas oportunidades à comunidade. Este foi o Dia C (Dia de Cooperar) em Campo Grande – MS, que comprovou o quanto a união é capaz de promover ações valiosas.
A iniciativa, realizada no Parque Ayrton Senna, levou serviços de emissão de CPF, educação financeira, elaboração de currículo, cadastro de currículo para aprendizagem e estágio, teste de visão, aferição de pressão e orientação nutricional, orientação jurídica, corte de cabelo, distribuição de mudas e hortaliças, gincana cooperativa, palestras, orientação sobre saúde bucal, sorteio de brindes, distribuição de pipoca e algodão-doce, aulas de zumba e pilates, entre outros.
Para a dona-de-casa Ana Cristina da Rocha, o Dia C foi uma oportunidade de aprendizado. Mãe de dois meninos, de 8 e 5 anos, ela participou da palestra sobre violência contra a mulher e levou os filhos para saber mais sobre saúde e higiene bucal.
“Aprendi muito aqui, com essa palestra a gente aprende a se cuidar mais e se proteger. Para os meninos também foi bom, aprenderam escovar os dentes e gostaram”, disse a moradora da região.
Este é o intuito do cooperativismo, colaborar para o crescimento da sociedade como um todo, membros ou não das cooperativas, segundo o residente da OCB/MS, Celso Regis Ramos.
“As cooperativas se firmam cada vez mais como importantes instrumentos de desenvolvimento econômico e social e no Dia C mostramos a força da cooperação, por meio desta iniciativa que beneficia a sociedade, com ações voluntárias, o que comprova o comprometimento de todos os envolvidos”, afirma o presidente.
Uma das tendas mais procuradas pelas crianças, foi a do Conacentro (Cooperativa dos Produtores do Centro-Oeste) onde, de forma lúdica, os participantes receberam informações sobre como combater o mosquito aedes aegypti, transmissor da dengue, além da oficina de slime, pescaria com brindes e pintura facial. Para o presidente da cooperativa, Ademir Pinesso, além de orientar e entreter as crianças, a ação se destaca pelo estímulo ao voluntariado.
“Há 10 anos participamos do Dia C junto à OCB e o resultado mais importante é desenvolver o voluntariado entre nossos colaboradores, estimulando a levar seu melhor a toda sociedade e a quem mais precisa, principalmente”, pondera Pinesso.
Representando o Sescoop, o coordenador Financeiro Carlos Baena, destacou que o Dia C reflete em uma data, aquilo que as cooperativas desenvolvem ao longo de todo o ano em rol da sociedade.
“O primeiro sábado de julho transmite para a sociedade aquilo que as cooperativas fazem ao longo do ano, dia após dia, sempre em benefício do desenvolvimento da sociedade”, finalizou Baena.
Além de Campo Grande, as atividades do Dia C ocorreram nos municípios de São Gabriel do Oeste, Três Lagoas, Corumbá, Dourados, Angélica e Naviraí, reunindo 25 cooperativas e cerca de 1200 voluntários.
Em Campo Grande, integraram a ação: Sistema OCB/MS, Sicredi União MS/TO e Oeste da Bahia, Sicredi Campo Grande, Conacentro, Uniodonto Campo Grande, Sicoob Ipê, Unimed-CG, Uniprime Centro-Oeste, Pro-Fissa, CIEE, Óptica Ver e Viver, Flavinho Escola de Cabeleireiros, e Escola Fauze Scaff Gattas.
A comissão especial da Reforma da Previdência (PEC 6/2019) finalizou, na noite desta quinta-feira (4/7), a votação dos destaques que alteram trechos do substitutivo do relator, deputado Samuel Moreira (PSDB-SP).
Um deles retirou do texto da Reforma da Previdência dois dispositivos: o primeiro, que vedava qualquer nova prorrogação ou remissão de dívidas fora da folha de pagamentos, a exemplo do Funrural; e o segundo, que tributava as contribuições previdenciárias substitutivas da folha de pagamento nas exportações (o que afetaria algumas cadeias do setor agropecuário, como aves e suínos).
Esses dois pontos, que impactam diretamente o cooperativismo agro, foram alcançados a partir da atuação de integrantes das frentes parlamentares do Cooperativismo (Frencoop) e Agropecuária (FPA), como os deputados Evair de Melo (PP-ES), Alceu Moreira (MDB-RS), Sérgio Souza (MDB-PR) e Jerônimo Goergen (PP-RS).
Outros temas que envolvem as cooperativas e seus cooperados e que merecem destaque são:
CSLL para cooperativas de crédito: após mobilização da OCB e da Frencoop, o relator retornou alíquota de 15% de CSLL para as cooperativas de crédito. No caso dos bancos, a alíquota foi ampliada para 20%.
Aposentadoria Rual: O relatório manteve as regras atuais para quem exerce atividade econômica familiar, incluindo trabalhadores rurais, garimpeiros e pescadores artesanais. Ou seja, a idade mínima deve permanecer em 55 anos para mulheres e 60 para homens - contudo, eles deverão contribuir por 20 anos, ao invés dos 15, previstos na regra atual. No caso das mulheres, o tempo de contribuição não sofre alterações. Essas considerações também valem para os casos de segurados especiais.
A proposta do governo previa idade mínima de 60 anos para a aposentadoria de homens e mulheres, com 20 anos de tempo de contribuição parta ambos os sexos.
A matéria agora segue para votação em dois turnos no plenário da Câmara dos Deputados. Clique aqui para conferir o texto aprovado na comissão especial.