A Cooperativa Central Aurora Alimentos – o terceiro maior conglomerado industrial do setor de carnes do Brasil – chega aos 46 anos de fundação com uma marca formidável: tornou-se uma comunidade produtiva formada por mais de 100 mil famílias espalhada por 500 municípios brasileiros. Nesse cálculo estão os 25.652 colaboradores diretos da Aurora, as 70.670 famílias rurais cooperadas que formam a base produtiva no campo e os 8.951 colaboradores das 13 cooperativas agropecuárias que a constituem, totalizando 105.279 famílias.
Crescimento e expansão marcam as últimas décadas da cooperativa que obteve, em 2014, o maior faturamento e o melhor resultado líquido de seus 45 anos de história: com crescimento de 18%, a receita operacional bruta chegou a 6,7 bilhões de reais, enquanto as sobras inflaram 38% e atingiram 417,9 milhões de reais. Com uma margem líquida de 6,83%, a cooperativa respondeu por um dos melhores desempenhos do mercado brasileiro de proteína animal. A receita total foi 80% dela obtida no mercado doméstico e 20% no mercado internacional.
Em março deste ano, a Cocari Cooperativa Agropecuária e Industrial de Mandaguari (PR) passou a integrar o quadro social da Aurora que conta, agora, com 13 cooperativas filiadas. A Aurora assumiu o frigorífico/abatedouro de aves e a fábrica de rações da Cocari, localizados no município paranaense de Mandaguari. A unidade industrial de frango de corte abate 140 mil cabeças/dia, mas tem capacidade instalada de 180 mil/dia que será atingida, ainda neste ano, pela nova operadora. A unidade de nutrição animal, por outro lado, processa 60 toneladas/hora de rações.
O presidente Mário Lanznaster, reeleito neste ano para mais um mandato de quatro anos, ao lado de Neivor Canton (vice-presidente) e Marcos Antonio Zordan (secretário do Conselho e diretor de agropecuária), destaca que a orientação “é prosseguir investindo no aumento da produção e no desenvolvimento de novos produtos para permanecer entre as melhores companhias de alimentos do mundo.”
Em 2014, a cooperativa completou 45 anos de atividade e foi distinguida com os prêmios de Melhor empresa do setor de aves e suínos pelo ranking Melhores & Maiores da revista Exame; uma das 150 melhores empresas para trabalhar pela revista Você S/A; prêmio Top Ser Humano pela ABRH/SC na categoria gestão de pessoas; prêmio Ética nos Negócios, categoria agronegócios; Prêmio LIDE de agronegócio da indústria de alimentos do Fórum Nacional do Agronegócio; prêmio Empresa Cidadã da ADVB/SC na categoria ação comunitária; prêmio Outback de fornecedor do ano e prêmio responsabilidade social da Assembleia Legislativa de Santa Catarina.
Lanznaster assinala que, em razão de sua natureza cooperativista, a Aurora, ao tempo em que busca a eficiência produtiva e o sucesso econômico, cumpre importante papel social. A Fundação Aury Luiz Bodanese, seu braço social-assistencial, atende a missão de valorizar o ser humano e contribuir para o exercício da cidadania.
Em 2014, atendeu mais de 167 mil pessoas por meio de 1.215 atividades desenvolvidas em todo o território nacional por nove programas: Amigo Energia, Atitude Agora, Canto Coral, Centro de Memória, Roda de Leitura/Contação de história, Dança, Família é Tudo, Turminha da Reciclagem e Vivendo Saúde. As atividades sociais e educativas são viabilizadas com recursos oferecidos pela Cooperativa Central, mantenedora da Fundação, e parceiros como o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop) de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, além de cooperativas e outras instituições.
UNIDADES
A Coopercentral Aurora Alimentos é um conglomerado agroindustrial sediado em Chapecó (SC) que pertence a 13 cooperativas agropecuárias, sustenta 25.000 empregos diretos e tem uma capacidade de abate de 18 mil suínos/dia, 1 milhão de aves/dia e um processamento de 1,5 milhão de litros de leite/dia. Mantém 42 estabelecimentos: oito unidades industriais de suínos, sete unidades industriais de aves, seis fábricas de ração, 13 unidades de ativos biológicos (incluindo granjas, incubatórios e unidade de disseminação de gens), oito unidades de vendas e a sede central (matriz).
As unidades indústrias de suínos são: Indústria Aurora Chapecó (SC), Frigorífico Aurora Chapecó (SC), Frigorífico Aurora São Miguel do Oeste (SC), Frigorífico Aurora São Gabriel do Oeste (MS), Frigorífico Aurora Sarandi (RS), Frigorífico Aurora Chapecó II (SC), Frigorífico Aurora Erechim (RS) e Frigorífico Aurora Joaçaba (SC).
As sete plantas para processamento de aves são: Frigorífico Aurora Maravilha (SC), Frigorífico Aurora Quilombo (SC), Frigorífico Aurora Erechim (RS), Frigorífico Aurora Abelardo Luz (SC), Frigorífico Aurora Guatambu (SC), Frigorífico Aurora Xaxim (SC) e Frigorífico Aurora Mandaguari (PR).
As seis fábricas de rações são: Fábrica de Rações Chapecó, Fábrica de rações de Quilombo – Nutri III, Fábrica de Rações Nutricooper VI e Fábrica de Rações Nutricooper VII, Fábrica de Rações Erechim, Fábrica de Rações Cunha Porã e Fábrica de Rações Xanxerê.
COOPERATIVAS – A Coopercentral Aurora é um conglomerado agroindustrial sediado em Chapecó (SC) que pertence a 13 cooperativas agropecuárias: Cooperalfa (Chapecó/SC), CooperA1 (Palmitos/SC), Coopercampos (Campos Novos/SC), Copérdia (Concórdia/SC), Cotrel (Erechim/RS), Auriverde (Cunha Porã/SC), Cooperitaipu (Pinhalzinho/SC), Camisc (Mariópolis/PR), Coasgo (São Gabriel do Oeste/MS), Coopervil (Videira/SC), Cocari (Mandaguari/PR), Colacer (Lacerdópolis/SC) e Caslo (São Lourenço do Oeste/SC).
(Fonte: Assimp da cooperativa)
O Sistema OCB/MS preparou um grande dia para o lançamento do Dia C- Dia de Cooperar. O evento ocorreu dia 15 de abril, na Casa do Cooperativismo e começou com um Workshop de Elaboração de Projetos, para auxiliar as cooperativas a construírem seus programas e projetos.
No período da tarde, ocorreu o lançamento oficial do projeto, com a presença de diversas cooperativas. O presidente do Sistema OCB/MS, Celso Régis, afirmou que o Dia C é uma ação importante, pois as cooperativas já realizam diversas atividades sociais, pois o ser cooperativista é muito mais do que fazer parte de uma cooperativa. “Somos uma organização de pessoas que querem o bem das demais, por isso somos comprometidos com o social”, declarou.
A facilitadora do Workshop, Marina Bichara Rocha também foi a palestrante da tarde com o tema “Voluntariado Cooperativista Transformador”. E deixou bem claro que o voluntário é muito importante e deve ser valorizado, pois ele doa seu tempo, conhecimento e talento. “Só há razão de haver trabalho voluntário quando há existência de vínculos sólidos com questões do interesse da sociedade e da comunidade”. Ela também frisou que este trabalho deve ser opcional, democrático e responsável.
Para encerrar o dia de lançamento, Edilane de Melo, Sescoop Nacional apresentou a campanha 2015 do Dia C, que este ano tem o tema “Juntos pelo Bem”. Ela mostrou números e resultados da campanha anterior e as novidades deste ano.
No dia 15 de abril, a OCB/MS realizou sua AGO- Assembleia Geral Ordinária com a presença dos cooperativistas do Estado. A assembleia tinha a seguinte ordem do dia: prestação de contas do Conselho Diretor referente ao exercício de 2014, que compreende: Relatório de Gestão; Demonstrações Contábeis e Parecer do Conselho Fiscal; Eleição do Conselho Fiscal.
O presidente do Sistema OCB/MS abriu a AGO e ressaltou o desempenho das cooperativas no ano anterior. “2014 foi um ano prodigioso para o cooperativismo sul-mato-grossense. Cresceu de forma consistente em todos os níveis: número de cooperados, de faturamento, de participação na economia estadual, enfim, deu-se um salto qualitativo e quantitativo do movimento cooperativista, abrangendo todas as áreas do setor produtivo e de serviços do estado”.
E completou dizendo que as perspectivas para 2015 são de que novamente o setor terá forte crescimento, mesmo considerando que as ultimas noticias falam que se avizinha uma forte crise, e tem a convicção de que, como têm ocorrido em outros momentos dessa natureza, somente aqueles que estiverem unidos por laços da cooperação, através de um empreendimento cooperativo conseguirão atravessar quaisquer dificuldades sem grandes transtornos.
Nesta explanação, Régis também apresentou números do cooperativismo nacional e estadual, como também falou a respeito dos eventos que ocorrerão em 2015.
Seguindo a ordem do dia, a prestação de contas foi aprovada pelos cooperativistas que também elegeram um novo Conselho Fiscal que agora é composto por: Titulares- Arão Antônio de Moraes, Sérgio Furlani e Edilson Antônio Lazzarini e Suplentes- Geraldo Loeff, José Alberto Pinesso e Jamal Nasser Haddad.
Depois de encerrada a ordem do dia, todos receberam uma publicação que contém o Planejamento Estratégico do Sistema OCB/MS 2015-2020, aprovado pelo Conselho Diretor da OCB/MS e pelo Conselho de Administração do Sescoop/MS, resultado do trabalho empreendido por especialistas, dirigentes de cooperativas, membros do Conselho Diretor da OCB/MS, do Sescoop/MS e técnicos do Sistema.
Ainda durante a assembleia, Heliane Cápua Dallapícula, Analista de Monitoramento e Desenvolvimento de Cooperativas do Sescoop Nacional apresentou os programas de gestão da entidade, como também o Prêmio Sescoop Excelência de Gestão que está com inscrições abertas.
E por fim, o assessor jurídico da OCB/MS, Dr. José Vigo trouxe as últimas notícias referentes às questões sindicais.
No mesmo dia, o Ticoop- Torneio de Integração Cooperativista foi lançado e a empresa que coordenará o torneio, a WSM– Assessoria Esportiva apre-sentou as novidades da 22ª edição. O Ticoop será realizado nos dias 26, 27 e 28 de junho em Campo Grande no Poliesportivo Dom Bosco e contará com 15 modalidades.
Este ano, além do show de abertura terá uma estrutura de brinquedos para as crianças e um site exclusivo. Neste espaço haverá informações do tor-neio, fotos, download das fichas e inscrições.
As inscrições para o Ticoop vão até 15 de maio e o primeiro congresso téc-nico ocorre no dia 3 de junho.
O professor doutor Alessandro Gustavo Arruda, concedeu uma entrevista a respeito da sua pesquisa, atualmente é professor da ESAN - Escola de Administração e Negócios da UFMS e do mestrado em Administração Pública. Ele desenvolveu sua tese de doutorado em cooperativismo, estudando sistemas de governança em redes de cooperativas de crédito no Brasil e no Canadá. Fez seu doutorado sanduíche na HEC Montréal, no observatório internacional Desjardins, que resultou no livro "Estruturas de Governança em Redes de Cooperativas de Crédito" de sua autoria.
Neste mês, promoveu o Simpósio de Pesquisa- Estudo nas Organizações Cooperativas, na UFMS- Universidade Federal de Mato Grosso do Sul com o apoio do Sistema OCB/MS. A pesquisa sobre "Estruturas de Governança em Redes" buscou identificar instituições e aparatos de regulação que minimizam os custos de transação em uma rede de cooperativas de crédito. Na pesquisa, além de um extenso levantamento - comparativo - da evolução histórica das instituições que nasceram nas redes Sicredi (brasileira) e Desjardins (Canadense), há também uma análise dos estatutos e regimentos que regulam a governança em rede destes sistemas cooperativos.
O Sistema Sicredi e o sistema Desjardins são analisados, comparando sua evolução institucional-legal na tentativa de entender quais são as instituições e os aparatos de regulação que minimizam seus custos de transação.
O ramo crédito é o que mais cresce no cooperativismo, mas mesmo assim não passa de 3% do mercado financeiro, por isso ocorre?
Dr. Arruda: Os resultados da pesquisa sugerem que a estrutura de governança pode ser um entrave na medida em que ainda não promove uma maior minimização dos custos de transação das diferentes instituições que fazem parte da rede. Outro problema identificado é quanto a legislação vigente para as cooperativas de crédito: existe inconsistência entre a lei do cooperativismo (5.764) e a lei que versa sobre as cooperativas de crédito (lei 130).
Algumas instituições criadas na vigência destas leis já não são mais necessárias ao se analisar o sistema cooperativo canadense. A própria capitalização dos sistemas ocorre por vias diferentes a depender da legislação dos dois países.
Outro fator identificado na pesquisa se refere à evolução histórica-institucional dos dois países: enquanto no Canadá, o cooperativismo evolui ao longo de mais de 100 anos, em um modelo jurídico-institucional-democrático de sociedade; no Brasil, esta evolução jurídica-institucional foi, por várias vezes, objeto de revisões provocadas por rupturas políticas.
O ambiente financeiro competitivo também é um agravante no Brasil. Temos um Mercado Financeiro muito concentrado nas mãos de poucos competidores. Os bancos comerciais, alguns sociedades de economia mista, concentram grande parcela do mercado e, com este poder, determinam preços, margens de lucro e práticas de mercado. Pouco espaço de manobra estratégica sobra às cooperativas senão acompanhar as tendências e práticas do mercado. Isto confunde o usuário-cooperado fazendo-o acreditar tratar-se de uma instituição bancária, o que, na realidade, não é.
Por fim, há de se fazer o mea-culpa dos cooperativistas e entregar mais capacidade de decisão ao cooperado. Novos meios de se promover a participação na sociedade cooperativa e incrementar a cooperação precisam ser encontrados no sentido de consolidar o processo de "apropriação" da cooperativa por parte do cooperado. Ele realmente deve se sentir dono e parte integrante do processo decisório e do modelo de autogestão promovido pela cooperativa. As informações e as discussões sobre o andamento da cooperativa precisam ser objeto de assunto cotidiano em nossa sociedade, assim como é o futebol e a política.
Mesmo com histórias parecidas, o que difere o ramo crédito brasileiro do canadense?
Dr. Arruda: A história do ramo crédito no Brasil e no Canadá possui origem comum, ou seja, nasceram no começo do século passado e nas mãos de fundadores visionários como foram o Sr. Alphonse Desjardins e o Padre Theodor Amstad. A leitura do meu livro sobre governança nos mostra que o Brasil, talvez por conta da colonização europeia, andou mais rápido que o Canadá no processo inicial de formação de redes cooperativas e estruturas de governança de segundo grau no cooperativismo. Contudo, a legislação e o processo político-institucional de consolidação do estado democrático brasileiro não permitiu que estas estruturas avançassem. Em um dado momento o Canadá superou o Brasil no processo de evolução jurídico-institucional destas organizações.
Temos grandes problemas com os custos das transações. Muitos contratos são revistos pelo judiciário. A legislação brasileira necessita ser aprimorada, pois promove uma amplitude considerável de interpretações. Porém, tal cenário também apresenta oportunidades. O Brasil tem muito para evoluir e pode aprender com os erros de evolução das estruturas de governança de outros países. O processo de evolução e crescimento pode ser acelerado.
O que falta para o cooperativismo de crédito brasileiro ter o mesmo alcance de outros países?
Dr. Arruda: Crises institucionais e econômicas são benéficas ao cooperativismo quando este está consolidado. Quero dizer que, quando uma sociedade está padecendo por não se atentar às regras de convívio social, quando pouco espaço é dado à consciência coletiva, as pessoas de bem tendem a procurar instituições mais fortes aonde o convívio é bem regulado e as transações são marcadas também pela reputação de quem as garante. Instituições democráticas, autogeridas e construídas para o bem social tal como devem ser as cooperativas possuem, neste cenário, uma vantagem competitiva: seus líderes são escolhidos entre seus próprios usuários.
É diferente quando não podemos participar do processo decisório da organização. Em sociedades com grande incerteza politico-institucional, é uma temeridade entregar-se a organizações dirigidas por poucos proprietários ou com grandes problemas de organização e governança. Contudo, em cooperativas consolidadas a gestão é compartilhada por todos. Há um processo amplo de "disclosure" e, ao mesmo tempo, pouco espaço para o oportunismo na transação. O objetivo maior é o bem de todos.
Vivemos um novo momento na sociedade, no qual as pessoas estão mais participativas. Você acredita que isso pode favorecer ao cooperativismo, já que é uma sociedade de pessoas?
Dr. Arruda: Sim, plenamente. É do confronto produtivo de ideias que surgem as grandes soluções. A cooperativa, por ser sociedade de pessoas, necessita regular este confronto e ajustar para torná-lo produtivo. Há uma dificuldade em agir democraticamente, mas existem também grandes oportunidades. Através do confronto produtivo de ideias pode-se ampliar o processo de consolidação das cooperativas no Brasil e ganhar adesão, inclusive, dos mais céticos. A organização cooperativa traz isto em seu DNA.
Em sua opinião, quais são as perspectivas de futuro do cooperativismo de crédito no Brasil?
Dr. Arruda: O futuro do cooperativismo no Brasil depende de superarmos a nossa capacidade de discordar democraticamente. O brasileiro é sentimento. Discordar democraticamente significa saber ceder em prol de uma decisão coletiva, superar isto é trabalhar para que aquela decisão coletiva seja um sucesso mesmo que não tenha sua participação. Nossa sociedade precisa exercitar a democracia ainda mais e superar a agenda do individualismo. Por ser uma sociedade de pessoas, o futuro do cooperativismo depende do quanto aprendermos a cooperar.
Fonte: Rural Centro