“Não tem distorção de mercado ou excedente de produto que atrapalhe a sobrevivência dos agricultores dos países emergentes. O que nós todos precisamos é de políticas de longo prazo e que contemplem todos os elos da cadeia e não somente ações pontuais atreladas a governos. Este é um trabalho estratégico, profundo e que deve ser discutido para se encontrar caminhos alternativos, com vistas a ampliarmos cada vez mais a segurança institucional e econômica do setor produtivo, não só no Brasil, mas em todos os países do mundo”.
Este foi um dos aspectos ressaltados pelo presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, durante sua participação no painel Cooperativas: apoio à agricultura familiar e comunidades rurais para garantir a produção e a diversidade agrícolas, ocorrido ontem, durante o seminárioCapacitando as pessoas para o Desenvolvimento Sustentável e Fome Zero, promovido pela Aliança Cooperativa Internacional (ACI), realizado na edição 2015 da Expo Milão, na Itália.
No painel, além de Márcio Freitas também estavam representantes do movimento cooperativista de Uganda, Noruega, Japão e representantes da Organização das Nações Unidades para Alimentação e Agricultura (FAO). O evento da ACI objetivou chamar a atenção para a influência do cooperativismo na produção sustentável de alimentos. O seminário reuniu os presidentes das organizações representativas de cooperativas agropecuárias de diversos países do mundo.
O presidente do Sistema OCB pediu aos representantes da FAO, presentes ao evento, que se esforcem para acompanhar os subsídios agrícolas aplicados por governos de países desenvolvidos. Segundo a liderança brasileira, estes subsídios impedem que produtos de mercados em desenvolvimento tenham acesso a grandes centros consumidores globais, mesmo que apresentem, muitas vezes, melhor qualidade e preços mais competitivos.
O presidente falou, ainda da importância das imigrações italiana e japonesa para o desenvolvimento da agricultura da região Sudeste. Ele apresentou os números do cooperativismo brasileiro e disse que o sucesso do setor, no Brasil, só é possível em função da capacidade das cooperativas aliarem a "alavanca comercial de produtos de larga escala com a estabilidade social de agricultores familiares".
AGENDA DE HOJE – Na parte da manhã, o presidente do Sistema OCB se reuniu com a Comissária Geral do pavilhão do Brasil na Expo Milão, Christine Garcia-Concheso. À tarde, ele teve audiência com o diretor-Geral da ACI, Charles Gould.
SOBRE A ACI – A Aliança Cooperativa Internacional (ACI) é a entidade de representação do movimento cooperativista no mundo. Sediada em Bruxelas, na Bélgica, é formada por 262 membros de 96 países, espalhados por quatro continentes. Atualmente, possui escritórios regionais nos Estados Unidos, na África, na Ásia e em Bruxelas.
Prestes a completar 120 anos de existência, a ACI se consolidou como uma organização internacional de influência global. Tem sido frequentemente consultada pelo Sistema ONU, confirmando-se como uma organização parceira da FAO e outros organismos setoriais.
A OCB é membro da Aliança desde 1989. O cooperativismo brasileiro tem sido representado no Conselho de Administração da ACI desde então.
A cooperativa agrícola do estado do Paraná, Coamo, vai instalar um complexo industrial e injetar investimentos avaliados em mais de R$ 500 milhões em Mato Grosso do Sul. A instação da unidade é fruto de visitas realizadas pelo governador Reinaldo Azambuja (PSDB) a unidade paranaense, para mostrar os atrativos do estado.
A previsão é de que o complexo seja construído entre as cidades de Caarapó e Dourados, abrigando um entreposto para recebimento de mercadoria, uma planta para esmagamento e outra para refinamento de óleo de soja para uso doméstico. A cooperativa possui 115 unidades em 68 municípios nos estados do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul.
Para o goverandor Reinaldo Azambuja, a vinda do complexo industrial da Coamo para o estado mostra o empenho e as iniciativas do governo para superar a crise. Em MS, a previsão é que sejam esmagadas cerca de 3 mil toneladas de grãos por hora, mesma capacidade da planta de Campo Mourão, que é atualmente a maior esmagadora de soja da cooperativa.
“Há 90 dias estamos conversando com a diretoria da Coamo, mostrando as potencialidades do setor agrícola. Ficamos contentes com a definição por MS. Mais um importante investimento, dessa vez de R$ 500 mil que vai gerar emprego, renda e agregar valor ao que é produzido aqui. A notícia de que a unidade de esmagamento será instalada em nosso estado mostra mais uma vez que estamos no caminho certo para superar esse momento de crise”, afirma o governador.
O secretário do Meio Ambiente, Jaime Verruck, destacou a importância da parceria e do Proind (Programa Estadual de Apoio à Industrialização) para a atração do investimento. “Em Campo Mourão o governador falou sobre os benefícios do Proind, apresentou a infraestrutura logística e de energia elétrica . Essa parceria com a Coama é de grande importância e está em consonância com o nosso plano de governo pois agrega valor às matérias primas locais”, destaca Verruck.
De acordo com o presidente e fundador da Coamo, José Aroldo Gallassini, a cooperativa recebe um grande volume de soja de Mato Grosso do Sul. “Além da proximidade da soja a região tem boa localização para escoamento. Nossos cooperados sul-mato-grossenses tem porte médio superior aos do Paraná, com propriedades de 600 a 1,5 mil hectares”, frisa Gallassini.
O Sistema OCB/MS promove o Progarama de Desenvolvimento de Jovens Cooperativistas que tem o objetivo de incentivar a participação dos jovens no quadro social das cooperativas e destina-se a adolescentes, jovens associados, ?lhos de associados e funcionários de cooperativas com idade entre 16 a 30 anos.
O primeiro módulo começou dia 15 de julho, em São Gabriel e é sobre protagonismo Juvenil e Projeto de Vida e visa oportunizar aos participantes reflexões acerca de seu papel na família, na cooperativa e na comunidade, a fim de que compreendam sobre a necessidade de seu protagonismo, bem como o delineamento de seu projeto de vida. Com o instrutor Ney de Almeida Guimarães, pedagogo, especialista em Juventude Contemporânea pela UNISINOS, São Leopoldo/RS e em Cooperativismo com ênfase na Organização do Quadro Social pela PUC/PR.
Confira a cronograma compleo AQUI
Um marco histórico para o cooperativismo mundial de crédito ocorreu hoje, em Denver, nos Estados Unidos. Pela primeira vez, uma mulher assume a presidência do Conselho Mundial de Cooperativas de Crédito ou Woccu, como é mais conhecido o World Council of Credit Unions. Anne Cochran, presidente da Liga Americana de Crédito do estado da Louisiana, também primeira vice-presidente do colegiado, foi eleita durante a Conferência Mundial das Cooperativas de Crédito, promovida pelo Woccu. Embora seu país natal seja a Irlanda, Anne é a representante dos Estados Unidos no Conselho Mundial.
A notícia soa como um importante reconhecimento à contribuição feminina ao movimento cooperativista global, especialmente neste ano, quando a Aliança Cooperativa Internacional definiu como tema central de suas ações a equidade entre os cooperados.
Integrante de longa data do Woccu, Anne tem atuado em diversas frentes do Conselho, participando de eventos internacionais, algumas vezes, inclusive como porta-voz. Dedica todo o seu tempo a ajudar organizações de cooperativas de crédito a crescer e prosperar. Também faz parte da Rede Global de Mulheres Líderes, cuja missão é desenvolver associações de mulheres ao redor do mundo. Faz parte da lista das 50 americanas mais influentes do país.
Em 2006 foi agraciada com o Prêmio Âncora, conferido pela Fundação Nacional de Cooperativas de Economia e Crédito dos Estados Unidos, por sua força, perseverança e capacidade de liderar e ajudar as cooperativas de crédito a superarem todas as dificuldades advindas do desastre provocado pelo furacão Katrina.
BRASIL – O movimento cooperativista brasileiro continua sendo representado no Woccu. Manfred Dasenbrock, presidente da SicrediPar e da Central Sicredi PR/SP/RJ e que também ocupava o cargo de secretário-geral da Woccu assumiu o cargo de tesoureiro do Conselho Mundial.
REPRESENTATIVIDADE – A delegação brasileira que participa da Conferência Mundial nos Estados Unidos é a maior desde que começou a marcar presença nos debates e na programação do evento. O Sistema OCB tem sido representado pelo coordenador do Conselho Consultivo do Ramo Crédito (Ceco), Celso Regis, também presidente da unidade estadual do Mato Grosso do Sul, e pelos principais dirigentes do setor.
Para Celso Regis, a comitiva brasileira, da qual fazem parte representantes de todos os sistemas e modelos existentes no país está participando das atividades com bastante entusiasmo. “O Brasil está contribuindo com as discussões acerca de temas como inovação, novas tecnologias e, principalmente, com a inserção dos jovens nas cooperativas. Todos os temas trabalhados neste evento da Woccu têm muito a ver com o atual momento das cooperativas no nosso país”, comentou o coordenador do Ceco.
“Para nós, do Sistema OCB, este é um momento ímpar, já que estamos preparando o planejamento estratégico do Sistema Nacional de Credito Cooperativo (SNCC). Está valendo muito a pena. Com certeza teremos fortes subsídios para compor o documento norteador das nossas ações futuras”, finalizou Celso Regis.
SAIBA MAIS – O Conselho Mundial de Cooperativas de Crédito promove o desenvolvimento sustentável das cooperativas de crédito ao redor do mundo. Seus programas de assistência técnica introduzem novas ferramentas e tecnologias para fortalecer o desempenho financeiro das cooperativas de crédito e aumentar o seu alcance. O Conselho Mundial implementou mais de 290 programas de assistência técnica em 71 países. São 57 mil cooperativas de crédito em 103 países, que atendem 208 milhões de pessoas.
O governo federal publicou hoje o Decreto nº 8.492/2015, que altera a Estrutura Regimental e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão e das Funções de Confiança do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) e remaneja cargos em comissão. As mudanças entram em vigor em 14 dias, a contar da data de publicação.
Entre as principais mudanças está a criação da Secretaria de Integração e Mobilidade Social, que terá como um dos seus objetivos promover a sustentabilidade socioprodutiva do médio e pequeno produtor rural e realizar ações nos campos de educação, cidadania, crédito, renda e qualificação rural, articuladas com organizações governamentais e não governamentais.
COOPERATIVISMO – A Secretaria responsável pelo cooperativismo também sofreu mudanças, com a antiga Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo (SDC) passando a se chamar Secretaria do Produtor Rural e Cooperativismo, mas mantendo em sua estrutura o Departamento de Cooperativismo e Associativismo (Denacoop).
Outra mudança importante foi a extinção da Secretaria de Produção e Agroenergia (SPAE), que era responsável pela formulação da política agrícola das produções cafeeira, sucroalcooleira e agroenergética. Suas atribuições devem ser absorvidas pela Secretaria de Política Agrícola, que foi mantida na nova estrutura.
A íntegra do decreto pode ser acessada clicando aqui.
Clique aqui e veja, também, a íntegra do estudo do quadro governamental, elaborado pelo Sistema OCB.