O Banco Central do Brasil (BCB) apresenta logo mais, às 15h, um detalhamento sobre a Resolução CMN 4.434/15, bem como sobre a minuta da circular regulamentadora da norma. A explanação da equipe técnica do BCB ocorrerá na sede da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), em Brasília, e será feita ao presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, e integrantes do Conselho Consultivo do Ramo Crédito (CECO). A audiência seguida de debate será transmitida ao vivo, pela internet. Para acompanhar, bastaclicar aqui.
A Resolução CMN 4.434/15 entrou em vigor no dia 6 de agosto. Ela categoriza as cooperativas de crédito em três tipos: plenas, clássicas e de capital e empréstimo. De acordo com o Banco Central, as cooperativas a serem enquadradas na categoria plena são aquelas que podem praticar todas as operações do mercado. As clássicas são aquelas que não podem ter moeda estrangeira, operar com variação cambial e nem com derivativos – instrumentos do mercado futuro – entre outros). Já as de capital e empréstimo não poderão captar recursos ou depósitos, sendo seu "funding" apenas o capital próprio integralizado pelos associados.
O Banco Central informou, na época, que, considerando a nova segmentação, foram definidos novos valores de capital inicial e de patrimônio líquido. Porta-vozes do BCB disseram ainda que a estrutura de governança exigida e o regime de apuração do capital requerido também serão diferenciados de acordo com a classificação da cooperativa de crédito, que terá três anos para se adaptar.
PRAZO – O BCB também divulgou que a categorização das cooperativas seria feita pelo próprio ente regulador num prazo de 90 dias, a contar da data de publicação no Diário Oficial da União (6/8/15). O setor, desta forma, aguarda a divulgação dessa classificação em breve. Após a indicação de sua categoria, as cooperativas que não concordarem terão, também, um prazo de 90 dias para solicitar a revisão da classificação.
“As cooperativas de crédito, considerando sua capilaridade, têm importância fundamental no processo de bancarização e inclusão financeira no país”. A afirmação foi feita hoje pelo diretor de Relacionamento Institucional do Banco Central, Luiz Edson Feltrim, durante a abertura do Fórum de Cidadania Financeira, iniciado hoje em Brasília e que termina amanhã. O evento é realizado pelo Banco Central junto com o Sebrae e conta com o apoio e participação do Sistema OCB.
Feltrim fez questão de destacar que, atualmente, todos os municípios brasileiros contam com os serviços bancários, seja por um correspondente, vinculado aos bancos comerciais ou, ainda, por uma cooperativa. Segundo ele, as cooperativas de crédito têm ampliado sua participação no mercado, o que pode ser comprovado pelo número de cooperados: cerca de 7,5 milhões. “E, aqui, reafirmamos o desafio lançado ao movimento cooperativista, pelo presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, de ampliar este número para 10 milhões de cooperados”, comenta Feltrim.
Durante seu discurso de abertura, da qual participaram o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, os presidentes das unidades estaduais Celso Regis (Mato Grosso do Sul) e André Pacelli (Paraíba), o superintendente Renato Nobile e a gerente geral da OCB, Tânia Zanella, Feltrim fez questão de ressaltar a participação das entidades parceiras não só no Fórum de Cidadania, mas em todas as ações realizadas pelo BCB.
“Nossas ações de cidadania financeira só podem ocorrer se pudermos contar com o apoio de entidades parceiras. Ao redor do mundo, diversos organismos nacionais e internacionais vêm dando ênfase à missão de incluir financeiramente a população. No Brasil não é diferente. E só temos a agradecer às instituições que nos apoiam nesta causa”, comenta.
MICRO EMPRESA – O presidente do Sebrae Nacional, Guilherme Afif Domingos, defendeu mais acesso ao crédito para as micro e pequenas empresas durante a abertura do Fórum. “O sistema financeiro nacional é muito concentrado nas médias e grandes empresas. O crédito ainda é voltado a serviços financeiros para pessoas físicas e consumo. Mas, quando a gente fala em financiar a produção, temos um longo caminho pela frente, pois as instituições são grandes demais para atender o pequeno produtor. O papel do Sebrae é entrar mais firme nessa batalha”, destacou.
Afif apresentou uma pesquisa feita pelo Sebrae em 2015, segundo a qual apenas 17% das microempresas tomaram empréstimo, enquanto 24% das empresas de pequeno porte contraíram crédito. Segundo o levantamento, os fornecedores são os principais financiadores de 72% das microempresas e de 76% dos empreendimentos de pequeno porte.
O cheque pré-datado é usado por 51% das microempresas e 57% dos negócios de pequeno porte. Ainda conforme a pesquisa, possuem conta bancária 84% dos donos de microempresa e 89% dos proprietários de pequenas empresas. Em 2015, o valor médio de empréstimo solicitado foi de R$ 36 mil por microempresa e de R$ 56 mil por empresa de pequeno porte.
O presidente recém-eleito do Sebrae reforçou a importância dos pequenos negócios na manutenção de empregos. “Enquanto as médias e grandes desempregaram 800 mil pessoas de janeiro a novembro, as micro e pequenas empresas ainda sustentam saldo positivo de 109 mil vagas”, frisou.
COOPERATIVISMO – Amanhã, o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, participa como debatedor no talk show Cooperativas e Cidadania: fortalecendo o desenvolvimento local e sustentável. Ao seu lado estarão: Roberto Rodrigues, embaixador especial da FAO para o cooperativismo mundial, que fará a palestra do painel, o consultor e coautor do livro “Rumos do Cooperativismo Financeiro no Brasil”, Marden Marques Soares, e o gerente da Unidade de Políticas Públicas e Desenvolvimento Territorial do Sebrae Nacional, Bruno Quick. A moderadora será a jornalista, Mara Luquet.
REALIDADE NACIONAL – As cooperativas de crédito promovem o desenvolvimento econômico e asseguram o exercício da cidadania pela inclusão financeira, a partir de um trabalho de educação financeira junto aos associados. Além disso, o Sistema Nacional de Crédito Cooperativo representa o quinto maior conglomerado financeiro do país.
O Ramo Crédito cresceu nos últimos 10 anos 171%, superando o crescimento de todos os outros sistemas bancários, e está presente em 95% dos municípios brasileiros, sendo que em 450 deles a cooperativa é a única forma de inclusão financeira disponível na região.
Segundo dados do Banco Central do Brasil, em dezembro de 2014 haviam 1.106 cooperativas e mais de 7,5 milhões de cooperado. No total, o Sistema Nacional de Crédito Cooperativo gera mais de 43 mil empregos diretos, possui R$ 143 milhões em ativos e capta depósitos da ordem de R$ 68 bilhões.
SOBRE O EVENTO – O Departamento de Educação Financeira do Banco Central, responsável pela organização do fórum, estima a participação de mais de 800 pessoas, entre operadores de microfinanças, potenciais investidores, empresas de tecnologia e representantes de instituições financeiras, do setor educacional, de organismos governamentais e multilaterais e do terceiro setor, além de pesquisadores de temas relacionados com a cidadania financeira. Clique aqui para conferir a programação completa.
Durante a abertura do Fórum de Cidadania Financeira, realizado pelo Banco Central do Brasil, hoje, em Brasília, com apoio do Sistema OCB, o diretor de Relacionamento Institucional, Luiz Edson Feltrim, comunicou a divulgação da classificação prévia das cooperativas de crédito, segundo os parâmetros estabelecidos na Resolução CMN 4434/15, que entrou em vigor no dia 6 de agosto. Clique aqui para rever a relação das cooperativas, bem como sua classificação.
ENTENDA – No dia 5 de agosto, o Conselho Monetário Nacional editou a Resolução CMN 4434/15, categoriza as cooperativas de crédito em três classes:
- PLENAS: aquelas que podem praticar todas as operações do mercado;
- CLÁSSICAS: aquelas que não podem ter moeda estrangeira, operar com variação cambial e nem com derivativos – instrumentos do mercado futuro – entre outros;
- CAPITAL E EMPRÉSTIMO: que não poderão captar recursos ou depósitos, sendo seu "funding" apenas o capital próprio integralizado pelos associados.
No dia seguinte (6/8), o normativo foi publicado no Diário Oficial da União. A partir desta data, o Banco Central passou a ter 90 dias para classificar e divulgar a setorização das cooperativas de crédito.
RECURSO – Cientes de sua classe, as cooperativas que não concordarem terão, também, um prazo de 90 dias para solicitar a revisão da classificação.
RISCO – Considerando a nova segmentação, também foram definidos novos valores de capital inicial e de patrimônio líquido. A estrutura de governança exigida e o regime de apuração do capital requerido também serão diferenciados de acordo com a classificação da cooperativa de crédito, que terá três anos para se adaptar.
No início de agosto, o presidente do BC, Alexandre Tombini, a mudança foi bem recebida pelo setor, porque a segmentação será adequada ao perfil de risco das cooperativas. “Essa é, além de uma providência de racionalização muito aguardada, um marco notável na história das cooperativas de crédito no Brasil”, disse Tombini.
ACOMPANHAMENTO – A chefe do Departamento de Regulação do Sistema Financeiro do BC, Silvia Marques de Brito e Silva, disse que a nova classificação vai permitir melhor acompanhamento e controle das cooperativas. Além disso, ela citou que, anteriormente, as mesmas exigências eram feitas a cooperativas com características diferentes. “Teremos um acompanhamento mais adequado, mais sistemático, porque vai levar em conta o risco”, disse.
No dia 13 de novembro, encerrando as comemorações do “Pensa 25 anos”, acontece na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP um seminário com o tema - Ajustes no agro brasileiro para maior inserção global. Na ocasião, estarão presentes o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues e o presidente da OCB Márcio Lopes de Freitas. Os dois cooperativistas abordarão aspectos sobre a agricultura brasileira e a contribuição das cooperativas agropecuárias para o setor.
Roberto Rodrigues é engenheiro agrônomo, com uma atuação que demonstra uma firme liderança na agricultura brasileira. Na ocasião, o embaixador especial da FAO/ONU colocará a sua visão como um pano de fundo para os debates.
Márcio Lopes Freitas preside a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), entidade que congrega o cooperativismo brasileiro de todos os ramos, de modo especial o agropecuário.
Haverá ainda a presença do Professor Decio Zylbersztajn e um debate aberto ao público.
Serviço
Data e horário: 13/11 às 11h.
Local: Sala da Congregação da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo, em São Paulo-SP.
Informações: (11) 3818-4005 ou pelo e-mail
Inscrições no site: http://pensa.org.br/ajustes-no-agro-brasileiro/
Sobre o Pensa
O Pensa é um centro avançado, dedicado à Gestão e Coordenação de Agronegócios, que atua nos cenários nacional e internacional, desenvolvendo a excelência em pesquisas acadêmicas aplicadas ao ensino. Está estruturado em forma de rede envolvendo diversas instituições de ensino e pesquisa, pesquisadores, executivos, industriais e produtores rurais.
O Centro de Conhecimento em Agronegócios é um programa de pesquisa do Departamento de Administração da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo, criado em 17 de junho de 1990. É cadastrado como grupo de pesquisa no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e é um programa institucional da Fundação Instituto de Administração – FIA.
Fonte: Ocesp
As cooperativas de crédito promovem o desenvolvimento econômico e asseguram o exercício da cidadania pela inclusão financeira, a partir de um trabalho de educação e esclarecimento, realizado junto aos associados. Desta forma, elas assumem, cada vez mais, um papel de destaque, contribuindo com o processo de bancarização da população brasileira.
Por este motivo, o Fórum de Cidadania Financeira, realizado desde ontem em Brasília pelo Banco Central e Sebrae, com apoio do Sistema OCB, promoveu hoje o talk show Cooperativas e Cidadania: fortalecendo o desenvolvimento local e sustentável. Os convidados foram o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, o embaixador especial da FAO para o cooperativismo mundial, Roberto Rodrigues, o consultor e coautor do livro “Rumos do Cooperativismo Financeiro no Brasil”, Marden Marques Soares, e o gerente da Unidade de Políticas Públicas e Desenvolvimento Territorial do Sebrae Nacional, Bruno Quick. A jornalista, Mara Luquet, da Rede Globo, fez a moderação do painel.
DIFERENCIAL – Segundo o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, o cooperativismo é um instrumento de organização e transformação social que promove ajuda mútua, colaboração e solidariedade na busca de soluções.
“As cooperativas de crédito, formadas hoje por mais de 7 milhões de associados, são responsáveis pela inclusão financeira direta dessas pessoas e, indiretamente, de suas famílias. Com atendimento personalizado e taxas de juros diferenciadas, extremamente competitivas, elas trazem aos seus cooperados autonomia financeira para administrarem suas despesas e empreenderem novos projetos. Para isso, os associados contam com orientação por parte de sua cooperativa, passando por um processo de educação financeira com o objetivo de promover um melhor uso de seus recursos”, comenta.
AÇÃO CONJUNTA – O presidente Márcio Freitas também destacou durante sua fala no talk show a parceria firmada entre o Sistema OCB, por meio do Sescoop, e Banco Central, visando à realização do programa Cidadania Financeira, desenvolvido desde 2013, com o objetivo de promover os direitos e deveres do cidadão com relação à sua vida financeira. “Esta é uma aliança que colabora com os esforços para que seja concretizada a missão do Sescoop, que é promover a cultura cooperativista e o aperfeiçoamento da gestão para o desenvolvimento das cooperativas brasileiras”, reforça o presidente.
Márcio Freitas explicou que a ação conjunta trata-se de um programa de formação em gestão de finanças pessoais, com foco no hábito de poupar e na responsabilidade no uso do crédito. Direcionada especialmente a multiplicadores e facilitadores, a proposta é formar uma rede cooperativa para a cidadania financeira. “Nossa intenção é contribuir com a melhoria da qualidade de vida das pessoas”, explica a liderança.
CAPILARIDADE – O presidente do Sistema OCB frisou, ainda, que as cooperativas de crédito estão presentes em 95% do território nacional, sendo que em 565 dos municípios brasileiros elas são as únicas instituições financeiras da localidade. “Este é um exemplo concreto de cidadania financeira e desenvolvimento para toda a comunidade.”
Segundo dados do Banco Central do Brasil, em dezembro de 2014 haviam 1.106 cooperativas e mais de 7,5 milhões de cooperado. No total, o Sistema Nacional de Crédito Cooperativo gera mais de 43 mil empregos diretos, possui R$ 143 milhões em ativos e capta depósitos da ordem de R$ 68 bilhões.
OUTROS DESTAQUES
LIDERANÇA GLOBAL – “No mundo há mais de um bilhão de cooperativistas. Se cada um tiver três dependentes, teremos quatro bilhões de pessoas vinculadas ao cooperativismo. Isso é mais da metade do povo do mundo! É por isso que dizemos que o cooperativismo é um movimento de pessoas que buscam o bem estar coletivo e que possui valores e princípios universalmente aceitos em todo o mundo, independente do governo e da religião. Acho que o Brasil deveria encabeçar o movimento de indicação do cooperativismo ao Prêmio Nobel da Paz, afinal, essencialmente, ele luta contra concentração da riqueza e a exclusão social.” Roberto Rodrigues - embaixador especial da FAO para o cooperativismo mundial
BLINDAGEM COMERCIAL - “As cooperativas têm diferenciais difíceis de serem superados: elas reciclam os recursos na região onde estão localizadas; têm taxas bem abaixo das praticadas no mercado financeiro mercantil; atendem personalizada e amigavelmente aos seus clientes, que também são cooperados; oferecem segurança, graças ao FGCoop; e o mais importante de tudo: aumentam a concorrência e regula o mercado, o que é fundamental para a economia brasileira. Todo esse conjunto de características singulares conferem uma blindagem comercial contra os fatores externos conjunturais.” Marden Marques Soares – um dos autores do livro “Rumos do Cooperativismo Financeiro no Brasil
MERCADO – “O cooperativismo de crédito cresceu muito rápido no Brasil, contudo, continua distante dos tomadores de microcrédito. Para se ter uma ideia, apenas 7% de todo o universo de micro empreendedores individuais têm uma conta corrente neste segmento. Os pequenos estão buscando os outros bancos para obter crédito e eles representam um importante nicho que pode ser explorado estrategicamente pelas cooperativas de crédito.” Bruno Quick - gerente da Unidade de Políticas Públicas e Desenvolvimento Territorial do Sebrae Nacional