Neste fim de semana, em Dourados, ocorreu a formatura do Formacoop - Progarama de Formação de Dirigentes e Gerentes de Cooperativas e do Programa de Líderes Cooperativistas.
Ao todo foram cerca de 80 formandos de nove cooperativas diferentes.
O FORMACOOP foi desenvolvido para atender a demanda das cooperativas de Mato Grosso do Sul para capacitação do público cooperativista, nos diversos ramos de cooperativas, nas áreas de: recursos humanos, gestão de cooperativas, finanças e educação cooperativista.
Já o Programa de Líderes foi desenvolvido para atender a demanda que os dirigentes, conselheiros e executivos dos mais diversos segmentos de cooperativas possuem sobre gestão de pessoas e liderança. Vem de encontro aos anseios desse público, que possui imediata necessidade de se atualizar nas modernas técnicas administrativas e estilos de liderança, preparando-os para os desafios diários que o mercado cada vez mais competitivo os impõe. O programa aborda uma grande diversidade de conceitos e práticas, essenciais para a atualização dos conceitos, instrumentos e métodos usados na moderna administração de empresas e que se aplicam à gestão de pessoas nas cooperativas e ao exercício da liderança. As disciplinas serão ministradas por profissionais de grande conhecimento e que atuam em diversos estados brasileiros.
No dia 25 de agosto, quinta-feira, às 8h, na Unidade Experimental Fazenda Alegria em Maracaju ocorre um Dia de Campo promovido pela Fundação MS em parceria com diversas instituições, incluindo o Sistema OCB/MS.
No Dia de Campo será tratado cultivares de trigo e triticale, aveia branca FMS2 e culturas de inverno e opções para rotação de culturas.
Acontecimentos recentes relacionados aos conflitos fundiários em Mato Grosso do Sul são reflexos da insegurança jurídica instalada, impactando negativamente em vários setores da sociedade.
A repetição de situações já vivenciadas em 23 municípios[1], ao longo dos últimos 20 anos, comprometem a preservação do Estado de Direito.
Todos os conflitos fundiários em Mato Grosso do Sul foram precedidos por invasões de propriedades privadas. Invasão é ilegal e não pode ser utilizada como instrumento de pressão.
O respeito aos títulos de propriedade, legalmente constituídos e com posse pacífica exercida há mais de meio século, é garantia prevista na Constituição Federal.
A solução deste cenário somente será alcançada quando a obediência à lei for exigida de todos os envolvidos sem exceção e quando o Governo Federal, através de suas instituições, cumprir seu papel de forma efetiva e imparcial.
Amambai, Antônio João, Aquidauana, Aral Moreira, Bela Vista, Bodoquena, Bonito, Caarapó, Coronel Sapucaia, Dois Irmãos do Buriti, Douradina, Dourados, Iguatemi, Japorã, Juti, Maracaju, Miranda, Naviraí, Paranhos, Ponta Porã, Rio Brilhante, Sete Quedas e Sidrolândia.
Fonte: Assessoria de Imprensa Sistema Famasul
No mundo do consumo e com um mercado instável, se torna cada vez mais difícil controlar as finanças pessoais diante de um cenário econômico inseguro. E, pensando nessa questão o Sescoop, em parceria com o Banco Central do Brasil, realizará uma série de capacitações, visando à formação de facilitadores em Gestão de Finanças Pessoais. O público-alvo é composto por multiplicadores e pessoas que trabalham com o desenvolvimento comportamental e financeiro nas cooperativas.
O Curso de Gestão de Finanças Pessoais é um anseio antigo das duas entidades. As tratativas para esta parceria começaram há alguns anos e culminaram com a realização de turmas-piloto, cujos participantes receberam informações que os auxiliarão em seus processos de gestão financeira e desenvolvimento econômico.
Esta estratégia de formação em gestão de finanças pessoais atua em duas frentes: uma intitulada “Curso GFP 20 horas” que é dirigida ao público final (cooperados, empregados de cooperativas e seus familiares) e a outra intitulada “Curso de Formação de Facilitadores” com 40 horas cujo objetivo é preparar profissionais de nível superior que atuarão como futuros facilitadores (professores) para ministrar o curso de gestão de finanças pessoais dirigido ao público final (curso de 20 horas). Para isso, são trabalhados conceitos de gestão de finanças pessoais, associados a práticas metodológicas que visam a desenvolver no potencial facilitador a didática necessária para trabalhar em sala de aula.
Sobre as turmas a serem capacitadas até o fim deste ano, confira abaixo as datas e os locais:
Turma | Data | Local |
Turma SICREDI | 29/8 a 2/9 | Brasília/DF - UniBacen |
Turma I CECRED | 12 a 16/9 | Blumenau/SC - Sede da Cecred |
Turma II CECRED | 26 a 30/9 | Blumenau/SC - Sede da Cecred |
Turma I SICOOB | 26 a 30/9 | Brasília/DF - Sede Sicoob Confederação |
Turma II SICOOB | 7 a 11/9 | Brasília/DF - Sicoob Confederação |
PRATA DA CASA – A ideia da parceria é de desenvolver nos profissionais, já inseridos nas cooperativas, conhecimento que possibilite o repasse de informações a respeito de como lidar com as finanças pessoais de forma proativa e responsável. O curso será ministrado por analistas do Banco Central e tem uma carga horária de 40h.
FACILITADORES – Segundo a gerente de Desenvolvimento Social das Cooperativas, Geâne Ferreira, até o fim deste ano, a unidade nacional do Sescoop estima ter 100 facilitadores formados pelo Banco Central do Brasil. A intenção é que o programa seja disponibilizado às cooperativas a partir do ano de 2017.
COOPERAÇÃO – O Sescoop e o Banco Central do Brasil têm um acordo de cooperação técnico-institucional de quatro anos, visando à realização conjunta de cursos nas áreas de educação e inclusão financeiras, bem como seu material didático. Segundo o superintendente do Sistema OCB, Renato Nobile, o programa de Educação e Inclusão Financeira está completamente alinhado à filosofia de programas como o Felicidade Interna do Cooperativismo (FIC) e o Dia de Cooperar (Dia C).
“Nosso grande capital são as pessoas. É preciso destacar o rosto humano que atua nos setores da economia brasileira e é por isso estamos aqui: para assegurar que essas pessoas – cooperados, familiares e empregados de cooperativas – tenham bem estar e qualidade de vida, por meio de um processo de educação cada vez melhor”, frisa o superintendente.
Fonte: Sistema OCB
Ênio Meinen*
As organizações de natureza cooperativa são as únicas iniciativas socioeconômicas alicerçadas em doutrina de aplicação universal, baseada em valores e princípios, cujas diretrizes convergem para a edificação de um mundo mais equitativo (justo) e inclusivo.
Nesse modelo empresarial que se origina de uma necessidade da sociedade, o ser humano é o centro das atenções, enquanto o capital é mero insumo para a construção de soluções de uso compartilhado entre os donos do empreendimento coletivo. Os resultados, orientados pelo equilíbrio e pela isonomia, são de cada um na proporção de seu esforço e de sua fidelidade à organização. Em síntese, nesse formato não se cogita de transferência de renda ou riqueza do menos para o mais favorecido, uma vez que inexiste separação – o antagonismo clássico – entre dono do negócio/do capital (empresário) e cliente (consumidor).
Têm-se, numa mesma pessoa, proprietário e usuário. Por isso, não se falar em “lucro”. Todos, enfim, como empreendedores cooperativos, prosperam segundo a intensidade de sua cooperação ou de seu trabalho.
Diante de sua inserção comunitária, uma vez que as cooperativas são empresas do lugar, de proximidade, o cooperativismo está naturalmente vocacionado para fazer o bem nos locais em que está estabelecido, rigorosamente alinhado com o 7º princípio universal do movimento (“interesse pela comunidade”). Há, pois, uma preocupação de gerar progresso conforme a aptidão das populações e de acordo com o potencial econômico da região assistida (a cooperativa atua como braço econômico do núcleo social), compromisso que leva à melhoria da qualidade de vida de todos os cidadãos lá fixados, associados ou não.
Ou seja, o fato de a cooperativa impulsionar o desenvolvimento local e de assegurar o reinvestimento dos recursos nas comunidades de origem, criando um círculo virtuoso, leva à geração de novos empregos, ao aumento do consumo e, por via da elevação das receitas tributárias, amplia a capacidade de investimento em saúde e na educação das populações residentes.
Nesse sentido, levantamento conduzido pela Organização das Cooperativas Brasileiras – OCB (www.brasilcooperativo.coop.br), tendo como referência dados divulgados pelo PNUD – Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, autoriza a concluir que o IDH – Índice de Desenvolvimento Humano apresenta melhores resultados em municípios nos quais o cooperativismo se faz presente. Em projeção nacional, os estudos indicam um IDH médio de 0,701 para o conjunto de municípios atendidos por cooperativas e de 0,666 para os não servidos (a referência 1 – quanto mais alto, melhor).
Aliás, pode-se afirmar que, nesse modelo organizacional, o social se confunde com o econômico (manifesta-se uma espécie de “dois em um”). Essa reunião de propósitos foi bem traduzida pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso que, em pronunciamento na cerimônia de abertura do Rio Cooperativo 2.000 (4 de dezembro), proclamou: “A cooperativa, como uma empresa, caracteriza-se por aliar diretamente, na mesma organização cooperativa, dois aspectos fundamentais do desenvolvimento sustentável: a racionalidade econômica e o sentido da solidariedade social. Um híbrido de empresa e organização do terceiro setor, uma empresa com coração”.
É dizer que representam empresas diferentes e constituem o modelo antecedente, a origem, o cerne do que se convencionou chamar de economia colaborativa, compartilhada ou ainda de rede, tão prestigiada e difundida atualmente pelo mundo. A conexão, aqui, se estabelece por características como: i) estrutura e outros recursos compartilhados (investimentos otimizados) para o atendimento, gerando economia para os usuários; ii) propriedade compartilhada do empreendimento (cada participante se torna um pequeno empreendedor); iii) decisões (o que e como) compartilhadas entre os usuários (empoderamento do consumidor); iv) soluções compartilhadas por meio da ajuda mútua (troca de serviços – quem tem empresta para quem não tem, por exemplo) e v) resultados compartilhados entre os usuários-proprietários. A reputação e a confiança são outros dois aspectos-chave comuns a ambas as iniciativas. Daí a legitimidade e conveniência do emprego das locuções economia da cooperação ou economia da mutualidade.
Cooperativismo, em síntese, na definição de Robert J. Shiller (Nobel de Economia em 2013) é sinônimo de “boa sociedade” (Segunda Cúpula Mundial do Cooperativismo. Quebec, Canadá, 7 de outubro de 2014).
* Ênio Meinen, advogado, pós-graduado em direito (FGV/RJ) e em gestão estratégica de pessoas (UFRGS), e autor/coautor de vários artigos e livros sobre cooperativismo financeiro – área na qual atua há 32 anos -, entre eles “Cooperativismo financeiro: percurso histórico, perspectivas e desafios”. Atualmente, é diretor de operações do Banco Cooperativo do Brasil (Bancoob). (*) Conteúdo com subsídios do (futuro) livro “Cooperativismo financeiro – virtudes e Oportunidades: ensaios sobre a perenidade do empreendimento cooperativo” (lançamento em setembro de 2016, durante o 11º Concred, no RJ).Este artigo foi publicado na revista Gestão Cooperativa (nº 78)
Fonte: Sistema OCB