'Mesmo com a crise financeira internacional, 2008 foi um ano positivo para o cooperativismo. As consequências dessas turbulências foram sentidas mais diretamente no início deste ano'. A avaliacão foi feita nesta quarta-feira (28/1) pelo presidente da Organizacão das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freitas, em entrevista coletiva à imprensa, quando fez um balanco do setor no ano passado.
Sobre a crise financeira, o presidente mostrou otimismo: 'Nossa expectativa é de que haja uma reversão desse quadro, nos mercados financeiros e na oferta de crédito, ainda no primeiro trimestre, que, somada a políticas públicas criadas pelo governo, possa desenhar um novo cenário para o setor'.
'Acreditamos na capacidade dos produtores e suas cooperativas de buscarem alternativas para vencer essas dificuldades, dar continuidade a suas atividades econômicas e chegar a taxas de crescimento em torno de 10% tanto nas exportacões quanto no faturamento ', disse o presidente aos jornalistas, na sede da OCB, em Brasília (DF).
Na oportunidade, Freitas anunciou os números do sistema cooperativista em 2008, que foram consolidados pela Gerência de Mercados (Gemerc), da OCB. Segundo ele, mais brasileiros aderiram ao cooperativismo no ano passado. Essa expansão foi impulsionada pela geracão de emprego e mais renda aos associados, familiares e comunidades com cooperativas no Brasil.
Os números divulgados pela OCB confirmam a tendência setorial de crescimento do número de associados comparativamente ao de cooperativas. Assim, enquanto em 2007 eram 7.672 cooperativas com 7.687.568 associados, em 2008, o setor fechou o ano com 7.682 cooperativas e 7.887.707 associados. Já em Mato Grosso do Sul há 102 cooperativas, mais de 58 mil associados e aproximadamente 3300 empregados.
O faturamento das cooperativas, por sua vez, alcancou cerca de R$ 83 bilhões em 2008, o que corresponde a um crescimento próximo de 15% sobre os R$ 72 bilhões registrados em 2007. A região Centro-Oeste faturou 6,41 bilhões o que representa um crescimento de 18,8%, ficando acima da média nacional.
Exportacões
As exportacões diretas das cooperativas brasileiras, no acumulado de janeiro a dezembro de 2008, registraram um crescimento de 21,49% em relacão a 2007, somando US$ 4,01 bilhões. No ano anterior, esse valor foi de US$ 3,3 bilhões.
Para o complexo soja, tradicional produto exportado pelas cooperativas, as exportacões da soja em grão atingiram US$ 680,03 milhões, mostrando lideranca nesse grupo de produtos, frente ao farelo (US$ 405,51 milhões) e ao óleo (US$ 184,14 milhões). Dessa forma, as exportacões do complexo em 2008 totalizaram US$ 1,27 bilhão, crescimento de 48,47% em relacão a 2007.
Na seqüência do ranking figuram as exportacões do setor sucroalcooleiro, com vendas de US$ 1,08 bilhão, sendo o álcool de US$ 588,79 milhões e o acúcar, US$ 490,84 milhões. As vendas externas desse setor foram destaque nas exportacões em 2007. Contudo, as vendas de acúcar mostraram queda de 35,53% e, dessa forma, o setor apresentou uma retracão de 0,27% nos valores comercializados em relacão ao ano anterior.
As vendas das carnes somaram US$ 814,61 milhões nos meses de janeiro a dezembro de 2008, tendo-se lideranca das aves (US$ 468,54 milhões), seguidas pelas carnes de suínos (US$ 166,03), outras carnes e carnes secas (US$ 137,07 milhões) e pela carne bovina (US$ 42,98 milhões). As aves representaram 58% das vendas externas desse setor em 2008 e 57% no mesmo período de 2007, caracterizadas como principal produto dessa origem. As carnes suína e bovina apresentaram em 2008 uma participacão de 25% e 5%, respectivamente.
Veja o balanco completo por este link http://www.ocbms.org.br/1065682408.DOC
As exportacões de soja em grão e do complexo devem somar 41,8 milhões de toneladas em 2008, sendo 27 milhões de toneladas de grãos; 12,5 milhões de toneladas de farelo e 2,3 milhões de toneladas de óleo. Os embarques de soja em grão devem superar em quatro milhões de toneladas o volume exportado no ano passado, mostram projecões da Associacão Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec). Os embarques do complexo soja devem render US$ 17 bilhões em 2008, o dobro da média dos últimos três anos, segundo o diretor-geral da Anec, Sergio Mendes. (Folha de Londrina)
Na noite de ontem, dia 18, foi lancada a 70ª Expogrande. A OCB/MS participará da Exposicão promovendo a palestra 'Endividamento Rural e Panorama do Agronegócio Brasileiro', proferida por José Gerardo Fontellis, assessor especial do MAPA. A palestra ocorrerá no dia 10 de abril dentro da programacão da Expogrande.
O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, garantiu que as cooperativas terão asseguradas as condicões de contratacão do crédito consignado em folha de pagamento para os servidores públicos cooperados. O ministro prometeu a liberacão em audiência na última quinta-feira, dia 7, em Brasília, com o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas.
A audiência atendeu a uma solicitacão da OCB para discutir a minuta de um decreto que trata sobre o assunto. O ministro adiantou ainda que além das cooperativas, as demais instituicões financeiras também serão beneficiadas. Segundo Freitas, 'a manutencão da permissão legal é de fundamental importância para que as cooperativas de crédito possam continuar a prestacão de servicos à populacão brasileira, como vem realizando ao longo de décadas '.
O ministro assegurou alteracão do decreto 4961/2004 para que as cooperativas de crédito, que atuam em mais de um órgão público, possam se credenciar ao crédito consignado, informou o gerente de Mercados da OCB, Evandro Ninaut, que acompanhou a reunião com o superintendente técnico, Ramon Gamoeda Belisário. (Fonte: Assessoria de Comunicacão da OCB).
O Conselho Monetário Nacional (CMN) liberou mais R$ 700 milhões para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) financiar o capital de giro das cooperativas agrícolas. A decisão, anunciada no início da semana pelo ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, foi oficializada na reunião do conselho no dia 29.
Com a medida, o banco contará com R$ 1,7 bilhão para financiar as cooperativas agrícolas neste ano, dos quais R$ 1 bilhão somente em capital de giro. De acordo com o secretário-adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Gilson Bittencourt, o governo poderá ampliar as linhas de crédito em mais R$ 300 milhões, o que totalizaria R$ 2 bilhões para estimular as cooperativas em 2008.
Os R$ 700 milhões saíram do remanejamento de linhas do próprio BNDES que, segundo Bittencourt, estavam sem demanda. Desse total, R$ 450 milhões vieram do Programa de Estímulo à Producão Agropecuária Sustentável (Produsa) e R$ 250 milhões foram remanejados do Moderagro, linha de crédito do BNDES para a compra de equipamentos de producão rural.
Para o secretário-adjunto, o remanejamento das linhas mostra que o governo está agindo para minimizar os efeitos da retracão de crédito sobre a agricultura. 'Estamos otimizando recursos. Não tem sentido manter recursos não-demandados em momentos de crise como o atual', disse.
O CMN também elevou, de R$ 10 milhões para R$ 20 milhões, o limite que cada cooperativa poderá pegar emprestado no BNDES para financiar o capital de giro. A medida vale apenas para esta safra.
Na reunião, o conselho também ampliou o prazo para o pagamento de despesas de produtores que aderiram à renegociacão das dívidas rurais. Para os investimentos financiados com recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) e repassados pelo BNDES, a data limite para o pagamento das prestacões referentes a 2008 e do mínimo necessário para aderir à renegociacão passou para 15 de marco.
Em relacão às linhas de crédito de custeio e investimento com recursos de fundos constitucionais, o prazo para quitar as prestacões do ano passado e efetuar os pagamentos necessários para efetivar a renegociacão foi prorrogado para 31 de marco.
Agência Brasil