Brasil quer diversificar produtos exportados em 2010

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) pretende diversificar, a partir deste ano, a insercão de produtos do agronegócio no comércio mundial. Levantamento divulgado nesta quinta-feira (18/2) aponta que lácteos - em especial leite em pó e queijos - citrus, macã, melão e racões para animais de companhia são itens nos quais o Brasil pode investir na ampliacão das exportacões.

China e Indonésia são grandes importadoras de lácteos e o País pretende ter acesso a esses mercados em curto prazo. No caso das frutas, Estados Unidos, Rússia, Japão, México e Arábia Saudita estão na lista de países onde os produtos podem ser negociados. No caso das racões para cães e gatos, Noruega, Turquia e Rússia podem se tornar potenciais importadores do Brasil.

Segundo o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, para atingir o objetivo é preciso intensificar as negociacões oficiais e organizar melhor a cadeia produtiva desses itens. Em 2008, a participacão dos produtos nacionais nas importacões agrícolas mundiais (US$ 862,9 bilhões) foi de 6,7%. Nos cinco principais produtos importados mundialmente, a insercão brasileira é considerável apenas no comércio de soja em grãos. Essa cultura ocupa a primeira posicão no ranking das compras agrícolas internacionais e o País deteve 25% do mercado.

Nos produtos que aparecem em seguida, como peixes, trigo, lácteos e óleo de palma, o desempenho do Brasil é praticamente nulo. O ministro chama atencão para os pescados, tendo em vista a capacidade produtiva brasileira, seja pela extensão da costa e pela disponibilidade de águas interiores e racão a preco competitivo. 'Temos condicões de expandir o comércio de pescado. Aqui, há espécies de peixes que são únicos no mundo', ressaltou.

Diversificacão de mercados - Nos últimos dez anos, o Brasil vem adotando a prática de abertura de novos mercados para produtos agrícolas. Como resultado dessa diversificacão, verificou-se a reducão das vendas do agronegócio para União Europeia e Estados Unidos, que, em 1999, representavam 58% das exportacões. Em 2009, esse percentual caiu para 36%, dando espaco para regiões como o sudeste asiático, a África e o Oriente Médio.

Item forte na pauta de exportacões do Brasil, as carnes devem ter novos focos de comércio este ano. As negociacões na abertura de mercado para carne bovina devem ser direcionadas para Malásia,Taiwan, Indonésia e Colômbia. No caso da carne suína, o Mapa vai trabalhar para inserir o produto no Japão, União Europeia, Croácia e Coreia do Norte, além de tentar ampliacão de cotas para a Rússia. O mesmo trabalho será feito para aumentar a quantidade frango vendida para os russos, assim como a possível entrada dessa carne no Uruguai, Colômbia, Senegal, Paquistão e Malásia.

 Missões - O Mapa vai intensificar, em 2010, as missões para reducão de barreiras junto a países com potencial importador. Serão mais de 20 este ano. Já em marco, está prevista visita à América Central - República Dominicana, El Salvador, Costa Rica, Panamá e Guatemala - para negociacão de carnes suína, aves e lácteos. A China continuará entre as prioridades do governo. A missão ao país asiático dará continuidade à tentativa de abertura para carnes e lácteos. Ainda no próximo mês, Filipinas, Coreias do Sul e Norte e Japão, além de Egito, Irã e Líbano são outras nacões a serem trabalhadas.

Outra frente de acão do ministério são as missões para promover o agronegócio brasileiro no exterior. Em 2010, a expectativa é de treze missões internacionais, de fevereiro a novembro, em países do norte da África, Américas do Norte e Central, além do Oriente Médio. A primeira terá início no próximo dia 21, com participacão de empresas do setor alimentício na feira Gulfood, em Dubai (Emirados Árabes Unidos). (Fonte Mapa)

 

COAMO: Cooperativa encerra 2009 com receitas globais de R$ 4,67 bilhões

Mais uma vez o ano foi positivo para os associados da Coamo. Eles estão comemorando os bons resultados de 2009. A cooperativa fechou o ano com receitas globais de R$ 4,67 bilhões e sobras líquidas de R$ 289,61 milhões. Os números do bom desempenho da Coamo foram apresentados aos cooperados durante a 40ª Assembleia Geral Ordinária (AGO), realizada na tarde de hoje (12/02), em Campo Mourão, no Centro-Oeste paranaense. Milhares de agricultores do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul prestigiaram o evento e aprovaram, por unanimidade, as contas da Coamo referente ao exercício de 2009. O superintendente da Ocepar, José Roberto Ricken, também acompanhou a AGO da Coamo.

Sobras - A distribuicão das sobras aos associados da Coamo comecam a ser pagas a partir do dia 18 de fevereiro (próxima quinta-feira) em todos os entrepostos da cooperativa, sendo que cada associado receberá seu montante na proporcão da sua movimentacão no abastecimento de insumos e na entrega na producão.

Principais índices - No desempenho econômico-financeiro de 2009, os principais índices da Coamo foram os seguintes: ativo total R$ 3,24 bilhões; patrimônio líquido R$ 1,88 bilhão com crescimento de 11,4% em relacão ao anterior; liquidez corrente 2,48; liquidez geral 1,96; margem de garantia 237,9% e grau de endividamento 42,0%, o qual reduz para 15,2%, se deduzido do valor dos empréstimos os valores das aplicacões financeiras. Os valores dos impostos, taxas e contribuicões gerados e recolhidos atingiram o montante de R$ 207,62 milhões.

Avaliacão - 'Iniciamos o ano de 2009 sob os efeitos da grande crise internacional que foi sentida em todo o país. Na agricultura, o clima atípico colaborou para a frustracão das safras de verão e inverno. Também houve perda no poder de compra dos consumidores dos principais mercados, além da valorizacão do real frente ao dólar, o que provocou perda de renda aos produtores rurais. A situacão só não foi pior porque parte dos efeitos da reducão da demanda externa por commodities foi compensada pela manutencão da demanda interna ', analisou o diretor-presidente da Coamo, José Aroldo Gallassini. 'Felizmente no final do ano pudemos notar o início da recuperacão trazendo boas perspectivas para 2010 ', completou.

Investimentos - Durante a apresentacão dos números do Balanco 2009, o presidente da Coamo relacionou que dentro do programa de investimentos para a melhoria constante no atendimento ao quadro social a cooperativa aplicou R$ 114,97 milhões. 'Os recursos foram direcionados para a ampliacão da capacidade de recebimento de produtos agrícolas e de armazenagens de insumos nos entrepostos; aquisicão de novas unidades de recebimento de produtos; instalacão de novas lojas de pecas e farmácias veterinárias; reestruturacão das instalacões administrativas em diversos entrepostos; implantacão de uma torrefacão e moagem de café; ampliacão e modernizacão das indústrias e das unidades de beneficiamento de sementes e aquisicão de terrenos para reflorestamento ', apontou o dirigente.

Destaques - Gallassini disse, ainda, que a parceria com a Coagel Cooperativa Agroindustrial, com sede em Goioerê, no Noroeste paranaense, foi um dos destaques do ano. Ele lembrou, também, da inauguracão da indústria de torrefacão de café; do lancamento da Margarina Coamo Família, em potes e sachê, da Gordura Vegetal em sachê e do Café Sollus, torrado e moído.

Producão e exportacão - Presente em 60 municípios, com 105 unidades de recebimento instaladas, a Coamo recebeu, em 2009, 4,50 milhões de toneladas de produtos, o que correspondeu a 3,3% da producão nacional de grãos e fibras. De acordo com relatório anunciado por Gallassini, durante a AGO, as exportacões da cooperativa cresceram 34,4% em relacão ao ano anterior, atingindo o montante recorde de US$ 704,13 milhões. Hoje, a Coamo é a maior empresa exportadora do Paraná e uma das maiores do Brasil. 'Também temos que comemorar o excelente desempenho dos produtos da linha alimentícia da Coamo no mercado consumidor. O nosso faturamento, nesse setor foi de R$ 340,59 milhões, representando 7,9% do faturamento total da cooperativa ', assinalou.

Conselho Fiscal - Após a prestacão de contas do exercício de 2009, a assembleia elegeu os novos membros do Conselho Fiscal, para a gestão 2010. São eles: Alessandro Gaspar Colombo, Anselmo Coutinho Machado e Jorge Luiz Tonet (efetivos) e Gabriel Rogério Jort, Wilson Menin Júnior e Wilson Gasparelli (suplentes).

Participacão - 'A Coamo é totalmente voltada para os interesse dos seus associados e, novamente, mostramos ao quadro social que a cooperativa desfruta de excelente situacão econômico-financeira. Agradecemos aos associados pela participacão ativa na Coamo e através desse suporte conseguimos contabilizar grandes volumes de producão, fornecimento, bons precos e sobras ', avalia Gallassini. (Imprensa Coamo)

 

Agenda Legislativa 2010 será lancada dia 3

A Organizacão das Cooperativas Brasileiras (OCB) e a Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop) lancam, na quarta-feira (3/3), a Agenda Legislativa do Cooperativismo 2010. A cerimônia será às 8h, na Confederacão Nacional dos Trabalhadores do Comércio (CNTC), em Brasília (DF). Este ano a publicacão traz o posicionamento do Sistema sobre 58 proposicões de interesse do setor.

'Além das conquistas do ano legislativo de 2009, a edicão aponta os principais desafios para este ano como o novo código ambiental, a relacão com as agências reguladoras e o ato cooperativo', explica o deputado Odacir Zonta, presidente da Frencoop. 

Em sua quarta edicão, a Agenda tem como novidade uma secão especial que deverá provocar a discussão dos novos decretos presidenciais que tratam de meio ambiente e direitos humanos. Neste mesmo espaco, serão listadas outras legislacões complementares e também relevantes.

O objetivo da publicacão é orientar os parlamentares da Frencoop no dia a dia no Congresso Nacional. Para isso, cada proposicão é acompanhada de um resumo, principais pontos do texto, sua última tramitacão e o posicionamento da OCB para mostrar de forma clara, a importância ou carências da matéria em relacão ao cooperativismo brasileiro.

 

OCB e Frencoop apresentam prioridades a líderes de partidos

As proposicões do Sistema Cooperativista Brasileiro no Congresso Nacional são muitas. Com o objetivo de buscar o apoio dos parlamentares, a Organizacão das Cooperativas Brasileiras (OCB) e a Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop) irão promover reuniões com líderes de partidos e blocos partidários para apresentar as principais reivindicacões do setor em 2010. Nesta na quinta-feira (25/2), às 10h, o presidente da OCB, Márcio Lopes de Freitas, se reunirá com o líder do governo deputado Cândido Vaccarezza.

As cooperativas têm firmado sua participacão e posicão de destaque na economia do País e na construcão de uma sociedade mais justa, com indicadores representativos. O setor responde por 6% do Produto Interno Bruto Brasileiro (PIB), envolvendo cerca de 40 milhões de pessoas em cooperativas que atuam em 13 ramos de atividades econômicas. Há 40 anos, a OCB atua em defesa das causas cooperativistas, e no âmbito do Congresso Nacional, a instituicão conta com a participacão direta da Frencoop.

 

Proposta de mudanca na lei do trabalho rural é tema de audiência

Senadores, representantes do governo, dos trabalhadores e de empresários rurais alertaram nesta terca-feira (23/2), durante audiência pública na Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA), que possíveis alteracões na lei que estabelece normas reguladoras do trabalho rural (Lei 5.889/73) necessitam ser aprofundadas. Mudancas nessa legislacão estão previstas no projeto de lei do Senado 458/09, que foi analisado no debate promovido pela CRA.

Conforme o autor do projeto, senador Gilberto Goellner (DEM-MT), membro da Frencoop, o objetivo da proposta é solucionar conflitos trabalhistas no meio rural. Uma das novidades é que o empregador rural passa a ser considerado como pessoa jurídica. Entre as mudancas sugeridas consta ainda a jornada de trabalho de oito horas para o trabalhador rural, com um detalhe: a jornada poderá ser estendida além do limite legal diante de motivo de forca maior ou causas acidentais, para atender à realizacão ou conclusão de servicos inadiáveis.

Aponta também a regularizacão da atividade terceirizada, de forma a permitir o acesso ao aquinário sazonalmente. Além disso, aponta a regulamentacão do contrato de safra, que após intervalo de 3 meses manteria sua característica de contrato por prazo determinado, diferente do que ocorre atualmente.

Para a senadora Kátia Abreu (DEM-TO), equiparar o empregador rural a pessoa jurídica de direito privado, conforme previsto no projeto, deve inviabilizar a agricultura familiar e causar sérios prejuízos aos pequenos agricultores. Ela defende a liberdade de adesão pelos produtores de forma a garantir seu direito de escolha.

O projeto trata ainda de questões como o pagamento de horas extras; contratos de safra; isolamento do trabalhador rural e de sua família nos locais de trabalho distantes de centros urbanos e sua forma de compensacão, entre outras. A proposta também prevê que o empregador poderá fornecer a seus empregados transporte com seguranca, conforto e dignidade, sem cobrar qualquer valor por esse servico, caso não exista transporte público eficiente na região.

O senador Osmar Dias (PDT-PR), autor do requerimento e membro da Frencoop, que resultou na audiência pública, reconheceu que a proposta deve ser mais bem debatida, mas entende que ela traz avancos, a exemplo do dispositivo que permite ao empregador rural a terceirizacão de servicos que requeiram mecanizacão agrícola. Para o senador, quem sairia ganhando seria o pequeno proprietário, especialmente o agricultor familiar.

Direitos-O representante do Ministério do Trabalho e Emprego, Marcelo Goncalves Campos, observou que a Constituicão de 1988 garante a igualdade de direitos entre trabalhadores urbanos e rurais. Por isso, ele teme que a aprovacão do projeto venha ferir direitos garantidos aos trabalhadores rurais tanto pela Constituicão federal como pela Consolidacão das Leis do Trabalho (CLT).

Cristiano Barreto Zaranza, representante da Confederacão Nacional de Agricultura e Pecuária (CNA), destacou pontos do projeto, entre eles o que determina que quando não houver necessidade imperiosa, a remuneracão da hora excedente será de, pelo menos, 50% superior à da hora normal, sendo que o trabalho não poderá exceder a doze horas.

Já Antonio Lucas Filho, da Confederacão Nacional de Trabalhadores na Agricultura (Contag), alertou que dispositivo constante do projeto, considerando o empregador rural como pessoa jurídica de direito privado, é prejudicial à agricultura familiar. Ele defendeu jornada de 40 horas semanais para os trabalhadores rurais, de acordo com proposta que tramita no Congresso Nacional.

Nos debates, foram ressaltados os ganhos em seguranca jurídica aos empregadores através de leis e decretos que regulamentam as atividades, estimulando uma atitude de ganha-ganha entre as partes envolvidas.
A senadora Kátia Abreu indagou aos presentes à comprovacão de que os trabalhadores perdem com a terceirizacão além de criticar o excesso de normas impostas aos empregadores.

Outro ponto levantado foi a intencão do projeto em reducão de custos ao setor produtivo de forma que esse excedente fosse também repassado aos empregados. Baratear custos, disponibilizar crédito e o avanco de definicões claras de denominacões, como citado na audiência do termo trabalho análogo ao escravo, facilitarão o cumprimento das leis assim como auxiliarão o desafogamento do sistema jurídico ao evitar diversas interpretacões às leis presentes.

A Gerência de Mercados (Gemerc) representou a Organizacão das Cooperativas Brasileiras (OCB) na audiência.

 

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