WCM 2020 foi o primeiro evento Phygital do cooperativismo
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WCM 2020 foi o primeiro evento Phygital do cooperativismo

O maior congresso de liderança estratégica do cooperativismo brasileiro este ano foi 100% online, realizado por meio de uma plataforma exclusiva e interativa “Phygital”. A iniciativa, considerada uma tendência mundial, representa a combinação entre os meios digitais e real, que proporciona experiência e engajamento para os participantes. A equipe do Sistema OCB/MS participou do evento.

 

O World Coop Management (WCM) aconteceu entre os dias 30 de novembro e 1º de dezembro. A programação contou com mais de 50 palestras e mais de 200 horas de conteúdos livres ou sob demanda (que podem ser assistidos quando o usuário preferir). Foram mais de cinco mil congressistas, de cerca de 20 países.

 

Entre os palestrantes estavam a empresária brasileira que comanda a rede de lojas de varejo Magazine Luiza, Luiza Helena Trajano; Nick Crofts, presidente do Cooperative Group, maior e mais antigo grupo de cooperativas do Reino Unido, com 4,6 membros; e Washington Olivetto, um dos publicitários mais conhecidos do Brasil e um dos três mais premiados do mundo.

 

O WCM teve o objetivo de ir além de apenas transmitir as palestras e gerar uma experiência completa envolvendo interação, networking, conteúdo em diversos formatos e tudo no Phygital, surpreendendo sem limites à sua imaginação.

Miserecas têm poder na região mais pobre da Capital
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Miserecas têm poder na região mais pobre da Capital

Crianças ajudam a sustentar a casa 'comprando' mantimentos e outros itens com moeda social

 

O pequeno Lucas Gabriel Benites só tem 12 anos, mas é ele quem leva grande parte do sustento da família para casa no Bairro Dom Antônio Barbosa, região mais pobre de Campo Grande (MS). "Eu sempre compro comida", diz. "Mas gosto de levar brinquedos também", entrega mostrando a bola recém-adquirida com o uso das Miserecas, uma moeda social cuja função vai muito além do consumismo.

A moeda que garante as 'compras' de Lucas circula no Projeto Escolinha Filhos da Misericórdia (daí o nome Miserecas), da Igreja Católica. A escolinha foi criada para atender famílias que, durante muitos anos, tiraram seu sustento no antigo lixão, mas que com o fechamento dele, tornaram-se catadores desempregados sem ter acesso ao básico para sobreviver. O projeto começou em 2013 fornecendo cestas básicas e promovendo atividades para as crianças no contraturno da escola.

Hoje, alimenta as famílias e ensina educação financeira na prática a cerca de 70 crianças com idade entre 6 e 12 anos usando as Miserecas. A escolinha recebe doações e, ao inves de fazer a distribuição direta, 'vende' os alimentos, roupas, calçados e briquedos para as crianças. Cada uma delas recebe mensalmente uma quantia em Miserecas que corresponde a R$ 1.045,00. A partir daí, elas têm automia para fazer as 'compras' nos dias de mercado.

Com Miserecas, crianças compram brinquedos, alimentos e outros produtos (Fotos: Marco Miatelo)

"Os pais não podem ir no dia das compras. É a criança quem faz as escolhas sozinha. Tem alguns que levam a comida do mês para a casa. Elas têm liberdade para pegar o que quiserem no mercado, sempre dentro do limite de Miserecas que cada uma recebe. Nas aulas da escolinha, são orientadas
sobre como dividir o dinheiro", explica o padre Agenor Martins da Silva, presidente do Instituto Misericordes Sicut Pater, entidade mantenedora da escolinha.

O padre relembra o dia em que o projeto recebeu uma doação de bolsas da marca Louis Vuitton. "O valor das bolsas é alto no mercado e trouxemos essa realidade para as crianças. Assim, abrimos a possibilidade delas emprestarem entre si, sendo necessário pagar no mês seguinte", detalha. Os alunos também são orientados a economizar Miserecas para o mês seguinte, como forma de pouparem para emergências ou aquisições inesperadas como o caso das bolsas.

As Miserecas também são usadas para ensinar boas maneiras, responsabilidade, cidadania e outros. A criança que tem comportamento ruim leva multa que precisa ser paga em Miserecas. O valor será abatido da quantia mensal de modo que o aluno receberá menos Miserecas para passar o mês. A criança poderá ser multada caso se envolva em brigas, chegue atrasada ou seja mal educada com os coleguinhas, por exemplo.

Miserecas são usadas para incentivar boas maneiras e a responsabilidade (Fotos: Marco Miatelo)

"Tem que ter respeito e bondade", resume Lucas Gabriel que garante seguir à risca os ensinamentos para não perder nenhuma Misereca. As moedas foram improvisadas em notas que simulam as de R$ 2, mas em tamanho menor. Todas as cédulas são devidamente carimbadas.

A coordenadora da escolinha, Viviane Sei Ferreira, explica que a distribuição das Miserecas leva em conta ainda as notas obtidas na escola regular. "Queremos que compreendam que seu esforço é a melhor forma de transformar situação de miséria em prosperidade", relata.

O vídeo abaixo mostra as crianças em dia de mercado, comprando roupas e outros itens para levar para casa com uso das Miserecas. Esta ação foi realizada antes da pandemia do novo coronavírus.

Vídeo foi divulgado pelo projeto Miserecas.

Mais poupadores e menos endividados - Recentemente, o projeto ganhou a ajuda da cooperativa Sicredi que levou palestras ao local para incentivar os pais e as crianças a se tornarem poupadores. A cooperativa realizou ainda um bazar com briquedos e doces, no qual, as crianças, mais uma vez, tiveram que sacar suas Miserecas para fazer as compras.

Sicredi levou bazar e ensinamentos às crianças do projeto (Fotos: Marco Miatelo)

"Trouxemos um conjunto de informações para evitar que as pessoas se tornem endividadas. Dizemos a eles que o endividado não é tão feliz", explica Paulo Brum, assessor de Desenvolvimento do Cooperativismo
do Sicredi. "A gente mostra que vale a pena poupar em qualquer camada social. Se a pessoal poupar R$ 1 por dia, ao final de um ano e dois meses, ela poderá comprar uma bicicleta", ensina.

As dicas de economia doméstica repassadas por Paulo Brum cabem em famílias de qualquer orçamento. Ele reforça a importância de atitudes do tipo 'desligar as luzes quando sair do ambiente', 'desligar a água para escovar os dentes', 'não demorar no banho' e 'guardar o que sobra'.

Atenta às explicações, Juliana de Barros Lopes, de 28 anos, mãe de quatro crianças, sendo três frequentadores da Escolinha da Misericórdia conta o que aprendeu. "Aprendi que não posso ficar fazendo todos os gostos dos meus filhos. Não posso gastar o troco do mercado com chocolatinhos. Preciso guardar o que sobra e tenho que ensinar isso para eles", comenta.

Juliana Barros tem três filhos na Escolinha da Misericórdia (Fotos: Marco Miatelo)

Pequenos poupadores - O Bazar do Sicredi ofereceu produtos bem ao gosto das crianças, mas tudo tinha seu preço. Contudo, nenhum deles se esqueceu das lições da escolinha ou da necessidade de reservar moedas para ajudar em casa.

Maria Fernanda Pereira, 12 anos, escolheu uma bola e um joguinho de damas. "Gastei oito Miserecas. Chega por hoje. Sei que tenho que guardar dinheiro", diz a menina. Já Daniel Lucas, 8 anos, preferiu um cubo mágico. "Custou quatro Miserecas, mas ainda tenho outras sobrando", revela.

A ação do Sicredi em comunidades pobres mobiliza colaboradores da cooperativa que se habilitam voluntariamente para participar das atividades. Gerente de uma unidade Sicredi no Centro de Campo Grande, Andressa Pereira Rocha se fantasiou de palhaça para ganhar a atenção das crianças para a causa da educação financeira infantil.

Gerente do Sicredi, Andressa Lopes se fantasiou para a atividade (Fotos: Marco Miatelo)

"Eu acredito que a educação financeira tem que começar na infância. Essa é a fórmula para que no futuro tenhamos mais poupadores do que endividados", afirma.

Atualmente, a realidade no País está distante desse ideal. Estudos apontam que o endividamento bateu recordes em 2020. No mês de Outubro, a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) apontou que o percentual de famílias brasileiras endividadas era de 66,5%. O pico do ano, contudo, foi o mês de Agosto com 67,5%.

Em Campo Grande, a Peic constatou índice de 62,8%. Em números absolutos, são 196.800 famílias endividadas em Outubro, seja com cheques pré-datados, cartões de crédito, carnês de lojas, empréstimo pessoal, prestações de carro e seguros, um aumento de mais de 5,3 mil famílias em relação ao mês de Setembro (191.451). Desse total, 35,4% têm contas em atraso e 10,9% não terão condições de pagar as dívidas.

Daniel Lucas comprou cubo mágico por quatro Miserecas (Fotos: Marco Miatelo)

Poupar é se presentear - O assessor de Desenvolvimento do Cooperativismo do Sicredi Paulo Brum explica que o grande número de
endividados no País reflete o imediatismo do brasileiro. "Pior de tudo é ele não ter controle sosbre sua escolha", lamenta.

Brum aconselha ao trabalhador que, ao receber seu salário, se coloque em primeiro lugar. "A pessoa trabalha o mês inteiro, se desdobra faz horas a mais. Sempre digo que o trabalhador tem que se dar um presente primeiro e depois pagar as contas. Esse presente seria separar um valor e poupar, guardar o dinheiro. Ele é a máquina de fazer dinheiro, precisa se valorizar", aconselha.

"Pensa bem, se o indvíduo guardar R$ 2 por dia, ao final do mês, ele terá R$ 60. Ao final de três anos, serão R$ 2.372,27, em cinco anos serão R$ 3.956,00, em 10 serão R$ 9.108,56 . Poupando, o trabalhador poderá adquirir bens sem ter que cair nas ciladas dos parcelamentos. Tem gente que acha ruim, que é uma ecomomia pequena. Eu digo, o pior é não poupar nada", conclui.

Voluntários do Sicredi levaram ensinamentos e alegria à região mais pobre da Capital (Fotos: Marco Miatelo)

Sérgio Souza é o novo presidente da FPA
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Sérgio Souza é o novo presidente da FPA

O deputado federal Sérgio Souza (PR) foi eleito, nesta terça-feira, presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) para o biênio 2021/2022. Entre as prioridades do agro brasileiro para os próximos anos está, segundo ele, o aumento da segurança jurídica que envolve os processos de produção e a busca por estabelecer a real imagem do setor perante o Brasil e os demais países do mundo. E para isso, ele acredita também no incentivo ao cooperativismo.

“O agro tem dado reposta positiva para a retomada da economia, crescendo não só na balança comercial, mas também como responsável por pelo menos 50% do PIB. Por isso, lutamos sempre para valorizar o trabalho das cooperativas, do produtor rural integrado. O alimento fruto dessas iniciativas reflete na mesa do consumidor, que tem acesso a um produto de qualidade, com boa procedência e preço justo”, afirma o parlamentar que também é secretário-geral da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop).

Ainda sobre a importância do agro brasileiro, Souza destacou que há, em geral, uma visão distorcida sobre o setor e que “é necessário que a população saiba que ocupamos hoje a posição de um dos maiores produtores de alimentos do mundo e que buscamos processos cada vez mais modernos e sustentáveis”.

Coops são selecionadas para programa Agro 4.0
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Coops são selecionadas para programa Agro 4.0

Três cooperativas foram selecionadas no edital do programa Agro 4.0, da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), com apoio da OCB. São elas: Cocamar, Lar Cooperativa Agropecuária e Industrial e a Cotrijal Cooperativa Agropecuária e Industrial. Os projetos das coops fazem parte de uma lista com 14 ideias que envolvem a adoção e de difusão de tecnologias 4.0 que vão receber um investimento total de R$ 4,8 milhões. Ao todo, 100 propostas foram inscritas.

O objetivo do programa é promover, por meio dessas tecnologias, o aumento de eficiência e de produtividade, e redução de custos no agronegócio brasileiro. Os projetos selecionados têm, agora, um prazo de sete meses para a execução e outros 12 meses para o monitoramento dos resultados.

 

CONFIRA AS COOPS SELECIONADAS

 

Categoria Processamento

  • Cocamar + parcerias

Projeto: implantação de solução, incluindo equipamento que classifica diversos tipos de grãos automaticamente e torna o processo de classificação mais ágil e transparente para todos os envolvidos na cadeia de comercialização de grãos.

 

Categoria Produção e Colheita

  • Cotrijal Cooperativa Agropecuária e Industrial + parcerias

Projeto: Implantação de uma plataforma/aplicativo que permita quantificar o nível tecnológico e grau de informação dos produtores rurais em uma escala nacional, ao mesmo tempo que indique caminhos sólidos para adoção de tecnologias 4.0, respeitando a curva de aprendizagem e aumentando a eficiência da adoção destas tecnologias.

 

  • Lar Cooperativa + parcerias

Projeto: Aviot: Avicultura Conectada, Inteligente e Otimizada (implantação de solução para monitoramento constante da produção e aplicação de técnicas de inteligência artificial e aprendizagem de máquina para que se obtenha os melhores parâmetros para produção de aves de corte e que deverão proporcionar melhorias constantes na qualidade e rentabilidade do produtor e da cooperativa, com identificação de correlação de eventuais doenças nas aves-ambiência-homegeneidade de peso e qualidade).

 

OPORTUNIDADE

Para a OCB, que participou da discussão do edital desde o início, essa é uma oportunidade singular para que as coops que querem trabalhar com adoção e difusão de tecnologias no agronegócio encontre os meios para isso. Vale destacar que a OCB faz parte do conselho superior da Câmara Agro 4.0, no âmbito do governo federal.

 

DISSEMINAÇÃO DE TECNOLOGIA

O programa é executado pela ABDI e pelos Ministérios da Agricultura (MAPA), da Economia (ME) e da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). De acordo com o presidente da ABDI, Igor Calvet, o programa Agro 4.0 irá possibilitar e gerar uma maior disseminação de tecnologias digitais no agronegócio, com foco em aumento de eficiência, produtividade e redução de custos junto a produtores e indústrias.

Coop contribui para fortalecer assistência técnica e extensão rural
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Coop contribui para fortalecer assistência técnica e extensão rural

O superintendente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Renato Nobile, destacou nesta quarta-feira (2), a importância do papel do cooperativismo no fortalecimento da assistência técnica e extensão rural. Ele citou dados do Censo Agropecuário 2017 ao apontar que, entre os cooperados que responderam à pesquisa, 63,8% recebe assistência técnica, enquanto apenas 20,2% do montante total de produtores têm acesso a esse serviço. “Ao considerar que temos mais 1,6 mil de cooperativas agrícolas registradas junto ao Sistema OCB, reunindo mais de um milhão de cooperados, os dados ganham ainda mais relevância, afirmou.

Ainda segundo ele, as cooperativas agropecuárias brasileiras reúnem cerca de 8 mil profissionais de assistência técnica e extensão rural. “Além da orientação técnica em si, esses profissionais também possuem um papel estratégico na relação de confiança entre a cooperativa e seus cooperados, eixo de fundamental importância para o sucesso desses empreendimentos, principalmente se levarmos em conta que segundo o levantamento do IBGE, 71,2% dos estabelecimentos rurais de produtores associados a cooperativas são do perfil da agricultura familiar, público esse que necessita de suporte para acessar esses serviços”.

Nobile participou de evento virtual promovido pelo deputado Zé Silva (Solidariedade-MG), presidente da Frente Parlamentar de Assistência Técnica e Extensão Rural e membro da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop) para debater e apresentar ações de fortalecimento da Ater e também em comemoração aos 72 anos do movimento extensionista no Brasil. “Essa iniciativa é fundamental para darmos continuidade aos avanços na área. O deputado Zé Silva está de parabéns”, concluiu.

O deputado Zé Silva ressaltou que, como parlamentar, tem orgulho de ter incluído a extensão rural e a agricultura familiar na pauta prioritária do Congresso Nacional, e de ter atuado para a criação da Agência Nacional de Assistência Técnica e Extensão Rural (Anater). “O serviço de extensão rural é a única esperança e ligação entre o estado e o trabalhador rural. Portanto seguirei lutando no Congresso Nacional para garantir a valorização desse serviço fundamental”.

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