Presidente da República sanciona PLP 100/2011

O ano de 2018 começou muito bem para as cooperativas de crédito. É que, a partir de agora, elas estão oficialmente autorizadas a captar depósitos dos entes públicos municipais – prefeituras e suas autarquias, por exemplo. A boa notícia foi publicada hoje (5/1) no Diário Oficial da União, em forma da Lei Complementar nº 161, antigo PLP 100/11, quando era apreciado na Câmara dos Deputados, e PLC 157/17, quando foi analisado pelos senadores. A nova lei já está em vigor.

A captação desses recursos municipais está limitada, segundo a lei, ao valor hoje garantido pelo Fundo Garantidor das Cooperativas de Crédito (FGCoop) por depositante, seja ele pessoa física ou jurídica – R$ 250 mil. Para montantes superiores a esse valor, o dispositivo abre a possibilidade para o Conselho Monetário Nacional (CMN) disciplinar, por meio de regras prudenciais, como as cooperativas de crédito poderão fazer a captação. 

FRENCOOP

A conquista é um marco histórico para o cooperativismo brasileiro, especialmente para o Ramo Crédito. “A OCB, com o apoio fundamental da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), conseguiu mostrar ao Congresso Nacional a relevância das cooperativas de crédito para economia dos municípios, sendo que em mais de 500 deles, essa conquista representa a sobrevivência econômica da região”, avalia o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas.

Durante todos os seis anos de tramitação do antigo PLP 100/11, a matéria contou com o importante apoio dos parlamentares da Frencoop, especialmente, dos deputados Domingos Savio (MG), autor do texto, Osmar Serraglio (PR), relator no âmbito da Câmara e Evair de Melo (ES), autor da emenda que possibilita às cooperativas de crédito gerirem os recursos do Sescoop. No âmbito do Senado, quem atuou com destaque foi o senador Waldemir Moka (MS).

NA PRÁTICA

O presidente do Sistema OCB reforçou que, graças à nova lei, as prefeituras, suas autarquias e empresas públicas locais de centenas de municípios que não contam com atendimento bancário, nem mesmo o tradicional, feito por instituições financeiras privadas ou públicas, poderão realizar depósitos em cooperativas de crédito. Elas já estão nessas localidades, suprindo a lacuna deixada pelo Estado, por meio de suas instituições financeiras oficiais. Para se ter uma ideia, em 564 cidades brasileiras, a única instituição financeira é uma cooperativa e isso faz com que as prefeituras tenham de alocar seus recursos em instituições, muitas vezes localizados em outras cidades. A gestão dos recursos públicos desses lugares acaba sendo penalizada, sem falar nos servidores que dependem de um banco oficial para resolver suas questões financeiras e não têm”, explica.

A partir de agora, as prefeituras poderão, por exemplo, realizar o pagamento dos servidores públicos municipais diretamente nas cooperativas. Até então, conforme o parágrafo 3º, do artigo 164, da Constituição Federal, esses recursos só poderiam ser depositados em bancos oficiais.

SESCOOP

A Lei Complementar nº 161/18 também autoriza as cooperativas e os bancos cooperativos realizarem a gestão das disponibilidades financeiras do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop). Antes, esse tipo de operação não era possível, o que, para os cooperativistas, representava um contrassenso.

“Como as cooperativas não podiam gerir os recursos que vêm delas mesmas? A partir de agora, os recursos do “S” do cooperativismo, que é o Sescoop, e que, até então, eram geridos por bancos públicos oficiais poderão ser alocados em instituições financeiras cooperativas. Isso é mais do que justo, afinal, somos um movimento que acredita em um modelo de negócio realmente humanizado e por meio do qual todos ganham”, conclui Márcio Freitas.

REPRESENTATIVIDADE

Distribuídas por todo país, as cooperativas de crédito, instituições financeiras sem fins lucrativos, reguladas e fiscalizadas pelo Banco Central do Brasil, reúnem mais de 9 milhões de cooperados, com ativos, em 2017, na ordem de R$ 220 bilhões, depósitos de R$ 103 bilhões e empréstimos de R$ 81 bilhões, estando presentes e devidamente estruturadas em aproximadamente 95% dos municípios, com mais de 5,5 mil pontos de atendimento

Fonte: Sistema OCB

Momento das cooperativas é agora, afirma o economista Ricardo Amorim
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Momento das cooperativas é agora, afirma o economista Ricardo Amorim

Os brasileiros devem começar a sentir, nos próximos anos, os efeitos pós-crise econômica. E, se as previsões do economista Ricardo Amorim se confirmarem, eles serão positivos! O especialista em administração e finanças internacionais foi o convidado especial do último evento com foco econômico e destinado a cooperativas de crédito, realizado, em 2017, pelo Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito (FGCoop). O evento ocorreu na Casa do Cooperativismo Brasileiro, em Brasília, no fim do ano.

Ricardo Amorim, que atua no mercado financeiro desde 1992, dentro e fora do país, sempre como economista e estrategista de investimentos, apresentou um estudo no qual é possível visualizar que, desde 1900, todas as vezes que o Brasil viveu uma grande recessão, os anos seguintes registraram um crescimento econômico favorável.

Segundo ele, esse fenômeno vai voltar a ocorrer nos próximos três anos. Ele considerou a atual crise econômica, pela qual passam os brasileiros, como algo de proporções que o Brasil nunca viu antes. Amorim também fez questão de frisar que o momento de as cooperativas crescerem é agora, já que o cenário é favorável para ramos como crédito, agropecuário, saúde e educacional.

Ele que é um dos debatedores do programa Manhattan Connection da Globo News desde 2003 e colunista na revista IstoÉ, é o entrevistado desta semana no portal do Sistema OCB. Confira abaixo o que ele pensa sobre crise, oportunidade e cooperativismo. ??

Em momentos de crise econômica, qual o grande problema das expectativas, independentemente de serem positivas ou negativas?

A questão das expectativas é que elas refletem o passado e não o futuro, normalmente. Quando o passado é bom, as expectativas tendem a ser muito altas. Quando o passado é ruim elas tendem, pelo contrário, a ser muito baixas.

Ou seja, como o passado recente da economia brasileira foi péssimo, as expectativas são as piores possíveis. A gente viveu a mais longa, profunda e grave crise econômica da história brasileira e ela veio junto com uma crise política e moral, também, em proporções que o Brasil nunca tinha visto. E a conclusão é: o brasileiro tem expectativas muito ruins para os próximos anos, considerando o aspecto econômico.

Eu, ao contrário, tenho exatamente as expectativas opostas. Porque, se analisarmos a história brasileira desde 1900, todas as vezes que vivemos crises econômicas graves, na sequência o que nós tivemos foi um crescimento econômico muito forte.

Veja só, todas as vezes que saímos de uma crise econômica muito aguda – e nenhuma delas foi tão aguda quanto essa, o Brasil cresceu, pelo menos 5% ao ano, por pelo menos três anos seguidos, na sequência.

Hoje, os economistas estimam um crescimento econômico de 2% para o Brasil, nos próximos três anos, na média. Contudo, para mim, a economia brasileira vai crescer muito mais do que as pessoas acreditam, atualmente. ??

Então, uma crise é importante para o processo econômico?

Ouvimos falar muito que as crises trazem oportunidades, mas eu prefiro pensar diferente. As crises, na verdade, trazem problemas! O que pode trazer oportunidade é como nós reagimos a elas. No cooperativismo, por exemplo: o que faz com que se converta crise em oportunidade é exatamente o fato de que as pessoas se aproximarem mais.

Então, o que a crise cria é a oportunidade de nos reinventarmos de uma forma melhor e mais forte. Se as cooperativas conseguirem ter a capacidade de melhorar seus processos, suas equipes, seu atendimento, seu serviço e seus produtos, aí, sim, elas terão criado as oportunidades.

Mas é possível registrar crescimento, sem passar por uma crise? 

Em tese, sim, mas infelizmente, a natureza humana mostra que só nos mexemos quando a coisa fica difícil, não quando a coisa está fácil. Eu costumo dizer, em tom de brincadeira, que sou uma pessoa ‘do contra’. Quando as coisas vão bem, costumo ser aquele que faz o papel de chato, que alerta para não afrouxar, que é o costumamos fazer, já que tudo está favorável.

Quando as coisas estão indo bem, achamos que continuarão caminhando bem sozinhas, mas isso não acontece. Elas só foram bem, graças ao que fizemos bem anteriormente. É por isso que precisamos continuar assumindo o nosso papel de protagonista para que as coisas continuem indo bem. Afinal, tudo é reflexo do que fazemos.

A crise faz o contrário. Quando as coisas vão mão, elas nos apertam, nos chacoalham e aí, sim, percebemos que precisamos fazer o que precisa ser feito para tudo melhor. ??

Então, considerando esse cenário em que as coisas começam a melhorar, quais as oportunidades que as cooperativas têm diante de si?

Falando especificamente sobre as cooperativas de crédito, a grande oportunidade vem do fato de que, hoje, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica, não estão em uma situação financeira tão tranquila quanto estavam há alguns anos.

Na minha opinião, isso se deve a algumas diretrizes erradas de pisar no acelerador num momento em que a economia brasileira estava piorando (estamos falando de três, quatro anos atrás). Essas diretrizes erradas causaram alguns problemas de crédito na carteira dessas duas instituições, deixando-as mais limitadas para expandir seu crédito.

Os bancos estrangeiros têm reduzido sua presença no Brasil e os bancos privados também têm sido reticentes. Isso é que cria as oportunidades para as cooperativas de crédito.

Outro ponto, é que as cooperativas, de maneira geral, atuam nos setores que estão entre os que mais crescem no Brasil. Dentre eles, posso citar três:

- Educação: temos a participação de cooperativas muito importantes nesse setor. O Brasil viveu um momento de expansão da classe média – fenômeno que deve volta a ocorrer nos próximos anos – e isso fez com que muitas pessoas buscassem mais educação.

- Saúde: o mesmo fenômeno fez com que muitas pessoas buscassem mais saúde. E essa é uma outra área em que as cooperativas são muito fortes. Aliás, saúde é um setor que as pessoas tendem a buscar cada vez mais, porque o setor público está em uma situação financeira difícil, limitando sua capacidade financeira de prover esse serviço básico ao cidadão. Consequentemente, isso gera oportunidade para quem trabalha com saúde no setor privado. 

- Agronegócio: esse setor vem sendo e continuará a ser um dos motores da economia brasileira, porque a demanda por comida no mundo, principalmente vinda da China e da Índia, deve crescer muito mais nas próximas décadas. E isso gera, mais uma vez oportunidades para as cooperativas agrícolas porque elas são muito fortes.

Aliás, por falar em cooperativas agropecuárias, temos um outro fator de oportunidade para todas as outras cooperativas: graças ao agronegócio forte, o interior do país também tem se fortalecido muito.

Nos últimos 15 anos, para se ter uma ideia, as cidades do interior cresceram muito mais que as capitais brasileiras. E em 2018 isso não será diferente. A grande questão é que, as cooperativas, em geral, têm uma grande presença nas cidades do interior do país, especialmente as agropecuárias e de crédito.

Fonte: Sistema OCB

Brasil será líder mundial na producão de alimentos
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Brasil será líder mundial na producão de alimentos

Ex-ministro da Agricultura entre 2003 e 2006, o empresário paulista Roberto Rodrigues tem no currículo uma grande atuação no ramo do agronegócio e do cooperativismo. Foi secretário estadual de Agricultura de São Paulo nos anos 1990, criou a Agrishow e foi presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) por dois mandatos (1985/1991), da Organização Internacional de Cooperativas Agrícolas (1992 a 1997) e da Aliança Cooperativa Internacional - ACI (1997/2001), órgão centenário que congrega mais de 900 milhões de pessoas no mundo, por meio de 250 organizações nacionais cooperativas.

 

Rodrigues palestrou em 2017 na UFSM e concedeu uma entrevista exclusiva ao Diário, em que defendeu sua proposta para o desenvolvimento do Brasil: de se consolidar como o maior produtor mundial de alimentos e transformar essa na principal bandeira do país, não só para gerar mais renda e empregos ao homem do campo, mas também ao das cidades. Confira: 

 

Diário - O cooperativismo é o futuro no agronegócio?

 

Rodrigues - É uma das alternativas. No agronegócio, e na agricultura, particularmente, há uma regra dada pela economia globalizada, que é a seguinte: a margem por unidade de produto tende a diminuir cada vez mais pela economia globalizada e a economia internacional. De modo que no médio e no longo prazo, a renda do produtor rural se dará pela escala, e não pela unidade de produto. Então, o pequeno produtor, por definição, não tem escala, porque é pequeno. Ele está morto, liquidado? Não, porque ele pode fazer a escala através da cooperativa.

 

Além do que ela é um instrumento de distribuição de tecnologia, de insumo adequado, de crédito, do seguro, ela agrega valor e negocia em pool. Ela vai ajudar o produtor a ter custo menor e a ter maior renda, e ainda por cima, ele participa do processo em escala. Então, para o pequeno produtor, a cooperativa é a única saída, e também para o grande. Por maior que seja um produtor, ele compra x toneladas de fertilizantes, se a cooperativa compra 10x, ele vai ser beneficiado também. Só que a sua presença beneficia o pequeno. A cooperativa tem esse lado solidário, em que o grande ajuda o pequeno, e vice-versa.

 

 

Diário - Qual sua visão do agronegócio hoje?

 

Rodrigues - Há um olhar das instituições multinacionais quanto ao futuro sobre o tema segurança alimentar, e hoje todos os estudiosos nessa área entendem que o Brasil tende a ser e tem de ser o grande supridor mundial de alimentos. Para isso, é preciso que haja dois tipos de movimento. Um público, de políticas públicas, com estratégias ligadas à área de renda, comércio, logística e infraestrutura, legislações que estão obsoletas. Mas a gestão privada também precisa fazer a parte dela e se organizar para enfrentar a concorrência internacional. E essa parte é a cooperativa. O Brasil tem um desafio global fantástico para que se torne o campeão mundial da segurança alimentar, mas só pode falar isso se tiver uma política pública adequada e uma estrutura cooperativista sólida, que permita a competitividade de maneira clara.

 

 

Diário - Recentemente, o senhor defendeu uma revolução na área do agronegócio. Que revolução é essa?

 

Rodrigues - Eu estou propondo uma plataforma para o Brasil. Os países hoje, emergentes, criaram todos uma plataforma para o desenvolvimento. A China, exportação. A Índia, TI (informática). A Coreia, eletroeletrônica. O Brasil tem vocação natural que é o agro, mas não acho que esse seja o nosso sistema. Ele deve ser alimentar o mundo, segurança alimentar. Eu estou propondo uma plataforma em que o agro seja responsável, mas que a sociedade toda se incorpore ao programa para alimentar o mundo e seja o campeão mundial da segurança alimentar. Esta é a segunda vez que estou falando e propondo isso. A primeira vez foi num evento em Gramado e eu estou ainda refletindo sobre isso.

 

A sociedade brasileira já reconhece a importância da agricultura hoje, mas não assume a agricultura como um setor dela. A Catherine Deneuve, atriz francesa, ao ganhar um prêmio, no seu discurso de agradecimento, dedicou o prêmio aos agricultores franceses. Depois, instada a explicar, ela disse "eu estou viva graças a eles, senão, não teria comida e agradeço a eles". Eu fiquei imaginando qual seria o ator brasileiro que diria uma coisa dessas.

 

 

Diário - Para esse projeto sair do papel, o que é preciso?

 

Rodrigues - É preciso ter uma série de políticas públicas e privadas. As públicas precisam ter uma política de renda. O banco e a seguradora são urbanos, mas é preciso que haja uma visão desses segmentos no projeto de segurança alimentar do país. O seguro rural foi a primeira coisa que eu fiz quando assumi em 2003, e hoje, 14 anos depois, não tem 10% que usam na agricultura brasileira. E isso que é seguro contra questões climáticas, não é seguro de renda.

 

Não existe nada nessa direção porque o Estado não se interessou, e nem o agronegócio enxerga a vantagem de ter um seguro contra acidentes de toda ordem, climáticos ou comerciais. É preciso que haja seguro de renda. Hoje, 40% dos negócios agrícolas no mundo se dão por acordos bilaterais, mas nós não temos nenhum acordo, estamos à margem do processo. Precisamos olhar isso com mais interesse. Políticas logísticas, de infraestrutura. Uma fotografia de centenas de caminhões encalhados no BR-163, por causa de 50 km de estrada de terra, é inacreditável que ainda exista isso.

 

Por que não asfaltaram aquele trecho? E todo mundo sabe que é uma tragédia anunciada, mas ninguém faz nada. Política logística é essencial, ferrovia, porto, e todo mundo que trabalha nessas áreas é urbano. Então, o compromisso é de toda a nação. E não são necessárias só políticas públicas, mas também ações privadas. Hoje, tecnologia não é mais um tema de discussão e debate.

 

Tecnologia transitou em julgado. Qualquer país sabe que, sem tecnologia, não se produz e não será competitivo. O problema é poder comprar tecnologia, o acesso a ela. Nem sempre os produtores conseguem comprar tecnologia por razões das mais variadas. Mas todo mundo sabe que precisa dela. Um tema que não é igualmente reconhecido é o da gestão na agricultura e na

agroindústria, menos nas cooperativas. Não há uma matriz mais ou menos uniforme em que todo mundo possa fazer uma conta aproximada. Se não tiver essa questão de custos de produção minimamente adequada, como você vai saber se está ganhando dinheiro ou não? Saber quanto custa, qual o estoque, qual a melhor ferramenta de vender e de comprar o insumo. Gestão comercial, tributária, fiscal, é uma coisa tão essencial. Aqui tem um cenário importante para a universidade avançar, que é a questão da gestão, financeira, comercial, fiscal e tributária, de RH, meio ambiente, gestão de risco, tem "n" capítulos na área de gestão que precisam ser incorporadas com tanto vigor quanto a tecnologia foi incorporada.

 

Uma máquina de cortar cana custa R$ 1,5 milhão, então você precisa ter um engenheiro para administrar aquilo, tem de formar gente. Outro dia, na Agrishow, vi máquinas que daqui a três ou quatro anos vão estar andando sozinhas. O cara no escritório administra três máquinas. Plantadoras com 38 linhas. Mas como fica o pequeno produtor? Onde ele entra nessa história? Vai ter um drone para ele. O problema é ter renda para comprar. Do que adianta ter um drone ou pulverizador aéreo se ele não puder comprar? Por isso tudo, é preciso investir muito na gestão e em processos. Gestão de recursos humanos, de riscos, e ambiental são temas que ainda estão ao largo na agropecuária brasileira. Há gente com gestão primorosa, mas não é uma coisa universal. 

 

 

Diário - Nesse aspecto, por que o senhor defende o papel das cooperativas?

 

Rodrigues - O papel das cooperativas é cada vez mais importante. A economia globalizada tende a reduzir a margem dos produtos, e o pequeno produtor rural, por definição, não tem escala. Ele está morto? Não, pois ele consegue escala por meio da cooperativa. A cooperativa também oferece gestão e tecnologia, assistência técnica e crédito, vai industrializar o produto e o embalar. Então, a cooperativa não só dá escala ao pequeno produtor, mas como dá uma condição de renda, pois sozinho, o produtor pequeno não consegue isso. Há pesquisas que mostram que onde o produtor rural é associado a uma cooperativa, ele tem uma renda 5% maior do que aquele produtor da mesma região que não é cooperativado.

 

Quando se fala em projeto de transformar o Brasil no líder em segurança alimentar no mundo, as cooperativas têm um papel fundamental. Uma cooperativa para ter sucesso precisa de três fatores. Primeiro, ela tem de ser necessária. "Vamos fazer uma cooperativa? Vamos". Mas se ela não for sentida pela base cooperativada como uma empresa necessária, não adianta fazer. Nós temos exemplos disso às carradas. O governo militar, nos anos 1970, decidiu ocupar a fronteira agrícola com cooperativas de reforma agrária e levaram colonos do Sul para a Amazônia, o Centro-Oeste. Todas morreram. Não eram sentidas pelos assentados como importantes. Mais do que isso, o governo nomeava o presidente (das cooperativas). Cooperativa tem de ser de baixo para cima. Em segundo lugar, cooperativa é uma empresa, e para isso, precisa ter resultado, ter lucro. E terceiro: tem de haver uma liderança que consiga expor para sua base os valores e os princípios da doutrina para harmonizar esse processo todo.

 

O bom líder cooperativista, até o começo desse século, era aquele que era capaz de interpretar os anseios dos cooperados. A globalização acabou com essa velha forma de liderar, pois agora precisa ter agilidade nas decisões, e a cooperativa por definição democrática, tende a perguntar o que vocês acham. Com a globalização, não dá mais tempo de perguntar o que vocês acham que tem de fazer. O novo líder não é mais o intérprete dos sonhos, ele é o propositor dos sonhos. Ele é o visionário que rasga a cortina do horizonte e enxerga o caminho que tem de ser seguido e prova para os cooperados. É preciso ter um programa e não só qualidades pessoais.

 

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FONTE: Diário de Santa Maria

Showtec 2018 comeca na próxima semana em Maracaju, diz Fundacão MS
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Showtec 2018 comeca na próxima semana em Maracaju, diz Fundacão MS

Considerada uma das maiores feiras de difusão de tecnologias da agricultura e pecuária do Brasil, o Showtec 2018 começa já na próxima semana. O evento abre o calendário nacional de eventos do agronegócio e será realizado entre os dias 17 e 19 de janeiro, em Maracaju, com a missão de levar novas tecnologias para o campo, além de proporcionar ao produtor rural novos conhecimentos por meio de uma programação técnica rica em palestras e exposições de novos materiais.
 
 “O Showtec é uma vitrine tecnológica essencial para que os produtores rurais e demais profissionais ligados ao setor tenham acesso às últimas novidades do mercado agrícola e das tecnologias disponíveis”, comenta o presidente da Fundação MS, Luciano Mendes.
 
Ainda segundo o presidente, em um só lugar, o produtor poderá obter informações importantes para o planejamento de sua safra, “principalmente das tecnologias de produção conservacionistas e integração de sistemas que permitem o sequestro de carbono da atmosfera e transformando em matéria orgânica, aumentando a produtividade com uma pegada neutra de carbono”, reitera Mendes.
 
 A difusão de tecnologias continua como principal missão do evento, para apoiar o expressivo crescimento da área cultivada em Mato Grosso do Sul. Em sua última edição recebeu mais de 16 mil pessoas, que puderam visitar cerca de 120 expositores, com mostras de soluções para os sistemas produtivos.
 
A feira de tecnologias abordará, de forma especial, a gestão e inovação no Agro, por meio de um painel específico com palestras e debates sobre sistemas de gestão aplicados ao agronegócio, e também sobre gestão e riscos dentro do setor. Os desafios dos sistemas produtivos também serão discutidos, com abordagens sobre o impacto fitossanitário dos cultivos sucessivos e riscos agronômicos na agropecuária.
 
Carbono Zero
 
Uma das novidades desta edição será a certificação de compensação de carbono por meio do plantio de árvores nativas. Na prática, as emissões de carbono geradas pela organização e realização do evento serão anuladas com plantio de árvores nativas na Serra da Bodoquena.
 
De acordo com a Fundação MS, o produtor rural também vem fazendo este trabalho quando utiliza o sistema de plantio direto e integração lavoura-pecuária, onde os sistemas integrados realizam a fixação do carbono. Desta forma, o produtor que utiliza técnicas modernas de plantio direto e pratica uma agricultura eficiente trabalha também na preservação do meio ambiente.
 
 Inscrições e programação
 
 As inscrições são gratuitas e já podem ser feitas pelo site. A programação completa de palestras também pode ser conferida pelo endereço eletrônico www.portalshowtec.com.br.
 
Sobre o Showtec
 
O Showtec é uma feira anual onde são apresentados produtos e serviços ligados ao setor agropecuário, lançamentos, inovações tecnológicas, sistemas de produção, palestras técnicas e resultados de pesquisas que contribuem para a sustentabilidade do segmento. A feira é destinada aos produtores e empreendedores rurais, técnicos agrícolas, acadêmicos, entre outros, e leva informações de forma direta e aplicável.
 
O evento é realizado pela Fundação MS e promovido pelo Sistema Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS), Sistema OCB/MS (Organização das Cooperativas Brasileiras) e Aprosoja/MS (Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul), contando com patrocínio do Senar/MS (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural). O Showtec conta, ainda, com o apoio do Sicredi, Agrisus e Prefeitura Municipal de Maracaju.
 
Fonte: Aquidauana News
Showtec comeca dia 17 e tem participacão da Copasul
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Showtec comeca dia 17 e tem participacão da Copasul

Pelo terceiro ano consecutivo, a Copasul apresentará na feira o seu projeto para irrigação, através da parceria com a Valmont, fabricante do Pivô Central Valley, maior rede de revendas do mercado nacional. 

Quem visitar o estande da Copasul poderá conhecer de perto o funcionamento de um pivô, que estará em exposição no local. O projeto da Cooperativa e da Valley oferece a melhor solução em sistema de irrigação, desde o desenvolvimento do projeto, acompanhamento dos trâmites junto aos processos ambientais, montagem e assistência técnica, entre outros benefícios.

O Showtec é uma feira de tecnologias, considerada uma das maiores do segmento da agricultura e agropecuária do Brasil e acontece nos dias 17, 18 e 19 de janeiro em Maracaju. Uma das novidades para esta edição é a certificação de compensação de carbono por meio do plantio de árvores nativas. Na prática, as emissões de carbono geradas pela organização e realização do evento serão anuladas com plantio de árvores nativas na Serra da Bodoquena. A feira de tecnologias abordará, de forma especial, a gestão e inovação no Agro, por meio de um painel específico com palestras e debates sobre sistemas de gestão aplicados ao agronegócio, e também sobre gestão e riscos dentro do setor.

Em sua programação, o Showtec prevê, ainda, palestras sobre estoque de carbono do solo e produtividade agrícola e estruturação física e química do solo por meio da integração de sistemas. Também estarão em pauta os principais desafios para a cultura de soja e milho safrinha, cana de açúcar, pequenos negócios rurais, conservação e manejo de solos, entre outros temas voltados para a agricultura, bem como mostras de implementos agrícolas e maquinários.

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