O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento deverá criar, até abril, uma política voltada especificamente à cadeia produtiva do leite. O anúncio foi feito pela ministra Tereza Cristina, durante reunião com representantes de setor, dentre eles a OCB, nesta quinta-feira, em Brasília.
Segundo Teresa Cristina, a ideia é incluir essa política no Plano Plurianual a ser lançado em meados deste primeiro semestre. O objetivo é tirar a cadeia produtiva do leite do cenário de volatilidade que prejudica a renda dos produtores, restaurando o equilíbrio da atividade, uma das mais antigas do país. Para isso, afirma ela, “o Ministério vai ouvir todos os segmentos para uma ação conjunta em relação ao leite”.
A ministra destacou, também, a melhoria do preço do leite pago ao produtor em dezembro/18, com a redução das importações. Mesmo assim, lembrou que o setor precisa de apoio e de não se pode deixar produtores saírem do mercado por causas de importações que rebaixem os preços, especialmente durante safra.
DESENVOLVIMENTO
Muito preocupada com o setor, a ministra Tereza Cristina foi enfática em ressaltar a importância social e econômico do setor e, assim, a inevitabilidade de se construir um caminho de desenvolvimento para a atividade leiteira. A ministra destacou, ainda, a importância da extensão rural para os criadores, tanto na melhoria da produtividade quanto na qualidade do leite.
MERCOSUL
Tereza Cristina foi muito objetiva com relação ao mercado internacional de lácteos, informando sobre os trabalhos para solucionar as importações de leite junto às autoridades argentinas, mas alertou que o Brasil não pode criar cotas no Mercosul.
COOPERATIVAS
O superintendente do Sistema OCB, Renato Nobile, reforçou o compromisso das cooperativas em apoiar a ministra e sua equipe no desenvolvimento de uma política para o setor de leite e derivados. Destacou, ainda, a iniciativa da OCB de se reunir previa e democraticamente com os representantes da cadeia do leite e, em conjunto, construir um documento único de apoio aos trabalhos do Ministério.
O coordenador da Câmara do Leite do Sistema OCB, Vicente Nogueira, ponderou sobre o desenvolvimento da cadeia produtiva do leite e sua importância para o setor primário, inclusive para a agricultura familiar, que é predominante na atividade. Dessa forma, chamou atenção para as questões de competividade, infraestrutura, desenvolvimento social e defesa comercial, todas estas de suma importância para o fortalecimento da cadeia produtiva do leite. Ao final, Renato Nobile e Vicente Nogueira colocaram a OCB à disposição do ministério para, juntos, trabalharem na política de desenvolvimento do setor leiteiro.
REUNIÃO PREPARATÓRIA
Na manhã desta quinta-feira (17/1), na sede da OCB, em Brasília, diversas entidades da cadeia produtiva do leite e derivados se reuniram para elaborarem, juntas, um manifesto de apoio ao MAPA e propor eixos de atuação para o desenvolvimento da cadeia produtiva de lácteos. Além da OCB, estavam presentes representantes da FECOAGRO RS, Embrapa Gado de Leite, Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Associação Brasileira dos Produtores de Leite (Abraleite), SINDILAT RS, Viva Lácteos e da Associação Brasileira da Indústria de Queijos.
Ao final da reunião, os representantes das entidades redigiram um documento – entregue à ministra Tereza Cristina, na parte da tarde – sugerindo os seguintes eixos temáticos:
- Medidas de defesa comercial contra as importações desleais;
- Competitividade (desoneração tributária, política agrícola, isonomia competitiva, infraestrutura, assistência técnica, qualidade e sanidade);
- Inovação tecnológica;
- Promoção do consumo e imagem do setor e;
- Estímulo às exportações.
- Fonte: Sistema OCB
Sábado, dia 18 de janeiro, a Ministra da Agricultura se reuniu com o setor leiteiro de MS, no Sindicato Rural de Campo Grande, assim como fez em Brasília. Diversas entidades ligadas ao setor estavam presentes, inclusive o Sistema OCB/MS.
A ministra ressaltou que o leite representa uma parte da economia muito forte do Mato Grosso do Sul, mas também está ligado a parte social. “Temos pequenos agricultores que têm o leite como sua renda mensal. É um setor que precisa se organizar, precisa ter uma política pública para que deixe de ter o sobe e desce de preço, como acontece hoje, e precisamos qualificar e tecnificar esse produtor, além de facilitar a vida dele”, disse Tereza Cristina.
“Foi uma reunião extremamente positiva, onde ficou claro que o governo brasileiro colocou a cadeia do leite como prioridade e estratégica, buscando, ao mesmo tempo, um reposicionamento do setor e maior integração com o produtor e a indústria”, disse o secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck. “Mas sem paternalismo ou tutela, o mercado tem que buscar as soluções. O Governo do Estado tem dado os instrumentos para fortalecer a expandir a produção.”
Com informações do Sindicato Rural de CG e da Semagro
Foto: Semagro Edemir Rodrigues (Jaime Verruck ao lado da ministra Tereza Cristina e do presidente do Sindicato Rural de Campo Grande, Rui Fachini Filho)
Com este marco, instituição financeira cooperativa pioneira no Brasil contribui para a expansão do cooperativismo de crédito no País
O Sicredi começou o ano com uma boa notícia. A instituição financeira cooperativa ultrapassou os 4 milhões de associados neste mês. Eles estão distribuídos em 22 estados brasileiros e no Distrito Federal. Esta marca representa um crescimento de 37% da base de associados nos últimos cinco anos.
Um dos diferenciais do Sicredi é o modelo de gestão que valoriza a participação igualitária e colaborativa dos associados, ou seja, são eles que votam e decidem os rumos das 115 cooperativas de crédito filiadas ao Sicredi. “A instituição comemora quatro milhões de pessoas que, por meio do Sicredi, aderiram ao cooperativismo de crédito. É a nossa contribuição para o crescimento do segmento e reflexo do nosso empenho de ser simples, próximo e ativo em relação aos nossos associados”, declara João Tavares, presidente executivo do Sicredi.
As raízes do Sicredi estão no surgimento do cooperativismo de crédito no Brasil, em 1902, à época uma forma de organização coletiva de pequenos agricultores no Sul do País. Pioneiro neste segmento no País e referência nacional e internacional pela organização em Sistema, com padrão operacional e utilização de marca única, o Sicredi atua em 1.263 cidades, sendo que em 200 delas é a única instituição financeira presente.
Em Mato Grosso do Sul já são mais de 200 mil associados com 67 agências. O Sicredi traz desenvolvimento para a sociedade e só atingiu essa marca, pois pessoas como Maura Faustino Borges Santos, acreditam no cooperativismo. Maura é associada fundadora da Sicredi União MS/TO, cooperativa de crédito do Sistema Sicredi mais antiga em atividade no Estado. “Na época, há 30 anos atrás, tínhamos muita dificuldade com a alta inflação e queríamos constituir uma cooperativa de consumo, mas com o projeto de viabilidade de econômica, do qual participei, vimos que não era o mais indicado e sim uma cooperativa de crédito. E assim, com 45 pessoas começamos e hoje sou testemunha que realmente quem coopera cresce e tenho muito orgulho de fazer parte desse sistema de sucesso”, conta Maura.
“Nos últimos anos, o cooperativismo de crédito tem apresentando um crescimento importante no Brasil. Apesar disso, se compararmos com outros países onde o cooperativismo de crédito tem mais representatividade no sistema financeiro, como na Alemanha, França e Irlanda, por exemplo, temos muitas oportunidades para crescer ainda mais”, comenta Tavares.
A participação das cooperativas de crédito no Sistema Financeiro Nacional (SFN) tem registrado um constante incremento no País. Segundo o Panorama do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo 2017, divulgado pelo Banco Central (BC), o segmento passa por um processo de consolidação. Em dezembro de 2017, o estudo aponta um total de 9,6 milhões de associados no Brasil, crescimento de 8% em relação a dezembro de 2016, e a existência de 967 cooperativas de crédito singulares distribuídas pelo País, que contam hoje com 5.896 agências.
“Como uma das maiores instituições financeiras cooperativas brasileiras, acreditamos no potencial de crescimento do cooperativismo de crédito no Brasil e investimos na ampliação da atuação nacional, mediante a abertura de agências em grandes centros e expansão para estados das regiões Norte e Nordeste, no estado de Minas Gerais e no Distrito Federal. Além dessa expansão, mantemos a atuação em pequenos municípios e investimos continuamente em tecnologia, visando oferecer aos já associados produtos e serviços também em ambientes digitais, além de atrair novos associados”, afirma o presidente da SicrediPar, Manfred Alfonso Dasenbrock.
Nesse sentido, o Sicredi está contemplando um processo de modernização cujo objetivo é proporcionar uma vivência cada vez mais “Fisital”, uma troca de experiências do mundo físico para o digital e vice-versa. Ou seja, usar a tecnologia para ampliar o contato com as pessoas.
Sobre o Sicredi
O Sicredi é uma instituição financeira cooperativa comprometida com o crescimento dos seus associados e com o desenvolvimento das regiões onde atua. O modelo de gestão do Sicredi valoriza a participação dos mais de 4 milhões de associados, os quais exercem papel de donos do negócio. Com presença nacional, o Sicredi está em 22 estados* e no Distrito Federal, com mais de 1.600 agências, e oferece mais de 300 produtos e serviços financeiros (www.sicredi.com.br)
*Acre, Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins.
No cooperativismo, ninguém fica para trás. Por isso, em vez de apenas celebrar o fato de que sete em cada dez cooperativas brasileiras já firmaram parcerias de intercooperação para crescer de maneira mais rápida e sustentável, o Sistema OCB está pensando em estratégias para elevar esse número ainda mais nos próximos anos. Afinal, a intercooperação é um dos princípios centrais do nosso movimento e traz benefícios perceptíveis para quem a ele adere (veja quadro).
O primeiro passo dado pela Casa do Cooperativismo nesse sentido foi a realização de uma pesquisa com 268 cooperativas de 11 ramos do cooperativismo, em 9 estados brasileiros. O objetivo do estudo — realizado em parceria com a Confederação das Cooperativas Alemãs (DGRV) — era entender como a intercooperação acontecia na prática, no Brasil. “Percebemos que gastávamos muito tempo falando da teoria e das vantagens da intercooperação, mas não da prática dessa atividade”, explica o superintendente do Sistema OCB, Renato Nobile. “A partir desse estudo, entendemos quais os ganhos reais da intercooperação, na visão das cooperativas, e quais os desafios enfrentados por elas no processo implementação dessas parcerias”, complementa.
Como cada ramo do cooperativismo tem suas particularidades, nesse primeiro momento, os pesquisadores identificaram os desafios e os resultados concretos da intercooperação no ramo agropecuário. Com isso, foi possível conhecer os principais obstáculos à intercooperação, no Brasil. “Na teoria, 99% das cooperativas acha a intercooperação importante ou muito importante para o sucesso de seus negócios. Só que na hora de colocar essa ideia em prática, o projeto as vezes não consegue sair do papel por desconhecimento de como esse tipo de parceria pode ser operacionalizado”, lamenta Nobile.
Quem viveu essa dificuldade na prática (e superou) foi a Cooperativa Mista Agropecuária de Patos de Minas (Coopatos) — vencedora da edição 2018 do Prêmio SomosCoop Melhores do Ano, na categoria Intercooperação. Os gestores do empreendimento lideraram um acordo que criou uma Central Única de Compras para sete cooperativas da região, beneficiando diretamente cerca de 10 mil cooperados. José Francelino Dias, presidente da Coopatos, admite que o começo da negociação foi complicado. Havia uma certa desconfiança de algumas cooperativas, mas com muita conversa e colocando o bem do cooperativismo em primeiro lugar, o acordo foi assinado.
“A intercooperação veio para multiplicar nossa força, nossa capacidade de ação”, explica Dias. “A Central Única de Compras trouxe benefícios para quem mais importa: o cooperado. É nele que nossas cooperativas estão pensando, todos os dias”, afirma.
Os bons resultados obtidos pelo projeto — que movimenta cerca de R$ 870 milhões por ano — estão atraindo novos interessados para a Central de Compras. “Notamos que as cooperativas que ainda não estão dentro do nosso grupo de compras agora estão querendo entrar no projeto. E posso afirmar com certeza: quem está de fora só tem a perder”, garante o presidente da Coopatos.
MENSURAÇÃO DE RESULTADOS
Outro desafio importante da intercooperação é mensurar, de forma precisa, os resultados financeiros dessa prática, no Brasil. “Ainda temos um percentual muito baixo de cooperativas em condições de avaliar e medir, em números, qual o retorno financeiro desse tipo de parceria”, constata Renato Nobile.
A falta de dados concretos — como o percentual do aumento das receitas obtidas com esse tipo de acordo, por exemplo — prejudica a conscientização dos gestores cooperativistas sobre a importância desses acordos para a sustentabilidade financeira do negócio. “Os ganhos operacionais e de imagem são inegáveis e muito conhecidos, mas precisamos também de cifras e resultados financeiros. Eles são os mais adequados para mobilizar as cooperativas que ainda não aderiram à intercooperação”, pondera o superintendente.
Quem já conseguiu superar essa dificuldade de medir resultados com louvor foi a Federação das Cooperativas Agropecuárias de Santa Catarina (Fecoagro), segunda colocada do Prêmio SomosCoop Melhores do Ano, na categoria Intercooperação.
“Como nossa central de compras é completamente automatizada, não temos problema com a coleta de dados”, comemora Claudio Post, presidente da Fecoagro. “Hoje, todas as cooperativas compartilham seus pedidos dentro de um mesmo sistema para conseguirmos comprar em escala e negociar melhores preços. Por isso, conseguimos saber exatamente o retorno financeiro desse acordo para as 11 envolvidas: R$ 24,6 milhões em economia, somente em 2017”.
Post recorda que a assinatura do acordo de intercooperação Fecoagro só foi possível após uma série de reuniões e alinhamentos entre todos os dirigentes envolvidos no projeto. “A prática da intercooperação depende de confiança. E confiança se conquista com muito diálogo”, explica.
ABRINDO CAMINHOS
Consciente dos muitos benefícios da intercooperação, o Sistema OCB estuda maneiras de facilitar a concretização dessas parcerias no Brasil. “Em nossa pesquisa, identificamos as áreas de maior interesse para nossas associadas. Os dirigentes entrevistados podiam escolher mais de um setor e demonstraram o desejo de firmar acordos comerciais (64%), na área industrial (57%) e de logística (50%)”, explica Clara.
O próximo passo será encontrar maneiras de abrir espaços de negociação entre cooperativas para facilitar e viabilizar a assinatura de parcerias.
Outro projeto da Casa do Cooperativismo, ainda sem previsão de lançamento, é a produção de um compêndio com as melhores práticas intercooperativas do Brasil. A publicação será disponibilizada a todas as cooperativas em formato digital. Assim, elas poderão se inspirar nas experiências de quem já vive, na prática, as melhorias trazidas pela intercooperação.
Para completar, em 2018, a Casa do Cooperativismo realizou um evento específico sobre o tema, intitulado “Intercooperação: compartilhamento de soluções tecnológicas. “Nossa ideia é criar oportunidades como essa, focada na troca de informações, para que as cooperativas enxerguem o que é possível fazer e como cada um de nós pode contribuir com o crescimento da intercooperação entre diversos ramos”, arremata o superintendente.
Confira abaixo os principais resultados da intercooperação:
PARCERIAS COMERCIAIS
Fortalecimento/Melhoria da imagem |
30% |
Aumento do portfólio de produtos e serviços |
40% |
Economia gerada no negócio ou processo |
45% |
Oportunidade de vendas |
57% |
Aumento da competitividade |
65% |
PARCERIA FINANCEIRA
Economia gerada no negócio ou processo |
39% |
Oportunidade de vendas |
39% |
Fortalecimento/Melhoria da imagem |
45% |
Aumento da competitividade |
57% |
Capitalização |
74% |
PARCERIA INDUSTRIALIZAÇÃO
Fortalecimento/Melhoria da imagem |
38% |
Aumento do portfólio de produtos e serviços |
45% |
Aumento da competitividade |
48% |
Oportunidade de vendas |
52% |
Economia gerada no negócio ou processo |
52% |
FATORES PARA O SUCESSO DE UM ACORDO DE INTERCOOPERAÇÃO
28% |
Vontade política |
27% |
Estrutura financeira |
25% |
Confiança |
20% |
Abertura para negociação |
Outras |
Ambiente comercial Indicadores de desempenho Relacionamento Conhecimento sobre atuação de outros ramos |
Fonte: Revista Saber Cooperar
Esta semana, iniciaram as aulas de duas turmas do Aprendiz Cooperativo em Naviraí. O programa foi desenvolvido com com o intuito que vai além de uma obrigação legal, e sim como uma ação de desenvolvimento social, que efetiva o direito de acesso ao trabalho decente e permite a formação e a inserção de jovens no mercado de trabalho.
Além disso, durante a fase de aprendizagem, os jovens terão a oportunidade de conhecer a estrutura e o funcionamentto de uma cooperativa, vivenciar a doutrina do Cooperativismo e descobrir que o programa contribuirá para a construção de sua trajetória de vida.
O programa tem 1250 horas, sendo 500 horas de formação teórica no Sescoop e 750 de pratica na cooperativa. Ao todo são 23 aprendizes das cooperativas Copasul, Sicredi Centro Sul, Camda e C Vale.
O Sescoop/MS através do programa Jovem Aprendiz está oferecendo a esses jovens uma educação de qualidade, pautada nos valores da cooperação e do empreendedorismo, com condições de se tornarem bons profissionais nas mais diversas áreas de atuação, cidadãos capazes de utilizar aquilo que foi aprendido para transformar sua existência e o mundo à sua volta, com valores que os tornem agentes construtores na história desse país, plantando sementes de solidariedade, de paz e justiça social.