Despertar o orgulho de fazer parte de um dos modelos de negócios mais humanizados do mundo e, ainda, divulgar para a sociedade a importância das cooperativas – e seus produtos – para o país. Estes são objetivos do Movimento SomosCoop, tema de um dos painéis da 14ª edição do Congresso Brasileiro do Cooperativismo. O evento reúne mais de 1,5 mil pessoas de todos os cantos do país, em Brasília, para discutir as estratégias do cooperativismo do futuro.
E, como o Movimento SomosCoop está na fase de sensibilização das cooperativas para que usem o carimbo da campanha em seus produtos e serviços, a ideia de debater o assunto durante o CBC foi a de apresentar três casos de sucesso: o do Sistema Ocepar e o das cooperativas Cocamar e Unimed, que realizaram um trabalho intenso de mostrar, internamente, a necessidade de se fazer parte do movimento.
O painel contou com a participação da gerente de Comunicação Social do Sistema OCB, Daniela Lemke, e dos gestores de comunicação Samuel Milléo (Ocepar), Sabrina Morello (Cocamar) e Aline Cebalos (Unimed Brasil). Todos foram enfáticos ao afirmar que o cooperativismo é um movimento transformador de realidades, mas, para que isso ocorra, de fato, é necessária uma ação em rede, ou seja, integrada nacionalmente, mobilizando todas as cooperativas do país. Só assim, disseram, a sociedade poderá reconhecer a importância socioeconômica do cooperativismo brasileiro.
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O funcionamento do cérebro e sua influência no comportamento humano foi o foco da palestra Protagonismo e Transformação, ministrada pelo especialista Pedro Calabrez no segundo dia do 14º Congresso Brasileiro do Cooperativismo, realizado pelo Sistema OCB, de 8 a 10 de maio, em Brasília.
Com riqueza de detalhes e exemplos baseados em estudos científicos, Pedro Calabrez explicou como a emoção tem influência nas escolhas e atitudes do dia a dia. “As estruturas cerebrais carregam as nossas decisões com emoções.” Segundo o psiquiatra, “o valor das coisas está na produção emocional que existe sobre elas”.
Transportando esse entendimento para a esfera empresarial, Pedro orientou os cooperados presentes ao 14º CBC como adaptar as condições em favorecimento do seu produto. Nesse caso, é fundamental ter uma atuação de liderança, com aplicação de uma “inteligência de cooperação”, para se alcançar um bom protagonismo de transformação.
Liderança dissonante envolve a distância emocional, um líder frio, que lidera por meio do medo, usa motivadores extrínsecos, como dinheiro, gerando como consequência desconfiança e levando seus liderados a estágios de ansiedade, estresse, tédio e desmotivação diante de desafios.
Liderança ressonante envolve empatia, que ao contrário do que se pensa não é se colocar no lugar do outro, mas sim uma competência que envolve tentar sair de si mesmo e entender que o outro é outro, ter respeito. Essa liderança tem como motivadores intrínsecos como inspiração e propósito, dão “a sensação de que se a gente batalhar, a gente vai chegar longe”. Assim, esse líder leva as pessoas à transformação através da inspiração e do engajamento diante dos desafios. Isso ocorre porque ele tende a entregar desafios de acordo com as competências da equipe.
Estatisticamente, o Brasil registrou em 2014 índice de 6,5% em confiança, sendo um dos povos mais desconfiados do mundo. Conforme explicado por Pedro Calabrez, a confiança está diretamente relacionada com o sucesso econômico. Por essa razão, o modelo de liderança ressonante é o mais adequado ao cooperativismo brasileiro. Além do fato de que a ressonância gera confiança e respeito, valores sem preço.
Para reforçar essa teoria, Pedro elencou os benefícios do sentimento de confiança dentro de uma empresa. Um estudo realizado com mais de 500 empresas verificou que colaboradores manifestaram “106% mais energia, 76% mais engajamento, 50% mais produtividade, 60% de satisfação com o trabalho, 41% de percepção de conquista, 66% de proximidade com os colegas”.
O que se percebe é que o padrão ressonante agrega diversos benefícios a uma empresa, viabilizando um comportamento mais aberto e adaptável a mudanças e mais positivista diante de obstáculos.
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Procurar formas de tornar as coisas melhores do que são. Esse foi, basicamente, o assunto abordado na primeira palestra do 14º Congresso Brasileiro do Cooperativismo, com o ex-técnico da seleção brasileira de vôlei, Bernardinho. Durante toda a apresentação ele utilizou exemplos que servem tanto para o mundo do esporte, quanto para o cooperativismo, afinal, as cooperativas formam um dos maiores times do Brasil. “Se está bom, nós temos que melhorar. Se, ainda assim, continuar bom, precisamos encontrar mecanismos de melhorar o que pode dar errado amanhã”, comenta o esportista.
Com um repertório cheio de referências ao esporte, Bernardinho trouxe a experiência das quadras para o mundo do cooperativismo com a palestra Cultura da Excelência. Sete vezes campeão pelo Brasil, ele vê a gestão de um time como a de uma cooperativa. “Não há como obter sucesso, no cooperativismo ou nas quadras, sem visar excelência”. Porém, para chegar à excelência, segundo ele, são necessários alguns conceitos e valores, como a disciplina, comportamento, capacidade, determinação, talento, entre outras, que levam o time ao êxito.
Assim como no vôlei, saber dar valor a todas as funções e a todos de uma cooperativa é extremamente importante. “O Serginho (líbero da seleção brasileira durante 15 anos) não marcava pontos, pois, na posição dele não é possível. Mesmo assim, em 2009, ele foi eleito o melhor jogador do mundo pela Liga Mundial”. “Líderes escolhem pessoas, pessoas constroem empresas. Para bater grandes metas são necessárias grandes pessoas”, enfatiza.
Para o esportista, a excelência é um processo e erros fazem parte dessa caminhada. Ele relembrou dos erros que teve dentro das quatro linhas como técnico, mas que, no fundo, acabaram ajudando tanto a ele quanto seu time. “No meio da busca pela excelência, assumir as responsabilidades pelos erros e derrotas é parte importante para obter sucesso naquilo que se busca.”
No fundo, das várias semelhanças para o sucesso em um time e o mundo do cooperativismo, apontadas por Bernardo, as maiores talvez sejam duas: a coletividade e a busca por melhorias. “É preciso trabalhar todos juntos em busca de um objetivo comum. Manter não é o suficiente, é preciso lutar para melhorar", conclui o ex-técnico.
Segundo a revista Investidor Institucional, a Asset do Sicredi teve o 5º maior crescimento em recursos provenientes de previdência aberta nos últimos seis meses, com crescimento de 16,21%
O Sicredi – instituição financeira cooperativa com mais de 4 milhões de associados e atuação em 22 estados brasileiros e no Distrito Federal –, por meio de sua gestora de recursos, é destaque em mais um ranking de fundos de investimento. A Asset do Sicredi ocupa a 18º posição do ranking Top Asset da revista Investidor Institucional com mais de R$ 31 bilhões de recursos sob gestão. A revista é o principal canal de comunicação com profissionais de fundos de pensão, regimes próprios de previdência e gestores de recursos.
No final de 2018, a Asset do Sicredi também foi destaque no ranking de fundos de previdência do “Guia Valor FGV” e destaque na lista dos “Melhores Fundos de Renda Fixa” na categoria indexados, no especial “Onde Investir em 2019” da revista IstoÉ Dinheiro. Além disso, no início de 2019, a gestora obteve seu primeiro rating de gestão, o qual foi emitido pela Fitch Ratings, instituição externa altamente reconhecida, que possui escala global, de modo que a Asset passou pelos mesmos critérios de avaliação aplicado para outras gestoras de investimento internacionais.
A gestora do Sicredi é responsável por gerir os recursos da liquidez das atuais 114 cooperativas de crédito filiadas ao Sistema, os recursos dos associados aplicados em fundos de investimento e fundos de previdência privada distribuídos nas agências e as carteiras e fundos destinados a investidores institucionais. Para Ricardo Sommer, diretor executivo de Gestão de Recursos, os reconhecimentos à área estão relacionados à solidez sistêmica da instituição financeira cooperativa que mais cresce no país.
“Nossa gestão é focada em renda fixa, dos produtos mais simples aos de maior complexidade e maior risco, e nossa missão é disponibilizar as oportunidades mais rentáveis aos nossos associados. Nosso processo de decisão de investimentos e controles rígidos sobre as exposições aos riscos de nossos mandatos, qualidades ressaltadas pela avaliação da Fitch Ratings, permitem segurança e maior aderência aos retornos esperados pelo nosso investidor”, ressalta Sommer.
Sobre o Sicredi
O Sicredi é uma instituição financeira cooperativa comprometida com o crescimento dos seus associados e com o desenvolvimento das regiões onde atua. O modelo de gestão do Sicredi valoriza a participação dos mais de 4 milhões de associados, os quais exercem papel de donos do negócio. Com presença nacional, o Sicredi está em 22 estados* e no Distrito Federal, com mais de 1.600 agências, e oferece mais de 300 produtos e serviços financeiros (www.sicredi.com.br)
*Acre, Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins.
Nesta sexta-feira, 10 de maio, ocorreu em Brasília o encerramento do 14º Congresso Brasileiro do Cooperativismo – o evento mais importante do setor no país. O congresso contou com a presença de um público formado por 1,3 mil pessoas, entre elas autoridades mundiais e nacionais do cooperativismo, dirigentes e cooperados, embaixadores, ouvintes e imprensa.
E como o tema do CBC é O cooperativismo do futuro se constrói agora, a sexta-feira foi marcada pela realização de uma plenária na qual os congressistas presentes votaram, dentre as diretrizes estabelecidas durante as sessões temáticas ocorridas na quinta, 9/5, aquelas consideradas prioritárias para os próximos anos. Todas as propostas que tiveram 50% + 1 dos votos nas votações da quinta-feira foram levadas à plenária, que também contou com a presença especial do ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (leia mais).
Com base no grau do impacto que a diretriz tem para o cooperativismo como um todo e com a urgência na implementação, aquelas que alcançaram 75% ou mais na nota total máxima nos dois critérios foram consideradas prioritárias. Confira abaixo as diretrizes priorizadas para o cooperativismo brasileiro nos próximos anos:
COMUNICAÇÃO
- Ampliar o alcance de programas que trabalham conceitos de cooperativismo e cooperação nas escolas, como o Cooperjovem e cooperativas mirins;
- Divulgar o cooperativismo brasileiro e seus benefícios por meio de estratégias e ferramentas de comunicação, como mídia convencional, plataformas digitais, entre outras;
- Criação de uma campanha nacional de comunicação para estimular o papel das cooperativas escolares (mirins ou de alunos) na promoção do cooperativismo.
GOVERNANÇA E GESTÃO
- Identificar e promover boas práticas de governança e gestão em cooperativas de todos os setores e portes;
- Implementar mecanismos de governança cooperativa para relacionamento com os cooperados, como a Organização do Quadro Social, a educação cooperativista e a fidelização;
- Promover a importância do processo de sucessão nas cooperativas;
- Adotar sistema de qualificação em gestão “a distância” ou semipresencial para todos os gestores de cooperativas, em parceria com instituições de ensino reconhecidas e qualificadas;
- Estabelecer em estatuto social a capacitação obrigatória dos candidatos à conselheiros e dirigentes;
- Definir grade curricular mínima de capacitação para certificação de conselheiros, bem como definir ferramentas para avaliação de sua performance;
- Coibir a criação de cooperativas clandestinas por parte do Sistema OCB.
INOVAÇÃO
- Incentivar a capacitação de jovens sucessores para propiciar que estejam aptos a ocuparem cargos eletivos nas suas cooperativas;
- Criar um canal e-commerce para compras entre as cooperativas;
- Desenvolver programa de capacitação em inovação para conselheiros, dirigentes e colaboradores do Sistema OCB e das cooperativas;
- Incentivar startups e aceleradoras a desenvolver soluções para o cooperativismo;
- Promover a intercooperação para o compartilhamento e acesso a novas tecnologias.
INTERCOOPERAÇÃO
- Elaborar programa de intercâmbio de conhecimentos e boas práticas entre cooperativas;
- Atuar sobre a legislação para facilitar a intercooperação viabilizando o ato cooperativo;
- Promover negócios entre as cooperativas por meio de feiras, eventos e plataformas digitais;
- Criar mecanismos de comunicação para facilitar a troca de informações entre cooperativas do mesmo ramo e ramos diferentes;
- Instaurar fórum permanente de intercooperação no Sistema OCB.
MERCADO
- Adequar, aprimorar ou criar linhas de crédito adequadas para todos os segmentos do cooperativismo, sem interromper as atuais políticas de fomento ao modelo de negócio cooperativista;
- Criar e regulamentar instrumentos de capitalização e captação de investimentos pelas cooperativas, analisados por ramo;
- Fomentar a inserção de cooperativas no e-commerce;
- Obter o reconhecimento dos órgãos que contratam, bem como daqueles que fiscalizam os processos licitatórios, da possibilidade de participação de cooperativas em contratações públicas de bens e serviços, conforme previsto na legislação vigente (Lei 8.666/1993 e Lei 12.690/2012);
- Realizar parcerias entre cooperativas ou com terceiros para investimentos em logística, transporte, produção de insumos, terminais de distribuição de produtos e exportação.
REPRESENTAÇÃO
- Criar rede virtual com os parlamentares da Frencoop para municiá-los de informações e demandas do cooperativismo;
- Fortalecer a atuação de representação das OCEs e as Frencoops estaduais;
- Fortalecer a Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop) no Congresso Nacional;
- Manter a atual Lei 5.764/1971, permitindo adequações por outras legislações, como a utilização de tecnologia para realização virtual de assembleias e adesão de cooperados, ampliando as fontes de financiamento, assegurando um procedimento semelhante a recuperação judicial, dentre outros pontos;
- Buscar reconhecimento, tanto na formulação de políticas como em processos de contratações públicas, do registro na OCB como um importante instrumento de verificação do cumprimento da legislação cooperativista;
- Interceder junto ao Governo Federal para estruturação de um programa de melhoria de infraestrutura da rede de internet para os municípios do interior e zona rural;
- Assegurar a participação de representantes do cooperativismo como vogais de juntas comerciais e garantir que as OCEs atuem como parceiras nas análises de atos constitutivos das sociedades cooperativas, de forma a ampliar o conhecimento dos órgãos de registro público sobre as especificidades do tipo societário cooperativo e adequar os procedimentos e exigências a realidade do setor;
- Reduzir a alíquota previdenciária para os cooperados autônomos;
- Atuar junto à Frencoop para que seja encaminhado para votação o adequado tratamento tributário do ato cooperativo (PLP 271/2005);
- Regulamentar o art. 79, da Lei 5764/1971, inserindo imunidade tributária às cooperativas com base nas instituições sem fim lucrativo;
- Reduzir a alíquota do ISSQN do trabalhador autônomo vinculado a cooperativas;
- Garantir maior representatividade da base de cooperativas nos conselhos especializados por ramos, com mecanismos que garantam que o representante dos estados colha a opinião da base, e implementar câmaras técnicas para o desenvolvimento de soluções para os ramos;
- Ampliar a participação do cooperativismo em conselhos nacionais, estaduais e municipais de interesse;
- Inserir na Diretoria da OCB representantes de cada um dos ramos do cooperativismo;
- Criar uma comissão técnica com a participação de representantes das cooperativas para acompanhar a modernização da legislação cooperativista, especialmente em relação à definição de ato cooperativo e impacto da reforma tributária no cooperativismo;
- Alterar o estatuto social da OCB Nacional para possibilitar a participação das cooperativas no processo de eleição da sua Diretoria e do seus Conselhos Fiscal e de Ética, garantindo que cada cooperativa, central, federação e confederação registradas tenham direito a voto;
- Ampliar os canais de comunicação entre o Sistema OCB e as lideranças cooperativas;
- Atuar junto ao Executivo para inserir na educação brasileira temas de cooperativismo e empreendedorismo coletivo;
- Ampliar os canais de comunicação do cooperativismo com o poder público, assegurando o papel da OCB como órgão técnico-consultivo do governo e representante nacional do segmento em todos os fóruns e instâncias de interesse, conforme prevê a Lei Geral das Cooperativas (art. 105 da Lei 5.764/1971);
- Tornar o Sescoop o centro de referência do cooperativismo, defender seus recursos e combater as iniciativas do governo e do Legislativo de estatização ou realocação dos recursos;
- Fomentar a criação de novas faculdades do cooperativismo, visando a criação posterior de universidades;
- Garantir a participação da Confederação Nacional das Cooperativas (CNCoop) nas instâncias governamentais de discussão e deliberação de temas trabalhistas e sindicais;
- Criar selo de qualidade para as cooperativas brasileiras.
COOPERATIVISMO FANTÁSTICO
Ao final na votação, o presidente do Sistema OCB, Márcio Freitas, reiterou que o sucesso do CBC deve ser creditado aos líderes cooperativistas que deixaram suas atividades para contribuir com seu tempo, dedicação, conhecimento e cooperação. E completou: “Vocês estão fazendo um cooperativismo fantástico. Tenho muita responsabilidade em representar vocês, mas é uma honra representar tudo isso que vocês fazem. Cada um do seu jeito, seu sotaque. Desde as cooperativas pequenas. Vocês são muito bons”.