Cooperativismo nas Américas será debatido no CBC
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Cooperativismo nas Américas será debatido no CBC

A programação do 14º Congresso Brasileiro do Cooperativismo (CBC) contará com a presença de especialistas nas áreas de gestão, inovação e, claro, cooperação. Além do presidente da Aliança Cooperativa Internacional (ACI), Ariel Guarco, a presidente da ACI Américas, Graciela Fernández, também confirmou sua participação.

Ela falará sobre os desafios do presente e do futuro da modelo de negócios nas Américas e, ainda, como as cooperativas contribuem com a redução da pobreza, auxiliando, assim, com a implementação da Agenda 2030, da ONU.

O Congresso Brasileiro do Cooperativismo é uma realização do Sistema OCB e ocorre entre os dias 8 e 10 de maio, no Complexo Brasil 21, em Brasília-DF. O objetivo é estabelecer, de forma conjunta, as diretrizes estratégicas de desenvolvimento do cooperativismo no Brasil, ao longo da próxima década. O tema do Congresso deste ano é: O cooperativismo do futuro se constroi aqui.

O evento contará com 1,3 mil participantes, dentre eles: o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas; o presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), deputado Evair de Melo; e do embaixador do cooperativismo para a FAO, Roberto Rodrigues.

Mulheres e jovens embaixadores iniciam CBC
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Mulheres e jovens embaixadores iniciam CBC

Oficialmente, a programação do Congresso Brasileiro do Cooperativismo só começa amanhã, mas um grupo de cooperativistas muito especial já está em Brasília. São os vencedores da seleção dos Jovens Embaixadores Coop e das Embaixadoras Coop. Ao todo, 40 pessoas foram recebidas pela diretoria executiva do Sistema OCB nesta quarta-feira, na Casa do Cooperativismo.

O presidente Márcio Lopes de Freitas fez questão de agradecer o empenho de cada embaixador. “Nos sentimos muito honrados em receber todos vocês. Em nome de todo o movimento cooperativista brasileiro, agradecemos pelo empenho em contribuir com as discussões a respeito do futuro do nosso modelo de negócios. Sem dúvida alguma, as contribuições de vocês serão de grande valia para as cooperativas do país.

 

GRATIDÃO

“Quero parabeniza-los pela ideia de trazer jovens e de oportunizar a participação de mulheres nas discussões. Estou muito animada em poder fazer parte desse evento. Agradeço por essa oportunidade única”. Élida Nascimento Vieira, da cooperativa Sicredi MS/TO

“Estou muito feliz  por estar aqui e por poder conhecer tanta coisa interessante, como a realidade de outros ramos, por exemplo. Agradeço pela oportunidade, porque ela realmente é muito importante”. Deivid Milhomem dos Santos, da cooperativa Sicoob Unicentro Brasileira

 

LEIA MAIS

Clique nos links para saber mais sobre Jovens Embaixadores Coop e sobre as Embaixadoras Coop.

Estadão entrevista presidente da ACI
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Estadão entrevista presidente da ACI

As cooperativas devem ser protagonistas no processo de transformação da economia e ter mais diálogo com os parlamentares, não devendo apenas reagir em momentos de incerteza, afirmou nesta terça-feira, 7, o argentino Ariel Guarco, presidente da Aliança Cooperativa Internacional (ACI), que reúne 315 organizações cooperativas de 110 países.

"A veloz transformação da economia e a digitalização da maioria dos processos de produção, circulação e consumo de bens e serviços nos obriga a ser protagonistas. Se deixarmos que todo esse processo fique em mãos de grandes corporações, não estaremos cumprindo o papel", disse em entrevista ao Estadão/Broadcast.

Guarco está no Brasil para participar da 14ª edição do Congresso Brasileiro do Cooperativismo, que começa na quarta-feira, 8, em Brasília, e vai até sexta-feira, 10. O evento vai tratar de desafios do cooperativismo no mundo, como governança e gestão, inovação, comunicação e representação política, e deve receber até 1.300 pessoas.

Guarco afirmou, ainda, que é preciso que as cooperativas dialoguem com todas as forças políticas. "Não podemos reagir somente quando querem nos impor mudanças normativas ou mudanças governamentais que nos prejudicam. Temos de ser capazes de falar com todas as forças políticas e incidir sobre elas para gerar contextos amigáveis de desenvolvimento do setor", diz ele.

Abaixo, trechos da entrevista:

 

Como enxerga neste momento a representação política do cooperativismo?

Ariel Guarco - É fundamental haver representantes nos sistemas políticos de cada país que entendam e possam defender o cooperativismo. Seguramente é louvável que dirigentes do nosso setor queiram assumir pessoalmente este desafio, mas também é necessário aumentar as redes de parlamentares cooperativistas.

O Brasil é um bom exemplo disso e, na Argentina, buscamos criar algo similar. Não podemos reagir somente quando querem nos impor mudanças normativas ou mudanças governamentais que nos prejudicam. Temos de ser capazes de falar com todas as forças políticas e incidir sobre elas para gerar contextos amigáveis ao desenvolvimento do setor, entendendo que ele favorece o desenvolvimento das comunidades.

 

Hoje há mais de 1 bilhão de pessoas ligadas ao cooperativismo. Como vê o alinhamento das lideranças da América do Sul ao cooperativismo?

Guarco - Nosso setor deve ser capaz de dialogar com todos os setores democráticos que atuam nos cenários políticos de cada país. Quanto mais os líderes nos conhecem e quanto mais capacidade de diálogo, melhor. É claro que pode haver mudanças abruptas nas linhas de governo, mas elas não deveriam alterar as alianças estratégicas que, como setor, temos de ter com o Estado em seus diferentes níveis.

Sem dúvida há líderes que nos reconhecem e nos dão mais participação que outros, mas em todos os países da América do Sul existem organizações setoriais potentes que podem e devem incidir para melhorar as condições políticas e normativas em favor das cooperativas. Temos que assegurar que os governos, mais do que as lideranças, nos levem em conta para trabalhar em grandes eixos como o desenvolvimento sustentável, a paz, os direitos humanos e os programas econômicos que coloquem no centro o ser humano.

 

O Brasil tem mais de 300 startups voltadas para o agronegócio. Algumas são apoiadas por cooperativas. Esse movimento é algo que deve ser incentivado no futuro?

Guarco - Sem dúvida. A veloz transformação da economia e a digitalização da maioria dos processos de produção, circulação e consumo de bens e serviços nos obriga a ser protagonistas. Se deixarmos que todo esse processo fique em mãos de grandes corporações, não estaremos cumprindo o papel que temos como empresas democráticas a serviço da comunidade.

Muitos jovens estão investindo impulsionados por essas correntes da economia colaborativa. É preciso trabalhar para distribuir as oportunidades e incorporar a maior parte possível de pessoas para uma lógica cooperativista.

 

Falando em jovens, um dos principais problemas da agropecuária no planeta é a sucessão rural. Muitos querem deixar a atividade agrícola. Como o cooperativismo pode ajudar a resolver esse problema?

Guarco - É preciso mostrar às novas gerações as vantagens do cooperativismo no agronegócio. As cooperativas podem inovar na produção agrícola sem deixar de lado seus princípios e valores, e atuar de maneira independente. Os jovens são os mais indicados para levar a cabo a incorporação de novas tecnologias no âmbito agropecuário.

Há grandes cooperativas que demonstram sua eficácia no agronegócio e também existem as pequenas fomentando o associativismo em ciclos de produção e consumo mais curtos, próprios da agricultura familiar. Na 5ª Conferência Cooperativa das Américas, realizada em Buenos Aires em outubro do ano passado, um dos três consenso foi a "defesa do planeta".

Observamos que no mundo cresce o número de pessoas que padecem de fome e que, em muitos países, particularmente do Sul, continua havendo muita desigualdade de acesso a alimentos. As cooperativas são as mais adequadas para promover a democratização do sistema agroalimentar promovendo nas áreas rurais um trabalho decente, a igualdade de gênero e o cuidado com recursos naturais. O cooperativismo também está do outro lado da cadeia, dos consumidores. A articulação entre esses dois elementos - produção e consumo - pode manter o equilíbrio em termos territoriais e demográficos.

 

Como avalia o papel do cooperativismo em um contexto de avanço da economia colaborativa?

Guarco - É um desafio enorme que estamos assumindo. As novas gerações estão e estarão cada vez mais com o espírito empreendedor dessa nova etapa do capitalismo mundial. Mas uma coisa é fazê-lo de modo individual e outra de forma coletiva. Hoje, de um modo um tanto quanto confuso se denomina de economia colaborativa essas plataformas que dominam a economia global.

No entanto, o controle da maioria das plataformas, assim como dos lucros e os dados gerados por elas, estão concentrados em poucas mãos. As cooperativas são chave para democratizar esse sistema de economias digitais onde tanto produtores como consumidores podem ter o controle.

 

Qual o papel do cooperativismo no fomento do desenvolvimento sustentável, conforme sugere a Organização das Nações Unidas?

Guarco - Desde a criação da primeira cooperativa da era moderna, em 1844, nossas organizações sempre serviram ao que agora é definido como desenvolvimento sustentável. Trabalho decente, saúde e bem-estar, igualdade de gênero, cuidado com o meio ambiente e compromisso com a paz, para citar apenas algumas das metas estabelecidas pelas Nações Unidas, são sempre pilares do empreendimento cooperativo.

Temos a capacidade de atuar em diferentes setores, na produção rural e industrial, no consumo, na saúde e educação, no habitat e muitos mais. Tudo isso nos torna um movimento muito poderoso quando se trata de abordar o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS 17), que pede a criação de alianças globais na busca do desenvolvimento sustentável.

Futuro será mais competitivo
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Futuro será mais competitivo

Emocionado durante a abertura do 14º Congresso Brasileiro do Cooperativismo o embaixador especial da FAO para o Cooperativismo, Roberto Rodrigues, relembrou o tempo que foi presidente da ACI Américas (1992 a 1997) e da OCB (mandatos de 1985 e 1991). A solenidade também prestigiou os 50 anos do cooperativismo no Brasil.

Para Rodrigues, uma das maiores lideranças cooperativistas do país, o futuro, tema escolhido para o evento, deve ser pensado pelo viés da competitividade, considerando que cooperativas são empresas e que devem agregar valores e princípios. Nesse cenário, ressaltou a importância de que os pequenos tenham acesso à mesma tecnologia que os demais, para que essas novas ferramentas sejam inclusivas e não exclusivas.

“As cooperativas são instrumento de uma doutrina universal una”, assim sendo fundamental que sejam organizadas de modo centralizado. Roberto Rodrigues manifestou ainda a preocupação com a preservação da "democracia transformada em rede, com princípios universais, como deve ser o cooperativismo". “Mais da metade da população do mundo está ligada ao cooperativismo”, completou.

Roberto Rodrigues propôs ao 14º CBC que cada cooperativa tenha uma mulher e um jovem na composição do seu conselho de administração. “Depois de mim, duas mulheres já foram presidente da ACI. Portanto, o espaço existe e é importante que ele seja concedido”, defendeu.

Ao observar as mudanças recentes no país e no mundo, com solvência de lideranças a nível global, Roberto Rodrigues alertou sobre a segurança alimentar, tema que segundo o embaixador deve ser pensado neste momento. Nesse âmbito, segundo a referência internacional, “para que o mundo tenha crescimento em 20%, o Brasil tem que crescer 40%”, citou. Daí a relevância do Brasil para o cenário internacional como um todo.

 

COOPERATIVISMO GLOBAL

Em seu discurso, o presidente da Aliança do Cooperativismo Internacional (ACI), Ariel Guarco, apresentou os números da ACI e destacou o reconhecimento que a Aliança alcançou no mundo, estando presente nos cinco continentes. O foco de atuação, segundo Ariel Guarco, é a responsabilidade social presente na empresa, respeitando também o consumo responsável, atuando em parceria com a OCB, com a FAO e uma rede intermediária. “Queremos demonstrar que é possível construir uma economia democrática”, afirmou.

Diante de uma era de transformações, Guaco defendeu que o pensamento no futuro deve passar pela profissionalização dos jovens. Em seu discurso, o presidente da ACI previu também mudanças nas formas de trabalho, onde trabalhadores são substituídos pelas ferramentas de automação.

Nesse sentido, Ariel Guarco defendeu que forças como a economia verde e a economia digital serão as criadoras de frentes de trabalho e o cooperativismo deve acompanhar esse movimento. Assim, “as cooperativas devem demonstrar que há outras formas de construir uma economia digital, de raízes”, defendeu. De acordo com Guarco, as cooperativas têm papel de construir um mundo melhor e, encerrando o discurso, convidou a todos para assumir esse protagonismo.

O desafio político cooperativo pelo qual a América passa foi o centro da apresentação da presidente da ACI Américas, Graciela Fernandez. Esses obstáculos pautam o trabalho do movimento cooperativo americano que, segundo Graciela, tem buscado o diálogo com os governos. São mais de 200 mil cooperativas de base, que visam o desenvolvimento de uma economia social. E o cooperativismo brasileiro é parte dessa organização.

Por fim, pela celebração dos 50 anos do Sistema OCB, a presidente da ACI entregou uma placa de homenagem ao presidente Marcio Lopes de Freitas.

 

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OCB lanca Agenda Institucional do Cooperativismo
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OCB lanca Agenda Institucional do Cooperativismo

Após a solenidade de abertura do 14º Congresso Brasileiro do Cooperativismo (CBC), realizado de 8 a 10 de maio, em Brasília, foi lançada a Agenda Institucional do Cooperativismo para 2019. O documento visa pautar os temas mais importantes ao setor junto aos Três Poderes da República. Essa é a 13ª edição da agenda, que contém 36 prioridades a serem apresentadas no Congresso Nacional e 17 propostas a serem levadas ao poder Executivo. Além disso, cinco temas da agenda são acompanhados com repercussão nos Tribunais Superiores.

Na ocasião, o presidente Márcio Lopes entregou às autoridades presentes o documento elaborado pelo Sistema OCB contendo essas propostas. O papel da agenda é servir de instrumento para ratificar o compromisso do movimento cooperativista com o desenvolvimento do país. Ao todo, são 14,2 milhões de pessoas representadas por 6,8 mil cooperativas, todas focadas no crescimento sustentável. Essas cooperativas se ramificam em 13 ramos de atividades econômicas.

Entre os principais desafios propostos na Agenda estão a aprovação e sanção do Projeto de Lei 8.824/2017, que assegura serviços de telecomunicações por cooperativas; a aprovação de substitutivo do Projeto de Lei 519/2018, que visa regulamentar a operação de seguros por sociedades cooperativas; e o acesso ao crédito e a linhas de financiamento público para cooperativas.

 

DIRETORIA DA FRENCOOP

Em seguida, foi realizada a posse da Frente Parlamentar do Cooperativismo no Congresso Nacional (Frencoop), que contou com a presença de diversos membros da frente. Composta por mais de 300 deputados e 36 senadores, a Frencoop tem a missão de pautar os temas de interesse do cooperativismo no Congresso, divulgando e defendendo as principais ações para o desenvolvimento do setor no país.

 

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