Celso Régis
*Presidente do Sistema OCB/MS
“Ações que constroem e transformam vidas”. Essa frase mostra claramente o que propõe o cooperativismo, por isso foi escolhida como o lema do Dia de Cooperar – Dia C 2016, campanha de responsabilidade social que reflete o propósito de cooperativas espalhadas por todo o país. Afinal, assim é a essência de uma sociedade cooperativista. Unir talentos e trabalhar para empreender, para crescer conjuntamente e mudar para melhor a vida de milhões de pessoas.
A cada edição, o projeto se fortalece, atraindo mais cooperativas, voluntários e parceiros, construindo uma corrente que beneficia todo o país. E com tamanha integração, o nosso objetivo é justamente promover a intercooperação entre todos os voluntários e, a partir dessas ações muito bem estruturadas, ajudar a mudar, de fato, contextos de desigualdade e exclusão em diferentes comunidades. E vale ressaltar – a campanha deste ano faz alusão a uma colmeia como parte da identidade visual, resumindo bem a proposta da iniciativa – de gerar, a partir da cooperação do trabalho coletivo, uma verdadeira transformação social.
Pelo Dia C, temos a oportunidade de falar para toda a sociedade sobre a essência e o propósito do cooperativismo. Esse movimento que é capaz de promover melhorias e inserir as pessoas, tanto em um contexto econômico como social. O Dia de Cooperar é, com certeza, uma ferramenta para disseminar os diferenciais do cooperativismo e torná-lo conhecido e admirado por cada vez mais pessoas.
Nossa intenção é ir além de ações pontuais e formar uma corrente de responsabilidade social, o que, na verdade, reflete um modelo de gestão nas cooperativas, de atuação sustentável e de uma troca permanente com a comunidade. E nós sabemos que essa mobilização é fundamental para que possamos, juntos, gerar grandes mudanças.
Nas primeiras edições do Dia C, conseguimos difundir uma mensagem-chave: a importância da cooperação. Em 2015, no estado do Mato Grosso do Sul, tivemos 33 projetos que beneficiaram mais de seis mil pessoas. A ideia é que o programa ganhe dimensões que superem todas as expectativas. Afinal, o Dia C é do tamanho do Mato Grosso do Sul. E mais, vamos fazer isso contribuindo também para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), uma nova agenda da Organização das Nações Unidas (ONU) composta por 17 propósitos que devem ser concretizados até 2030 para a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
Cooperativistas de oito estados brasileiros, incluindo Mato Grosso do Sul, concluíram sua participação no I Seminário Nacional de Autogestão para Cooperativas Agropecuárias, realizado pela Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), em sua sede, em Brasília. O evento teve por objetivo discutir os benefícios do Programa de Autogestão com foco nos aspectos econômicos, financeiros e sociais (mais conhecido como GDA).
Os estados representados são: Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais e Ceará. O evento contou com a participação dos presidentes José Roberto Ricken (Ocepar), João Nicédio Alves Nogueira (OCB/CE) e, também, dos superintendentes José Aparecido dos Santos (OCB/CE), Leonardo Boesche (Sescoop/PR), Aramis Moutinho Júnior (Ocesp).
HISTÓRIA – “E quando falamos em referenciais comparativos é fundamental termos uma base histórica, onde registramos e acompanhamos a evolução da cooperativa. Isso é gestão de uma cooperativa e ela deve ser tão profissionaliza quanto a das empresas concorrentes. Só desta forma a cooperativa se manterá no mercado. Uma atuação assim é uma quebra de paradigmas.” Francisco Teixeira Neto, especialista da Fundação Nacional da Qualidade (FNQ), durante sua exposição sobre a importância dos referenciais comparativos na busca da excelência na gestão.
DESENVOLVIMENTO – “Esse conjunto de siglas (PDGC, GDA, GDH, FIC e PAGC) traz um padrão de conformidade aos indicadores da cooperativa. Com base neles será possível propor estratégias visando à vantagem competitiva e gerando felicidade aos cooperados. Por isso, convidamos às cooperativas do país, a aderirem ao GDA. Tenho certeza de que, depois de tantas reflexões feitas ao longo desses dois dias de trabalho intenso, será possível perceber indicadores muito mais específicos e alinhados. Isso possibilitará o desenvolvimento do movimento cooperativista brasileiro.” Renato Nobile, superintendente do Sistema OCB, enquanto discorria sobre o modelo de atuação do Sescoop na busca da autogestão.
VISÃO – “Só gerencia quem mede e só mede quem transforma as informações em índices comparáveis. Por isso é tão importante ter dados que nos mostrem como éramos no passado, como agíamos anteriormente, como estamos e onde queremos chegar, afinal de contas, só podemos comparar o hoje com o ontem. E, com base nos números do passado, temos condições de projetar um futuro factível.” José Roberto Ricken, presidente do Sistema Ocepar, enquanto falava sobre o PRC 100, projeto desenvolvido em parceria com as cooperativas paranaenses.
DIFERENCIAL – “O sistema de autogestão permite que a informação de balanço seja transformada em dado gerencial. Além disso, serve de benchmarking e confere mais transparência à gestão.” Gerson Lauermamm, gerente de Autogestão do Sistema Ocepar, durante a palestra Cenários econômicos – aspecto financeiro – consolidação das aplicações do GDA de todos os estados.
INTEGRAÇÃO – “O sistema de autogestão nos fornece informações propícias para gerir o negócio cooperativo e mostra tudo aquilo que pode ser melhorado. Vale destacar que o objetivo é a integração entre cooperativa, unidade estadual e unidade nacional, visando o fortalecimento do relacionamento e a busca de soluções para o sistema cooperativista brasileiro.” Devair Mem, analista técnico especializado do Sescoop/PR, durante sua palestra sobre a Atuação do GT das Cooperativas do Paraná na defesa e representação.
ENGAJAMENTO – “Quando falamos em geração de informação de qualidade, o programa de autogestão é de suma importância não só para a cooperativa, mas para todo o movimento cooperativista brasileiro. Para além disso, é fundamental que os cooperados se sensibilizem e estejam abertos a esse processo. É por isso que é necessário trabalhar fortemente pela educação do corpo técnico e das lideranças cooperativistas da nossa base.”João Nicédio Alves Nogueira, presidente do Sistema OCB/CE.
CASOS DE SUCESSO
LAR – O presidente da cooperativa LAR, Irineo da Costa Rodrigues discorreu sobre a prática de liderança e governança, voltas à transparência dos resultados. Ele contou um pouco da história da cooperativa, da importância da organização do quadro social para a tomada de decisão que resultou na ampliação da carteira de produtos e até da marca da cooperativa. Atualmente, a LAR conta com mais de 8,75 mil empregados. Deste total, 1451 postos de trabalho foram gerados entre 2014 e maio deste ano. E 67% estão lotados nas indústrias da cooperativa. No ano passado, seu faturamento foi de R$ 4 bilhões, sendo que 22% deste total provêm de exportações para mais de 30 países. A previsão é de que o faturamento cresça 27% neste ano.
COCAMAR – O gerente executivo da Cocamar, Guilherme de Sousa Valente, falou sobre a prática de processos econômicos financeiros com a melhoria de gestão. Ele começou sua fala mostrando alguns números da cooperativa, como o faturamento de R$ 3,3 bilhões e a área de atuação compreendida por parte dos estados do Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo. Seus principais produtos são o óleo de soja, café, néctares, sucos e álcool em gel. Ele explicou que, de acordo com a base histórica da Cocamar, a cada cinco anos a cooperativa dobra de tamanho, o que deve continuar, considerando que desde 2014 a assembleia geral votou pela contratação de profissionais para ocupar as funções da diretoria executiva.
BANCO DO BRASIL – A palestra magna do evento foi proferida pelo gerente executivo de Negócios com Cooperativismo do Banco do Brasil, Guinter Knaack. Ele discorreu sobre a expectativa do agente financeiro para a realização de financiamento às cooperativas, considerando aspectos como governança, gestão e indicadores econômicos e financeiros.
Segundo ele, o trabalho de análise de risco das cooperativas feito pelo banco começou em 1988. De lá pra cá, muita coisa foi alterada no processo. Para se ter uma ideia, atualmente 2,8 mil cooperativas brasileiras possuem contratos de financiamento com o banco e cada dia mais este público tem sido foco do Banco do Brasil, especialmente considerando a taxa de inadimplência: 0,55%, o que, para a instituição financeira, é um excelente indicador.
“Dentro deste universo, é fundamental destacar que temos uma análise de risco acurada e que nos permite constatar indicadores econômicos e financeiros que garantem as operações de crédito. Além disso, também analisamos quesitos como governança, plano de negócios e diversificação. É por isso que um dos melhores programas de gestão do cooperativismo é o GDA”, avalia.
Ele relatou, ainda, que a avaliação de desempenho das cooperativas foi 25% melhor na comparação entre os anos safra 2014/2015 e 2015/2016.
O Dia de Cooperar – também conhecido como Dia C - é o programa de responsabilidade social das cooperativas brasileiras que realizam projetos de transformação nas comunidades por meio do trabalho voluntário. Somente em 2015, mais de 1200 cooperativas realizaram ações de saúde, educação, cidadania e preservação do meio ambiente, nos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal.
No primeiro sábado de julho (2/7), celebração do Dia Internacional do Cooperativismo, os voluntários contam com o apoio do Sistema OCB* para comemorar os resultados do programa. Reunidos em praças e escolas públicas, cooperativas oferecem diversos serviços à população, por exemplo, exames médicos, corte de cabelo, arrecadação de donativos, emissão de documentos e apresentação culturais.
As cooperativas do Mato Grosso do Sul estão mais uma vez mobilizadas na maior rede cooperativista de voluntariado do país: o Dia de Cooperar – também chamado Dia C. No primeiro sábado de julho (2/7), os cooperativistas se reúnem no Centro Olímpico Vila Nasser, em Campo Grande, para oferecer orientações em saúde e atividades educativas para a comunidade.
Este ano, 28 cooperativas participam do Dia C, desenvolvendo projetos de responsabilidade social, por meio de mais de 1800 voluntários. As ações chegam a 11 municípios do estado e a expectativa é beneficiar mais de 30 mil pessoas. As cooperativas realizam arrecadação de donativos, campanhas educativas e ações em benefício de instituições filantrópicas.
Haverá diversas ações também no interior, como nos municípios de Dourados, Três Lagoas, São Gabriel do Oeste, Naviraí, Angélica, Maracaju, Deodápolis, Novo Horizonte do Sul e Nova Andradina. Os voluntários irão fazer doações de material de construção e donativos, pequenas reformas, atividades esportivas, apresentação de projetos sustentáveis, plantio de árvores e etc.
Para o presidente do Sistema OCB/MS, Celso Régis, o papel das cooperativas mostra-se fundamental na redução da desigualdade porque oferece às pessoas uma forma digna e sustentável de ganhar a vida e promover a paz. “Partindo da premissa que o Dia C visa transformar a realidade das comunidades, os cooperados estão cada vez mais engajados com boas práticas de sustentabilidade, respeito às pessoas e engajamento no voluntariado”, afirma.
*Sistema OCB/MS: Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras no Mato Grosso do Sul.
TODO DIA É DIA DE COOPERAR
O Dia de Cooperar, também conhecido com Dia C, nasceu em 2009, em Minas Gerais, e logo ganhou a adesão de cooperativas de todo o país. Com o apoio do Sistema OCB (Organização das Cooperativas Brasileiras) e de suas Unidades Estaduais, o Dia C é um programa de responsabilidade social, promovido pelas cooperativas brasileiras por meio do voluntariado. A grande novidade este ano é que as cooperativas passam a contribuir para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), nova agenda da ONU para acabar com toda forma de tirania, desigualdade e destruição ambiental (saiba mais: nacoesunidas.org). Em todo o país, são mais de 1200 cooperativas mobilizadas nesta grande corrente do bem. Somente em 2015, o Dia C já beneficiou mais de 2,5 milhões de pessoas com projetos que trazem uma verdadeira transformação social para as comunidades.
Serviço: Dia C em Campo Grande
Local: Centro Olímpico Vila Nasser, Rua São Manoel, 100. Campo Grande/MS
Data: 2 de julho
Horário: 13h às 17h
Na sessão plenária desta manhã, dia 29 de junho, o Deputado Estadual Professor Rinaldo Modesto homenageou o cooperativismo através de uma Moção de Congratulações. Essa homenagem é devido ao Dia Internacional do Cooperativismo, comemorado no primeiro sábado de julho.
“A contribuição das cooperativas é marcante e já reúne 170 mil pessoas em Mato Grosso do Sul, em vários setores, se consolidando como um dos pilares fundamentais para a economia”, disse o deputado. Ele lembrou que são instituições democráticas, com a contribuição igualitária dos membros, e que se destacam no Estado especialmente no setor do agronegócio. “Se não houvesse o cooperativismo organizado no agronegócio, o momento [na economia] seria ainda mais difícil”, disse. Professor Rinaldo informou ainda que o Dia C- Dia de Cooperar ocorrerá no Centro Olímpico da Vila Nasser, em Campo Grande, no dia 2, com prestação de serviços à comunidade. Ele atualmente é o coordenador da Frente Parlamentar de Defesa do Agronegócio e do Cooperativismo.
O deputado João Grandão (PT), que é vice-presidente Comissão de Desenvolvimento Agrário e Assuntos Indígenas da Casa de Leis, defendeu a descentralização dos recursos para a viabilização das cooperativas. “A democratização dos créditos deve atender também as pequenas cooperativas; o FCO [Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste] não pode ser exclusividade do Banco do Brasil”, disse. Para o deputado Zé Teixeira (DEM), as cooperativas representam “união de forças para o crescimento de todos”.
Na tarde do dia 29 de junho, as cooperativas do ramo Transporte se reuniram na Casa do Cooperativismo com o objetivo de desenvolver e fortalecer as relações institucionais, promoção, interação e organização do Ramo.
A reunião teve a participação do Analista Técnico e Econômico da OCB Nacional Tiago Barros que o ramo no MS precisa se etsrutura para ter mais representativa no país. "As cooperativas de transporte precisam de organizar e se etsruturar para haver o amadurecimento no negócio, pois há muitas demandas no setor", declarou.
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