O presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, acompanhado pelo superintendente do Sistema OCB, Renato Nobile, se reuniu ontem com a senadora Ana Amélia (RS), vice-presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop) pelo Senado Federal. A intenção foi apresentar à senadora as sugestões de alteração ao Projeto de Lei do Senado (PLS) 559/2013, que visa modernizar a Lei de Licitações e Contratações Públicas.
As lideranças cooperativistas também apresentaram as demandas da OCB e do Ramo Infraestrutura referentes à Medida Provisória nº 735/2016, que versa sobre alterações no setor elétrico. A senadora Ana Amélia recebeu os pleitos do cooperativismo e se colocou à disposição para tratar das questões no âmbito do Congresso Nacional.
DEMANDAS – Um dos pleitos entregues à senadora Ana Amélia foi sobre o Projeto de Lei do Senado (PLS) 559/2013, que trata da modernização da Lei de Licitações, visto que a proposição, ao mesmo tempo em que proíbe ações que restrinjam a participação das cooperativas em licitações, traz dispositivos que limitam o campo de atuação das sociedades cooperativas, contrariando questões já solucionadas pela Lei 12.690/2012, que trata da regulamentação das cooperativas de trabalho.
Além disso, o Sistema OCB propôs a inclusão da dispensa de licitação para as cooperativas de catadores de resíduos sólidos, nos mesmos termos que vigoram atualmente pela Lei 8.666/1993 e, ainda, a inclusão do tratamento diferenciado nas compras públicas concedido às micro e pequenas empresas para as cooperativas que se encontram na mesma faixa de faturamento, nos termos da Lei 11.488/2011.
ENERGIA ELÉTRICA – Em relação à Medida Provisória 735/2016, foram apresentadas emendas que buscam evitar o corte abrupto nos descontos para compra de energia elétrica. Atualmente as cooperativas de eletrificação possuem um desconto na aquisição de energia, que é de suma importância para o equilíbrio econômico financeiro, provendo assim a modicidade tarifária para as comunidades rurais. Entretanto, o modelo energético estabelece o fim dos descontos a partir de 2016 com o início do segundo ciclo de revisão tarifária das cooperativas. Dessa forma os descontos serão reduzidos ano a ano a partir de 2016, em 25% ao ano.
O desempenho das cooperativas foi - mais uma vez - destaque no anuário “Melhores & Maiores: as 1000 maiores empresas do Brasil”, divulgado sempre no mês de julho pela revista Exame. A publicação especial ranqueia os destaques de vários segmentos da economia, segundo seus resultados. O periódico listou dezenas de cooperativas, entre as empresas que tiveram o melhor desempenho em 2015. (Clique aqui para ver as listas)
Cooperativas de cinco ramos de atividade econômica (Agropecuário, Crédito, Saúde, Consumo e Transporte) aparecem na revista Exame, demonstrando sua força, capacidade de gerar emprego, renda e desenvolvimento e, acima de tudo, sua competitividade.
De Norte a Sul do país, elas contribuem para organizar 12,7 milhões de brasileiros em 6,5 mil empreendimentos cooperativos, gerando, ainda, 365 mil postos diretos de trabalho.
Na região Sul, por exemplo, onde a prática cooperativista é mais antiga no país, as cooperativas que reúnem milhares de produtores familiares são referência na produção de alimentos. Em outras partes do Brasil, como nas regiões Norte e Nordeste, o movimento cooperativista tem mobilizado um número cada vez maior de pessoas e conta ainda com um espaço potencial para expandir suas ações, inserindo os cooperados tanto econômica quanto socialmente.
“O cooperativismo é, assim, um modelo de negócios naturalmente democrático, no qual todos têm papeis importantes. Aliás, o sucesso da gestão está justamente nisso: os associados são donos do negócio, com direito a voto e à voz ativa. Para impulsionar ainda mais o movimento e, logicamente, o cooperado que faz dele um mecanismo alternativo, visando maximizar a sua renda, é também fundamental investir na profissionalização da gestão”, comenta Márcio Lopes de Freitas, presidente do Sistema OCB.
NÚMEROS – Em todo país, cerca de 50 milhões de pessoas estão ligadas ao movimento cooperativista. Em relação aos dados mundiais, os últimos números da Aliança Cooperativa Internacional apontam para 1 bilhão de pessoas ligadas ao cooperativismo, direta ou indiretamente, e 250 milhões empregos gerados por cooperativas e seus processos.
PUBLICAÇÃO – Criado há 42 anos pela Editora Abril, o anuário tornou-se o mais amplo e confiável retrato do ambiente empresarial brasileiro. O levantamento está fundamentado no balanço do exercício 2015 e em base de dados oficiais.
As empresas ranqueadas foram avaliadas conforme critérios de excelência empresarial, desenvolvidos pelo ranking Melhores&Maiores: uma ponderação de resultados obtidos em crescimento das vendas, lucro, patrimônio, rentabilidade, capital circulante líquido, liquidez geral, endividamento, riqueza criada, número de empregados, riqueza criada por empregado, controle acionário e EBITDA, abreviatura da expressão inglesa que significa lucro antes de descontar os juros, os impostos sobre o lucro, a depreciação e a amortização.
Porter e as cooperativas de crédito
Roberto Rodrigues*
A grande imprensa mostrou recentemente o notável crescimento das cooperativas de crédito nos últimos anos, em comparação com o que cresceram os bancos que operam no Brasil. Elas cresceram 20% desde o ano 2010, contra 11% dos bancos médios e 16% dos grandes bancos. Essas organizações são ligadas a quatro grandes corporações (Sicredi, Sicoob, Unicred e Confesol) e estão dispersas em todo o território nacional, mas, se pudessem ser consideradas como um sistema unitário, sua somatória já equivaleria ao sexto maior banco de varejo, com ativos da ordem de 126 bilhões de reais, e atrás apenas de Banco do Brasil, Itaú Unibanco, Caixa Econômica, Bradesco e Santander.
Como cooperativas, não buscam lucro, de modo que conseguem atuar com juros menores que os bancos. Atualmente, os juros de crédito pessoal estão por volta de 2,1% ao mês, enquanto os bancos cobram 6,1%, quase 3 vezes mais. Ocupam apenas 3% do mercado financeiro, muito pouco ainda, mas certamente crescerão bastante, embora dentro de um mercado altamente competitivo com um Sistema Financeiro moderníssimo e bem organizado. Como enfrentarão essa "briga"?
Assisti no final de março, na Escola de Negócios de Harvard, em Boston, a uma interessante palestra do "guru" Michael Porter sobre concorrência e competitividade. Os conceitos emitidos por ele parecem óbvios, mas na verdade são extremamente complexos. Começou dizendo que uma empresa não deve tentar "apenas" ser a melhor. Isso acaba criando uma concorrência destrutiva, uma competição de soma zero.
Cada empresa concorrente, nesse modelo, oferece a mesma coisa, e ora uma, ora outra, está na frente, dependendo da inovação técnica ou de gestão que incorporaram. Mas logo essa melhoria é superada pela concorrente, e todo mundo está oferecendo mais do mesmo. O cliente, então, escolhe o produto ou serviço oferecido pelo melhor preço. E não se fideliza. E Porter arrematou: "O sucesso de um não pode depender do fracasso de outro: se você oferece uma coisa e seu concorrente oferece outra, ambos podem ganhar".
Ora, então o que, na realidade, diferencia uma empresa da outra num mercado aberto? A resposta, segundo Porter, é clara: "você não pode querer ser apenas o melhor, tem que ser ÚNICO. Procure se especializar em algo que só você sabe fazer"! Em sua estratégia, uma empresa não deve apenas olhar para o futuro pensando em inventar uma maneira de ser a melhor para ganhar a concorrência.
Deve, isto sim, buscar ser uma empresa única, capaz de entregar valores únicos aos clientes que escolhe atender. Portanto, nunca se deve confundir estratégia com meta ou visão. Crescer e ser a número um do mercado é meta, estratégia é ser diferente. Produtos diferenciados devem agregar valores aos clientes escolhidos para servir.
A essência, diz Porter, está nas escolhas. Ora, as cooperativas de crédito são diferentes por definição: não buscam lucro. Isso já significa que são ÚNICAS? Não necessariamente. Mas devem buscar esse diferencial a mais para alcançar o crescimento que bancos cooperativos de outros países já conseguiram. E a resposta para essa instigante questão está nos princípios e valores da doutrina, especialmente o sétimo princípio criado em 1995 pela ACI, o da preocupação com a comunidade.
* Coordenador do Centro de Agronegócio da FGV, embaixador especial da FAO para o Cooperativismo Brasileiro e presidente do LIDE Agronegócio
(Fonte: AGROANALYSIS – MAI/2016)
Estiveram reunidos nesta quarta-feira, dia 13, na sede da Casa do Cooperativismo OCB/MS, o presidente do Sindicato das Cooperativas Celso Ramos Regis e o assessor jurídico José Henrique Vigo com o Presidente e Vice Presidente da FENATRACOOP, Mauri Viana e Gilmar Oliveira. No encontro foram discutidos temas pertinentes a negociação coletiva 2016/2017, bem como ações que visem o crescimento e o fortalecimento do sistema sindical cooperativista no estado do Matro Grosso do Sul, bem como em toda região Centro Oeste.
O Sistema OCB acaba de editar a versão 2016 da cartilha Cooperativismo e Eleições, focada no processo eleitoral dos municípios brasileiros. O material, que está sendo enviado às cooperativas do país nesta semana, também está disponível online. A intenção é contribuir para que cooperativas e cooperados do Brasil reflitam sobre a importância do momento. De caráter didático, a publicação apresenta as regras do processo eleitoral com base nas leis específicas.
“Consideramos a cartilha um estímulo para o voto consciente. Nosso objetivo é incentivar a participação no processo político de forma concreta e efetiva. As cooperativas podem e devem fazer parte desse momento, afinal, nosso setor é forte e merece ser ouvido”, aponta Tânia Zanella, gerente geral da OCB.
A cartilha esclarece dúvidas e apresenta dicas para os eleitores, além de atualizar as regras estabelecidas pela legislação eleitoral. A principal mudança desta edição é que, em 2016, as pessoas jurídicas (incluídas aqui as sociedades cooperativas) não podem realizar doações. Ainda, o material explica como participar ativamente destas eleições, de forma ética e transparente.
VIA DIGITAL – Um exemplar impresso será enviado para cada cooperativa integrante do Sistema OCB. O material também está disponível para download clicando aqui.
SABER COOPERAR – A 21ª edição da revista Saber Cooperar traz também uma reportagem especial sobre o voto consciente. As eleições marcadas para o mês de outubro assinalam uma boa oportunidade para o movimento cooperativista reforçar sua atuação no processo democrático. É com este pensamento que o Sistema OCB, em conjunto com as organizações estaduais, incentiva a participação da categoria no processo político.
O superintendente do Sistema OCB, Renato Nobile, lembra que o desenvolvimento do cooperativismo se encontra estreitamente relacionado ao processo eleitoral, na medida em que, por meio do voto, o cooperado pode ajudar a eleger candidatos que levantem a bandeira do cooperativismo na discussão de legislações e políticas de inclusão produtiva e desenvolvimento regional. “A gente estimula as cooperativas a participarem do processo político porque, quanto maior essa participação, mais teremos apoio efetivo na construção de uma agenda positiva para as cooperativas”, explica.
“A gente estimula as cooperativas a participarem do processo político porque, quanto maior essa participação, mais teremos apoio efetivo na construção de uma agenda positiva para as cooperativas”, explica Nobile.