No dia 31 de agosto foi realizada a 14ª edição do Simpósio da Soja, na Câmara Municipal de Naviraí. O evento bateu recorde de público das edições, com aproximadamente 400 participantes. Com uma programação variada, o evento envolveu estudantes, produtores rurais, técnicos e parceiros. A abertura foi realizada pelo Superintendente da Copasul, Gervásio Kamitani, que enalteceu a presença de todos, destacando a importância do evento. Também participou da abertura, o pesquisador Harley Nonato de Oliveira, que é chefe adjunto de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados, MS).
Foram realizadas cinco palestras, sendo que a primeira palestra abordou as condições climáticas para a safra 2016/2017, com o consultor Marco Antonio dos Santos, engenheiro agrônomo e consultor na área de clima. “Os produtores podem esperar um setembro menos chuvoso que agosto. Em outubro chove bem, portanto, o produtor vai ter condição de plantar sua soja tranquilamente. Final de novembro e dezembro, pode ter um período de estiagem. Lembrando também que esse ano é um ano de La Niña, porém, de fraca intensidade”, comentou.
A outra palestra foi “Desafios da produtividade de soja”, com o pesquisado Dirceu Gassen. Dirceu mostrou um histórico da produção no país, destacando os desafios a serem superados. Focando na preparação de solo e na necessidade de aplicar conhecimento técnico para melhorar a produtividade.
Logo em seguida ocorreu a palestra “Épocas de semeadura da soja na região Sul de Mato Grosso do Sul”, com Carlos Ricardo Fietz, pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, de Dourados, MS. Segundo ele, ao considerar o fator deficiência hídrica, a soja semeada em setembro ou outubro é um cultivo de risco em toda a região sul de Mato Grosso do Sul, mesmo em plantios feitos nos períodos recomendados pelo zoneamento. Por isso, é recomendado que sejam adotadas práticas que contribuam para a diminuição dos riscos de deficiência hídrica, como semear durante o período recomendado pelo zoneamento agrícola e adotar o Sistema Plantio Direto na palha. "Mas a deficiência hídrica poderá ser plenamente evitada somente com o uso da irrigação. Portanto, a irrigação da soja, em caráter complementar, é tecnicamente viável na região sul de Mato Grosso do Sul", concluiu.
Uma das palestras mais esperadas do evento foi do economista Gustavo Loyola, que fez um retrospecto do cenário mundial, dos mercados da China, União Europeia e Estados Unidos. Após comparar os cenários internacionais, Loyola falou do cenário doméstico. O tema da concretização do impeachment e da taxa de juros também foi muito abordado. “Acredito que o Brasil já deve voltar a crescer no próximo ano. Esse ano a situação Fiscal é difícil, mas a economia deve se recuperar lentamente”.
Fechando o Simpósio, foi a vez do pesquisador da Embrapa Instrumentação (São Carlos, SP), Lúcio André de Castro Jorge, com o tema “Drone: Ferramente para Gestão do Sistema de Produção”, Lúcio é responsável pelo desenvolvimento de aplicações de drones. “Hoje temos uma grande infinidade de modelos, e o que diferencia cada um é o tipo de sensor e a autonomia de voo. Depende da aplicação você escolhe um ou outro. Um dos fatos da popularização é a possibilidade de ver “por cima” a lavoura. É um outro ângulo que dá uma riqueza maior. A tecnologia está se popularizando e o custo caindo. Com ferramentas que envolve o drone, os softwares, e todo o equipamento o produtor consegue melhorar sua produtividade". O pesquisador alertou também que esse tipo de equipamento ainda não está regulamentado, e que sempre é bom consultar os órgãos competentes.
O público avaliou positivamente o evento. “Sou cooperado de Maracaju, e é a primeira vez que participo, mas se depender de mim, agora quero participar de todas as próximas edições. Deu pra perceber a dedicação que o pessoal da Copasul teve para a realização desse evento. Ganhei o dia vindo aqui. São temas direcionados para o produtor. Quero trazer meus filhos nas próximas edições”, disse Arlindo Luiz Zemolin.
“Comecei a participar dos Simpósio ainda em 2008, pois era parceiro comercial da Copasul. Depois, a partir de 2012 comecei a participar como produtor rural. Moro em Campo Mourão, no Paraná, mas a distância de vir até aqui torna-se pequena, comparada ao conhecimento que posso adquiri vindo aqui. É um evento de alta qualidade técnica” disse Frederico Stellato Farias.
O Simpósio é uma realização da Copasul e da Embrapa Agropecuária Oeste com o apoio da Câmara Municipal, AEANAV (Associação dos Engenheiros Agrônomos de Naviraí) e ARANAV (Associação de Revendedores de Agrotóxicos e Naviraí). Com o patrocínio da Basf, Bayer, Yara, Dupont, Arysta, Coodetec, Dow Agroscience, Fertion, Helm, Jotabasso, FMC, Roos, Matsuda, Sicredi, Stoller, Syngenta e Timac Agro.
Fonte: Copasul
Mesmo em meio à turbulência do país, oriunda dos cenários político e econômico, o cooperativismo, mais uma vez, mostra sua força, quando diversas cooperativas figuram da lista das mil maiores empresas brasileiras, ocupando, inclusive, o primeiro lugar em dois setores: açúcar e álcool (Copersucar) e agropecuária (Coamo).
Para o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, as cooperativas se empenham diariamente em superar os próprios limites e, por isso, ampliam sua competitividade quando reveem seus processos de gestão e governança, reduzem custos de produção e, acima de tudo, atuam totalmente em consonância com os interesses do seu cooperado.
“O cooperativismo é um modelo de negócios naturalmente democrático, no qual todos têm papeis importantes. Aliás, o sucesso da gestão está justamente nisso: os associados são donos do negócio, com direito a voto e à voz ativa. Para impulsionar ainda mais o movimento é também fundamental investir na profissionalização da gestão”, comenta Márcio Freitas.
NÚMEROS – Em todo país, cerca de 50 milhões de pessoas estão ligadas ao movimento cooperativista, responsável pela geração de cerca de 364 mil postos de trabalho. Em relação aos dados mundiais, os últimos números da Aliança Cooperativa Internacional apontam 1 bilhão de pessoas ligadas ao cooperativismo, direta ou indiretamente e 250 milhões empregos gerados por cooperativas e seus processos.
RANKING – O ranking é elaborado pelo jornal Valor Econômico em parceria com a Serasa Experien e Fundação Getúlio Vargas. A classificação final leva em consideração a pontuação obtida pelas empresas em oito critérios: receita líquida, crescimento sustentável, margem de atividade, giro do ativo, margem Ebitda, rentabilidade, liquidez corrente e cobertura de juros.
Segundo o ranking Valor 1000, divulgado neste mês de setembro pelo jornal Valor Econômico, dentre as mil maiores empresas 48 são cooperativas e algumas, até, passaram a ocupar posições mais altas na lista. (clique aqui)
COOPERATIVAS DE CRÉDITO – A publicação também traz uma listagem segmentada contendo os 100 maiores bancos do país. Dentre eles, figuram, entre os 20 primeiros lugares, duas cooperativas (clique aqui).
COOPERATIVAS DE SAÚDE – Outro destaque da Valor 1000 é o ranking dos 50 maiores planos de saúde que apresenta 30 cooperativas. (clique aqui)
Fonte: Sistema OCB
Com a intenção de comemorar o crescimento de 18% nos valores destinados aos investimentos no campo, no último ano agrícola (2015/2016), e, ainda, projetar um novo crescimento de 20% para o atual período 2016/2017, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) acaba de lançar um aplicativo específico para o setor. Trata-se do BNDES Agro.
De acordo com o superintendente da Área de Operações Indiretas do BNDES, Marcelo Porteiro Cardoso, para este ano safra, a expectativa é de que o banco desembolse mais R$ 17,4 bilhões. Entrevistado desta semana, Marcelo Cardoso, discorreu sobre o aplicativo recentemente lançado e, também, sobre os negócios com as cooperativas brasileiras. Confira.
A maior parte das operações do BNDES para investimentos no setor agrícola é feita por meio de agentes financeiros. Como o produtor cooperado pode conhecer mais sobre os programas e linhas do Banco?
Cardoso: Lançamos recentemente um aplicativo para auxiliar, não só cooperados, mas todos os tipos de perfis interessados em realizar operações com o Banco. O BNDES Agro está disponível nos sistemas Android e Apple, para smartphones e tablets.
Como funciona o aplicativo?
Cardoso: O BNDES Agro possui inúmeras funções para auxiliar os interessados em realizar operações com o Banco, trazendo informações sobre as linhas e programas oferecidos ao agronegócio, consulta ao Credenciamento Informatizado de Fabricantes (CFI) para máquinas e equipamentos agrícolas cadastrados, calendário de feiras importantes para o setor, além do contato direto com o BNDES, por meio de seus canais institucionais e redes sociais.
De que forma ele pode auxiliar o produtor rural?
Cardoso: Uma importante função oferecida pelo BNDES Agro é o simulador financeiro que ajuda o usuário na avaliação prospectiva de suas prestações, considerando as condições financeiras dos respectivos programas operacionalizados pelo BNDES, entre eles Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), Programa de Modernização da Frota de Tratores Agrícolas e Implementos Associados e Colheitadeiras (Moderfrota) e Programa para Redução da Emissão de Gases de Efeito Estufa na Agricultura (Programa ABC).
Qual a perspectiva do Banco para este Ano Safra 2016/2017?
Cardoso: No atual Ano Agrícola 2016/2017, que teve início em 1º de julho, o BNDES destinará R$ 17,4 bilhões para os programas agrícolas do Governo Federal — um crescimento de 20% em relação ao ano anterior. Desse total — já autorizado pelo Ministério da Fazenda —, R$ 4,7 bilhões serão aplicados na aquisição de máquinas e equipamentos agrícolas; R$ 2 bilhões para capital de giro das cooperativas agropecuárias; e R$ 10,7 bilhões alocados a projetos de investimento para a agropecuária empresarial e familiar.
Qual o perfil do crédito agrícola do BNDES?
Cardoso: No ano agrícola 2015/2016, destinamos R$ 15 bilhões para o financiamento dos programas agropecuários do Governo Federal (18% mais que no Ano Safra anterior). Do total, mais de R$ 6 bilhões foram destinados ao financiamento de máquinas e equipamentos, principalmente, voltado para modernização da frota de tratores, colheitadeiras e implementos associados. Cerca de R$ 2 bilhões atenderam a demandas de médios produtores rurais; e outros R$ 2 bilhões em financiamentos dedicados ao fortalecimento da agricultura familiar. Outro destaque, com quase R$ 1,3 bilhão, foi o apoio à implantação de tecnologias para a redução de emissão de gases de efeito estufa na agropecuária.
Em relação às cooperativas, quanto elas representam no volume da carteira rural do banco?
Cardoso: No ano safra 2015/2016, as cooperativas representaram 23% das operações de crédito rural do BNDES, num total de R$ 3,2 bilhões em financiamentos concedidos.
Quais a linhas mais acessadas pelas cooperativas agropecuárias e qual o papel de tais linhas para o fortalecimento do setor?
Cardoso: Os programas do BNDES destinados ao setor agropecuário mais solicitados pelas cooperativas no ano safra 2015/2016 foram: Procap-Agro, destinado a capital de giro e integralização de quotas-partes; e Prodecoop, voltado à modernização de sistemas produtivos e comercialização de produtos agropecuários visando a uma maior competitividade. Somadas, as duas linhas corresponderam a quase 90% dos financiamentos a cooperativas no último ano safra. Entretanto, cabe destacar que o Pronaf Agroindústria e o Programa de Construção de Armazéns – PCA buscam atender público alvo e finalidade distinta, respectivamente: cooperativas de base de agricultores familiares e investimentos em infraestrutura de armazenagem.
As cooperativas que ainda não fizeram sua inscrição de seus projetos no Prêmio SOMOSCOOP – Melhores do Ano, antigo Prêmio Cooperativa do Ano, têm somente até amanhã para garantir sua participação nesta 10ª edição. Na última semana, o Sistema OCB prorrogou o prazo para que as interessadas pudessem se inscrever.
Com isso, as cooperativas têm até o amanhã (15/9), para preencher a ficha de inscrição no site (clique aqui) e enviá-la, até sexta-feira, dia 16/9, pelos Correios, conforme detalhado no regulamento.
A cada dois anos, um seleto grupo de cooperativas recebe do Sistema OCB o título de "Melhores do Ano" – um reconhecimento à criatividade, à visão e aos resultados obtidos por elas ao longo do biênio. Desde sua criação, em 2004, a premiação reconheceu 81 cooperativas de 17 estados brasileiros.
CATEGORIAS – Para a 10ª edição estão abertas inscrições para seis categorias. Clique em cada uma delas para conhecer melhor:
1 - COMUNICAÇÃO E DIFUSÃO DO COOPERATIVISMO
2 - COOPERATIVA CIDADÃ
3 - DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
4 - FIDELIZAÇÃO
5 - INOVAÇÃO E TECNOLOGIA
6 - INTERCOOPERAÇÃO
ATENÇÃO – Qualquer cooperativa, independentemente de ramo ou porte, pode inscrever um até projeto por categoria. Para isso, basta estar registrado e regular com o Sistema OCB e participar de um dos programas do Sescoop. São eles:
• Programa de Acompanhamento da Gestão Cooperativista (PAGC)
• Programa de Desenvolvimento da Gestão das Cooperativas (PDGC)
• Programa de Desenvolvimento Econômico-Financeiro (GDA)
• Dia de Cooperar (Dia C)
A publicação Valor 1000, do jornal Valor Econômico, que passou a circular no país, neste mês de setembro, traz, ainda, uma reportagem especial que retrata o desempenho das 212 maiores empresas do setor agropecuário que, em meio a um cenário de crise política e de retração econômica, em 2015, superou os indicadores apresentados pelas 100 maiores companhias do país. Segundo a reportagem, a receita líquida do agroengócio (R$ 691,5 bilhões) cresceu 22,6% em 2015, ante uma variação de 7,5% nominal para o conjunto das maiores do ranking.
O texto também aponta que a produção da safra 2016/2017 pode alcançar a casa dos 200 milhões de toneladas, se dois fatores contribuírem: o clima e o câmbio. Para Roberto Rodrigues, coodernador do Centro de Agronegócio da Fundação Getúlio Vargas, este último fator é uma das variáveis que ainda podem ibnterferir no processo, mas, na sua percepção, “o cenário do agro, percebido atualmente, é positivo.”
COOPERATIVISMO – A reportagem do Valor 1000 também ouviu a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) sobre as expectativas do setor para o próximo ano safra. De acordo com o coordenador do Ramo Agropecuário da OCB, Paulo César Dias do Nascimento Júnior, a expectativa para 2016 é demais um ano de avanço nas receitas do setor, que reúne em torno de 1,6 mil cooperativas agropecuárias, com mais de 1 milhão de cooperados, e movimentam 48% da produção de todo o setor no país.
“Este tem sido um ano atípico, o que dificulta previsões acuradas, mas as engrenagens que dão sustentação ao setor continuam operando, o que deve potencializar o desempenho das cooperativas agrícolas”, observa Dias, sugerindo mais um período de crescimento importante para o setor.
Para ler a reportagem especial completa, clique aqui.