Presidente do BC anuncia criacão de fundo para cooperativas de crédito

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, anunciou nesta segunda-feira (29) a criação do Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito (FGCoop). O anúncio foi feito durante discurso na cerimônia de abertura do IV Fórum sobre Inclusão Financeira, realizado em Porto Alegre.

Além de garantir os depósitos feitos em cooperativas de crédito, o fundo servirá, em um segundo momento, para apoiar operações de assistência e suporte financeiro a essas instituições. O FGCoop será de abrangência nacional, independente e terá a participação de todas as cooperativas de crédito que captam depósitos, além dos bancos cooperativos.

“Entendemos que este é um passo fundamental rumo à construção do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo, previsto na Lei Complementar 130”, afirmou o presidente do Banco Central.

Alexandre Tombini informou ainda que o Conselho Monetário Nacional já editou normativa determinando a remessa ao Banco Central de um demonstrativo financeiro global de grupos econômicos que façam parte de um mesmo sistema cooperativo, assim como já é exigido de conglomerados financeiros.

O demonstrativo, denominado “Balancete Combinado do Sistema Cooperativo”, terá de reunir informações como ativos, passivos, receitas e despesas das instituições integrantes de um mesmo sistema cooperativo, como se em conjunto representassem uma única entidade.

Segundo o Banco Central, o sistema de crédito cooperativo chegou, em junho de 2012, à marca de 6 milhões de associados. No mesmo mês, o volume de operações de crédito atingiu o volume de R$ 40 bilhões, o que representa aumento de 39% em relação à dezembro de 2010. Em 10 anos, o crescimento dessa operação foi de mais de 600%, sublinhou Tombini.
(Fonte: G1)

Cooperativas de crédito terão fundo garantidor único

Uma nova conquista do cooperativismo de crédito foi registrada hoje (29/10), em Porto Alegre (RS). O presidente do Banco Central do Brasil (BC), Alexandre Tombini, anunciou a criação do Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito (FGCoop) durante o IV Fórum BC de Inclusão Financeira. “O objetivo é garantir os depósitos em cooperativas de crédito, além de, em um segundo momento, apoiar operações de assistência e suporte financeiro. Esse fundo será de abrangência nacional, independente e contará com a participação de todas as cooperativas de crédito que captam depósitos, além dos bancos cooperativos”, disse.

Em seguida, o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, destacou a construção conjunta para criação do FGCC. “Foi um processo que contou com a participação do Banco Central, do Conselho Consultivo de Crédito e de todas as cooperativas do Sistema. Isso dá ainda mais força para o fundo, que terá um papel fundamental para vencermos a barreira dos 2% no Sistema Financeiro Nacional, levando o acesso aos serviços e produtos financeiros a um número ainda maior de pessoas”, disse o dirigente.

Inclusão Financeira – Durante o seu pronunciamento, Tombini também falou sobre a importância do setor para o crescimento do país. Segundo ele, as cooperativas são instrumento essencial ao processo de inclusão financeira e de geração de emprego/renda. Ele elogiou todas as cooperativas brasileiras, representadas no evento pelo presidente do Sistema OCB. “Em junho de 2012, o setor atingiu a marca dos 6 milhões de associados, com mais de 4,8 mil pontos de atendimento e um volume de operações de 40 bilhões, correspondendo a um incremento de 40% em relação a dezembro de 2010. Em dez anos, o crescimento foi de mais de 600%”, destacou o ministro.

O presidente do BC ressaltou, ainda, marcos determinantes à evolução do cooperativismo de crédito no Brasil. São eles: 1) adoção dos princípios de boa governança; 2) sanção da Lei Complementar 130/2009, que instituiu o Sistema Nacional de Crédito Cooperativo; 3) criação de novos tipos de cooperativas de crédito, como as de livre admissão, e da Confederação Nacional de Auditoria Cooperativa (CNAC), dentre outros pontos.

Tombini também anunciou o lançamento de uma moeda comemorativa ao Ano Internacional das Cooperativas de Crédito. “Essa é uma mostra da importância das cooperativas para o desenvolvimento socieconômico dos cooperados e das comunidades onde atuam é a declaração, pela ONU, do ano de 2012 como o Ano Internacional das Cooperativas. Nesse sentido, ao final do dia de hoje o Banco Central promove o lançamento da moeda comemorativa alusiva ao Ano Internacional das Cooperativas, celebrando, por oportuno, o desenvolvimento e o crescimento do segmento nos últimos anos”.

Sistema OCB – Também acompanham o evento, o superintendente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Renato Nobile, os gerentes do Ramo Crédito e de Relações Institucionais, Sílvio Giusti e Tânia Zanella, respectivamente, além de outros representantes do setor.

Fonte; OCB

As cooperativas e o Brasil

As cooperativas e o Brasil

 Hoje, como em 1844, quando surgiu o cooperativismo, vivemos uma nova revolução tecnológica – a era da informação. Também hoje continuamos a presenciar problemas sociais e de pobreza, injustiças sociais, concentração de renda, má distribuição dessa renda. Mas é também em função dessa realidade que o cooperativismo renasce em importância social. A própria Organização das Nações Unidas (ONU) declarou 2012 como o Ano Internacional do Cooperativismo. Novamente, buscamos o desenvolvimento de uma sociedade mais justa e igualitária, por meio da organização econômica e da substituição da concorrência pela cooperação.


O cooperativismo é uma forma particular de organização na economia, onde o membro associado é, ao mesmo tempo, proprietário, usuário e gestor de sua organização. Surgiu na Inglaterra – especificamente em Rochdale, em 1844 –, sob a influência direta das ideias dos socialistas utópicos, chamados de associacionistas. Assim, cada associado tem apenas um único voto – herança das ideias igualitárias dos socialistas – e não há lucros, apenas sobras que podem ser distribuídas para cada membro associado, a pro-rata das operações. Dessa forma, não há a exploração do trabalho pelo capital.


Em 1895, com o intuito de internacionalizar o movimento e promover uma revolução por meio da transformação das organizações econômicas e sociais, foi criada a Aliança Cooperativa Internacional (ICA). Hoje a ICA é a maior e mais antiga ONG do mundo, participa da Comissão para a Promoção e Desenvolvimento de Cooperativas (Copac) da ONU para coordenar as atividades de desenvolvimento com a FAO e OIT, integrando perto de 1 bilhão de membros em 98 países por todo o mundo. O cooperativismo é importante em muitos países onde encontramos notáveis exemplos de economias cooperativadas. Essa é a prova da eficiência de um sistema em que a concorrência pode ser substituída pela cooperação econômica.


No Brasil, em 2011, havia 6.576 cooperativas, com mais de 10 milhões de membros. Elas representam cerca de 6% do PIB nacional e são associadas à Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). A economia solidária, em 2007, era formada por mais de 21.859 organizações, sendo 2.115 cooperativas e 11.326 associações, que são fundamentais na criação de emprego e de renda em várias regiões pobres do País.


Mesmo com essa capacidade de gerar emprego, renda e distribuição dessa renda, alavancando recursos na comunidade que serão aplicados na própria comunidade, no Brasil não há políticas governamentais expressivas de desenvolvimento que incentivem a formação de cooperativas. Mas, apesar desse vácuo institucional, as cooperativas de economia solidária crescem em número e importância. Também as cooperativas de trabalho e, em especial, as cooperativas de crédito continuam apresentando taxas crescentes de crescimento. Na contramão, as cooperativas agropecuárias estão estagnadas em número, e o mais preocupante é que não estão presentes nas áreas de fronteira agrícola, onde o agronegócio é mais dinâmico.


Mas, falando em exemplos da eficiência dessas organizações, encontramos no município de São Roque de Minas (MG) a Saroncredi. Na ausência de bancos particulares, a cooperativa conseguiu captar os depósitos e poupanças da população da Serra da Canastra e investir em crédito e desenvolvimento social, promovendo importante impulso na economia regional.


Outro bom exemplo são as cooperativas de catadores de lixo e de reciclagem. Atualmente, elas representam a capacidade de organização das classes mais pobres da população e reafirmam o poder de geração de trabalho e de obtenção e distribuição de renda das cooperativas. Essa experiência pode ser replicada para outros setores da economia, para uma política de desenvolvimento efetiva aos municípios brasileiros.


Os últimos dados do Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), realizado em 2006, mostram que essas organizações são formadas, na sua maioria, por pequenos e médios produtores rurais, e que os produtores rurais associados em cooperativas apresentam uma renda média de duas a três vezes maior que aqueles não associados.


Estudos realizados no âmbito do Programa de Estudos em Cooperativismo E-Coop da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (Fearp) da USP mostram que onde há cooperativas há maior capital social, melhor Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), maior renda e melhor distribuição de renda. Para um aumento de 10% na proporção de produtores rurais associados em cooperativas, há um aumento de 2,5% na renda média regional.
Assim, pode-se pensar o cooperativismo como uma forma de política pública para organizar socialmente a economia, gerando emprego nas comunidades e no município. Esse círculo gera renda e a distribui na própria comunidade, diferentemente das empresas de capital.


* Sigismundo Bialoskorski Neto é diretor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (Fearp) da USP, membro do conselho de diretores do Center for Organization Studies (Cors) da USP, coordenador do Programa de Estudos em Cooperativismo (E-Coop) da Fearp e pesquisador do Comitê de Pesquisa da Aliança Cooperativa Internacional

Pesquisadores do setor cooperativista participam da ICA Expo 2012

Um grupo de pesquisadores brasileiros do setor de cooperativismo, liderado pelo professor Sigismundo Bialoskorski Neto, diretor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEA-RP) da USP, irá participar da ICA Expo 2012 (www.icaexpo.coop/), feira mundial de cooperativas organizada pela Aliança Cooperativa Internacional (ICA, sigla em inglês).

A feira reúne anualmente os principais líderes do cooperativismo mundial além de compradores e fornecedores de todo o planeta e será realizada este ano em Manchester, Inglaterra, de 31 de outubro a 2 de novembro.

Justamente no Ano Internacional das Cooperativas, declarado pela Organização das Nações Unidas, o professor Bialoskorski também irá lançar no evento o livro Economics and Management of Cooperative Organizations. O lançamento está marcado para dia 2 de novembro, 9h30, no horário local na Central 7 da ICA-EXPO 2012.

A obra é uma coletânea dos principais ensaios acadêmicos sobre a economia da organização de cooperativas, com resultados de análises das práticas de governanças de empreendimentos desse setor no Brasil e na América Latina. Os trabalhos são resultado do Programa de Estudos e Pesquisas em Cooperativismo da FEA-RP/USP, que envolve alunos de graduação, pós-graduação, pesquisadores e professores da faculdade.


No prefácio, o presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Márcio Lopes de Freitas, ressalta a importância da educação e pesquisa em torno do cooperativismo num momento em que a própria ONU reconhece a contribuição do setor na geração de trabalho e renda e, consequentemente, na redução das desigualdades sociais.

Observatório – O Programa de Estudos e Pesquisas em Cooperativismo da FEA-RP, além de promover ensino e pesquisa, também mantém, por meio de convênio com a OCB, o Observatório do Cooperativismo (www.fearp.usp.br/cooperativismo), um portal que reúne mais de 700 trabalhos acadêmicos além de links para redes e centros de pesquisa no Brasil e no mundo, centralizando informações e oferecendo acesso às mais atualizadas publicações científicas sobre cooperativas.

Este ano, a FEA-RP também passou a integrar o International Research Exchange on Cooperatives, uma iniciativa do European Research Institute on Cooperative and Social Enterprises (Euricse). O projeto estuda a eficiência das cooperativas no nível de redes e congrega os mais importantes centros de estudos do mundo.

Patrocinado pelo Framework of the Marie Curie IRSES call (Fundação Marie Curie´s International Research Exchange Scheme), da Comissão da União Europeia, o projeto tem como objetivo ajudar os países envolvidos a criarem ou reforçarem a cooperação em longo prazo, através de um programa de intercâmbio. A fundação também visa a dar respostas às necessidades de emprego e competitividade na Europa. Participam da iniciativa centros universitários da Itália, Bélgica, Rússia, Espanha, Estados Unidos, Chile, Argentina, México e Canadá, além do Brasil.
(Fonte: FEA-RP/USP)

 

Encerramento do Ano Internacional das Cooperativas terá participacão do Mapa

Uma comitiva do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) estará presente no encerramento oficial das celebrações do Ano Internacional das Cooperativas, que acontece entre 31 de outubro a 2 de novembro de 2012, em Manchester, na Inglaterra. Na ocasião, também estará ocorrendo a terceira edição da ICA EXPOCOOP, Feira Internacional de Cooperativas da Aliança Cooperativa Internacional (ACI). O diretor do Departamento de Cooperativismo e Associativismo Rural, Erikson Chandoha, chefiará o grupo.

A participação do Mapa na ICA EXPOCOOP 2012 é resultado da parceria entre a Secretaria de Desenvolvimento Agropecuário (SDC) e a Secretaria de Relações Internacionais do Agronegócio (SRI), com apoio do Ministério das Relações Exteriores (MRE).

Na feira, o Mapa terá um estande institucional, onde cinco cooperativas agropecuárias terão a oportunidade de apresentar seus produtos (café, mel, amendoim, arroz, cacau). As participantes são: a Cooperativa Regional dos Cafeicultores de São Sebastião do Paraíso (Cooparaiso/MG), a Cooperativa Nacional de Apicultura (ConapAP/MG), a Cooperativa Agroindustrial (Coplana/SP), a Cooperativa Arrozeira Extremosul (Extremosul/RS) e a Cooperativa de Produtos Orgânicos da Amazônia (Copoamo/PA).

De acordo com a coordenadora do Departamento de Cooperativismo e Associativismo Rural (Denacoop), Aura Domingos, o evento abre oportunidades de negócios. “Vai proporcionar uma maior visibilidade para o movimento cooperativista”, frisou. Além disso, serão discutidos assuntos referentes ao cooperativismo mundial, discussões sobre gênero e uma avaliação do que foi de fato realizado durante ano de 2012, Ano Internacional das Cooperativas.

Também durante o evento, o Denacoop realizará, no dia 31 de outubro, um Workshop “Gênero nas Cooperativas Brasileiras: desafios, oportunidades e o papel do Estado”. À frente das palestras estarão a coordenadora e o técnico do Denaccop, Vera Lucia Oliveira e Eduardo Mello Mazzoleni.
(Fonte: Mapa)

 

Image
SISTEMA OCB © TODOS OS DIREITOS RESERVADOS.