A presidente Dilma Rousseff decidiu vetar nove itens do Código Florestal aprovado pelo Congresso Nacional em setembro. O principal veto retira do texto a flexibilização que os parlamentares queriam para a recuperação de áreas de preservação permanente (APPs) nas margens de rios.
O governo vai devolver à lei, via decreto que será publicado nesta quinta-feira (18/10), a chamada regra da “escadinha”, que prevê obrigações de recuperação maiores para grandes proprietários rurais. A“escadinha” determina que os produtores rurais terão que recompor entre 5 e 100 metros de vegetação nativa das APPs nas margens dos rios, dependendo do tamanho da propriedade e da largura dos rios que cortam os imóveis rurais. Quanto maior a propriedade, maiores as obrigações de recomposição.
Dilma excluiu do texto o trecho incluído pelos parlamentares que permitiria a recuperação de 5 metros de APP em tornos de rios intermitentes de até 2 metros de largura para qualquer tamanho de propriedade. “Os vetos foram fundamentados naquilo que era o princípio da edição da medida provisória, que significa não anistiar, não estimular desmatamentos ilegais e assegurar a justiça social, a inclusão social no campo em torno dos direitos dos pequenos agricultores”, explicou a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, que apresentou os vetos nesta quarta-feira (17/10) junto com o advogado-geral da União, Luís Inácio Adams. Também foi vetada a possibilidade de recomposição de APPs com monocultura de espécies frutíferas exóticas, como laranja e maçã: “Não teremos áreas de pomar permanente, como diziam alguns”.
O decreto que será publicado nesta quinta-feira (18/10), no Diário Oficial da União, também trará a regulamentação do Programa de Regularização Ambiental (PRA) e do Cadastro Ambiental Rural (CAR), que suprirão os possíveis vácuos na lei deixados pelos vetos. Segundo a ministra, mais instrumentos normativos serão necessários para regulamentar outros pontos do texto, que poderão ser decretos ou atos ministeriais. “Outros atos, não necessariamente decretos, serão necessários para regulamentação do código”.
Izabella Teixeira disse que os vetos foram pontuais, apenas para recuperar os princípios que estavam na proposta original do governo.
(Fonte: Agência Brasil)
Mais do que uma associação de pessoas, as cooperativas de crédito são agentes que promovem o desenvolvimento econômico e social. Para comemorar o Dia Internacional do Cooperativismo de Crédito, 18 de outubro, associados do Sicredi relembram momentos de sua trajetória alicerçados no cooperativismo de crédito. Mais de cinco mil quilômetros foram percorridos para mostrar exemplos de gente que coopera para construir um mundo melhor com o apoio de suas cooperativas.
Em cada história de vida, fica evidente a importância da instituição financeira cooperativa para o fortalecimento da economia, para a democratização do crédito e desconcentração de renda. Em todo mundo, mais de 196 milhões de associados são beneficiados com as conquistas do setor, que fomenta o desenvolvimento econômico e social em 100 países.
Firmando-se no mercado como um sistema inclusivo, participativo e democrático, o cooperativismo de crédito no Brasil agrega 5,8 milhões de associados e 1.312 cooperativas de crédito. Para isso, o modelo está alinhado aos pressupostos de crescimento sustentado, no qual a organização das pessoas é a base do seu desenvolvimento. Dessa maneira, as cooperativas incentivam o empreendedorismo, criam oportunidades de negócio, promovem crescimento de sua atividade, a educação e o fortalecimento de cada região em que estão presentes. Os resultados gerados pelas instituições são repassados diretamente aos associados, que são os donos do negócio e participam da gestão do empreendimento.
Entre os valores que asseguram a consolidação do modelo, destaque para a ajuda mútua, a solidariedade, a cooperação, e princípios que incluem a adesão livre e gestão democrática. Outros pontos fortes que contribuem para o fortalecimento do setor consistem na participação econômica dos membros, autonomia e independência; educação, formação e informação; intercooperação e interesse pela comunidade. As cooperativas asseguram a manutenção de empregos nas comunidades e a oferta de produtos e serviços adequados às necessidades locais.
Neste contexto, o Sicredi consolidou sua atuação, contando atualmente com 113 cooperativas, mais de 2,1 milhões de associados, 1.193 pontos de atendimento distribuídos em mais de 905 municípios brasileiros de dez estados, somando R$ 30,7 bilhões de ativos e mais de 14 mil colaboradores. A previsão é de que o crescimento da instituição seja de 28% ao ano. Até 2015, a meta é alcançar 3,5 milhões de associados.
Caminhos unidos pelo cooperativismo de crédito
A aposta na força da união
Filho de agricultores, Miguel Motter cresceu na agricultura, como produtor de cereais na cidade de Cafelândia (PR). Com o tempo, percebeu que tinha que diversificar sua atuação, partindo para o ramo da avicultura. Com a certeza de que precisava dar um passo à frente, Motter associou-se ao Sicredi em 2003. Encantado com a filosofia do cooperativismo, ingressou no Conselho Fiscal do Sicredi de seu município e, posteriormente, passou a atuar como coordenador de Núcleo* quando foram implantados os Programas Crescer e Pertencer na cooperativa. Miguel estudou todos os benefícios do cooperativismo de crédito, expandindo-os para a comunidade local. “É um compromisso e uma responsabilidade muito grande e gratificante, porque posso contribuir, somar e ajudar no desenvolvimento e crescimento da cooperativa, visando atender as necessidades do associado, para que ele também cresça econômica e socialmente”, destaca Motter. Em 2011, o ex-produtor passou a integrar o Conselho de Administração, assumindo como vice-presidente. “Estamos proporcionando condições de o nosso associado melhorar a sua renda, contribuindo com a geração de empregos, distribuição de renda na comunidade, ajudando para possamos construir um mundo melhor”, conclui o emocionado Miguel Motter.
Escolha certa
O associado Ricardo Kuninari escolheu a cidade de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul para construir seu projeto de vida. Há 22 anos o empresário e presidente do CDL (Câmara de Dirigentes Lojistas) de Campo Grande, formado em Engenharia Elétrica, chegou de São Paulo e percebeu que ali existia um mercado promissor para expansão de sua franquia, que contava apenas com uma loja, e, atualmente, tem dez. Kuninari logo enxergou que a parceria com o Sicredi renderia bons frutos e foi um dos incentivadores da criação da Cooperativa Sicredi Empresarial MS, que nasceu dentro da CDL.
Kuninari utiliza diversas soluções financeiras do Sicredi na gestão de sua empresa e como pessoa física. E acredita que fez a escolha certa. “Você é tratado como dono da cooperativa e não como cliente. Os empresários hoje que fazem parte de uma cooperativa tem um relacionamento completamente diferente daqueles que não fazem, principalmente pelo próprio associativismo, a interação e troca de ideias, que são fundamentais para o crescimento da cooperativa e do empresário”.
A educação como ferramenta de um mundo melhor
Aluna da escola Dom Bosco, de Lucas do Rio Verde (Mato Grosso), Julyevelen é uma multiplicadora dos valores que embasam o Programa A União Faz a Vida, principal iniciativa de responsabilidade social do Sicredi que contribui com a educação integral de crianças e adolescentes por meio de práticas de educação cooperativa.
Para a adolescente, o envolvimento da comunidade escolar, gestores, equipe pedagógica e parceiros são determinantes. A prova disso é que a troca de ideias e informações e a ajuda dos alunos com maior facilidade de aprendizagem aos que possuem mais dificuldade nos estudos resultaram na redução da evasão escolar, que caiu de 24% para 7,6%.
“A mudança que houve foi trabalhar na perspectiva do aluno, de como olhar o outro, vendo nele as necessidades. Essa é a maior mudança provocada pelo Programa”, aponta Soleni Ioris, que é a diretora da escola. Além do rendimento escolar, a proposta também resulta em mudanças em nível cultural e de consciência social. “O Programa, a partir do cooperativismo, do resgate da cidadania, tende a desenvolver no aluno as características e os valores de cumprimento de normas, o respeito às regras”, Fernando Ribeiro, professor.
A perspectiva de um mundo melhor vai além da sala de aula. “Minha filha está me passando valores de transformação de uma vida melhor, de um mundo melhorado através da união”, confessa Ivonete Balbino, mãe de Julyevelen. Para a estudante, o Programa consolida o que Nelson Mandela pregou, de que a arma mais importante para se mudar o mundo é a educação. “Que todos possam entender que, a partir do cooperativismo, a gente possa ajudar o outro. Trabalhando junto, a gente pode ir adiante, pode conquistar um mundo melhor para todos”, constata a estudante.
Cooperativismo em família – o trabalho em união
O cooperativismo pode passar de pai para filho. É o caso do coordenador de Núcleo* de Estância Velha (RS), Tiago Schmidt, que resolveu se unir aos esforços familiares na atividade cooperativa: “Minha história com o Sicredi começou com a abertura da empresa da nossa família. Deixei o emprego anterior e vim trabalhar com meu pai. E foi através dele que eu conheci o Sicredi”, conta. Segundo Tiago, um dos maiores benefícios do sistema cooperativo é contribuir para que os recursos sejam reinvestidos na própria região, o que auxilia no desenvolvimento econômico local. Schmidt destaca que a força desse sistema são as pessoas: “Se a gente parar para refletir, eu não vejo outra alternativa para o mundo que a gente vive hoje a não ser a união das pessoas. E o cooperativismo está aí, pronto para quem quiser trabalhar em união”.
Cada pessoa ajuda a criar um mundo melhor
A primeira cooperativa de crédito da América Latina surgiu em Nova Petrópolis, cidade da Serra Gaúcha escolhida para a atuação do coordenador de Núcleo* desta região, Adriano Fiorini. “O cooperativismo ajuda a transformar as pessoas”, justifica. Para ele, a atuação do Sicredi é fundamental para abrir oportunidades de se criar um mundo mais humano: “Eu acho que, hoje em dia, o mundo precisa de cooperação, sobretudo, e pensar mais o coletivo, deixar um pouco de lado o individual. Acho que a cooperação justamente busca resgatar um pouco esse outro lado, o lado das relações humanas”.
A íntegra dos cases estão disponíveis no blog gentequecooperacresce.com.br.
Fonte: Sicredi
A Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) escolheu o tema Cooperativas Agrícolas Alimentam o Mundo para a Semana Mundial da Alimentação 2012. Com isso, a FAO reforça a importância do cooperativismo nas estratégias de combate à fome e promoção da segurança alimentar, além de reforçar 2012 como o Ano Internacional do Cooperativismo.
No Brasil, as cooperativas são responsáveis por 40% do PIB agrícola e 6% do total das exportações do setor. Quando o assunto é segurança alimentar, as organizações de agricultores familiares têm assumido um papel importante ao atuar em mercados que, muitas vezes, são desprezados ou minimizados pelas grandes redes. Com isso, ajudam a desenvolver o País economicamente e a promover a segurança alimentar, fazendo com que o alimento chegue à mesa dos cidadãos.
“Em especial em municípios menos populosos, as cooperativas locais são responsáveis por abastecer o mercado. São estes agricultores que entregam os alimentos nos atacados, feiras e outros locais que nem sempre são economicamente viáveis para corporações”, explica o coordenador-geral de Ações de Apoio a Organizações Associativas do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Luís Fernando Tividine.
As organizações produtivas de agricultores familiares permitem que estes tenham acesso a informações, ferramentas e serviços. Desta forma, possibilitam o aumento da produção, melhoram as condições de comercialização e geram empregos, melhorando sua qualidade de vida e favorecendo uma segurança alimentar mundial. “Outro ponto importante é a gestão social, que dá uma segurança ao agricultor independentemente do tamanho de sua propriedade, já que todos têm o mesmo poder de decisão”, reforça Tividine.
Resultados
Alcançar a todos é uma das missões dos associados da Cooperativa Nova Aliança dos Produtores de Farinha do Vale do Juruá (Cooperfarinha), em Cruzeiro do Sul (AC). “Além de trabalhar melhor em grupo, a gente consegue levar o alimento a outras pessoas, algumas muito distantes”, conta o presidente da Cooperfarinha, Germano da Silva Gomes.
A organização em cooperativa foi a forma que os produtores de farinha da região encontraram para sair das mãos dos atravessadores e comercializar a preços melhores. A Cooperfarinha tem 70 associados, que, juntos, produzem cerca de 750 quilos de farinha de mandioca por semana. O produto é empacotado e vendido em todo o Brasil, inclusive nas escolas da região por meio do Programa Nacional da Alimentação Escolar (Pnae).
Outro exemplo é a Cooperativa Mista dos Agricultores Familiares do Vale do Ipanema (Coopanema), em Águas Belas (PE). Criada em 1997 para fortalecer a produção rural e viabilizar a comercialização, hoje tem 290 cooperados. O principal produto é o leite, em torno de 15 mil litros entregues por dia, mas os cooperados também vendem carnes, hortaliças e frutas.
“Percebemos que quanto mais organizados, maior é produção, melhor a qualidade e conseguimos chegar a mais lugares”, assinala o diretor administrativo e financeiro da Coopanema, José Wellington Alves. Segundo ele, desta forma conseguem um preço mais justo e garantem a comercialização direta da produção.
Mas a cooperativa quer mais. Estão com um projeto de laticínio, que será financiado com verba do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), para beneficiar o leite e vender os derivados. Assim, pretendem aumentar o valor agregado do produto e, consequentemente, a renda das famílias. Além disso, querem ampliar o acesso às políticas de comercialização, como o Pnae e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA).
Fonte: MDA
Dia 18 é o Dia Internacional do Cooperativismo de Crédito, e as coopertivas deste ramo têm motivo de sobra para comemorar. Números relativos ao primeiro semestre de 2012 indicam que o setor deve fechar o ano ultrapassando a marca dos R$ 100 bi em ativos. "É uma performance expressiva em relação ao Sistema Financeiro Nacional", destaca o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas.
Dados divulgados recentemente pelo Banco Central do Brasil (BC) mostram que o setor teve uma evolução acima da média do mercado nos principais indicadores (ativos, patrimônio, depósitos e crédito). No tocante aos depósitos, por exemplo, o cooperativismo de crédito registrou um aumento de 21,22% no período, saindo de R$ 38 bilhões em dezembro de 2011 e alcançando a marca de R$ 46 bilhões em junho de 2012. Trata-se de um crescimento de 5% no comparativo aos seis primeiros meses do último ano e praticamente dez vezes maior do que o percentual apresentado pelo SFN no semestre, 2,33%.
Para Freitas, os dados reforçam a credibilidade do segmento perante a sociedade e seu investimento no profissionalismo dos negócios. “Apesar das fortes mudanças ocorridas no mercado financeiro nacional, as cooperativas de crédito conseguiram imprimir um ritmo muito positivo. Elas têm se mostrado uma solução eficaz em meio a cenários de crise, fazendo dos momentos difíceis novas oportunidades de negócio”, enfatizou o dirigente.
Já o patrimônio das cooperativas cresceu 10,62% no primeiro semestre, chegando a R$ 17,6 bilhões. No quesito empréstimos, o aumento foi de 9,94%, totalizando R$ 41,6 bilhões e, em ativos, o setor passou de R$ 86 bilhões em dezembro de 2011 para R$ 98 bilhões em junho deste ano – aumento de 13,75%. “Esse resultado expressivo se deve ao fato do setor, ao longo de sua trajetória, ter conquistado a possibilidade de aumentar a segurança e oferecer uma rentabilidade mais atrativa aos cooperados, muitas vezes superior aos valores praticados por outras instituições financeiras”, destaca o gerente do Ramo Crédito da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Sílvio Giusti. “Além disso, cada vez mais a sociedade percebe o valor das cooperativas como instrumentos de desenvolvimento socioeconômico e agregador de renda, contribuindo para a reciclagem dos recursos locais e eficiência do mercado financeiro nacional”, complementa.
A expectativa do segmento é registrar outros números relevantes ao longo do ano. Com relação aos ativos, a previsão é romper a linha dos R$ 100 bilhões, um marco a ser celebrado, segundo Giusti. Para ele, o momento vivido hoje pelo país também se apresenta como uma oportunidade. “As cooperativas têm mostrado, cada vez mais, o seu potencial como alternativas fortes e inteligentes para soluções financeiras. A greve dos bancários é um desses momentos em que os olhos da sociedade tendem a se voltar para essas soluções, contribuindo também para o sucesso dos indicadores”, destaca.
Fonte: OCB
O Banco Central do Brasil (BC) promove, entre os dias 29 e 31 de outubro, o “IV Fórum Banco Central sobre Inclusão Financeira”. Realizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae), com apoio da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), o evento tem como objetivo apresentar e discutir o desenvolvimento das ações do Plano de Fortalecimento do Ambiente Institucional, no âmbito da Parceria Nacional para Inclusão Financeira, lannçada durante a edição do ano passado. O Fórum também trará para discussão a atuação das cooperativas de crédito, como forma de celebrar o Ano Internacional das Cooperativas, declarado pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Estão previstas para a abertura, no dia 29, as presenças da presidente da República, Dilma Rousseff, do presidente do BC, Alexandre Tombini, e dos ministros das Comunicações, Paulo Bernardo, e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello. O presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, também comporá a mesa de abertura.
Estratégias para ampliar o acesso da população brasileira aos produtos e serviços do mercado financeiro serão debatidas ao longo dos três dias, com a presença de representantes do governo, segmento de microfinanças, estudiosos e fomentadores, nacionais e internacionais. Dentre os temas que serão abordados nos paineis, estão “Ano internacional das cooperativas: perspectivas para o Sistema Nacional de Crédito Cooperativo” e “Sistema de proteção e fortalecimento do cooperativismo de crédito: o fundo garantidor nacional das cooperativas de crédito”.
Fonte; OCB