Uma doutrina universal baseada em valores e princípios exemplares só pode triunfar se estiver permanentemente defendida e estimulada por uma instituição de alcance global que saiba navegar em todos os modelos de desenvolvimento econômico, político, social, cultural e até religioso, praticados ao redor do mundo.
Esta Instituição felizmente existe e completa 127 anos em 2022: trata-se da Aliança Cooperativa Internacional (ACI), atualmente com sede em Bruxelas- Bélgica.
Durante sua longa trajetória, a ACI aprendeu a conviver com os diferentes regimes e, mais do que isso, conseguiu manter acesa a chama da doutrina em todos eles, de tal forma que a cooperativa, instrumento da doutrina, também é aceita e respeitada por todos.
Não foi sempre assim. Neste mais de um século de existência e duro labor, o cooperativismo teve dificuldades grandes para se impor, sobretudo onde houve regime de exceção ou modelo arbitrário de governo.
Mas, com diplomacia exemplar, a ACI venceu todos os obstáculos e impôs o cooperativismo no mundo inteiro, como um sistema inclusivo e justo, capaz de enfrentar a exclusão social e a concentração da riqueza, que são fatores que trazem risco à paz e à democracia. Por essa razão, o cooperativismo é reconhecido como aliado vigoroso de sistemas democráticos que sabem distribuir a riqueza de forma harmoniosa.
É nesta onda que o cooperativismo deve surfar os agitados mares do futuro próximo e de longo prazo.
As grandes organizações multilaterais, como a própria Organização das Nações Unidas (ONU), se enfraqueceram e assim perderam protagonismo na sua missão de garantir a paz mundial e o desenvolvimento equilibrado das nações. A dupla de conceitos esgrimida pela ONU e que permitiu certa tranquilidade ao mundo após a queda do Muro de Berlim - “colaboração e competição”- foi substituída por um novo período de tensões potencializado pela Covid 19 e, mais recentemente, pela guerra na Ucrânia.
Ora, se as grandes organizações multilaterais não têm mais a capacidade de buscar o entendimento entre as nações -em especial no cenário complexo das mudanças climáticas e das disputas comerciais em que a segurança alimentar e a crise energética assombram o planeta-, é fundamental buscar uma saída para essas questões. Tem que ser uma gestão lastreada em princípios e valores aceitos por toda gente. E o cooperativismo tem essa qualificação.
Está aí a nova, nobre e gigantesca missão do movimento cooperativista: a busca da Paz!
E o Brasil tem grande contribuição a oferecer ao mundo nessa direção. A mais recente prova disso foi a eleição do nosso honrado presidente da OCB para o Conselho da ACI. Márcio de Freitas foi o mais votado entre todos os candidatos, teve mais votos que o próprio presidente eleito.
Mãos à obra, Márcio, OCB e ACI: vamos correr atrás de um mundo mais justo e equitativo, como sonharam os pioneiros de Rochdale e como sonhamos todos os que acreditamos no cooperativismo.
*Roberto Rodrigues é coordenador do Centro de Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e embaixador Especial da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Foi presidente da ACI entre 1997 e 2001.
Tecnofam acontece no Parque de Exposições João Humberto de Carvalho, em Dourados (MS)
Dourados vai sediar, entre os dias 13 e 15 de setembro de 2022, a maior feira voltada à agricultura familiar do Mato Grosso do Sul. A 4ª edição da Tecnofam (Tecnologias e Conhecimentos para a Agricultura Familiar) deve reunir cerca de três mil pessoas entre agricultores familiares, técnicos e estudantes que poderão conhecer as principais tecnologias voltadas para a produção rural familiar no Cerrado, Mata Atlântica e Pantanal adequadas às condições de solo e clima do Centro Sul do Brasil.
O evento vai acontecer no Parque de Exposições João Humberto de Carvalho, em Dourados (MS). Para saber mais sobre o evento, conferir a programação e detalhes da Tecnofam você pode acessar a página do evento: https://bit.ly/3dgt1Xu.
Segundo a Embrapa agropecuária Oeste, a Tecnofam pretende disponibilizar diversas tecnologias para o agricultor familiar, em favor da geração de renda, aumento de produtividade e qualidade de vida no campo. O centro de pesquisa sinaliza ainda que, além dos agricultores familiares, o evento também é voltado para profissionais da assistência técnica e da extensão rural, estudantes, acadêmicos, professores, bem como aberto a participação do público urbano, interessado em agricultura.
Para obter mais informações do evento, o interessado pode participar do grupo de WhatsApp (https://chat.whatsapp.com/LEr9IgoRIBD9XRAzSlDwUN) ou do grupo no Telegram (https://t.me/+V1Tl-UvYdYbFqL1v), onde estão sendo compartilhadas informações do evento, além da programação e informações de inscrições.
Histórico
A Tecnofam é um evento bianual. Porém, essa 4ª edição que seria realizada em abril de 2020 teve que ser adiada devido a pandemia do coronavírus (COVID-19) e acontece agora em setembro de 2022. A 3ª edição do evento aconteceu de 17 a 19 de abril de 2018 e contou com a presença de mais de 2800 participantes, vindos de 11 estados brasileiros e 101 municípios, sendo 68 deles de Mato Grosso do Sul.
A 2ª edição foi realizada de 11 a 13 de maio de 2016. Naquela edição, o evento teve seu público ampliado para além dos agricultores familiares de Mato Grosso do Sul. A 1ª edição aconteceu de 3 a 5 de junho de 2014, inspirada pelas comemorações do Ano Internacional da Agricultura Familiar. Naquela oportunidade, o evento mostrou que seria possível realizar uma ação integrativa que contribua para a construção de novos conhecimentos a partir de tecnologias já validadas.
Saiba Mais
A Tecnofam é uma promoção da Embrapa, por meio da Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados/MS. O evento é uma realização de órgãos públicos federais, estaduais e municipais de apoio à agricultura, agências do setor produtivo como SENAR/MS e SEBRAE/MS, Rede de Agroecologia da Associação de Produtores Orgânicos de Mato Grosso do Sul (Apoms); e Sindicato Rural de Dourados. O evento conta com apoio do Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras no Mato Grosso do Sul (OCB/MS), Cooperativa de Crédito Cresol, Cooperativa de Crédito Sicredi, Fundação Apoio à Pesquisa e ao Desenvolvimento (Faped), Unigran, Anhanguera Educacional, entre outros.
Esses são os parceiros desta edição da Tecnofam: Fankorte do Brasil, Safield, Agropecuária Ovos de Ouro, Coamo, Copasul, Suzano, Bioma , Simbiose, IFMS, Famasul, Pantanal Peças, UFGD, ASA Implementos, Recanto do Criador, Tratornan. Agrocinco, Felker Agro, Agro Iranna, Satis, Agroline, AG Energia Solar, Via Campus, Organoceres, Gebana, KWS Sementes, Multiforma Sementes, Promel, Medatrave.
A programação da Tecnofam conta com as seguintes atividades: mostras e dinâmicas no campo, mostra tecnológica, processos agropecuários, oficinas, palestras, eventos temáticos, atividades específicas para público infanto-juvenil e espaço “Dedo de Prosa”.
A guerra entre Rússia e Ucrânia já dura mais de 150 dias. Inúmeras vidas foram perdidas e o conflito ainda não parece ter um fim próximo. Cooperativas ucranianas também foram atingidas pelos bombardeios russos e precisam de ajuda para reconstruir um legado de anos.
A União Central das Sociedades de Consumidores de Toda a Ucrânia (Ukrkoopspilka), organização similar ao Sistema OCB, congrega 25 cooperativas de consumo e tem sede na cidade de Kiev. Ela é uma das entidades destruídas pelos bombardeios, entre tantas outras.
Por isso, a Organização das Cooperativas da Ucrânia está fazendo uma campanha internacional para receber ajuda financeira e humanitária de colegas estrangeiros. No Brasil, o Sistema OCB será responsável pelas arrecadações de doações financeiras a serem repassadas para a instituição. Para isso, foi criada uma conta exclusiva para depósito. Confira os dados:
Chave PIX:
Nome: Organização das Cooperativas Brasileiras
“A Ucrânia tem sido vítima de atos injustificáveis com danos pemanentes em grande escala para as comunidades locais. O movimento cooperativo precisa se unir nesse momento para ajudar no que for possível. Sabemos que declarações e estratégias são importantes, mas nesse momento, precisamos, acima de tudo, de ações”, afirma o presidente Márcio Lopes de Freitas.
Ainda segundo o presidente, as cooperativas ucranianas têm funcionado como linhas de proteção para cooperados e suas comunidades ao manter sua principal missão que é a de servir as pessoas. “Precisamos, portanto, nos unir para mostrar que a unidade, a perseverança, a resiliência e a confiança são legados do nosso movimento e que são justamente nos tempos difíceis que nos tornamos mais fortes. Convido todas as cooperativas brasileiras a participarem dessa campanha”, acrescenta.
Não deixe de contribuir. Juntos, construímos um mundo melhor!
A Federação Nacional dos Bancos (Fenasbac) realiza nesta quinta-feira (25), a partir das 10h, evento online para divulgar a relação de cooperativas de crédito escolhidas na primeira edição do Reconhecimento Inovação com Propósito no Brasil (RECIP 2021). A iniciativa, apoiada pelo Sistema OCB e pelo Banco Central do Brasil tem como objetivo revelar as cooperativas que inovam seguindo os princípios do movimento, bem como estabelecer referenciais e orientar a gestão para a inovação.
O evento é aberto ao público em geral e contará com a participação do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto; do diretor de Fiscalização do Banco Central, Paulo Souza, do chefe do Departamento de Supervisão de Cooperativas e de Instituições Não Bancárias do Banco Central, Harold Espínola; da superintendente do Sistema OCB, Tânia Zanella; da vice-presidente executiva da União Federal de Crédito das Nações Unidas (UNFCU), Pamela Agnone e dirigentes das cooperativas de crédito do país.
Para conquistar o reconhecimento, as cooperativas inscritas precisaram preencher requisitos relacionados a cinco diferentes indutores da inovação com propósito: Inovação participativa; Desenvolvimento de capacidades, estruturas e recursos; Comportamento Inovador, Inovação colaborativa e Inovação com propósito.
Segundo a Fenasbac, a iniciativa busca comunicar o valor do cooperativismo financeiro para a comunidade brasileira e aumentar a capacidade de expansão do setor, atendendo aos princípios do cooperativismo. “A ideia é provocar reflexão do setor e orientar a gestão das cooperativas para a inovação”.
Para se inscrever e acompanhar o evento online acesse o link do formulário.
RECIP 2022
A segunda edição do Reconhecimento Inovação com Propósito no Brasil (RECIP 2022) também será anunciada durante o evento desta quinta-feira. O edital com os detalhes para participação, período de inscrições e critérios de avaliação será publicado no início de setembro.
“Essa semana é para desenvolver caminhos para o futuro e detalhar as etapas. Precisamos tratar de competitividade para mostrar nossa força dentro das estratégias de ESG. Vamos manter nossa âncora de princípios e valores no ESGCoop, porque ele já está em nosso DNA. Criaremos juntos métricas e caminhos para avançarmos ainda mais, em especial, nos comitês de mulheres e jovens que são as lideranças para a transformação.”
O anúncio caloroso do presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, fez referência ao lançamento do Programa ESGCoop, programa que reúne estratégias de governança, social e ambiental dentro do modelo de negócios cooperativista. A fala foi proferida durante a abertura da Semana de Competitividade, nesta terça-feira (23), em Brasília. Segundo ele, quatro temas devem balizar o futuro de competitividade do coop: inovação; inteligência e estratégia de mercado; ESG no Coop; e formação de novas lideranças.
“Somos uma força econômica e social muito forte que cria caminhos para o futuro. Politicamente, já temos representatividade no Parlamento e devemos ampliá-la para que nossas ideias sejam defendidas e possamos avançar em marcos regulatórios e na elaboração de políticas públicas para nosso movimento”, afirmou o presidente.
Outro ponto destacado por ele foi o leque de oportunidades que podem surgir no mercado exterior. “Minha presença estratégica no Conselho da Aliança Cooperativa Internacional (ACI), abre caminhos para a internacionalização dos nossos negócios. Por isso, espero que todos saiam daqui entusiasmados com a missão de transformar cada dia mais. Amanhã, vou deixar um desafio a vocês”, instigou.
Em um bate papo descontraído, a chief purpose partner da EB Capital, Tarsila Reis, e o CEO do grupo Anga, José Dario Neto, ressaltaram a importância do cooperativismo para o cenário econômico mundial e reforçaram como ele está alinhado às estratégias de ESG.
“O cooperativismo já tem em sua raiz o ESG. A governança deve ser o primeiro pilar a ser construído porque não é mais uma questão de controle, mas de estratégia. O cooperativismo tem que assumir seu papel e refletir sobre quatro aspectos neste processo de construção: ambiental; inovação e acesso às tecnologias; equidade e diversidade; e liderança e governança para criar métodos e indicadores. O cooperativismo é o que o mundo precisa, porque o social e o econômico são compatíveis. E este meio lucrativo de servir a sociedade é ESG”, analisou Tarsila.
O CEO Dario, por sua vez, afirmou que os conceitos de ESG tendem a evoluir, como aconteceu com os Objetivos do Milênio, da Organização das Nações Unidas (ONU), para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Segundo ele, o cooperativismo será o maior protagonista nesta estratégia de negócios, sobretudo, porque as novas gerações estão alinhadas a uma economia mais verde e mais solidária.
“Temos cerca de 50 milhões de jovens brasileiros. Destes, 8 em cada 10 estão associados às questões ambientais e sociais. Estamos falando deum quarto da população brasileira. Os agentes públicos e privados têm se aproximado de organizações que praticam ESG. A América Latina, por sua origem sustentável, tem número crescente de investidores buscando empresas alinhadas à ESG. Estes três motivos reforçam que o Brasil precisa de lideranças competitivas e o cooperativismo é a vanguarda da estratégia ESG. As cooperativas podem fazer ainda mais investindo em ESG”, pontuou.
Na sequência, a superintendente do Sistema OCB, Tânia Zanella, contou como foi construída a iniciativa para a criação do Programa ESGCoop. “Durante meses ouvimos, por meio de um grupo de trabalho, as Unidades Estaduais e as cooperativas que já estão tratando da pauta, bem como fornecedores e parceiros, para saber o que está sendo feito no mundo. Nesse processo, foram encontradas excelentes e avançadas propostas, que estão contempladas em nosso programa. Nosso projeto está alicerçado em quatro pilares: o mapeamento de ações já realizadas no coop; a definição e organização de indicadores conectados com nossos negócios; a escolha de caminhos coletivos que gerem impactos positivos; e a formação de lideranças ESG”, explicou.
Potencial para liderar
Tânia também falou sobre o potencial do coop para liderar a transformação ESG e as oportunidades que a estratégia pode trazer para o movimento. “A partir deste ano, todas as instituições financeiras do Brasil — incluindo as cooperativas de crédito — serão obrigadas a divulgar informações sobre os riscos sociais, ambientais e climáticos das iniciativas que financiam. É esperada também a abertura de linhas de crédito específicas para projetos que seguem os princípios ESG. No mercado internacional, cerca de 120 países só importam mercadorias produzidas de forma sustentável. Isso vale para o café, cacau, banana, têxteis e outros 300 produtos. O ESG é um caminho sem volta. Precisamos, portanto, organizar nossos indicadores para demonstrar que nosso modelo é ESG por essência”, asseverou.
Futuro
Para potencializar os negócios coop, Tânia reforçou a necessidade de dar continuidade a programas e projetos que abarquem a promoção da educação, o fomento ao desenvolvimento local, o combate e adaptação à emergência climática e a promoção da diversidade nos ambientes das cooperativas.
Ao final, a superintendente convidou integrantes dos comitês Geração C (jovens) e Elas pelo Coop (mulheres), do Sistema OCB para a leitura do Manifesto ESG Coop. Confira!