O Sicredi, em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), anuncia uma pesquisa inédita sobre os “Benefícios Econômicos do Cooperativismo de Crédito na Economia Brasileira”. O estudo, que avaliou dados econômicos de todas as cidades brasileiras com e sem cooperativas de crédito entre 1994 e 2017 e cruzou informações do Instituto Brasileiro de Geografia (IBGE), chegou à conclusão que o cooperativismo incrementa o Produto Interno Bruto (PIB) per capita dos municípios em 5,6%, cria 6,2% mais vagas de trabalho formal e aumenta o número de estabelecimentos comerciais em 15,7%, estimulando, portanto, o empreendedorismo local.
A pesquisa encomendada à Fipe pelo Sicredi, instituição pioneira do cooperativismo de crédito no Brasil, utilizou a metodologia de Diferenças-em-Diferenças, principal método científico para avaliações de impacto de políticas públicas no mundo. Os resultados estimados pelo Sicredi a partir do estudo, consideraram o bom desempenho econômico de 1,4 mil municípios que passaram a contar com uma ou mais cooperativas durante o período de pesquisa. Os cálculos do Sicredi, com base no estudo da Fipe, mostram um impacto agregado nestas cidades de mais de R$ 48 bilhões em um ano. Ainda, as cooperativas de crédito foram responsáveis pela criação de 79 mil novas empresas e pela geração de 278 mil empregos.
Manfred Alfonso Dasenbrock, presidente da SicrediPar e coordenador do Conselho Especializado de Crédito (CECO) da OCB afirma que com base na pesquisa da Fipe, um dos principais fatores que permitem que a cooperativa de crédito alavanque o desenvolvimento econômico local é a possibilidade de oferecer crédito com taxas de juros mais baixas, adequadas à realidade dos seus associados. Conforme dados do Banco Central do Brasil, a taxa de juros cobradas pelas cooperativas de crédito são sensivelmente menores. Por exemplo, em 2019 a diferença de taxa de juros para microempresas foi de 20 pontos percentuais se comparada aos bancos tradicionais.
Mesmo oferecendo crédito a públicos menos assistidos pelo sistema financeiro tradicional, como micro e pequenas empresas, segundo o Banco Central, o índice de ativos problemáticos de uma cooperativa de crédito, que considera, por exemplo, a inadimplência, ainda é menor que o índice dos bancos tradicionais. No Relatório de Estabilidade Financeira de 2019, o Banco Central apontou uma diferença expressiva nos ativos problemáticos, que chegaram a 5,9% nas cooperativas de crédito do Brasil, enquanto as instituições financeiras tradicionais tiveram 7,4%.
Para Dasenbrock, a participação dos associados nas decisões de uma cooperativa de crédito é o grande diferencial do modelo de negócio. “O associado é, de fato, o dono do negócio e, por isso, precisa estar presente nas discussões a respeito dos rumos da sua cooperativa. No Sicredi, o relacionamento mais próximo com os associados contribui para sermos muito mais eficientes em reconhecer a capacidade de pagamento no uso do crédito, por exemplo, e com isso consigamos apoiar o desenvolvimento das pessoas e comunidades”, explica.
Multiplicador do Crédito Cooperativo
A pesquisa da Fipe também calculou o Multiplicador do Crédito Cooperativo, um coeficiente que indica o impacto do crédito concedido pelas cooperativas no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro – cada R$ 1,00 concedido em crédito gera R$ 2,45 no PIB da economia e a cada R$ 35,8 mil concedidos pelas cooperativas, uma nova vaga de emprego é criada no país.
De acordo com a Fipe, a inclusão financeira de famílias, pequenos produtores e empresas forma um ciclo virtuoso que fomenta o empreendedorismo local, reduz desigualdades econômicas e aumenta a competitividade e a eficiência no sistema financeiro nacional. A Fipe concluiu ainda que os princípios e a disseminação das cooperativas de crédito se mostram convergentes com objetivos maiores no campo das políticas públicas, tendo em vista o seu potencial impacto na redução das desigualdades econômicas e inter-regionais, bem como no aumento da concorrência e da eficiência no âmbito do Sistema Financeiro Nacional.
O cooperativismo de crédito é um modelo de negócio presente em 118 países, segundo relatório do Conselho Mundial de Cooperativas de Crédito (Woccu 2018), reunindo mais de 274 milhões de associados e ultrapassando a marca dos US$ 2,19 trilhões em ativos. No Brasil, de acordo com o Banco Central, o cooperativismo de crédito está presente em quase metade (47%) das cidades e representa 2,7% dos ativos totais do Sistema Financeiro Nacional (SFN). Já são mais de 9,9 milhões de associados a 925 cooperativas de crédito com uma carteira de R$ 123 bilhões em depósitos e R$ 137 bilhões em crédito – aproximadamente R$ 250 bilhões em ativos totais.
Sobre o Sicredi
O Sicredi é uma instituição financeira cooperativa comprometida com o crescimento dos seus associados e com o desenvolvimento das regiões onde atua. O modelo de gestão do Sicredi valoriza a participação dos mais de 4 milhões de associados, os quais exercem papel de donos do negócio. Com presença nacional, o Sicredi está em 22 estados* e no Distrito Federal, com mais de 1.800 agências, e oferece mais de 300 produtos e serviços financeiros (www.sicredi.com.br).
*Acre, Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins.
Ficar na zona de conforto pode até ser tentador, mas não é a melhor saída para quem quer sobreviver a um futuro incerto e desafiador. Em um mundo acelerado e repleto de mudanças, estudar tendências e ter pensamento crítico, inteligência emocional e flexibilidade cognitiva são as exigências do profissional que quer estar à frente do seu tempo. Esse caminho também deve estar no radar das empresas e, especialmente, das nossas cooperativas.
“Não dá para pensar em inovação sozinho”, afirma Ricardo Yogui, especialista em inovação e professor da PUC-Rio. Segundo ele, a troca de experiências em comunidades de inovação é o que garante a contínua evolução de profissionais e de empresas.
“O caminho é trocar a competição pela colaboração e experimentar. A ideia deu errado? Não tem problema! Vira uma lição aprendida. O importante é não parar de experimentar”, defende.
Para Yogui, o mercado de trabalho precisará de gente apaixonada por pessoas, assim como acontece no cooperativismo. Ele aposta que o ecossistema de inovação nacional tem tudo para crescer nos próximos anos, especialmente porque ainda há muito a ser feito no país. “O Brasil é um parque de diversões para quem deseja inovar”, garante.
Cofundadora da Conferência Rethink Business, a futurista Marina Miranda acredita que as cooperativas saem na frente de muitas empresas e antecipam tendências no mundo corporativo. “O importante é participar de ecossistemas de inovação, onde aprendemos a colaborar. E as cooperativas já são colaborativas”, avalia. Ela defende que colaboradores e funcionários se apropriem do propósito das empresas em que trabalham e sejam incentivados a participar de diferentes níveis de decisão. “Funcionários precisam de um canal para extravasar suas ideias”, diz a especialista, destacando que esses fóruns podem levar a soluções inovadoras e disruptivas.
Os dois especialistas fizeram palestras no auditório do cooperativismo durante o HSM 2019, o maior evento de gestão empresarial da América Latina, realizado em São Paulo entre os dias 4 e 6 de novembro. Eles também conversaram com a reportagem da Saber Cooperar sobre suas visões de futuro, a importância da inovação dentro das corporações e o potencial disruptivo das cooperativas brasileiras. Confira:
Existem visões otimistas e pessimistas do futuro. Por um lado, as novas tecnologias facilitam muito as nossas vidas; por outro, teme-se que elas possam acabar substituindo o homem em algumas tarefas. Qual é a sua visão de futuro?
Ricardo Yogui: A automação vai chegar nos escritórios e gerar um impacto de 75 milhões de desempregados, mas o mundo está preocupado com isso. A indústria 4.0 é o que está provocando toda essa revolução nas empresas; no entanto, existe um movimento chamado sociedade 5.0, para minimizar os possíveis impactos negativos dessas tecnologias. A sociedade 5.0 é um movimento que começou no Japão, pensando nos efeitos colaterais da indústria 4.0 dentro da sociedade. A sociedade 5.0 visa sensibilizar a indústria, levando-a a refletir: como eu posso aproveitar essas pessoas que serão excluídas do mercado de trabalho após a automatização de processos? Essas pessoas podem se recapacitar, se reciclar e ser reinseridas dentro do contexto da sociedade. É um tema sobre o qual eu falo muito: como que a gente pode — sociedade, indústria, governo, academia — trabalhar para que isso não fique só focado no propósito de aumentar lucros e diminuir custos dentro das organizações, mas em contextualizar, para a gente ter uma sociedade melhor.
Marina Miranda: Minha visão não é nem pessimista nem otimista. Os desafios da humanidade vão mudando. Mas parece sempre que aquele desafio é o maior já enfrentado. E não é verdade. Houve desafios maiores. Nós tivemos guerras muito destruidoras. O que eu vejo é que a tecnologia pode tirar muitos empregos, mas existem caminhos para ajudar as pessoas a entenderem como podem manter-se relevantes para o mercado. A internet disponibiliza, por exemplo, cursos gratuitos do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e de Harvard, onde você pode se especializar.
Antes não tinha isso; ou a pessoa tinha 10 mil dólares para fazer um curso do MIT, ou não tinha. Agora, não. Você tem cursos gratuitos. Então, você tem problemas? Tem. Mas as soluções também estão aqui. As pessoas estão apenas olhando para o problema e não estão atentas às coisas boas. Está mudando de emprego? Eu sento na cadeira e vou lá estudar mais, aprender mais, participar de ecossistemas de inovação. Não é só a empresa que precisa se conectar com ecossistemas de inovação; as pessoas também precisam. O mundo tem problemas sérios; contudo, também tem soluções incríveis.
Como o cooperativismo pode contribuir com a construção de um futuro melhor para todos?
Ricardo Yogui: É muita mudança ao mesmo tempo. É impossível fazer as coisas sozinho. Eu preciso começar a pensar como posso atuar de forma mais colaborativa. Como posso trocar experiências, conhecer pessoas novas que tenham visões complementares. Se todo mundo pensar diferente, eu consigo ter uma visão bem ampla do problema. Esse é o grande desafio: a gente trabalhar e colaborar não só com quem pensa igual, mas com quem pensa diferente. É essa diferença que trará uma visão de um lugar que eu não estou enxergando e me dará uma observação mais ampla da situação.
Marina Miranda: O cooperativismo faz parte dessa nova economia colaborativa, do compartilhamento de informações, da hierarquia mais fluida. As cooperativas anteciparam, em séculos, todas as megatendências do futuro.
Por que inovar é tão importante no mundo dos negócios?
Ricardo Yogui: As empresas e cooperativas que não estão inovando fatalmente serão os “dinossauros corporativos”. As empresas que estão fazendo mais do mesmo fatalmente irão acabar.
Marina Miranda: Hoje você tem uma mudança muito mais radical e muito mais intensa de tecnologias. Você pode ser o pipoqueiro, mas, se não tiver uma tecnologia — que seja usar o WhatsApp para avisar à turminha que a pipoca está pronta —, você some. Parece que só quem vai usar a inovação é quem está na Nasa, mas não; inovação tem diversas formas e está muito atrelada com algo que não é feito na sua área ou na sua região. Então, quando eu vou para o Acre, tem um monte de inovações que podem ser feitas lá. Não tem como, hoje, em um mundo tão disruptivo e de mudanças tão rápidas, não pensar em inovação.
Como despertar o potencial disruptivo das cooperativas?
Ricardo Yogui: Vou usar o exemplo da Netflix, que foi experimentando coisas novas. Ela não era uma startup, era uma pequena videolocadora que começou a experimentar novos formatos. O processo é: como eu posso explorar as tecnologias? Como eu posso ser o “Uber” do cooperativismo? Como eu posso ser o “Airbnb”? Como trazer esses modelos para dentro do meu segmento de mercado e começar a experimentar coisas novas? O caminho é não ter medo da experimentação. Vai errar? O erro é uma fonte rica de aprendizado. Aprendi, vou para o próximo passo e continuo o processo.
Marina Miranda: A disrupção é um processo, não é uma coisa pontual. “Ah, eu contratei uma consultoria e vou ser disruptivo agora, e não temos mais problemas”. Não é isso. A mudança é dia a dia, rapidamente. O que antes era um concorrente vira um parceiro. O que era um parceiro vira um concorrente. Os mercados se constroem, se destroem. E tem de estar acordado para tudo isso. Como fazer? Conectando-se, ficando atento, lendo relatórios. É preciso refinar o olhar.
O futuro realmente se constrói com colaboração?
Ricardo Yogui: Essencialmente. Não existe como pensar “eu faço tudo sozinho, eu consigo desenvolver de forma hermética, dentro da minha instituição”. Hoje eu preciso abrir as janelas da organização, respirar ares novos, com novos pensamentos, novas tecnologias e criar essa interface de troca, de compartilhamento com o ecossistema. E aí são indústria, governo, academia atuando de forma conjunta, colaborativa.
Marina Miranda: 100%. Porque hoje é muito complexo. Para estar vivo aqui, hoje, do que você precisou? Você tem comida, seu computador, celular, você tem o seu emprego. Cada vez mais, há maior complexidade para você estar viva e estar aqui, presente.
Quando você tem um problema, o que precisa fazer? A complexidade é gigante. Se você não consegue se conectar com quem sabe, como vai ser a sua vida? E é isso que a gente vem fazendo nesses anos todos. É um processo disruptivo. Para o homem chegar na Lua, alguém teve de dar o primeiro passo. É isso que a gente vem falando: “dê o primeiro passo”.
Como você enxerga o futuro das cooperativas brasileiras?
Ricardo Yogui: Daqui para a frente, é explorar mais as tecnologias, explorar ambientes focados em comunidade. A essência do DNA das cooperativas, de colaboração, é o que o mundo está esperando. Outro ponto importante é o “figital” — união entre o melhor do mundo digital e o melhor do mundo analógico. O segredo das empresas é enxergar que o mundo não é puramente analógico ou puramente digital. E, sim, o melhor dos dois mundos.
Marina Miranda: Cooperativa e economia colaborativa têm diversas questões em comum. Eu acredito que o futuro das cooperativas é cada vez mais caminhar por esses modelos da economia colaborativa. O design thinking é uma metodologia, e tem outras. Mas o que elas têm em comum? Colaboração. É um método de estar trabalhando e escutar o outro, é uma escuta ativa. Escuta ativa não é tecnologia. É como eu olho para o outro. As cooperativas têm todo esse poder de escutar o seu cliente – o que, às vezes, uma grande empresa não consegue.
O que precisamos fazer, hoje, para chegar nesse futuro?
Ricardo Yogui: De forma estruturante: 1. Pensar um planejamento estratégico de inovação; 2. Pensar na governança da inovação, porque é preciso blindar a inovação dentro da organização, pensar no desenvolvimento de um board (quadro) de inovação, criar comitês de inovação; e 3. Experimentar coisas novas. Com isso, eu vou aprendendo e vou crescendo. Esse é o caminho.
Marina Miranda: Precisamos entender que é um processo. Não adianta querer fazer nada pontual. Eu contrato uma empresa que vai dar um treinamento para a minha equipe. Acabou esse treinamento, eu tenho de cobrar que esse conhecimento seja replicado. É preciso investir em um mindset colaborativo, para que as pessoas queiram compartilhar conhecimentos e trabalhar juntas. Tenho que estabelecer um ambiente de confiança, ter metas colaborativas dentro da minha empresa, metas de inovação. Mas precisam ser metas reais, com prazo definido e um propósito bem claro.
(Fonte: Revista Saber Cooperar)
O Sicredi, em parceria com a Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), anuncia uma pesquisa inédita sobre os benefícios econômicos do cooperativismo de crédito na economia brasileira”. O estudo, que avaliou dados econômicos de todas as cidades brasileiras com e sem cooperativas de crédito entre 1994 e 2017 e cruzou informações do IBGE, chegou à conclusão que o cooperativismo incrementa o PIB per capita dos municípios em 5,6%. Além disso, o setor cria 6,2% mais vagas de trabalho formal e aumenta o número de estabelecimentos comerciais em 15,7%, estimulando, portanto, o empreendedorismo local.
A pesquisa encomendada à Fipe pelo Sicredi, instituição pioneira do cooperativismo de crédito no Brasil, utilizou a metodologia de Diferenças-em-Diferenças, principal método científico para avaliações de impacto de políticas públicas no mundo. Os resultados estimados pelo Sicredi a partir do estudo, consideraram o bom desempenho econômico de 1,4 mil municípios que passaram a contar com uma ou mais cooperativas durante o período de pesquisa. Os cálculos do Sicredi, com base no estudo da Fipe, mostram um impacto agregado nestas cidades de mais de R$ 48 bilhões em um ano. Ainda, as cooperativas de crédito foram responsáveis pela criação de 79 mil novas empresas e pela geração de 278 mil empregos.
Manfred Alfonso Dasenbrock, presidente da SicrediPar e coordenador do Conselho Especializado de Crédito (CECO) da OCB, afirma que com base na pesquisa da Fipe, um dos principais fatores que permitem que a cooperativa de crédito alavanque o desenvolvimento econômico local é a possibilidade de oferecer crédito com taxas de juros mais baixas, adequadas à realidade dos seus associados.
VANTAGENS
Conforme dados do Banco Central do Brasil, a taxa de juros cobradas pelas cooperativas de crédito são sensivelmente menores. Por exemplo, em 2019 a diferença de taxa de juros para microempresas foi de 20 pontos percentuais se comparada aos bancos tradicionais.
Mesmo oferecendo crédito a públicos menos assistidos pelo sistema financeiro tradicional, como micro e pequenas empresas, segundo o Banco Central, o índice de ativos problemáticos de uma cooperativa de crédito, que considera, por exemplo, a inadimplência, ainda é menor que o índice dos bancos tradicionais. No Relatório de Estabilidade Financeira de 2019, o Banco Central apontou uma diferença expressiva nos ativos problemáticos, que chegaram a 5,9% nas cooperativas de crédito do Brasil, enquanto as instituições financeiras tradicionais tiveram 7,4%.
GESTÃO DEMOCRÁTICA
Para Dasenbrock, a participação dos associados nas decisões de uma cooperativa de crédito é o grande diferencial do modelo de negócio. “O associado é, de fato, o dono do negócio e, por isso, precisa estar presente nas discussões a respeito dos rumos da sua cooperativa. No Sicredi, o relacionamento mais próximo com os associados contribui para sermos muito mais eficientes em reconhecer a capacidade de pagamento no uso do crédito, por exemplo, e com isso consigamos apoiar o desenvolvimento das pessoas e comunidades”, explica.
MULTIPLICADOR DO CRÉDITO
A pesquisa da Fipe também calculou o Multiplicador do Crédito Cooperativo, um coeficiente que indica o impacto do crédito concedido pelas cooperativas no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro – cada R$ 1,00 concedido em crédito gera R$ 2,45 no PIB da economia e a cada R$ 35,8 mil concedidos pelas cooperativas, uma nova vaga de emprego é criada no país.
De acordo com a Fipe, a inclusão financeira de famílias, pequenos produtores e empresas forma um ciclo virtuoso que fomenta o empreendedorismo local, reduz desigualdades econômicas e aumenta a competitividade e a eficiência no sistema financeiro nacional. A Fipe concluiu ainda que os princípios e a disseminação das cooperativas de crédito se mostram convergentes com objetivos maiores no campo das políticas públicas, tendo em vista o seu potencial impacto na redução das desigualdades econômicas e inter-regionais, bem como no aumento da concorrência e da eficiência no âmbito do Sistema Financeiro Nacional.
NO MUNDO
O cooperativismo de crédito é um modelo de negócio presente em 118 países, segundo relatório do Conselho Mundial de Cooperativas de Crédito (Woccu 2018), reunindo mais de 274 milhões de associados e ultrapassando a marca dos US$ 2,19 trilhões em ativos. No Brasil, de acordo com o Banco Central, o cooperativismo de crédito está presente em quase metade (47%) das cidades e representa 2,7% dos ativos totais do Sistema Financeiro Nacional (SFN). Já são mais de 9,9 milhões de associados a 925 cooperativas de crédito com uma carteira de R$ 123 bilhões em depósitos e R$ 137 bilhões em crédito – aproximadamente R$ 250 bilhões em ativos totais.
SOBRE O SICREDI
O Sicredi é uma instituição financeira cooperativa comprometida com o crescimento dos seus associados e com o desenvolvimento das regiões onde atua. O modelo de gestão do Sicredi valoriza a participação dos mais de 4 milhões de associados, os quais exercem papel de donos do negócio. Com presença nacional, o Sicredi está em 22 estados* e no Distrito Federal, com mais de 1.800 agências, e oferece mais de 300 produtos e serviços financeiros (www.sicredi.com.br).
*Acre, Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins.
(Fonte: Sicredi)
O forte impacto da Cosit nº 11/2017 sobre as cooperativas agropecuárias (com o modelo de integração vertical) foi a pauta da reunião entre o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, os ministros Onyx Lorenzoni (Casa Civil), Teresa Cristina (Agricultura) e representantes do ministério da Economia e da Receita Federal. Lideranças cooperativistas também participaram da audiência, ocorrida nesta quinta-feira, em Brasília.
A Solução de Consulta Cosit nº 11/2017 foi criada pela Coordenação Geral da Tributação da Receita Federal. O assunto vem sendo debatido entre OCB e governo federal desde o ano passado e, durante a audiência desta quinta-feira, o ministro Onyx Lorenzoni disse que montará um grupo interno para analisar os pontos apresentados pelo cooperativismo e, ainda, que essa equipe poderá apontar caminhos que equacionem a questão.
Vale destacar que a verticalização ocorre quando uma coop agropecuária subsidia a produção do cooperado, com o fornecimento de ração, sementes e assistência técnica, por exemplo, e, depois, assumem processos da industrialização e comercialização do que foi entregue pelo cooperado.
Segundo o presidente do Sistema OCB, toda essa atuação, realizada com apoio da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), tem por objetivo evitar injustiças na cobrança previdenciária, parte do conhecido Funrural, dos produtores rurais associados em cooperativas, já que, pela interpretação da Receita Federal às regras atuais, o produtor rural cooperado/integrado chega a pagar quase 10 vezes mais do que deveria ao Fundo. “Isso porque, hoje, o cálculo é feito sobre o valor da comercialização da produção entregue pelo associado à cooperativa e, na verdade, essa conta deveria ser feita levando em consideração os gastos dos insumos fornecidos pela cooperativa ao cooperado”, argumenta a liderança.
A Cosit 11, que foi publicada em 2017, entende que as cooperativas não são sociedade empresarial e que, portanto, não têm direito à redução da contribuição previdenciária abatidos os valores dos insumos fornecidos. No entanto, de acordo com interpretação da Receita Federal, as trocas efetuadas nos contratos de integração vertical derivariam de uma relação jurídica de natureza contratual entre os parceiros.
"O dispositivo contido na Lei 5.764/71 enumera a prestação de serviços de assistência ao cooperado como o fato distintivo entre a cooperativa e os demais arranjos contratuais. Essa interpretação faz com que, para os cooperados, a base de cálculo do Funrural seja maior do que para as grandes empresas do setor”, reforça Márcio Freitas.
O exercício de 2019 oportunizou dois eventos emblemáticos para a Cooperativa Central Aurora Alimentos: assinalou o seu 50º aniversário de fundação e constituiu-se no ano de melhor resultado econômico das suas cinco décadas de trajetória. A Aurora encerrou 2019 com uma receita operacional bruta de R$ 10,9 bilhões (elevação de 20% em relação a 2018) e sobras da ordem de 5,48%. Os resultados são surpreendentes, especialmente se comparados aos do ano anterior, quando foram contabilizados R$ 153 milhões de perdas.
Os números do desempenho da Aurora foram apresentados nesta semana pelo presidente Mário Lanznaster, pelo vice-presidente Neivor Canton, pelo diretor de agropecuária Marcos Antônio Zordan e pelo diretor comercial Leomar Somensi.
Apesar dos desafios e ameaças habituais ao complexo universo da indústria mundial de alimentação, o ano de 2019 foi esplêndido no sentido de que o Sistema Aurora (a Cooperativa Central e suas 11 cooperativas filiadas) atuou como uma orquestra extremamente afinada e harmonizada e conquistou resultados inusitados. A estrutura operacional – 32 unidades produtoras, 28 unidades comerciais, 2 centros logísticos, 1 sede corporativa comercial em Guarulhos e a sede administrativa em Chapecó – funcionou à pleno vapor, otimizando e inovando em todos os processos.
O mercado interno continuou absorvendo a maior parte da produção, porém, o mercado externo exerceu um papel exponencial nos resultados da Aurora e respondeu por 30% das receitas obtidas em 2019 e 26% dos volumes produzidos. As vendas no mercado doméstico cresceram 12% e atingiram R$ 7,9 bilhões com destaque para carnes suínas, carnes de aves, derivados lácteos, derivados vegetais, massas, peixes, depois reprodutores, pintos, ovos, matrizes.
EXPORTAÇÕES
De outra parte, as exportações totalizam 3,27 bilhões de reais em receita líquida, o que representa um crescimento de 46,8% em relação a 2018. O negócio aves respondeu por 62,4% das vendas externas, com 2,04 bilhões de reais; o negócio suíno participou com 37,6%, com faturamento de 1,23 bilhão de reais. Os embarques, em volumes, totalizaram 387.131 toneladas, embutindo avanço de 15,8%. Carnes de aves representaram 67,8% do volume e carnes suínas 32,2%.
O comportamento do mercado externo foi determinante para os bons resultados alcançados. As epizootias que se alastraram pela Ásia e agora ameaçam o Leste Europeu – especialmente a Peste Suína Africana (PSA) – provocaram uma demanda sem precedentes por proteína animal no mercado mundial, beneficiando os países produtores. A Aurora otimizou as ações comerciais e inseriu-se com competência nesse cenário, direcionando para o mercado asiático 56,95% de suas cargas.
CULTURAS
A suinocultura continuou a principal atividade. No campo, 2.261 produtores rurais cooperados utilizaram a melhor genética e as melhores práticas de produção para oferecer essa matéria-prima para processamento industrial. Em 2019 foram abatidos 5,26 milhões de suínos nas sete unidades industriais com incremento de 3,54% em relação ao ano anterior. Todas as plantas operaram à plena capacidade. A produção in natura totalizou 448,2 mil toneladas (aumento de 5,5%) e a industrialização fechou 365,4 mil toneladas (crescimento de 5,2%).
A avicultura também foi intensa e beneficamente impactada pelo aquecimento do mercado doméstico e pelas compras asiáticas em 2019. Os 2.158 estabelecimentos rurais de avicultores cooperados e integrados produziram 242,6 milhões de frangos. Esse plantel de avicultura de corte foi abatido e processado nas sete indústrias avícolas – que utilizaram toda a capacidade produtiva instalada – e representa, em volume, um avanço de 5,71% em relação a 2018. A produção in natura de carnes de aves atingiu 489,6 mil toneladas (+4,8%) e a industrialização 56 mil toneladas (+4,3%).
No segmento de lácteos, a Aurora captou 511 milhões de litros de leite, mantendo o nível do ano precedente. O volume de industrialização – em razão das condicionantes comerciais de cada linha e das paradas temporárias para manutenção e substituição de equipamentos – foi reduzido em 2,8% e ficou em 482,6 milhões de litros. Os principais produtos foram leite UHT, queijos, leite em pó, soro em pó, creme de leite, iogurte, requeijão, nata e bebidas lácteas.
A produção total de rações em 2019 manteve o patamar do ano anterior: foram 1 milhão 634 mil toneladas entre rações para aves de corte, aves matrizes e suínos. A cooperativa Central mantém seis fábricas de rações (Chapecó, Erechim, Cunha Porã, Guatambu, Xaxim e Mandaguari) e duas unidades armazenadoras de grãos (Chapecó e São Gabriel do Oeste/MS).
As estratégias de marketing e o esforço comercial renderam uma expressiva participação no mercado nacional, de acordo a Nielsen Retail, principal instituto de pesquisa e auditoria do mercado. A Aurora detém 13,7% do segmento de industrializados de carnes e 7,4% em carnes congeladas. Na média, a participação da empresa (em volume) no mercado brasileiro de proteína animal é de expressivos 12,7%.
EMPREGOS & BENEFÍCIOS
Para atender às demandas de aumento da produção foi ampliado em 7% o quadro de recursos humanos que fechou o ano com 30.331 empregados diretos. A Aurora despendeu 214 milhões de reais no plano de benefícios a esses trabalhadores, o que inclui plano de saúde, transporte, prêmio assiduidade, alimentação, previdência privada, prêmio tempo de serviço, auxílio creche e assistência odontológica. Os investimentos totais nos empregados somaram 1 bilhão 607 milhões de reais incluindo salários e encargos, benefícios, segurança e saúde, capacitação e desenvolvimento, auxílio escola.
Para premiar os esforços dos trabalhadores na melhoria dos níveis de qualidade, produtividade e resultados globais do negócio, a Cooperativa distribuirá por meio do Programa de Participação nos Resultados (PPR) 2,5 salários. Dessa forma, o empregado receberá no ano 15,5 salários.
A atuação da Aurora em todo o território nacional proporcionou importante contribuição ao desenvolvimento econômico de centenas de municípios brasileiros, destacando-se a geração de ICMS (1,3 bilhão de reais), valor adicionado na atividade agropecuária (R$ 4,5 bilhões), valor adicionado nas atividades comercial e industrial (R$ 4 bilhões) e remuneração e encargos sobre a folha de pagamento (R$ 1,6 bilhão).
Os diretores anteciparam que em 2020 a Aurora implementará um programa de investimentos – já formatado e aprovado – da ordem de 400 milhões de reais. Essa decisão reflete otimismo com as condições “extremamente favoráveis do comércio internacional” e com as perspectivas de retomada do desenvolvimento econômico. (Fonte: Aurora)