Diagnóstico do Sescoop verifica quão alinhada sua cooperativa está aos valores, aos princípios e à legislação cooperativista A identidade cooperativista depende da maneira como enxergamos o mundo e conduzimos os nossos negócios. Cooperativa raiz é aquela íntegra, transparente, sustentável e compromissada com o desenvolvimento de toda a comunidade; aquela formada por pessoas que se unem voluntariamente em torno de um objetivo comum, focada não no lucro, mas na geração e no compartilhamento de emprego e renda. Sua organização não é assim? Então ela não se enquadra no modelo cooperativista. Desde 2012, as cooperativas brasileiras conseguem verificar quão alinhadas estão aos valores, aos princípios e à legislação do nosso movimento. Para tanto, basta solicitar uma avaliação de identidade na unidade estadual do Sescoop mais próxima.
O diagnóstico é realizado a partir de um questionário de 65 itens, preenchido por técnicos do Sescoop. “Essa análise é muito importante para enxergarmos o nível de conformidade de uma cooperativa ao nosso movimento. Além disso, permite medir o grau de transparência e de segurança jurídica dessas entidades”, explica a coordenadora do Núcleo de Gestão de Cooperativas do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo do estado de São Paulo (Sescoop/SP), Andréa Pinheiro.
Vale destacar: as cooperativas que recebem avaliação abaixo da média nesse índice recebem apoio do Sescoop para melhorar sua performance. “Fechado o diagnóstico, elas elaboram um plano de melhorias, em parceria com uma unidade estadual. Nossos analistas e consultores estão à disposição para ajudar tanto na produção quanto na implementação dessas ações”, conta Andréa.
Também é essencial destacar que uma cooperativa com segurança jurídica é aquela que cumpre à risca toda a legislação trabalhista, ambiental, societária e relacionada a seu ramo de atuação. Por isso, não corre o risco de ser legalmente penalizada por seus atos. Hoje, uma organização cooperativa só é considerada juridicamente segura quando atinge os 100% do Índice Geral de Conformidade Cooperativista — indicador que leva em conta a legislação, questões societárias, princípios e boas práticas do setor.
COMO FUNCIONA?
Sempre atentas ao desenvolvimento das nossas cooperativas, as unidades estaduais do Sescoop às vezes realizam trabalhos setoriais relacionados ao Diagnóstico Identidade. Em 2018, por exemplo, a Sescoop/SP fez um trabalho nesse sentido junto a cooperativas do ramo educacional, no segmento pais de alunos.
“Para os dirigentes das cooperativas que participaram, o diagnóstico foi essencial para enxergar como estavam trabalhando e ajudou a reorganizar a cooperativa baseando-se em alguns pilares, entre eles questões legais, contábeis e tributárias”, lembra a coordenadora do Núcleo de Gestão de Cooperativas da Sescoop/SP.
Uma das entidades avaliadas na ocasião foi a Escola Coopep, mantida pela Cooperativa Educacional de Piracicaba, no interior de São Paulo. Segundo Joana Machado, presidente da organização, o diagnóstico recebido levou a mudanças administrativas e de gestão. “O relatório das recomendações vem nos ajudando a implementar melhorias na escola.
Antes, a cooperativa e a escola eram administradas por um único cargo de confiança, o mesmo para o administrativo da cooperativa e o pedagógico da escola; agora nosso organograma é dividido em dois cargos de confiança: uma gerência administrativa exclusiva da cooperativa e um outro, que é a direção pedagógica para a escola”, compara.
De acordo com Joana, essa mudança foi o primeiro passo para uma reorganização da cooperativa e levou à adoção de outras boas práticas cooperativistas. “A unidade estadual do Sescoop nos orientou na organização do quadro social, um trabalho que nunca tinha sido feito na cooperativa, apesar de ela já ter 26 anos. Ela também nos ajudou a reestruturar os contratos que regem os serviços e o rateio das despesas entre os cooperados e a cooperativa”, acrescenta.
Em 2019, a Coopep dará continuidade ao processo de diagnóstico, desta vez com o foco na adequação e conformidade de questões ligadas a tributos e práticas fiscais, segundo a diretora. “Já tivemos um primeiro encontro esse ano com o Sescoop e a continuidade do trabalho começa agora, no segundo semestre”, disse a presidente da cooperativa, que hoje possui cerca de 240 alunos matriculados na educação infantil e no ensino fundamental.
AVALIAÇÃO EM CICLOS
O desejo da Coopep de continuar passando por ciclos de avaliação no eixo identidade está alinhada à visão estratégica do Sescoop. “Somente assim, por meio de um acompanhamento permanente do eixo identidade, a gestão da cooperativa poderá ser continuamente aperfeiçoada”, explica Andréa Pinheiro, coordenadora do Núcleo de Gestão de Cooperativas da Sescoop/SP.
Na avaliação da gestora, a realização de ciclos periódicos do Diagnóstico Identidade ajuda a ampliar a competitividade cooperativista no mercado e, ao mesmo tempo, aumenta a satisfação dos cooperados com os resultados da organização, “Como a gestão é democrática e os cooperados são donos e usuários, quanto mais consciente e responsável for essa gestão, mais eficiente será a cooperativa, cabendo a eles o dever de traçar as políticas, definir suas diretrizes, tomar as decisões e manter permanente controle”, pondera.
Ainda de acordo com Andréa, os indicadores elencados para o Diagnóstico Identidade foram tão bem detalhados que hoje fazem mais do que verificar a conformidade de cooperativas já existentes. “A ferramenta funciona como um roteiro detalhado do que observar na hora de fundar e/ou registrar uma nova cooperativa. Tanto no que diz respeito à legislação quanto aos princípios cooperativistas”, completa. (Fonte: Revista Saber Cooperar)
O Banco Central (BC) limitou a partir do dia 06 de janeiro, os juros do cheque especial para todos os clientes. Os bancos não poderão cobrar taxas superiores a 8% ao mês, o equivalente a 151,8% ao ano. Além de limitar a taxa, o BC também permitirá que os bancos cobrem tarifas pelo saldo não utilizado do cheque de 0,25% ao mês no que exceder R$ 500. As pessoas que já tem conta bancária, só entram na cobrança a partir de 1º de junho deste ano.
Contudo, o Sicredi no MS isentará seus associados desta taxa. “O objetivo do Sicredi é sempre beneficiar seus associados e por isso, não vê razão na cobrança, já que o associado é dono do negócio e participa dos resultados”, salienta Celso Figueira, presidente da Central Sicredi Brasil Central.
O cheque especial é uma modalidade de crédito com taxas que podem até quadruplicar uma dívida em 12 meses, dependendo da instituição financeira. A limitação foi concedida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) no fim de novembro do ano passado. No mês em que a decisão foi tomada, os juros do cheque especial encerraram em 12,4% ao mês, o que equivale a 306,6% ao ano.
De acordo com o Banco Central, a medida foi tomada porque o teto de juros pretende tornar o cheque especial mais eficiente e menos regressivo, prejudicando menos a população de baixa renda.
Ainda segundo o a autoridade monetária, as mudanças no cheque especial corrigirão falhas de mercado nessa modalidade de crédito e que o sistema antigo do cheque especial, com taxas livres, não favorecia a competição entre os bancos, porque a modalidade é pouco sensível aos juros, sem mudar o comportamento dos clientes mesmo quando as taxas cobradas sobem.
Sobre o Sicredi
O Sicredi é uma instituição financeira cooperativa comprometida com o crescimento dos seus associados e com o desenvolvimento das regiões onde atua. O modelo de gestão do Sicredi valoriza a participação dos mais de 4 milhões de associados, os quais exercem papel de donos do negócio. Com presença nacional, o Sicredi está em 22 estados* e no Distrito Federal, com mais de 1.800 agências, e oferece mais de 300 produtos e serviços financeiros (www.sicredi.com.br).
*Acre, Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo, Sergipe e Tocantins.
A OCB participou da primeira reunião do ano do Conselho de Administração da Aliança Cooperativa Internacional (ACI). O evento ocorreu em Bruxelas, na Bélgica, onde está localizada a sede entidade. A OCB foi representada por Onofre Filho, presidente do Sistema OCB/MT e representante do cooperativismo brasileiro junto ao Conselho de Administração. A reunião teve o objetivo de discutir o planejamento anual da Aliança.
O Conselho de Administração é o órgão de tomada de decisões da ACI. Fazem parte do Colegiado, representantes de 15 países, além dos presidentes regionais da ACI na África, Ásia e Pacífico, Europa e Américas. Também formam parte do Conselho os presidentes dos comitês de Jovens, Gênero, Cooperativas Agropecuárias e Cooperativas de Trabalho. Os conselheiros são eleitos na Assembleia Geral da ACI para mandatos de quatro anos.
ORÇAMENTO
Durante sua última reunião, o Conselho de aprovou o orçamento anual da Aliança e debateu aspectos gerais da organização do Congresso Mundial de Cooperativas, que será realizado em Seoul, em dezembro deste ano. O evento comemorará os 125 anos de fundação da Aliança Cooperativa Internacional e reunirá dirigentes cooperativistas de mais de 100 países. Também foi analisada a contabilidade da Aliança e seus órgãos setoriais durante o ano passado.
EMBAIXADOR DO BRASIL
Por ocasião da reunião do Conselho, a OCB também se reuniu com o Embaixador do Brasil junto ao reino da Bélgica, Haroldo de Macedo Ribeiro. A reunião teve o objetivo de apresentar ao Embaixador o potencial de exportações das cooperativas brasileiras, os projetos de cooperação internacional desenvolvidos pela OCB, assim como a participação da Casa em organismos internacionais. Como resultado do encontro, a embaixada brasileira apoiará a promoção dos produtos e serviços exportados pelas cooperativas brasileiras.
Abrindo o calendário de eventos do agronegócio em Mato Grosso do Sul, o Showtec 2020 já tem data para acontecer. De 22 a 24 de janeiro, produtores rurais, profissionais e estudiosos do setor terão acesso a novas ferramentas para potencializar ainda mais a produção agrícola e pecuária da região. O evento tem entrada gratuita e será realizado em Maracaju (MS), na sede da Fundação MS, contando com mais de 100 expositores, mostras de tecnologias, maquinários agrícolas e espaços para novos negócios.
Para o presidente da Fundação MS, Luciano Mendes, como as mudanças no agro acontecem de forma cada vez mais rápida, é essencial que os produtores recebam informações atualizadas sobre tecnologias que despontam no mercado. “O Showtec aborda temas relevantes e que podem ser aplicados no dia-a-dia. Investir em tecnologia e conhecimento é fundamental para produzir com responsabilidade e sustentabilidade”, afirma.
Sucesso entre os participantes na edição de 2019, a Trincheira Show retorna à feira com maior estrutura e espaço ampliado nas arquibancadas para melhor atender o público. Ali, os visitantes conhecerão, com detalhes, os aspectos físicos, químicos e biológicos do solo e os impactos do sistema radicular na melhoria da qualidade do sistema. Ocorrerá também o lançamento dos parâmetros técnicos para análise da biologia do solo. Resultados de pesquisas regionais também serão elucidados.
Sobre o milho safrinha, um painel específico abordará como o produtor pode atingir um alto desempenho, com pesquisadores apontando a relevância da rotação de culturas para altas produtividades. Já outro painel traz informações sobre sugadores de soja e milho e qual o manejo adequado para controlar as pragas e doenças nas lavouras, entre elas, o enfezamento do milho, doença tem ganhado cada vez mais importância no Estado, dada a sua complexidade.
E buscando preparar o produtor rural para o mundo digital, o Showtec traz neste ano um painel específico que mostrará tecnologias de mecanização, como aplicação, plantabilidade e controle do tráfego de máquinas. A ideia é viabilizar soluções de pesquisa, desenvolvimento e inovação, de modo a contribuir com a sustentabilidade da agricultura e pecuária.
Outro evento tradicional que acontece no Showtec é o Encontro das Mulheres do Agronegócio, que levantará o debate sobre empreendedorismo feminino, dentro e fora do mercado de trabalho. O espaço é voltado para valorizar a participação e liderança da mulher nos negócios e na sociedade.
Demais informações e programação completa podem ser conferidas no site http://www.portalshowtec.com.br/.
Sobre o Showtec
O Showtec é uma feira anual onde são apresentados produtos e serviços ligados ao setor agropecuário, lançamentos, inovações tecnológicas, sistemas de produção, palestras técnicas e resultados de pesquisas que contribuem para a sustentabilidade do segmento. A feira é destinada aos produtores e empreendedores rurais, técnicos agrícolas, acadêmicos, entre outros, e leva informações de forma direta e aplicável.
O evento é realizado pela Fundação MS e promovido pelo Sistema Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS), Sistema OCB/MS (Organização das Cooperativas Brasileiras) e Aprosoja/MS (Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul), contando com patrocínio do Senar/MS, Sistema Fiems/Senai e Sicredi. O Showtec conta, ainda, com o apoio da Federação Brasileira de Plantio Direto e Irrigação (Febrapdp), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Embrapa, Fundems, Prefeitura Municipal de Maracaju, Governo do Estado de Mato Grosso do Sul, Semagro e Fundação Agrisus.
Fonte: Assessoria
“Um ponto fundamental na construção do planejamento estratégico de uma cooperativa, é o engajamento dos cooperados, que devem opinar, avaliar e legitimar as decisões dos gestores”, afirma o consultor e sócio da Symnetics, Seung Hyun Lee. Segundo ele, as características do cooperativismo tornam o planejamento uma tarefa desafiante, pois os cooperados são, ao mesmo tempo, donos, fornecedores e, muitas vezes, clientes da cooperativa.
“As decisões são mais complicadas. A única forma de garantir que estão sendo feitas as melhores escolhas, dentro de ambientes complexos, é por meio da racionalidade, da lógica”, enfatiza. O consultor atua no desenvolvimento de planejamento e gestão estratégica, inovação e transformações de organizações empresariais e financeiras e, nos últimos anos, tem trabalhado junto a cooperativas dos ramos crédito, saúde e agropecuária.
Ele foi o entrevistado da edição de dezembro da revista Paraná Cooperativo. No material ele destaca que “a cultura das cooperativas e suas características distintas, aliadas a um processo de gestão e governança, podem alavancar o crescimento do setor.” Confira!
As características do cooperativismo tornam o planejamento uma ação mais complexa?
De fato, o cooperativismo é um ambiente complexo para o planejamento, pois os cooperados são, ao mesmo tempo, donos, fornecedores e, muitas vezes, clientes da própria cooperativa. Numa empresa mercantil, onde há apenas um objetivo, que é o lucro, ainda assim existem interesses conflitantes. Imagine numa cooperativa. A estratégia pode ser resumida, conceitualmente, num plano no qual 20% de esforço vai gerar 80% de resultados. Mas, para isso, é preciso fazer escolhas e, num ambiente cooperativo, essa decisão é mais complicada. Porém, se as escolhas não forem feitas, não há estratégia.
A cooperativa vai querer ser tudo para todos e, no final das contas, vai ser nada para ninguém. A única forma de garantir que estão sendo feitas as melhores escolhas, dentro de ambientes complexos, é por meio da racionalidade, da lógica. O que a gente pode discutir é o que tem lógica e o que não tem. Para desenvolver uma lógica, precisamos de dados, que vão nos direcionar para o caminho adequado. Dessa maneira, é possível chegar a uma convergência entre as pessoas. Um ponto fundamental na construção do planejamento estratégico de uma cooperativa, é o engajamento dos cooperados, que devem opinar, avaliar e legitimar as decisões dos gestores.
De quanto tempo deve ser o horizonte do planejamento?
O planejamento da Castrolanda, por exemplo, tem um horizonte de cinco anos. É um prazo bom. Se for menos tempo, percebemos apenas o momento e não conseguimos nos preparar para o futuro. Se for muito a longo prazo, a previsibilidade se dilui, pois tudo muda rapidamente. O agribusiness sempre foi um negócio perene, no entanto, esta realidade está em transformação, e tudo está se modificando de forma acelerada. Nos últimos anos, a economia patinou, e o único setor que avançou foi o agronegócio.
Há muito potencial ainda no Brasil, porque todos precisam de alimentos, o que confere consistência a esse mercado, condição que atrai investimentos. Quase todos os elos da cadeia da agropecuária já estão consolidados, mas existem alguns setores fragmentados, a exemplo do segmento de distribuição de insumos. É provável que movimentos de consolidação ocorram no curto prazo. O planejamento precisa considerar todos os aspectos que podem impactar os negócios.
Como considerar aspectos de inovação no plano de ações de uma cooperativa? A inovação é tida como uma busca incerta e volátil por resultados, algo distinto da racionalidade exigida pelo planejamento?
Realmente, a inovação disruptiva vai de encontro à lógica do planejamento. A cultura da inovação tende a gerar dispersão, e não racionalidade. Mas é preciso separar o contexto. Existe uma diferença muito grande entre uma instituição já estabelecida e uma startup. Uma startup não tem nada a perder, vai atirar para todos os lados, aquilo que acertar vai pegar e abraçar, esse é o objetivo e está valendo. Porém, a cada 50 startups criadas, quantas sobrevivem? Menos de 10%.
Uma instituição já estabelecida, uma cooperativa consolidada, não pode se dar ao luxo de atirar para todos os lados e perder dinheiro nos negócios. Tem que ter muito cuidado e saber o que pode afetá-la e quando. Por exemplo, falam da carne vegetal, que pode ter um impacto em toda a cadeia produtiva da pecuária de corte. Mas quando é que esse produto vai virar um padrão? Com certeza não será no curto prazo, ainda há muito a ser feito. Mas a cooperativa deve se preocupar com isso? Deve, mas há outras coisas mais urgentes que isso.
O processo de consolidação das revendas, por exemplo, que trará impactos muito mais imediatos. Tem que captar todos esses sinais e pensar no que realmente é impactante num horizonte de cinco anos. O restante é ruído. Em relação à inovação, em algumas coisas é interessante apostar algumas fichas. Principalmente em tecnologia, as cooperativas devem avaliar a necessidade de acompanhar, estar presente e entender esse universo em transformação, participando de projetos-pilotos.
Como manter um empreendimento competitivo em cenários de volatilidade?
Em primeiro lugar, não ficar só produzindo commodities. Numa cadeia em que todos estão se consolidando, quem não se consolida vai virar o elo mais fraco. Na área de insumos agrícolas, por exemplo, três players detêm 60% do mercado; na indústria de alimentos, 10 marcas respondem por 50% do mercado. O mesmo ocorre no setor de supermercados, cada vez mais consolidados. Se todos se consolidam e sua empresa fica parada, a situação torna-se complicada, porque a briga é com gigantes.
Antigamente, de cada 100 reais obtidos pela venda de alimentos, R$ 8,40 iam para o produtor agrícola. Hoje, esse valor é R$ 6,50. As margens estão cada vez menores. Por isso, é preciso fazer algo diferente, ou consolida, ou agrega valor. É um movimento inevitável. Talvez algumas cooperativas se juntem, pois empreendimentos pequenos terão dificuldades para se manter competitivos. Produtores individuais terão que avançar na industrialização, se quiserem sobreviver. Ao mesmo tempo, estão acontecendo mudanças de hábitos de consumo.
Os consumidores mais jovens são cada vez menos fiéis a marcas. Nos últimos 30 anos, as grandes marcas ganharam muito marketshare. Porém, elas estão agora perdendo força. Há um consumo mais racional, uma atenção ao custo/benefício, o que explica o posicionamento crescente das marcas de supermercados, que oferecem produtos com qualidade semelhante aos produtos líderes, mas com preços em média 20% mais baratos. Além disso, há o controle de distribuição, nas mãos das marcas líderes e dos supermercados.
Para superar essas barreiras nas gôndolas, é preciso oferecer uma proposta de valor consistente, ou então atuar em nichos de mercado. São vários movimentos que já estão acontecendo. Tem que acompanhar o mercado, para ver que caminhos trilhar. Seguindo no caminho errado, não adianta ter uma operação maravilhosa, um produto excepcional, pois o prejuízo é certo.
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