A instalação de colmeias em meio aos extensos hectares de eucaliptos na Costa Leste do Estado elevou Três Lagoas ao 10º lugar na produção de mel no País. O resultado é garantido por meio de apicultores como os que participam do Programa Colmeias, que tiveram em 2019 um faturamento aproximado de R$ 500 mil. O volume da produção comercializada reflete tanto a expansão da atividade apícola nas áreas de influência da empresa quanto o ganho em produtividade devido ao manejo aplicado pelos apicultores.
De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) de 2012 a 2017 houve um aumento de 40,99% na produção apícola em Mato Grosso do Sul. O último levantamento apontou que Três Lagoas lidera o ranking com 160 toneladas.
No início do programa, em 2009 eram apenas nove apicultores. Hoje, são 170 produtores rurais apoiados pela Suzano, presente em cinco municípios. “Esse crescimento tanto na produção de mel quanto no número de apicultores envolvidos no programa mostra que a apicultura na região não só é viável, como é uma fonte de renda em potencial para as famílias, com o objetivo de fomentar o desenvolvimento sustentável nessas comunidades. Não se trata de assistencialismo, mas de oferecer oportunidade para que essas famílias conquistem sua independência financeira e para que as associações se tornem autossustentável”, destacou Evânia Lopes, consultora de Desenvolvimento Social da Suzano.
A melhora no fortalecimento da cadeia produtiva na região também tem contribuído para a produção estadual. No ano passado, os grupos apoiados pelo Colmeias chegaram a 117 toneladas de mel produzido; volume que corresponde a 14% de toda a produção de Mato Grosso do Sul, como apontou dados da FEAMS (Federação de Apicultura e Meliponicultura do Estado). A produção por colmeia superou a média nacional em 65%. Enquanto a média em todo o Brasil foi de 21 quilos por colmeia, entre os apicultores do programa chegou a 34,65 quilos por colmeia. Atualmente, são sete mil colmeias instaladas pelas florestas plantadas de eucalipto da Suzano, o que garante, ao lado das boas práticas de manejo, maior ganho na produção e ainda permite aos apicultores maior rentabilidade das colheitas.
Programa - O investimento do Programa Colmeias é direcionado para assistência técnica aos apicultores, trabalhando desde a estruturação das associações em gestão, produção e comercialização até na qualificação para o manejo das abelhas e processamento do mel. Ao longo desses dez anos, o Colmeias também viabilizou, por meio de parcerias, a construção de três salas de extração e dois entrepostos de mel na região.
Atualmente, o programa apoia seis associações de apicultores, distribuídas entre Três Lagoas, Brasilândia, Água Clara, Selvíria e Santa Rita do Pardo. No fim do ano passado, a Cooperaba (Cooperativa Brasilandense de Apicultores) conquistou o selo do SISBI (Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal) para o entreposto do mel em Brasilândia. A unidade tem capacidade de processamento e envase para 3,5 mil quilos de mel por dia.
Para este ano, o principal objetivo dos apicultores da AAPISEL (Associação de Apicultores de Selvíria) é a obtenção do Selo de Inspeção Municipal (SIM) para sala de extração de mel. Já para os produtores rurais de Santa Rita do Pardo, uma das metas do ano é a reforma da sala de extração de mel – os equipamentos para a instalação da Casa do Mel já foram adquiridos via Ministério do Desenvolvimento Agrário.
Neste município, a parceria entre Suzano e a APPRAST (Associação dos Pequenos Produtores Rurais do Assentamento São Thomé) é recente, iniciada no fim do ano passado. Em janeiro, foram entregues 400 colmeias aos apicultores, que participaram do primeiro curso em manejo e preparo das colmeias para a captura de enxames. A associação fez entrega das colmeias como cessão de uso para o grupo de 25 apicultores.
A confiança do agronegócio brasileiro registrou alta no 4º trimestre. O Índice de Confiança (IC Agro) do setor subiu 8,7 pontos, fechando o período em 123,8 pontos, marcando o melhor resultado desde o início da série. “Os números demonstram alinhamento entre as expectativas geradas e a agenda prioritária do executivo e legislativo federais”, observa Paulo Skaf, presidente da Fiesp. Como consequência, mesmo que as reformas não tenham avançado tanto quanto esperado, os principais indicadores econômicos mostravam ao fim do ano sinais de uma recuperação mais consistente. As projeções para o crescimento do PIB em 2019 passaram de 0,82% em meados do ano para 1,17% em dezembro.
Dados do relatório mostram que o otimismo atingiu praticamente todos os segmentos pesquisados. Segundo a metodologia do estudo, os resultados indicam otimismo quando ficam acima de 100 pontos – abaixo disso, o sinal é de pessimismo. O IC Agro é um indicador medido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB).
Houve boas razões para manter os ânimos elevados. As entrevistas foram realizadas em dezembro, num momento em que as negociações para encerrar a guerra comercial entre Estados Unidos e China levaram a uma melhora nos preços de algumas das principais commodities agrícolas – sem acarretar, num primeiro momento, perdas substanciais das exportações brasileiras para o mercado chinês, salvo em casos isolados. O acordo foi assinado em 15 de janeiro.
A confiança das indústrias ligadas ao agronegócio chegou a 122,2 pontos, alta de 3,5 pontos em relação ao trimestre anterior e o melhor resultado da série histórica, superando o recorde anterior, registrado no terceiro trimestre de 2019.
A confiança das empresas de insumos agropecuários (122,5 pontos) superou em 3,2 pontos o resultado do trimestre anterior e foi apenas 0,4 ponto menor que o recorde registrado há um ano. “As indústrias de fertilizantes, por exemplo, começaram a fechar negócios para a safra 2020/21 com uma antecipação raramente vista. Fabricantes de defensivos agrícolas também fecharam o trimestre com a expectativa de confirmar o segundo ano consecutivo de crescimento de mercado, deixando definitivamente para trás um período de estagnação que se estendeu de 2014 a 2017”, explica Márcio Lopes de Freitas, presidente da OCB.
Já o Índice da Indústria Depois da Porteira chegou a 122,0 pontos, alta de 3,6 pontos em relação ao levantamento anterior. O resultado foi em boa parte puxado pelas indústrias de alimentos – especialmente as de carnes, favorecidas pela alta dos preços e das exportações no fim do ano.
O setor sucroalcooleiro também teve motivos para melhorar o ânimo: no fim do ano passado, os preços do açúcar começaram uma recuperação no exterior e as cotações do etanol se mantiveram em alta no mercado doméstico. Algo parecido aconteceu com os exportadores de café, que viram os preços aumentar no último trimestre de 2019. Para as empresas de logística, 2019 foi um ano de elevada movimentação de cargas, em razão dos grandes volumes de soja e de milho destinados à exportação.
Quanto aos Produtores Agropecuários, o entusiasmo foi mantido, refletindo numa alta de 16 pontos no índice de confiança, que marcou o recorde de 126,2 pontos. Pela primeira vez, desde que o levantamento começou a ser realizado, tanto os produtores agrícolas quanto os pecuaristas compartilham níveis elevados de entusiasmo na variável que avalia as Condições do Negócio.
Entre os produtores agrícolas, a confiança no 4º trimestre de 2019 chegou a bater 125,7 pontos, alta de 13,5 pontos. Uma das razões foi a recuperação dos preços de alguns dos principais produtos agrícolas no mercado externo, como soja, milho e café. Foi uma consequência, em parte, à reação positiva do mercado às negociações entre americanos e chineses que culminaram com a assinatura de um acordo comercial parcial em 15 de janeiro, afastando o que era, até recentemente, uma grave ameaça ao crescimento da economia mundial.
Márcio Freitas, da OCB, explica que a alta dos preços contribuiu para melhorar a relação de trocas de produtos por insumos, estimulando os agricultores a antecipar as compras de fertilizantes para a próxima safra (2020/21). Internamente, deve-se destacar também o bom momento para o crédito rural, com juros baixos e aumento nos recursos disponíveis. Do 3º para o 4º trimestre, a taxa Selic foi reduzida em 1,4 ponto percentual, mantendo uma trajetória de queda. O resultado poderia ter sido ainda melhor, não fosse uma relativa diminuição na confiança no que diz respeito à produtividade das lavouras. “O clima demorou mais do que o esperado para se regularizar em regiões produtoras importantes, tornando o período de plantio da safra de verão um pouco mais atribulado do que no ano anterior – chegou a faltar chuva em partes do Paraná, do Mato Grosso do Sul e do interior de São Paulo”, completou Márcio Freitas.
Entre os pecuaristas, em nenhum outro momento da série histórica esse grupo esteve tão otimista. A faixa de confiança se mantém por quatro trimestres consecutivos, sequência inédita na série histórica para o segmento, que era notadamente pessimista até o final do ano passado. Os resultados se sustentaram pelos bons ânimos relacionados ao crédito, à produtividade e aos preços – o que é, nesse último caso, corroborado pelos indicadores de mercado tanto para as carnes quanto para o leite.
O índice de confiança dos pecuaristas aumentou 23,3 pontos do 3º para o 4º trimestre de 2019, fechando o ano a 127,7 pontos. O principal aspecto por trás do otimismo são os preços: as cotações do boi gordo dispararam no fim do ano, com a elevação das exportações de carne para atender a demanda de proteína pela China, onde a Febre Suína Africana dizimou rebanhos. O índice que avalia a variável preços bateu em 149 pontos, alta de 49 pontos sobre o 3º trimestre e bem acima do recorde anterior, que foi de 114 pontos no 2º trimestre de 2016.
Para Skaf, as reformas estruturantes perseguidas pelo governo apontam para um ciclo de recuperação com crescimento do PIB, juros baixos, inflação contida e progressiva melhora da situação fiscal do País por um período duradouro. “O cenário impactará positivamente a dinâmica do agronegócio, que deve apresentar uma reação mais acentuada do consumo no mercado doméstico, que é vetor do crescimento da produção brasileira para vários produtos do setor”, disse.
A Campanha Império chega em 2020 a sua “última batalha” e as cooperativas têm como foco alcançar os R$ 50 milhões em sobras e solidificar cada vez mais sua presença nos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Rondônia. Para chegar a esses objetivos, o lema deste ano é “A hora da Conquista!”. A campanha foi lançada durante o Movimento Sicoob 2020.
Diretor Executivo da Central Rondon, Clademir Salmória, enfatizou que o desafio para este ano é grande, com o foco na expansão das cooperativas, melhoria de indicadores, crescimento de ativos e maior distribuição de sobras. Para ele, o encerramento da campanha em 2020 traz grandes responsabilidades às equipes que terão que redobrar seus esforços para o alcance dos objetivos traçados e planejados.
“Nossa missão é levar a bandeira do cooperativismo nas comunidades e lugares em que desejam ver o Sicoob atuando. Todos somos capazes disso, porque temos um time muito bem preparado para isso. Foi com este espírito de grupo que chegamos até aqui e é com ele que iremos ainda mais longe. Depende da atitude de cada um e contamos com vocês”, pontuou.
Entre os objetivos estabelecidos para 2020, “A hora da Conquista” pretende garantir o incremento de 15.600 novos associados, além de R$ 1,5 bilhão em recursos totais, R$ 50 milhões em sobras líquidas, taxa do INAD 90 menor ou igual a 2,5%, e os índices de cobertura e eficiência em 40% e 62% respectivamente. Para este ano, a Central Rondon tem como objetivo também a formação técnica de 100% dos conselheiros, diretores e colaboradores.
Motivação – A dinâmica para representar a campanha de 2020 teve participação dos próprios colaboradores. Ao chegarem para a premiação dos vencedores do ano passado, cada um recebeu um tijolinho para ser colocado em uma área específica que no final da noite se transformou em uma torre. O dispositivo simboliza a união, esforço e trabalho das equipes para juntas chegarem à hora da conquista. Com a torre do Movimento Sicoob erguida, singulares, agências e equipes agora se preparam para dar início aos planos de ação do ano, em busca dos objetivos para 2020.
“Já batemos números muito importantes e que pareciam impossíveis. Temos um desafio enorme pela frente e tenho certeza de que sairemos vencedores mais uma vez”, destacou o Diretor Administrativo e Financeiro, Emílio de Souza.
A oferta de 6.208 postos de trabalho colocou Dourados entre as cidades que mais geraram empregos em 2019 e chegou a ser considerado um fenômeno ao ser responsável pela metade dos empregos criados em Mato Grosso do Sul durante todo o ano passado.
Conforme dados divulgados pelo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) na sexta-feira, 24, a segunda cidade do interior de MS, com população que ultrapassa 220 mil habitantes, liderou com folga a geração de empregos no Estado, seguido por Campo Grande, que gerou 1.657 empregos em 2019; Três Lagoas (753), Sidrolândia (403), Nova Andradina (293) e Coxim (232).
Em nível nacional, Dourados ocupou a nona posição, ficando atrás de cidades importantes, como São Paulo, que teve saldo positivo de 80.831 novos postos de trabalho; Belo Horizonte (MG), 22.703; Curitiba (PR), 19.325; Brasília (DF), 16.241; Manaus (AM), 10.458; Barueri (SO), 7.546; Joinville (SC), 6.656; e São Luís (MA), 6.475. A décima posição ficou com Parauapebas (PA), que gerou 5.670 empregos.
O resultado conquistado pelo Brasil no ano passado (644 mil vagas de empregos formais) representa 21,63% a mais que o registrado no ano de 2018. De acordo com o Ministério da Economia, é o maior saldo de emprego com carteira assinada em números absolutos, desde 2013.
Para a prefeita Délia Razuk, a política de incentivos que o município implantou na atual gestão contribuiu sobremaneira para a chegada de novas empresas a Dourados e, com isso, o consequente aumento do número de vagas de emprego.
"Isto é importante, porque mostra o potencial do município e são resultados de ações que fomentam a geração de emprego, como o fomento a novas empresas e investimentos, o aporte à agricultura familiar, às ações de capacitação e inúmeras outras", disse a prefeita.
Só na obra de construção da Coamo Cooperativa Agroindustrial, inaugurada em novembro, foram gerados aproximadamente 2 mil empregos.
Já no fechamento do primeiro semestre de 2019, o Caged registrou que Dourados apresentava um saldo positivo de 5.342 novas vagas. Naquele período, foram 16.553 admissões contra 11.211 desligamentos no semestre.
Fonte: Prefeitura de Dourados
Roberto Rodrigues
Coordenador do Centro de Agronegócio da Fundação de Getúlio Vargas e embaixador especial da FAO para as cooperativas.
Sempre se fala, nas rodas do agro, da nossa incapacidade de comunicar adequadamente à sociedade em geral as boas características do setor rural, tanto internamente, quanto na área internacional. E, como consequência dessa suposta fragilidade, acabamos perdendo mercados para muitos dos nossos produtos nos acordos comerciais pelo mundo afora.
Por outro lado, há um intenso movimento em defesa do meio ambiente em todos os rincões do globo, muito especialmente entre a juventude, por natureza idealista e preocupada com o descaso para com a preservação dos recursos naturais. E uma consequência dessa realidade é a crescente mudança de hábitos de consumo, em busca de alimentos ditos saudáveis. Nesse particular, cresce o número de vegetarianos e/ou veganos que justificam não comer carne porque o desmatamento aumenta para criar gado.
Em ambos os casos, falta a informação correta. Cada pessoa decide o que vai consumir por qualquer razão, preferência, gosto ou crença. Isso é absolutamente natural. Mas não é preciso fazer campanha contra esse ou aquele alimento, muitas vezes agressiva. E a repetição da desinformação vai criando uma espécie de convencimento, que, ao final, se transforma em verdade.
Portanto, realmente é importante esclarecer questões controversas, mas esse não é o papel dos produtores ou de suas instituições, porque sempre serão vistos como defensores de seus interesses, e não da verdade. A função de mostrar a verdade dos fatos deve caber à Academia e a organismos governamentais isentos de ideologia ou preconceitos, que provem cientificamente seus argumentos.
Mas, quando a discussão implica grandes interesses econômicos de países que são nossos concorrentes ou empresas gigantescas multinacionais, não se pode dizer que eles não conheçam a verdade. Nesse caso, a situação é outra, como acabamos de verificar na COP-25, realizada em dezembro último, em Madrid, com a finalidade de definir as regras e o financiamento de créditos de carbono, tendo em vista as reduções globais de emissões de gases do efeito estufa: mais uma vez, nada se decidiu na bela capital espanhola.
Nesse caso, todos os negociadores estão cansados de saber que temos uma produção rural sustentável, que temos o Código Florestal mais duro do planeta, que temos 63% do território ainda coberto de vegetação nativa, que só usamos 8% do território para todas as plantações agrícolas (da alface ao eucalipto), que o nosso etanol de cana emite apenas 11% do CO2 emitido pela gasolina, que temos o maior programa de agricultura de baixa emissão de carbono do mundo (o Plano ABC), que já plantamos mais de 7 milhões de hectares de florestas etc., etc.
Todos os principais negociadores estão cansados de saber disso, e os nossos representantes públicos e privados reptem 3esse mantra insistentemente. E repetiram em Madrid.
Então, por que só insistem em apontar erros que ainda temos, mas estamos combatendo, como desmatamento ilegal ou incêndios florestais criminosos? Porque, é claro, todos também sabem que temos as condições essenciais para sermos, em pouco tempo, os campeões mundiais da segurança alimentar. E essa taça ninguém quer perder! Aí, acaba o jogo antes de fazermos gol...
(artigo publicado na revista Agroanalysis, de janeiro/2020)