Durante a abertura do Fórum de Cidadania Financeira, realizado pelo Banco Central do Brasil, hoje, em Brasília, com apoio do Sistema OCB, o diretor de Relacionamento Institucional, Luiz Edson Feltrim, comunicou a divulgação da classificação prévia das cooperativas de crédito, segundo os parâmetros estabelecidos na Resolução CMN 4434/15, que entrou em vigor no dia 6 de agosto. Clique aqui para rever a relação das cooperativas, bem como sua classificação.
ENTENDA – No dia 5 de agosto, o Conselho Monetário Nacional editou a Resolução CMN 4434/15, categoriza as cooperativas de crédito em três classes:
- PLENAS: aquelas que podem praticar todas as operações do mercado;
- CLÁSSICAS: aquelas que não podem ter moeda estrangeira, operar com variação cambial e nem com derivativos – instrumentos do mercado futuro – entre outros;
- CAPITAL E EMPRÉSTIMO: que não poderão captar recursos ou depósitos, sendo seu "funding" apenas o capital próprio integralizado pelos associados.
No dia seguinte (6/8), o normativo foi publicado no Diário Oficial da União. A partir desta data, o Banco Central passou a ter 90 dias para classificar e divulgar a setorização das cooperativas de crédito.
RECURSO – Cientes de sua classe, as cooperativas que não concordarem terão, também, um prazo de 90 dias para solicitar a revisão da classificação.
RISCO – Considerando a nova segmentação, também foram definidos novos valores de capital inicial e de patrimônio líquido. A estrutura de governança exigida e o regime de apuração do capital requerido também serão diferenciados de acordo com a classificação da cooperativa de crédito, que terá três anos para se adaptar.
No início de agosto, o presidente do BC, Alexandre Tombini, a mudança foi bem recebida pelo setor, porque a segmentação será adequada ao perfil de risco das cooperativas. “Essa é, além de uma providência de racionalização muito aguardada, um marco notável na história das cooperativas de crédito no Brasil”, disse Tombini.
ACOMPANHAMENTO – A chefe do Departamento de Regulação do Sistema Financeiro do BC, Silvia Marques de Brito e Silva, disse que a nova classificação vai permitir melhor acompanhamento e controle das cooperativas. Além disso, ela citou que, anteriormente, as mesmas exigências eram feitas a cooperativas com características diferentes. “Teremos um acompanhamento mais adequado, mais sistemático, porque vai levar em conta o risco”, disse.
No dia 13 de novembro, encerrando as comemorações do “Pensa 25 anos”, acontece na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP um seminário com o tema - Ajustes no agro brasileiro para maior inserção global. Na ocasião, estarão presentes o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues e o presidente da OCB Márcio Lopes de Freitas. Os dois cooperativistas abordarão aspectos sobre a agricultura brasileira e a contribuição das cooperativas agropecuárias para o setor.
Roberto Rodrigues é engenheiro agrônomo, com uma atuação que demonstra uma firme liderança na agricultura brasileira. Na ocasião, o embaixador especial da FAO/ONU colocará a sua visão como um pano de fundo para os debates.
Márcio Lopes Freitas preside a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), entidade que congrega o cooperativismo brasileiro de todos os ramos, de modo especial o agropecuário.
Haverá ainda a presença do Professor Decio Zylbersztajn e um debate aberto ao público.
Serviço
Data e horário: 13/11 às 11h.
Local: Sala da Congregação da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo, em São Paulo-SP.
Informações: (11) 3818-4005 ou pelo e-mail
Inscrições no site: http://pensa.org.br/ajustes-no-agro-brasileiro/
Sobre o Pensa
O Pensa é um centro avançado, dedicado à Gestão e Coordenação de Agronegócios, que atua nos cenários nacional e internacional, desenvolvendo a excelência em pesquisas acadêmicas aplicadas ao ensino. Está estruturado em forma de rede envolvendo diversas instituições de ensino e pesquisa, pesquisadores, executivos, industriais e produtores rurais.
O Centro de Conhecimento em Agronegócios é um programa de pesquisa do Departamento de Administração da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo, criado em 17 de junho de 1990. É cadastrado como grupo de pesquisa no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e é um programa institucional da Fundação Instituto de Administração – FIA.
Fonte: Ocesp
As cooperativas de crédito promovem o desenvolvimento econômico e asseguram o exercício da cidadania pela inclusão financeira, a partir de um trabalho de educação e esclarecimento, realizado junto aos associados. Desta forma, elas assumem, cada vez mais, um papel de destaque, contribuindo com o processo de bancarização da população brasileira.
Por este motivo, o Fórum de Cidadania Financeira, realizado desde ontem em Brasília pelo Banco Central e Sebrae, com apoio do Sistema OCB, promoveu hoje o talk show Cooperativas e Cidadania: fortalecendo o desenvolvimento local e sustentável. Os convidados foram o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, o embaixador especial da FAO para o cooperativismo mundial, Roberto Rodrigues, o consultor e coautor do livro “Rumos do Cooperativismo Financeiro no Brasil”, Marden Marques Soares, e o gerente da Unidade de Políticas Públicas e Desenvolvimento Territorial do Sebrae Nacional, Bruno Quick. A jornalista, Mara Luquet, da Rede Globo, fez a moderação do painel.
DIFERENCIAL – Segundo o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, o cooperativismo é um instrumento de organização e transformação social que promove ajuda mútua, colaboração e solidariedade na busca de soluções.
“As cooperativas de crédito, formadas hoje por mais de 7 milhões de associados, são responsáveis pela inclusão financeira direta dessas pessoas e, indiretamente, de suas famílias. Com atendimento personalizado e taxas de juros diferenciadas, extremamente competitivas, elas trazem aos seus cooperados autonomia financeira para administrarem suas despesas e empreenderem novos projetos. Para isso, os associados contam com orientação por parte de sua cooperativa, passando por um processo de educação financeira com o objetivo de promover um melhor uso de seus recursos”, comenta.
AÇÃO CONJUNTA – O presidente Márcio Freitas também destacou durante sua fala no talk show a parceria firmada entre o Sistema OCB, por meio do Sescoop, e Banco Central, visando à realização do programa Cidadania Financeira, desenvolvido desde 2013, com o objetivo de promover os direitos e deveres do cidadão com relação à sua vida financeira. “Esta é uma aliança que colabora com os esforços para que seja concretizada a missão do Sescoop, que é promover a cultura cooperativista e o aperfeiçoamento da gestão para o desenvolvimento das cooperativas brasileiras”, reforça o presidente.
Márcio Freitas explicou que a ação conjunta trata-se de um programa de formação em gestão de finanças pessoais, com foco no hábito de poupar e na responsabilidade no uso do crédito. Direcionada especialmente a multiplicadores e facilitadores, a proposta é formar uma rede cooperativa para a cidadania financeira. “Nossa intenção é contribuir com a melhoria da qualidade de vida das pessoas”, explica a liderança.
CAPILARIDADE – O presidente do Sistema OCB frisou, ainda, que as cooperativas de crédito estão presentes em 95% do território nacional, sendo que em 565 dos municípios brasileiros elas são as únicas instituições financeiras da localidade. “Este é um exemplo concreto de cidadania financeira e desenvolvimento para toda a comunidade.”
Segundo dados do Banco Central do Brasil, em dezembro de 2014 haviam 1.106 cooperativas e mais de 7,5 milhões de cooperado. No total, o Sistema Nacional de Crédito Cooperativo gera mais de 43 mil empregos diretos, possui R$ 143 milhões em ativos e capta depósitos da ordem de R$ 68 bilhões.
OUTROS DESTAQUES
LIDERANÇA GLOBAL – “No mundo há mais de um bilhão de cooperativistas. Se cada um tiver três dependentes, teremos quatro bilhões de pessoas vinculadas ao cooperativismo. Isso é mais da metade do povo do mundo! É por isso que dizemos que o cooperativismo é um movimento de pessoas que buscam o bem estar coletivo e que possui valores e princípios universalmente aceitos em todo o mundo, independente do governo e da religião. Acho que o Brasil deveria encabeçar o movimento de indicação do cooperativismo ao Prêmio Nobel da Paz, afinal, essencialmente, ele luta contra concentração da riqueza e a exclusão social.” Roberto Rodrigues - embaixador especial da FAO para o cooperativismo mundial
BLINDAGEM COMERCIAL - “As cooperativas têm diferenciais difíceis de serem superados: elas reciclam os recursos na região onde estão localizadas; têm taxas bem abaixo das praticadas no mercado financeiro mercantil; atendem personalizada e amigavelmente aos seus clientes, que também são cooperados; oferecem segurança, graças ao FGCoop; e o mais importante de tudo: aumentam a concorrência e regula o mercado, o que é fundamental para a economia brasileira. Todo esse conjunto de características singulares conferem uma blindagem comercial contra os fatores externos conjunturais.” Marden Marques Soares – um dos autores do livro “Rumos do Cooperativismo Financeiro no Brasil
MERCADO – “O cooperativismo de crédito cresceu muito rápido no Brasil, contudo, continua distante dos tomadores de microcrédito. Para se ter uma ideia, apenas 7% de todo o universo de micro empreendedores individuais têm uma conta corrente neste segmento. Os pequenos estão buscando os outros bancos para obter crédito e eles representam um importante nicho que pode ser explorado estrategicamente pelas cooperativas de crédito.” Bruno Quick - gerente da Unidade de Políticas Públicas e Desenvolvimento Territorial do Sebrae Nacional
O embaixador especial da FAO para o cooperativismo mundial, Roberto Rodrigues, se reuniu hoje com a diretoria executiva do Sistema OCB, para discutir a realidade do cooperativismo brasileiro, bem como as estratégias para torná-lo conhecido e reconhecido pela sociedade como movimento capaz de transformar a realidade socioeconômica das pessoas.
A reunião ocorreu na Casa do Cooperativismo, em Brasília e o embaixador, grande defensor do desenvolvimento sustentável e dos recursos naturais, fez questão de marcar sua passagem com um gesto que retrata sua preocupação com o futuro das novas gerações. Rodrigues plantou mudas de ipês ao redor da sede da Organização, junto com o presidente da entidade, Márcio Lopes de Freitas.
“O gesto de plantar uma árvore tem, para mim, três importantes sentidos: o primeiro é o da esperança no futuro. A planta enfrentará as intempéries naturais e deve florescer um dia, trazendo à tona a inspiração de que precisamos para continuar caminhando; o segundo diz respeito ao desprendimento e à humildade. Esta árvore viverá diversas décadas e eu, provavelmente, não estarei lá quando ela estiver vivendo sua plenitude, mas saberei que contribui com isso; e, por último, é uma ação concreta de caráter ambiental. Esta árvore vai sequestrar carbono, manter a água no solo, melhorará a qualidade do ar. Estes são os grandiosos retornos deste gesto”, explica Rodrigues.
PREFERÊNCIA – Segundo ele, sua planta favorita é o ipê amarelo. “Costumo dizer que ele é a árvore nacional, pois floresce em todas as partes do país. Além disso, é um grande exemplo para nós. O auge de sua florada ocorre entre os meses de agosto e setembro, em condições extremas de falta d’água, quando tudo parece morto. Aí, o ipê amarelo surge com sua resistência e beleza, sorrindo para quem passa pelas estradas e ruas”.
REFERÊNCIA – Roberto Rodrigues é um dos grandes entusiastas do cooperativismo mundial. Aqui no Brasil, além de ministro da Agricultura, ele também ocupou o cargo de presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) no período de 1985 a 1991.
As máquinas agrícolas estão isentas do pagamento do Seguro Obrigatório de Danos Pessoais causados por Veículos Automotores de Via Terrestre (DPVAT). A informação é proveniente do Ministério da Fazenda, que respondeu a um questionamento encaminhado pelo deputado Alceu Moreira (RS), representante de assuntos econômicos da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop).
A resposta do Ministério da Fazenda foi dada logo após o veto da presidente Dilma Rousseff a um dispositivo da Medida Provisória 673/2015 que dizia respeito à dispensa do DPVAT. A justificativa do veto da presidente exigia o pagamento, ou seja, queria insistir na cobrança, o que foi negado pela Fazenda.
O ministério explicou, ainda, que na inexistência do licenciamento, conforme previsto na MPV sancionada, o DPVAT automaticamente fica isento, não havendo legalidade na sua cobrança. Entretanto, a decisão indica que, no caso de um acidente com esse tipo de veículo, a vítima não terá cobertura do seguro.
Conforme posição do Sistema OCB, a cobrança do DPVAT sobre máquinas agrícolas resultaria num custo muito superior ao cobrado dos carros de passeio, que circulam exclusivamente nas rodovias. Até porque as máquinas agrícolas circulam 99% do tempo dentro das propriedades e com uma incidência de acidentes inferior a 1% do total ocorrido no país.
Ainda de acordo com o Ministério, o questionamento do deputado Alceu Moreira gerou uma minuta de resolução normativa, a ser analisada nos próximos dias, para esclarecer melhor as isenções previstas aos proprietários de tratores, colheitadeiras e outras máquinas agrícolas.
HISTÓRICO – Uma das grandes conquistas legislativas do setor agropecuário em 2015 diz respeito à aprovação da MPV 673/2015, transformada na Lei nº 13.154/2015. A nova lei estabelece que as máquinas agrícolas, caso transitem em via pública, ficam sujeitas ao registro único, sem ônus, em cadastro específico do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), dispensados o licenciamento e o emplacamento. O registro é exigível a máquinas produzidos a partir de 1º de janeiro de 2016.