ENTREVISTA DA SEMANA: RODRIGO GOUVEIA

As cooperativas, em nível mundial, precisam se organizar para aproveitar as oportunidades que estão surgindo diante deltas. A análise é do diretor de Política Internacional da Aliança Cooperativa Internacional (ACI), Rodrigo Gouveia, que esteve em Brasília, nesta semana, para ministrar uma palestra sobre o papel deste organismo no desenvolvimento global cooperativas.

A palestra foi ministrada durante o Seminário Cooperativismo e Desenvolvimento Internacional, ocorrido na sede do Sistema OCB, em Brasília, e que reuniu lideranças de seis países para discutir o papel do cooperativismo em Angola, Botsuana, Guiné Bissau, Moçambique, Portugal e Timor Leste como agente de promoção socioeconômica internacional. Leia, abaixo, a opinião de Rodrigo Gouveia, a respeito dos desafios e oportunidades que as cooperativas têm diante de si nos próximos anos.

Qual a percepção da ACI sobre o cooperativismo de modo global?

Rodrigo Gouveia – Nossa percepção é de que o cooperativismo está ganhando uma nova dinâmica, encontrando-se em grande desenvolvimento. Em nível mundial, circunstâncias como crises econômicas e financeiras, resultaram em grandes questões e, por isso, pessoas, governos e instituições passam a olhar para as cooperativas como ferramentas essenciais ao desenvolvimento sustentável.

Em relação ao Brasil, como a ACI vê o movimento cooperativista?

Rodrigo Gouveia – Na nossa análise, o cooperativismo brasileiro é muito forte e respeita os princípios cooperativistas, sobretudo a intercooperação, o que o torna um grande contributo com o desenvolvimento do setor em outros países do mundo. Um bom exemplo é exatamente esse trabalho feito com os representantes do movimento cooperativista dos países de língua portuguesa.

(No início da semana, um grupo de representantes de cooperativas de seis países de língua portuguesa estiveram no Brasil, aprendendo e prospectando experiências, com o apoio do Sistema OCB).

A participação das cooperativas brasileiras nos eventos da Aliança mostra que as cooperativas do Brasil não só são fortes, mas estão alinhadas com os princípios e valores do cooperativismo.

Onde mais esse alinhamento é percebido pela Aliança?

Rodrigo Gouveia – O cooperativismo brasileiro, quando pensamos em termos gerais, é facilmente comparado ao movimento cooperativista de outros países como Alemanha, Itália, Canadá, Austrália e Japão. É importante destacar que a Aliança Cooperativa Internacional tem representantes em 94 países e, de uma forma geral, todos eles, uns mais e outros menos, todos têm muito empenho no desenvolvimento alinhado do cooperativismo.

Quais os principais desafios do movimento cooperativista internacional nos próximos anos?

Rodrigo Gouveia – Existem vários desafios, neste momento, em nível mundial. Por exemplo, a Organização das Nações Unidas está definindo os objetivos de desenvolvimento sustentável que guiarão as iniciativas de 2015 a 2030. Obviamente as cooperativas têm um forte papel a desempenhar nessa área, portanto este será um dos setores onde deveremos atuar mais fortemente, pela oferta de oportunidades.

De uma forma geral, o grande desafio é fazer com que as sociedades, governos e entidades percebam que as cooperativas são uma ferramenta essencial para um crescimento econômico sustentável, não apenas ao nível econômico, mas social e ambiental.

Temos ainda de fazer com que a economia mundial seja mais diversificada, integrando mais as cooperativas. Isso deve, portanto, estimular o desenvolvimento e a produção por parte delas, proporcionando que a sociedade mundial evolua num sentido melhor do que o que tem ocorrido.

Além disso, a riqueza está cada vez mais concentrada em um número menor de pessoas e as cooperativas têm soluções para isso, pois têm uma forma mais justa de distribuir a renda e criam mais empregos, o que, aliás, está comprovado. Por falar em empregos, o que são gerados no universo cooperativo são mais sustentáveis, mais decentes. Por tudo isso, temos todas as condições de ter um papel mais ativo na economia mundial.

Além de desafios, o setor também tem diante de si, oportunidades. É possível citar algumas?

Rodrigo Gouveia – Uma das grandes oportunidades que temos é no campo da sustentabilidade ambiental, porque as cooperativas são por natureza empresas sustentáveis. Outra grande oportunidade é a luta contra a pobreza e contra a fome. Em 2050 o mundo terá 9 bilhões de habitantes e será preciso alimentar essas pessoas de forma sustentável, com isso, as cooperativas têm diante de si um grande papel a desempenhar.

Outra oportunidade é que, com o crescimento comercial mundial e com a abertura de novos mercados, as cooperativas têm uma grande chance de se desenvolverem economicamente. Entretanto, para isso, precisam promover transações entre si, além, é claro, de buscar outros tipos de clientes, de forma multilateral e global.

Fonte: OCB

Grupo de Trabalho do CECO discute novas regulamentacões do BCB

Integrantes do Grupo de Trabalho do Conselho Consultivo de Crédito do Sistema OCB se reuniram hoje para discutir, dentre outros assuntos, a proposta de plano de ações para 2015, a ser apresentada em reunião ordinária do conselho, prevista para abril do ano que vem. A reunião ocorreu na sede do Sistema OCB, em Brasília. Além disso, também foram discutidas as novas regulamentações apresentadas pelo Banco Central do Brasil, no mês passado. Dentre elas, destacam-se:

AUDITORIA COOPERATIVA – O BCB colocou em consulta pública minuta de resolução que trata de novo modelo de Auditoria Cooperativa nas cooperativas de crédito. Entre outras atividades, a Auditoria Cooperativa abrangerá, de forma segregada, parte importante das atribuições hoje previstas no que se denomina de supervisão auxiliar, além da verificação das informações contábeis e financeiras, do cumprimento dos dispositivos legais e regulamentares e da qualidade na gestão das cooperativas centrais de crédito.

O modelo prevê, ainda, que esse serviço deverá ser realizado por Entidade de Auditoria Cooperativa (EAC). Espera-se com isso permitir maior especialização e integração da Auditoria Cooperativa com as atividades de supervisão desempenhadas pelo Banco Central. Clique aqui para acessar o edital.

NOVA SEGMENTAÇÃO – O BCB também colocou em consulta pública minuta de resolução que traz nova segmentação das cooperativas de crédito, visando refletir de forma mais adequada o perfil de risco dessas instituições e aplicar as regras prudenciais adequadas. Além disso, a proposta também aprimora as regras relativas ao processo de autorização e de cancelamento de autorização para funcionamento das cooperativas de crédito e possibilita que entidade de auditoria cooperativa (EAC) possa realizar auditoria independente no documento Balanço Combinado do Sistema Cooperativo, e auditoria externa nas demonstrações contábeis das cooperativas com as quais possua vínculo societário direto.

Na minuta de resolução proposta as condições de associação às cooperativas de crédito passam a ser livres, definidas apenas pela assembleia geral e formalizadas no estatuto social da cooperativa. A regulação apenas classificaria as cooperativas em três classes, de acordo com as operações realizadas, e aplicaria os requisitos prudenciais e requisitos de governança conforme a complexidade e, em consequência, o grau de risco de cada classe.

No tocante ao processo de autorização para funcionamento das cooperativas de crédito, a minuta de resolução proposta exige apresentação de sumário executivo do plano de negócios nos pedidos de autorização para constituição e funcionamento de cooperativa de crédito singular que não pretenda se filiar a cooperativa central. Prevê ainda a possibilidade de o Banco Central realizar entrevista técnica com o grupo organizador da instituição e inspeção pré-operacional para avaliar a compatibilidade entre a estrutura organizacional implementada e aquela prevista no plano de negócios. Clique aqui para acessar o edital.

SOCIEDADE GARANTIDORA – O BCB colocou em consulta pública minuta de resolução dispondo sobre a constituição e o funcionamento das cooperativas de crédito que tenham como objeto social principal a prestação de garantias em operações de crédito realizadas com micro e pequenas empresas (MPE).

Fonte: OCB

Grupo de Trabalho se reúne para tratar de acordo firmado com ANS

Integrantes do Grupo de Trabalho responsável por discutir ações para a implementação do acordo de cooperação técnica firmado junto à Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) tiveram sua primeira reunião no último dia 29/11, em Goiânia (GO). A equipe é formada por representantes dos Sistemas Uniodonto, Unimed e OCB.

O acordo, firmado no início deste ano, objetiva à “promoção, avaliação, desenvolvimento e fortalecimento dos mecanismos de regulação utilizados pelas cooperativas operadoras de planos privados de assistência à saúde, bem como para o fornecimento do intercâmbio de informação sobre o segmento cooperativo de saúde”. Os desdobramentos e ações da reunião devem começar ainda neste ano.

Fonte: OCB

Diretor da ACI afirma que cooperativismo é o melhor modelo socioeconômico do mundo

O diretor de Política Internacional da Aliança Cooperativa Internacional (ACI), Rodrigo Gouveia, foi o indicado do Sistema OCB para participar do segundo painel interativo do evento “Diálogo sobre o setor extrativo e o desenvolvimento sustentável: fortalecendo a cooperação público-privada no contexto da Agenda Pós-2015”, que ocorre em Brasília desde ontem. Participam do evento mais de 300 representantes – de 50 países – das indústrias extrativas, de diferentes governos e da sociedade civil.

O evento, que termina amanhã, é promovido pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), com apoio do Sistema OCB e parceria da Embaixada Britânica em Brasília. No final, um documento será elaborado, contendo propostas do setor endereçadas aos países do mundo com vistas ao atingimento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio.

Rodrigo foi um dos participantes a discutir sobre como as organizações públicas, privadas ou cooperativas podem reforçar e melhorar as habilidades dos empregados, aproveitando oportunidades de formação profissional. Segundo ele, as cooperativas, por sua natureza, são um dos melhores mecanismos de desenvolvimento social, aliado ao econômico e ambiental.

“As cooperativas são empresas de pessoas que trabalham por pessoas. Elas criam empregos e os tornam estáveis. Para se ter uma ideia, em 2012, quando a Espanha atravessava uma de suas piores crises econômicas, com uma taxa de desemprego de 37%, as cooperativas espanholas aumentaram os postos de trabalho em 7,2%”, exemplifica.

Além disso, na visão do especialista, as cooperativas são o melhor modelo gerador e divisor de riquezas. “Tudo que é gerado no âmbito da cooperativa é reinvestido nas pessoas que a compõe e na sociedade que a rodeia. Diante de tantas provas incontestes como estas, acredito que os governos devem ser os primeiros a estimular seus países a criarem sociedades cooperativas”, finaliza o diretor de Política Internacional da ACI.

O evento tem sido acompanhado pela equipe técnica do Sistema OCB. Para o coordenador do Conselho Consultivo do Ramo Mineral, Sérgio Pagnan, as discussões representam uma nova visão sobre o setor. “Os temas tratados aqui estão diretamente ligados às cooperativas de mineração, cuja atividade impacta o meio ambiente. Então, os casos que mostram como os países têm encontrado soluções para resolver este tipo de problema são de extrema relevância para nós. Certamente será possível levar às nossas cooperativas formas criativas de explorar a nossa atividade, sem degradar a fauna, a flora e a população local”, argumenta.

O presidente da Cooperativa dos Garimpeiros do Vale do Rio Peixoto (Coogavepe), Gilson Camboim, avaliou o evento como sendo um marco divisor na história do cooperativismo mineral.

“Como todo o setor está focado na globalização, percebemos que o setor mineral, por trabalhar com bens limitados, tem focado sua atuação na figura humana. Com isso, é possível ver um envolvimento maior entre cooperativas e a comunidade local, que passa a ter uma participação mais ativa neste contexto. O setor está mudando e, em função disso, gerando diversas oportunidades que as cooperativas não poderão deixar de perceber,” reforça Gilson Camboim.

BOLÍVIA – Outro convidado do Sistema OCB para representar o setor cooperativista no evento, foi o presidente da Confederação Boliviana de Cooperativas, Albino Garcia Choque. A liderança internacional participou do painel que discutiu a proteção do meio ambiente, com ênfase na sustentabilidade dos recursos naturais.

ONTEM – O setor extrativista hoje representa cerca de 5% do PIB global, gerando, aproximadamente, US$ 3,5 trilhões em receita anual bruta, afirmou o Secretário de Geologia e Transformação Mineral do Ministério de Minas e Energia, Carlos Nogueira, ao representar o Ministro Edison Lobão na abertura do evento, realizada ontem.

O secretário ressaltou que no Brasil, o setor mineral é de grande importância para a balança comercial brasileira, sendo que em 2013, apresentou superávit de US$ 27,4 bilhões. “Ainda em 2013, a participação de bens minerais nas exportações brasileiras foi de 23,5%. O PIB do setor mineral foi de US$ 85 bilhões, uma participação de quase 4%”, declarou.

POBREZA – A diretora e administradora assistente do Centro Regional para a América Latina e o Caribe do PNUD (UNDPLAC), Jessica Faieta, afirmou que o setor tem responsabilidade com a condução das suas atividades, pois elas “podem tirar milhões de pessoas da pobreza”.

O representante residente PNUD e coordenador residente do Sistema ONU no Brasil, Jorge Chediek, destacou que o setor extrativo pode ser fonte de grandes investimentos nos países em desenvolvimento, portanto é um ator central em termos de potencial econômico nesses países.

“Há uma mudança nos paradigmas sobre como produzimos, consumimos e interagimos uns com os outros. Um dos maiores desafios que temos pela frente é como desenvolver um sistema de incentivos, negativos e positivos, para que todos os atores possam vir e fazer parte desta visão de mundo que estamos construindo. Temos de fazer este entendimento ser tão atraente, tão lógico, tão básico, que ele se tornará o único caminho possível.” (Com informações do PNUD)

Fonte: OCB

 
Seminário de Líderes ocorre hoje

Seminário de Líderes ocorre hoje

No dia 5 de dezembro, às 13 horas, no auditório do Sistema OCB/MS será realizado o Seminário de Líderes 2014, que este ano tem o objetivo de proporcionar a análise e reflexão da economia brasileira para os próximos dois anos, bem como o papel das lideranças no desenvolvimento econômico e social das cooperativas do Mato Grosso do Sul.

Para isso, a programação conta com duas palestras: “Panorama da Economia Brasileira para 2015/2016”, com Samuel Pessôa, doutor em Economia pela Universidade de São Paulo, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas no Rio de Janeiro e colunista do jornal Folha de São Paulo. E a palestra “A Arte de Viver a Mudança” com Dulce Magalhães, educadora, pesquisadora, escritora e palestrante com Ph. D. em Filosofia com foco em Planejamento de Carreira pela Universidade Columbia (USA), Mestre em Comunicação Empresarial pela Universidade de Londres.

O seminário é destinado a dirigentes, funcionários e associados das cooperativas, além dos dirigentes e Equipe Técnica do Sistema e ainda conta na programação a solenidade de entrega dos certificados de conclusão do Programa de Secretariado de Cooperativas, FORMACOOP – Programa de Formação de Dirigentes e Gerentes de Cooperativas e do Programa de Desenvolvimento de Líderes Cooperativistas. No encerramento será servido coquetel aos participantes.

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