Jornal da Globo afirma: seis milhões de brasileiros buscam cooperativas de crédito

As cooperativas do Ramo Crédito foram destaques do Jornal da Globo de SEGUNDA-FEIRA à noite. A reportagem afirma que, em tempos de juros nas alturas, os brasileiros as estão procurando como alternativas. A matéria também informa que o Sistema Nacional de Crédito Cooperativo, que reúne mais de mil cooperativas de crédito no país, tem crescido. Clique aqui para assistir.

A comentarista da Rede Globo para assuntos relativos a finanças pessoais, Mara Luquet, explicou que vale muito a pena procurar uma cooperativa de crédito, devido aos custos competitivos, geralmente abaixo do mercado financeiro convencional. Confira!

Para o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, a reportagem e o comentário de Mara Luquet refletem o bom momento pelo qual passam as cooperativas de crédito, por uma série de características que as diferenciam dos demais bancos.

“O cooperativismo de crédito brasileiro tem se posicionado como um importante agente de inclusão financeira, a partir da democratização do crédito, chegando, inclusive, em localidades mais isoladas, onde outras entidades não direcionam investimentos para atuar. Em 415 municípios do país, por exemplo, elas são a única instituição financeira local e conseguem oferecer esse crédito a taxas menores do que as usualmente praticadas, orientando os seus associados em um processo de educação financeira para o melhor uso dos recursos”, comenta Márcio Freitas.

No Brasil, essa ideia já mobilizou mais de 6,5 milhões de cidadãos, cooperados em 1.154 cooperativas de crédito.

Fonte: OCB

Estamos em recessão técnica, afirma especialista no MS Agro 2014
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Estamos em recessão técnica, afirma especialista no MS Agro 2014

O Brasil já está em recessão técnica. A afirmação é do economista Eduardo Gianetti, palestrante do MS Agro 2014, seminário realizado pelo Sistema Famasul - Federação da Agricultura e Pecuária de MS, nesta sexta-feira (07), com o apoio do Sistema OCB/MS. Segundo o especialista, que falou para um auditório lotado de produtores e lideranças de diversos setores da economia sul-mato-grossense, o cenário é reflexo de dois trimestres seguidos de PIB - Produto Interno Bruto negativo verificados em 2014 em relação aos trimestres dos anos anteriores.

Gianetti associa o atual patamar a três fatores: baixo crescimento da economia, inflação e problemas no comércio exterior. Em relação ao primeiro tópico, o palestrante destacou que se entre 2003 a 2010 o país crescia na casa dos 4%, nos últimos quatro anos a média anual fica em 1,6% ao ano, nível muito baixo. "Para se ter uma perspectiva histórica, se pegarmos toda a ‘era republicana’, desde 1889, apenas dois governos tiveram crescimento anual médio inferior a esse: o de Floriano Peixoto e de Fernando Collor. A comparação não é fácil".

"Este ano, o crescimento econômico vai ficar em torno de 0,3%, praticamente uma economia parada", ressaltou. Para o economista, o agronegócio, setor que sustenta a economia brasileira, é um dos que menos depende de ‘favorecimentos’ do Governo. "Mas se o País tivesse estrutura suficiente, o setor poderia estar muito mais à frente do que está", complementou.

Outro ponto negativo da conjuntura brasileira citado pelo economista foi a inflação pressionada, que oscila muito próximo ao teto estabelecido pelo Governo e é fruto de inadequadas medidas políticas "O Governo passou a usar controle de preços administrados para segurar artificialmente a inflação no curto prazo (..), assim como o câmbio tem sido represado", enfatiza o especialista, lembrando que a medida é preocupante e não permanecerá infinitamente.

Sobre os problemas nas contas externas, Gianetti afirmou que durante muito tempo o país tinha um saldo positivo na conta corrente, mas houve uma mudança neste cenário e hoje existe um déficit equivalente a 3,7% do PIB brasileiro, mais de US$ 80 bilhões . "Voltamos a uma situação de vulnerabilidade externa", lamenta.

Em sua palestra, Gianetti avaliou que, de alguns anos para cá, o País vive hoje uma sucessão de desapontamentos e frustrações comparado àquela perspectiva de que o Brasil iria encontrar um padrão de alto desempenho econômico. "O termo que melhor designa o atual momento é reversão de expectativa. Há algum tempo, o Brasil despontava para si mesmo e para o mundo como um país de excepcional desempenho (...), com crescimento acima de 4% entre 2008 e 2010, considerado razoável", destacou o Gianetti, reforçando que, na época, a bom momento econômico estava aliado à inclusão social, quando 35 milhões de brasileiros mudaram de categoria de renda.

Em contrapartida ao panorama negativo, Gianetti apontou dois alentos: o alto nível de emprego e a manutenção da renda real das famílias. O Governo Federal tem apenas dois caminhos neste próximo mandato, na avaliação de Gianetti. O primeiro é a curva de aprendizado, onde será adotada uma postura de crítica e de mudanças, e o outro rumo é a aposta redobrada na atual política econômica. Na avaliação do especialista, o segundo caminho seria perigoso. “Apertem os cintos”, brincou.

Talk Show - Após a palestra, o economista Eduardo Gianetti, os deputados federais eleitos, Luiz Henrique Mandetta e Tereza Cristina Corrêa Dias, juntamente com o presidente da Famasul, Eduardo Riedel, responderam uma série de perguntas dos participantes do evento. O debate foi mediado pelo jornalista, Heraldo Pereira.

Eduardo Riedel enfatizou que Mato Grosso do Sul tem tido desempenho econômico satisfatório nos últimos anos, impulsionado pelo movimento político estadual. "No nosso Estado, ocorreram fortes investimentos em infraestrutura adotados na gestão anterior. E este é também o perfil do governador eleito, Reinaldo Azambuja. Não deverá haver descontinuação no projeto de desenvolvimento de Mato Grosso do Sul", destacou

Fonte: Sistema Famasul

Especialista em mídias sociais fala da importância do alinhamento sistêmico para o fortalecimento da marca

A escritora, consultora e palestrante nas áreas de marketing digital, inovação e educação, Martha Gabriel, esteve presente no segundo dia do Encontro de Comunicadores do Sistema OCB, em Brasília. Na sexta-feira à tarde, ela falou sobre Estratégias e Comportamentos nas Novas Mídias Sociais, abordando as oportunidades de se estar nas plataformas sociais da internet e sobre os riscos trazidos pela ausência das organizações ou empresas desses ambientes virtuais. Na entrevista desta semana, ela deu uma prévia do que vai ser a palestra e comentou sobre a importância do alinhamento entre as unidades do Sistema OCB para o fortalecimento da marca. Confira!

Como as organizações podem se beneficiar do fenômeno das mídias sociais?

Martha Gabriel – Primeiro, conhecendo os ambientes virtuais, pois não é possível se beneficiar de algo que não se conhece. Sempre digo que é necessário conhecer e se educar, para ver o que essas novas mídias podem representar em termos de oportunidades e de ameaças. Depois, é importante ouvir o que está ocorrendo, estudar o ambiente e fazer a análise de tudo que ele pode oferecer. O momento seguinte é fazer um plano estratégico. Com esse planejamento será possível conhecermos as novas mídias e entendermos como elas modificam o comportamento das pessoas, dando oportunidades ou gerando ameaças à organização. Isso aumentará as chances de se obter sucesso com as mídias sociais.

Falando mais claramente: sempre digo que é o mesmo e antigo plano de marketing que já fazíamos, mas com um método com mais plataformas e que leva em consideração outros comportamentos dos públicos que temos de avaliar. Basicamente esse plano estratégico é o que já fazíamos, só que, agora, com a incorporação de novos players, tecnologias e plataformas digitais.

Quando uma organização opta por estar fora das redes socais existem prejuízos inerentes? Quais?

Martha Gabriel – Certamente, sim. Mesmo que não se tenha escolhido as redes, o primeiro prejuízo é o de imagem. Existe uma pesquisa que afirma que, quando as pessoas entram em contato pela primeira vez com qualquer empresa ou produto, buscam mais informações no Google. E quando essa empresa não tem nenhuma plataforma nas mídias sociais, a imagem da empresa já é negativa.

Imagine só: você vê uma caneta, gosta dela e vai buscar mais informações sobre o objeto. Quando o cliente não vê nada sobre a empresa nas redes sociais, é como se a empresa não existisse.

É importante que as empresas percebam que mesmo sem estar nas mídias sociais, o público delas está. Com isso, indiretamente as empresas estarão no universo digital, em algum grau, pois os seus clientes falam delas. É gente que fala bem e que fala mal.

Então eu pergunto: se a empresa não está no Facebook, por exemplo, como será possível dialogar com essas pessoas? Isso só é possível se a empresa tem perfis nas mídias sociais. Por isso, minha recomendação é: as empresas devem estar nas plataformas sociais, pois do contrário estarão sob ameaças o tempo todo e, mais ainda, desperdiçando valiosas oportunidades.

Qual a importância de um alinhamento nacional entre as entidades do Sistema OCB para o fortalecimento de sua marca?

Martha Gabriel – Se o Sistema OCB não tiver a mesma mensagem, a mesma linha que as pessoas percebam como sendo parte de um todo, estará fazendo um esforço completamente perdido. Esse desalinhamento pode, inclusive, colocar em risco e até destruir a imagem total do sistema.

Vou dar um exemplo: a Aple. É uma das marcas mais fortes do mundo. Independente do país, a Aple tem exatamente a mesma logo, os mesmos valores, a mesma linha de comunicação. É o caso, também, do MacDonalds. Já pensou se em cada país a marca fosse adaptada para as características regionais? Seria impossível reconhecer a marca global.

É importante unificar a linguagem, o visual e a gestão de marca entre todas as unidades estaduais, senão se perde a força que o Sistema OCB já tem e vem conquistando mais e mais. Voltando à Aple, por exemplo, sempre que é divulgada a notícia de um de seus lançamentos, o mundo todo percebe a força da marca e sabe quais as características do novo produto. Isso é a força do branding. É o que precisa ocorrer com o Sistema OCB.

De que forma as redes sociais podem potencializar a imagem da organização?

Martha Gabriel – Primeiro é preciso ter um planejamento para essas redes. A internet e as mídias sociais são ferramentas de amplificação. Com isso, qualquer coisa que se tenha no mundo físico, a internet e as mídias sociais amplificam. Então, se for realizada uma estratégia de marketing, aqui no mundo físico, e usarem a internet para propagar, certamente a campanha alcançará muito mais gente.

Temos duas dimensões estratégicas que precisam ser consideradas nesse planejamento:

Estratégia de conteúdo, ou seja, o tipo de conteúdo que será colocado nas plataformas com o objetivo de fazer com que o público o conecte à sua marca, ao significado dela e aos valores da organização. Assim, as plataformas podem ser usadas para propagar as ideias e a imagem pretendida pela empresa.

Segunda coisa: as mídias sociais são excelentes canais de relacionamento. No passado, tínhamos limitação para conversar com as pessoas. Nas redes sociais é preciso estar preparado para essa comunicação e, ainda mais, para utilizar isso a seu favor.

Por essa lógica, é possível afirmar que, se fizermos ações erradas no mundo físico, o risco também aumenta, pois pode viralizar muito rápido, considerando a variável amplificadora da internet.

Fonte: OCB

Divulgada lista das cooperativas finalistas do Prêmio Cooperativa do Ano
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Divulgada lista das cooperativas finalistas do Prêmio Cooperativa do Ano

O Sistema OCB divulgou hoje a lista das finalistas da 9º edição do Prêmio Cooperativa do Ano. No total, 21 cooperativas foram classificadas e seus projetos estão entre os melhores do país. Entretanto, o ranking dos três primeiros lugares de cada uma das sete categorias só será conhecido no dia 25/11, quando ocorrerá a cerimônia oficial de entrega dos troféus. O evento será realizado em Brasília.Clique aqui para conhecer os finalistas.

Fonte: OCB

Entrevista sobre ato cooperativo - João Muzzi

No início do mês de outubro, o Informativo do Sistema OCB veiculou uma entrevista com o consultor jurídico João Muzzi Filho, que abordou, de maneira didática, a questão do julgamento pelo Supremo Tributal Federal, de recursos extraordinários que discutem a tributação incidente sobre cooperativas e cooperados. Por isso, considerando que dois destes recursos estão hoje em julgamento no STF, replicamos o material a fim de reforçar a posição do Sistema OCB sobre a pauta em questão.

O que é o Ato Cooperativo?

João Muzzi Filho – Na verdade, o ato cooperativo é a alma do cooperativismo. É em essência o ato pelo qual a cooperativa faz a inclusão socioeconômica de seu cooperado em um determinado ambiente econômico, consentâneo com o objeto social da cooperativa. Por ser uma sociedade de pessoas, a cooperativa faz isso com o propósito de angariar negócios e oportunidades para esse grupo de pessoas. Então, em observância à Lei nº 5.764/71, a cooperativa faz isso sem objetivo de lucro ou resultado para si. Todo negócio angariado por intermédio da cooperativa é repassado ao quadro social.

É fundamental destacar que o Ato Cooperativo está previsto na lei geral do cooperativismo (Lei nº 5.764/71). O que essa lei pretende ao conceituar o ato é, além de delimitar-lhe, definir com rigor onde a riqueza se fixa quando de sua prática, momento em que haverá a incidência tributária. Quando se está a falar em ato cooperativo, a riqueza é em essência fixada na pessoa do cooperado. A cooperativa é apenas uma caixa de passagem. Por esta razão, a própria lei cooperativista reconhece a não incidência tributária sobre o ato cooperativo na figura da cooperativa.

Porque o cooperativismo tem lutado pela regulamentação do ato?

João Muzzi Filho – O ato cooperativo está regulamentado pela Lei nº 5.764/71, por meio de seu artigo 79 e parágrafo único. Além de definir-lhe o alcance, a norma determina que ato cooperativo não implica operação de mercado, nem contrato de compra e venda de produto ou mercadoria. Portanto, retira do ato cooperativo o seu conteúdo econômico sob a perspectiva da cooperativa.

Com isso, o ato cooperativo passa a ser aquele através do qual a cooperativa recebe ou atua por seu cooperado, por meio da inclusão que ela fez do cooperado em um determinado ambiente econômico, e a ele repassa o produto da atividade que este mesmo cooperado efetivou por intermédio dela.

Poderia nos exemplificar a questão?

João Muzzi Filho – Sim. Uma cooperativa agropecuária de produtores de leite, por exemplo, tem uma realidade bastante prática. O produtor de leite encaminha sua produção à cooperativa, que, por sua vez prepara esse alimento para consumo e o comercializa em função do cooperado. A própria cooperativa recebe o resultado da venda e, em ato contínuo, o repassa o produto dessa venda ao cooperado. Esse ciclo de ir e vir, de caminhar e voltar, define bem o ato cooperativo no Ramo Agropecuário. É importante ressaltar que cada ramo possuiu um ciclo particular. A questão não é saber se o ato cooperativo é tributado, mas onde ele é tributado. E no cooperativismo a tributação já ocorre na pessoa física.

Pretender tributar o ato cooperativo tanto na pessoa jurídica da cooperativa quanto na pessoa física do cooperado seria impor um ônus inconciliável com a essência jurídica dessa atividade e com o resultado socioeconômico que dela se espera. E é isso o que infelizmente ocorreu, por exemplo, com a exigência do PIS e Cofins sobre o ato cooperativo, como se afere em alguns ramos cooperativistas desde 1999.

Sob essa ótica, qual a diferença entre uma cooperativa e uma empresa comercial?

João Muzzi Filho – Nas sociedades comerciais, por serem entidades que buscam resultados para si próprios, a tributação é feita totalmente sobre elas, pois ali revelam sua capacidade contributiva. E, na maioria das vezes, quando se distribui o resultado obtido pelas empresas comerciais, ou seja, o lucro, ele é isentado na pessoa física do sócio. Ou seja, o tributo ocorre na pessoa jurídica e é isentado na pessoa física.

No cooperativismo é o inverso. Como é premissa que as cooperativas não buscam resultado para si, mas simplesmente o repassam ao cooperado, em tese ela não poderia ser tributada, já que atua juridicamente em função desse repasse, inclusive porque o cooperado, enquanto pessoa física, revelando sua capacidade contributiva, será tributado. Então, quando se fala em benefício, favor ou vantagem ao ato cooperativo é uma inverdade, porque o ato cooperativo é, sim, tributado. A questão não é saber se o ato cooperativo é tributado, mas onde isso ocorre. E no cooperativismo ele é tributado na pessoa física, como sempre o foi.

O que o sistema cooperativista objetiva junto ao Judiciário não é um pleito de favor, mas simplesmente mostrar onde, exatamente, o ato cooperativo pode e deve ser tributado. Estamos discutindo apenas a não tributação desarrazoada na pessoa jurídica da cooperativa e também na pessoa física do cooperado, como se pretende hoje em dia.

Se isso continuar, temos um modelo tributário que levará o cooperativismo brasileiro à inanição e exatamente porque a carga tributária incidente sobre o setor – essa dupla incidência tributária considerada a cadeia econômica – não pode ser suplantada por nenhum modelo de gestão, por mais eficiente que seja.

Porque a tributação é o maior desafio do setor cooperativista, atualmente?

João Muzzi Filho – A discussão tributária é extremamente sensível para esse modelo. Aqui não se discute oportunidade de redução de carga ou ilegalidade de incidência. É muito mais do que isso. A tributação ajustada é um anseio social e, no cooperativismo, é ainda maior, porque não se está se referindo à justiça fiscal, mas à sobrevivência fiscal. A partir do momento em que se tem uma tributação desajustada dentro de um modelo que é totalmente peculiar – já que não existe um tipo societário semelhante ao cooperativismo – corre-se um sério risco de ruída no modelo comparado a outros modelos, especialmente comerciais.

Já se disse que se trata de revisitar a cadeia econômica para se vislumbrar em cada modelo onde a incidência tributária há de surgir. O que não se pode coadunar é que a pretendida oneração excessiva da cooperação, atingindo todos os atores da cadeia econômica (cooperativa e cooperados) ao contrário mesmo de algumas sociedades comerciais (isenção do lucro distribuído).

Discutir a importância disso é discutir a própria sobrevivência da cooperativa. A tributação desajustada aplicada a um tipo de sociedade sem fins lucrativos, constituída apenas para o repasse de resultados, pode aniquilar todos os elementos do cooperativismo. A partir do momento que se tem uma dupla incidência tributária, o modelo perde totalmente a competitividade com o setor comercial e se arruína.

Como o cooperado perde em função dessa falta de entendimento?

João Muzzi Filho – Ele perde a partir do momento em que a cooperativa paga o que não deve e repassa uma produção/inclusão econômica menor do que o que realmente deveria repassar, e isso quando consegue repassar. Então o cooperado perde a competitividade no mercado a partir do momento em que a cooperativa não tem condição, pelo custo fiscal exacerbado e ilógico, de ser sua representação sob o ponto de vista econômico. A cooperativa termina pagando muito mais do que uma sociedade comercial. Por isso, eu pergunto: Quem, em sã consciência, como cooperado, pretende pagar duas vezes?

Se analisarmos a carga tributária da cadeia econômica das sociedades comercais tributando na PJ e isentando na PF e, nas sociedades cooperativas, não tributando na cooperativa o ato, mas tributando-o no cooperado, em muitas vezes a carga tributária da cooperativa, reconhecendo a não incidência sobre o ato, é até maior. Imagine, então, se a cooperativa ainda for tributada? Esse modelo seria fatalmente aniquilado.

É claro que alguns segmentos têm seus atos parcialmente preservados, mas essa não é uma regra geral (pelo contrário), e essa salvaguarda se mostra na tônica do favor fiscal, o que se viu não ser o caso.

E como o cooperado ganha?

João Muzzi Filho – Ele ganha a partir do momento em que a cooperativa é uma sociedade dele. Ele é um dos donos daquele negócio, com todas as particularidades que envolvem a cooperativa na lei. Ele ganha a partir do momento que tem capacidade de produzir individualmente no mercado, e de alocar a riqueza nele próprio. E, ali, sim, no cooperado, o Fisco buscaria a tributação. O cooperado, sim, como qualquer cidadão, é que deve pagar todos os tributos possíveis e exigíveis, como já paga.

E ele ganha, ao fim e ao cabo, com a sobrevivência de uma entidade que preserva sua essência social; que conhece, aloca e representa os negócios de seus membros no mercado; que é um dos atores que regulam esse mercado, e que serve tão bem ao desenvolvimento nacional.

Fonte: OCB

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