Intercooperação. Essa é a palavra que dará o tom da gestão do novo CEO do Banco Cooperativo, da Confederação e da Fundação Sicredi, Edson Nassar, que assumiu, recentemente, o cargo. Segundo ele, “somar forças é uma das melhores maneiras de gerar crescimento e a união de cooperativas”. O executivo acredita que um dos desafios do Sicredi é a atração do jovem para a proposta de valor do cooperativismo. Para ele, a presença de jovens nos programas Crescer e Pertencer, por exemplo, demonstra a necessidade de integrar e consolidar a atuação desse público no cotidiano da cooperativa. Confira a entrevista!
O senhor acaba de assumir como CEO do Banco Cooperativo, da Confederação e da Fundação Sicredi. Quais as prioridades da sua gestão?
Edson Nassar – Pretendemos manter a proximidade com todos os nossos públicos por meio do diálogo e da transparência. Continuaremos a trilhar o caminho do crescimento sustentável, baseado nos princípios do cooperativismo: adesão livre, gestão democrática, interesse pela comunidade e intercooperação. Esse novo ciclo será marcado pela forte intenção de “fazer com”, envolvendo e engajando nossos associados, cooperativas e Centrais.
Nossa gestão também mantém o compromisso do atendimento às necessidades dos associados e desenvolvimento das comunidades onde o Sicredi está inserido, com estímulo à geração de renda em prol da qualidade de vida. Queremos dar cada vez mais relevância ao cooperativismo de crédito no Brasil como um modelo de organização econômica sustentável para as pessoas.
O que o senhor pensa a respeito da ideia do Banco Central de estimular a junção de cooperativas de crédito?
Edson Nassar – Acreditamos que é uma iniciativa importante para o segmento. Somar forças é uma das melhores maneiras de gerar crescimento e a união de cooperativas. Pode permitir ganho de escala, contando com uma nova capacidade patrimonial, operacional e técnica, condição vital e necessária para a expansão das cooperativas. Lembramos que atuamos em conformidade com as leis e regulamentações do Conselho Monetário Nacional (CMN) e o do Banco Central (BC), que fiscalizam a atuação do Sistema, exigindo que o patrimônio seja adequado para dar sustentação econômica ao negócio.
Na sua opinião, quais os principais desafios do Sistema Nacional de Crédito Cooperativo, atualmente?
Edson Nassar – As cooperativas de crédito no Brasil seguem demonstrando maturidade no atendimento às demandas dos associados, especialmente em regiões com carência de atenção de outras instituições. A governança cooperativa, com o estímulo do Banco Central para o seu desenvolvimento, o debate integrado dos atores do setor e das autoridades regulamentadoras, têm demonstrado resultados claros para a solidez e o crescimento do segmento.
O Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito (FGCoop), criado no final de 2013, tornou-se referência para os países da América Latina, completamente inserido no debate estratégico.
Outras medidas importantes para o setor dizem respeito ao reconhecimento das estruturas sistêmicas na apuração de capital, ponderando as operações intragrupo em medida semelhante à que é aplicada aos bancos, e à emissão de letras financeiras subordinadas, possibilitadas por normativos editados pelo Conselho Monetário Nacional e o Bacen; o início dos debates para a nova regulamentação estrutural para o segmento e o fortalecimento das atividades de auditoria nas cooperativas.
Acreditamos que em 2015 o setor viverá um ano de consolidação e de adaptação ao novo cenário que decorrerá do ambiente de regulamentação. O crescimento deve manter os índices apresentados nos últimos anos.
Um dos desafios do Sicredi, importante para o futuro do empreendimento, é a atração do jovem para a proposta de valor do cooperativismo. Nosso foco nesse público mostrou-se bem sucedido em 2014 com o maior índice de crescimento da base de associados na faixa etária de 18 a 25 anos, percentual que chegou a 11,5% do total de associados. A presença de jovens nos programas Crescer e Pertencer, do Sicredi, bem como sua participação nas diferentes instâncias da administração das cooperativas demonstra que precisamos cada vez mais integrar e consolidar a atuação desse público no cotidiano da instituição.
O senhor acredita que as consultas públicas lançadas pelo BC podem contribuir com o desenvolvimento do setor?
Edson Nassar – Acreditamos que a nova regulamentação proposta pelo BC vai estimular o nosso setor e incentivar o mercado a crescer. Temos boas oportunidades para isso. Cooperativas de crédito são agentes que promovem o desenvolvimento econômico e social das comunidades onde atuam. Desde sua origem, o Sicredi tem atuado como agente local de inclusão financeira, com ênfase em pequenas localidades.
O que o senhor pensa a respeito da regulação das cooperativas de crédito?
Edson Nassar – É um passo importante para o setor. Lembramos que, nos últimos anos, o Sicredi tem se dedicado à implementação de uma estrutura sistêmica de governança, baseada sobretudo nas características próprias do tipo societário da instituição. Um modelo de gestão adequado a essas especificidades e integrado a diversas instâncias faz parte do processo de sustentabilidade do negócio.
O que o senhor destacaria como principal avanço da década do cooperativismo, relacionado ao ramo crédito? Por quê?
Edson Nassar – As cooperativas de crédito tiveram e têm papel fundamental no desenvolvimento econômico e social do país. Isso pela própria natureza de sustentabilidade de nosso negócio, incorporada em todas as operações do Sicredi. Como sistema cooperativo, temos a missão de valorizar o relacionamento e oferecer soluções financeiras para agregar renda e contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos associados e da sociedade.
Lembramos que as cooperativas de crédito distribuídas pelo interior do país, 30, 40 anos atrás, foram as organizações mais resilientes em termos de adaptação e readequação frente a restrições legais impostas pelo governo.
Fossem pelos sinais de que o Estado não daria conta de arcar com financiamento de atividades econômicas, nos anos 70, ou devido à reorganização das antigas Caixas Rurais no formato de Centrais, nos anos 80, ou a nova regulamentação nos anos 90, mudanças foram essenciais para oferecer aos associados e às comunidades ferramentas financeiras e de desenvolvimento diferenciadas para levar o país adiante.
Neste momento delicado da economia brasileira o Sistema Financeiro sofre duras consequências. Como o senhor acha que as cooperativas de crédito podem contribuir para superarmos este momento?
Edson Nassar – O cooperativismo de crédito agrega renda aos associados e contribui para o desenvolvimento local. Atuamos há mais de cem anos no ramo de cooperativismo de crédito e estamos no mercado como alternativa às instituições tradicionais, com diferencial o fato de todos serem donos do negócio e possuírem poder de decisão na condução da cooperativa. O papel do Sicredi, por meio de suas cooperativas, é oferecer oportunidades de acesso ao crédito, além de outros produtos e serviços financeiros, gerando desenvolvimento econômico e social.
O presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, se reuniu ontem com o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Miguel Rossetto, em Brasília, para apresentar os pleitos do setor e os números que evidenciam a força do cooperativismo brasileiro na economia nacional. A audiência faz parte da estratégia do Sistema OCB de se aproximar e ampliar o diálogo com os ministérios que possuem interface com o movimento cooperativista.
O presidente do Sistema OCB entregou ao ministro um exemplar da Agenda Institucional do Cooperativismo, lançada em março, com as principais demandas do setor para os poderes Legislativo, Judiciário e Executivo. O superintendente do Sistema, Renato Nobile, também acompanhou a audiência.
Márcio Freitas enfatizou que o documento é uma ferramenta de trabalho destinada aos Três Poderes. “Esta agenda, ministro, contempla algumas propostas que buscam garantir um ambiente político e regulatório favorável às cooperativas e aos seus cooperados, de forma a trazer sustentabilidade do setor. Por isso, gostaríamos que o Sistema OCB tivesse mais espaço nas discussões de normativos, projetos de lei e outras ações voltadas às cooperativas, afinal, cooperativismo forte é sinônimo de desenvolvimento econômico e inclusão social para todos”, enfatiza o presidente.
O presidente explicou que, o documento contempla 15 temas prioritários voltados ao Poder Executivo, os quais têm como objetivo contribuir para que os marcos regulatórios e as políticas públicas implementadas no país reflitam os anseios e respeitem as peculiaridades do movimento cooperativista, além de possibilitarem um desenvolvimento justo e sustentável para o Brasil.
Dentre as prioridades, discutidas na audiência destaca-se a definição do adequado tratamento tributário ao ato cooperativo, como previsto na Constituição Federal de 1988. A intenção é garantir que o setor não seja tributado duas vezes – a cooperativa, como pessoa jurídica, e o cooperado, como pessoa física. Trata-se do Projeto de Lei Complementar (PLP) 271/2005, em tramitação na Câmara dos Deputados.
Outro importante item discutido diz respeito ao Projeto de Lei (PL) 519/2015, também conhecido como Lei Geral das Cooperativas. Entre as principais proposições contidas na Agenda Institucional do Cooperativismo, o PL 519/2015 tem sido acompanhado com bastante atenção pelo Sistema OCB no Congresso Nacional, sendo tema de debate contínuo com dirigentes e técnicos de organizações estaduais e de cooperativas de todo o país. A ideia central é que a legislação cooperativista seja adaptada às necessidades reais e atuais das sociedades cooperativas sem, entretanto, necessitar de uma revogação total, o que romperia a ordem legal vigente.
No dia 9 de abril, no Centro de Eventos Pantanal em Cuiabá (MT), das 9h às 12h, o Sistema OCB/MT realiza um grande debate sobre educação cooperativa. O tema da Mesa Redonda Internacional: Educação Corporativa – Experiências Transformadoras e de Sustentação dos Empreendimentos Cooperativos – contará com a participação de representantes vindos dos EUA, Canadá e Espanha.
A proposta é a de compartilhar experiências de sucesso através de ações empreendedoras, valorizando a educação e fortalecendo o cooperativismo. Para o presidente da Organização das Cooperativas Brasileiras de Mato Grosso, Onofre Cezário de Souza Filho, “essa mesa redonda internacional é o resultante de um trabalho que começou há mais de 15 anos, com um sonho de formar a nossa gente, que vive o cooperativismo, mantendo os nossos princípios”.
Ele ressalta que “a nossa empresa, a cooperativa, é diferente das demais, e precisamos de uma educação especializada, voltado para o nosso modelo econômico e esse debate, com especialistas no assunto, vindos de outros países e também do Brasil, vai proporcionar um avanço, ainda mais rápido, para a construção de nossa faculdade, com uma grade curricular voltada totalmente para o cooperativismo”.
O painel integra a programação do XXI SUECO - Simpósio das Unimeds do Centro-Oeste e Tocantins - e do 2º Simpósio Internacional de Integração Cooperativista de Mato Grosso no Centro de Eventos do Pantanal em Cuiabá – MT. A mesa será presidida pelo presidente do Sistema OCB/MT, Onofre Cezário de Souza Filho, e moderada pelo especialista em cooperativismo mestre e professor Derli Schmidt, que é Diretor da ESCOOP – Escola Superior do Cooperativismo RS.
Os debatedores serão: Claude-André Guillotte, formado em direito, é diretor do Instituto de Pesquisa e Educação para as cooperativas e mutualidades da Universidade de Sherbrooke (IRECUS) – Quebéc, Canadá, mestrado em gestão e governança das cooperativas e sociedades mútuas. Seu projeto de doutorado é a criação de riqueza e valor pela cooperativa.
Participa também Fabio Ribas Chaddad, Doutor em economia aplicada com título Financial Constraints in U.S Agricultural Cooperatives: Theory and Panel pela University Of Missori Columbia e atual, professor pesquisador na University Of Missori-Culumbia EUA.
Da Espanha, a mesa será composta por dois representantes: Mikel Lezamiz, que é diretor de difusão cooperativista da Mondragón Corporación Cooperativa – MCC e formado em Ciências Políticas e Sociologia, e doutorando em engenharia da organização falará sobre modelos de cooperativismo na Espanha e Jose Pérez, da Fundación Espriu, de Barcelona – Espanha.
SUECO - O Simpósio das Unimeds do Centro-Oeste e Tocantins - SUECO em sua 21ª edição, é um dos eventos de maior relevância e participação do Cooperativismo de Trabalho Médico, tendo em vista a troca de informações e a riqueza do intercâmbio gerado entre os participantes de todo o Brasil. (Fonte: Assimp Sistema OCB/MT)
Apontada como a região que mais cresce no Brasil, o Centro-Oeste entra para a rota internacional do agronegócio como a área de maior concentração da produção agrícola do país. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que 40% da produção agrícola brasileira se concentra na região, que tem, ainda, 9,3% de participação no Produto Interno Bruto (PIB) nacional.
E, pensando em promover o potencial do Centro-Oeste brasileiro, a Cooperativa Agropecuária da Região do Distrito Federal (Coopa-DF), com apoio dos Sistemas OCB e OCDF, realizará entre os dias 12 e 16 de maio a 8ª edição da AgroBrasília – a Feira Internacional dos Cerrados. O evento deverá reunir empreendedores rurais de diversos portes, regiões e nacionalidades, e tem se destacado como celeiro de inovações e realização de negócios junto às melhores empresas do setor e agricultores competentes e interessados em tecnologia.
Desde a primeira edição, a AgroBrasília não para de crescer. Em 2014, o evento recebeu mais de 95 mil pessoas e movimentou R$ 700 milhões em negócios. Para a organização, um dos fatores propiciadores desse desenvolvimento é o fato de a feira estar localizada na região mais próxima a um aeroporto internacional, permitindo acesso rápido, fácil e confortável aos interessados.
CENTRO-OESTE – Antes tida como sinônimo de desmatamento, atualmente, a agricultura do Centro-Oeste se tornou referência na utilização de práticas que agregam produtividade à sustentabilidade. O elevado índice de crescimento, aliado aos constantes investimentos em tecnologias de produção, tem atraído investimentos estrangeiros.
Em 2014, cerca de 50% das transações de Mergers & Acquisitions no agronegócio brasileiro contaram com o envolvimento de investidores estrangeiros, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima).
Para Ronaldo Triacca, coordenador geral da AgroBrasília – a Feira Internacional dos Cerrados – a crescente participação de estrangeiros no agronegócio brasileiro reflete o sucesso na implementação de tecnologias aplicadas ao processo de produção agrícola.
"No caso da AgroBrasília, por exemplo, temos a presença cada vez maior de comitivas internacionais, principalmente, africanas e sul-americanas. Isso porque, a similaridade das condições edafo-climáticas do Cerrado brasileiro com as savanas africanas e com o Cerrado sul-americano, junto ao êxito na inserção de novas tecnologias na agricultura, alavancaram o agronegócio brasileiro no âmbito internacional", diz.
De olho no desenvolvimento da região, a equipe da AgroBrasília tem investido na área internacional como forma de prospectar novos mercados. O evento está em sua oitava edição e possui um pavilhão dedicado ao mercado internacional.
Segundo Ana Paula Cenci Vidal, coordenadora da Área Internacional da AgroBrasília, comitivas de mais de trinta países são esperados na Feira. "Teremos um espaço voltado para o mercado internacional e para as empresas internacionais interessadas no Brasil. A área será dinâmica, com até quinze expositores, e contará com um palco onde ocorrerão diversos debates com especialistas nacionais e internacionais sobre temas relevantes para o agronegócio", explica.
Presente na AgroBrasília desde 2013, a Colômbia estará em mais uma edição do evento. Uma comitiva de empresários e funcionários governamentais da região de Altillanura, os Cerrados Colombianos, é esperada no evento deste ano.
Para Nelson López, integrante da comitiva colombiana que vem à AgroBrasília, a crescente participação de estrangeiros na Feira é motivada pela aprendizagem de novas tecnologias, inovações em máquinas e equipamentos agrícolas. "Este ano esperamos uma maior intensificação das relações com a região brasileira, a fim de trocar informações, experiências e realizar negócios. Nossa expectativa é que também haja um crescimento na participação de outros países", completa.
ONDE – De acordo com estimativa da organização da Feira, também é esperada a participação de países da Europa e Ásia. A AgroBrasília será realizada de 12 a 16 de maio de 2015, no Parque Tecnológico Ivaldo Cenci, junto à BR 251, Km 5. (Com informações da Assessoria de Imprensa do evento)
Representantes do Sistema OCB e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) se reuniram na quinta-feira (2/4), por meio de videoconferência, para avaliar o andamento do Acordo de Cooperação assinado no fim do ano passado. Dentre os avanços, foram destacados:
- A inclusão de um novo capítulo na Cartilha “Regularização Ambiental do Imóvel Rural”, tratando das linhas de financiamento oferecidos pelo Banco para adequação à nova legislação ambiental. A previsão é de que a nova edição do material esteja disponível em junho;
- A capacitação de técnicos das unidades estaduais sobre as linhas de crédito disponibilizadas pelo BNDES às cooperativas. A ideia é que os técnicos sejam multiplicadores das informações às cooperativas e cooperados de seus estados.
Além destes itens, foram discutidos outros tópicos do Acordo de Cooperação, como o desenvolvimento de uma cartilha que apresentará as principais linhas de financiamento disponíveis e a presença da equipe do BNDES em cooperativas, com o objetivo de sanar dúvidas sobre o tema.