A elaboração do Plano de Ação 2015, a regulamentação e ações relativas à Lei nº 12.690/2012 foram itens da pauta da reunião do Conselho Consultivo do Ramo Trabalho que está ocorrendo ao longo do dia de hoje, na sede do Sistema OCB, em Brasília. O grupo cuja composição se dá por representantes de unidades estaduais também discutiu itens como o Manual de Contabilidade do Ramo Trabalho e os resultados da decisão do Supremo Tribunal Federal sobre a incidência de PIS e Cofins.
O superintendente do Sistema OCB, Renato Nobile, enalteceu a responsabilidade dos conselheiros e reforçou a intenção da Diretoria em intensificar cada vez mais a interação com os conselhos. “Iniciamos o ano com o trabalho de fortalecimento desses grupos, pois acreditamos que estas ações são fundamentais para o desenvolvimento dos ramos. Vocês representam a nossa base e precisamos estar afinados com ela, para construirmos juntos as políticas públicas de que necessitamos”, enfatiza a liderança.
O presidente do Sistema OCB/AM, Petrucio Magalhães Júnior, representante da Diretoria para o Ramo Trabalho, disse que a atividade do Conselho tem sido exercida com maestria, sobretudo no que tange à escolha das prioridades. “Esperamos que este ano termine melhor do que começou. Apesar do cenário, temos obtido ganhos importantes ao longo dos tempos. É claro que há muito a ser conquistado ainda, mas devemos reconhecer o quanto já caminhamos. E este avanço se deve, sem dúvida, ao compromisso dos conselheiros em selecionar os assuntos mais urgentes e que precisam de destaque”, comenta o diretor.
A reunião contou, ainda, com a participação da gerente geral da OCB, Tânia Zanella, e da gerente técnica, Clara Maffia.
O presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, recebeu ontem uma delegação do Sudão, que está no Brasil em busca de parcerias e investimentos brasileiros no país africano. A comitiva internacional foi liderada pelo ministro da Agricultura e Irrigação do país africano, Ibrahim Mahmoud Hamid Ibrahim, e também contou com a presença do Ministro da Educação sudanês, Babikir Al Amin Digna, além de representantes dos ministérios da Pecuária, Planejamento e Pesca e de Investimento e do Representante da FAO para o Brasil, Alan Bojanic.
O presidente do Sistema OCB apresentou o Panorama do Cooperativismo Brasileiro, destacando o crescimento contínuo do cooperativismo no Brasil nos últimos anos. Foram apresentados também os dados relativos às exportações de cooperativas brasileiras. Os representantes puderam conhecer o Catálogo Brasileiro de Cooperativas Exportadoras, publicação anual da OCB disponível em sete línguas, inclusive árabe e inglês, línguas oficiais do Sudão.
O Sudão possui uma economia crescente que se beneficia da exploração do petróleo para sua modernização. O país apresenta grandes oportunidades de negócios para as cooperativas brasileiras, segundo disse o Ministro da Agricultura sudanês. O país importa grandes quantidades de alimentos. Entre os anos de 2013 e 2014, as exportações de cooperativas brasileiras para o Sudão cresceram 400%.
“Estamos vivendo um momento difícil na economia do país. Mais do que nunca, a união de pessoas por meio de cooperativas se mostra uma alternativa viável de inclusão socioeconômica. As cooperativas agropecuárias, historicamente têm mostrado que a boa gestão e a qualificação da mão-de-obra são elementos fundamentais de sobrevivência de mercado”, comenta Márcio Freitas.
Já o Ministro da Agricultura sudanês destacou a importância da intercooperação entre os dois países. “O Brasil possui uma rica experiência em cooperativismo. Esperamos estabelecer mecanismos de cooperação para que a experiência brasileira possa colaborar com o desenvolvimento do cooperativismo no Sudão”, disse Hamid Ibrahim.
SAIBA MAIS – O Sudão está localizado no Nordeste da África e sua população gira em torno dos 44 milhões de pessoas, sendo que mais da metade vive abaixo da linha da pobreza. Atualmente, o movimento cooperativista de lá é pouco expressivo. A agricultura é o setor econômico mais importante do país, sendo responsável pela geração de 80% dos empregos formais e contribuindo com 39% do PIB sudanês.
O país tem um solo muito rico, de onde são extraídos: petróleo, gás natural, ouro, prata, crômio, asbesto, manganês, gipsita, mica, zinco, ferro, chumbo, urânio, cobre, cobalto, granito, níquel e alumínio. Em relação às importações, a maior parte dos produtos importados é do setor alimentício.
Considerada a maior feira de tecnologia rural do Centro-Oeste brasileiro e posicionada entre as quatro maiores do Brasil, a Tecnoshow Comigo 2015 será realizada de 13 a 17 de abril, no Centro Tecnológico Comigo (CTC), em Rio Verde (região sudoeste de Goiás). Em sua 14ª edição, o evento tem entre os seus focos apresentar técnicas e soluções para aumentar a produção e a competitividade do agronegócio goiano no mercado internacional.
Organizada e realizada pela Cooperativa Agroindustrial dos Produtores Rurais do Sudoeste Goiano (Comigo), a feira deve registrar público acima de 100 mil pessoas durante os cinco dias. “Todos os expositores já confirmaram presença. Os espaços estão todos alocados. Isso é um ponto positivo. Temos certeza de que a feira vai ter a mesma robustez das anteriores”, afirma o presidente da cooperativa, Antônio Chavaglia.
Mais de 500 expositores vão ocupar os 60 hectares de área do CTC – 11 pavilhões (animais e empresas). O público presente terá acesso ao que existe de mais moderno em colheitadeiras, tratores, pulverizadores, plantadeiras, ensiladeiras e uma infinidade de produtos. Em exposição, aproximadamente 2,5 mil máquinas. Haverá, inclusive, as tradicionais dinâmicas de máquinas, quando os equipamentos são demonstrados em área específica do CTC.
No segmento da pecuária, exemplares dos melhores reprodutores e matrizes de gado leiteiro e de corte, de equinos e ovinos, dentre outros, estarão à mostra. Na agricultura, novidades do setor produtivo e as tendências do mercado mundial serão apresentadas.
Para os participantes, o conhecimento sobre novas tecnologias e outras soluções para o agronegócio também chegará por meio de palestras, com a presença, em Rio Verde, de especialistas de diversas partes do país. Os dois auditórios do CTC vão receber mais de 100 palestras e dinâmicas, com temas ligados, direta ou indiretamente, às áreas agrícola, econômica, pecuária e sustentabilidade.
“A economia nacional passa por um momento muito turbulento. Por isso, o produtor precisa se atualizar em todas as questões do que acontece no país e no mundo. Teremos a presença de técnicos nas mais diversas áreas do conhecimento. O que pretendemos é fazer uma feira adequada às necessidades do produtor, em todos os sentidos. E vamos fazer”, garantiu Antonio Chavaglia.
MEIO AMBIENTE – O tema preservação do meio ambiente terá destaque dentro da Tecnoshow Comigo 2015. O Circuito Ambiental, uma das diversas atividades da programação da feira, apresentará a exposição “Planeta Inseto”, parceria da Comigo com o Instituto Biológico, de São Paulo. Com abordagem pedagógica, a mostra demonstrará as características dos insetos, sua importância dentro do meio ambiente e demais curiosidades. As visitas deverão ser agendadas com antecedência pelas escolas, com turmas de alunos permanecendo de 1 a 1h30 dentro do Circuito.
Números da Tecnoshow Comigo 2014
- Mais de R$ 1,4 bilhão em negócios
- Mais de 100 mil visitantes
- 540 expositores
- 2,5 mil máquinas e equipamentos
- 1 mil animais
- 100 palestras e dinâmicas
- 40 mil metros quadrados de plots agrícolas
- 100 pesquisadores e técnicos
TECNOSHOW COMIGO – Há 14 anos nasceu o conceito da feira de tecnologia rural, que logo passou a ser um referencial em todo o Centro-Oeste. A cada edição, a feira, hoje denominada TECNOSHOW COMIGO, não só apresenta experiências tecnológicas realizadas por diversas instituições de pesquisa, de ensino e outras empresas que auxiliam o produtor rural, mas reúne expositores de grandes segmentos do setor agropecuário, em uma área montada em 60 hectares com completa infraestrutura. Mais informações em www.tecnoshowcomigo.com.br. (Fonte: Assimp Comigo)
O Jornal Valor Econômico de hoje divulgou uma reportagem, afirmando que o Banco Central do Brasil tem visto com bons olhos o desenvolvimento das cooperativas de crédito. De acordo com o texto o BCB quer que as cooperativas cheguem em municípios ainda desassistidos pela bancarização. Confira abaixo a íntegra do texto.
A rápida expansão das cooperativas de crédito tem levado o Banco Central (BC) a atender, pouco a pouco, o pleito desse segmento e abrir caminho para que elas operem em um modelo cada vez mais similar ao dos bancos.
A mais recente regulamentação para o setor foi levada para consulta pública em novembro e, além de incentivar ainda mais a expansão do setor, deve levar também a um movimento de consolidação, com fusões e até encerramento de operações. De acordo com uma fonte do setor, o BC vê com bons olhos uma integração dos principais sistemas cooperativos em operação hoje.
Com as novas regras, o BC vai mudar o modelo de segmentação das cooperativas e facilitar as regras para que qualquer pessoa possa tomar crédito e usar outros serviços financeiros de uma cooperativa, ponto que as coloca ainda mais próximas dos bancos. Em contrapartida, o BC pede às cooperativas um reforço na gestão de riscos e na governança corporativa.
Em suma, pela ótica das cooperativas, o novo modelo que começa a ser construído deve passar a incomodar os bancos. As normas indicam que o objetivo do BC é profissionalizar o setor e legitimar o seu crescimento, especialmente depois da criação do Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito (FGCoop), no início do ano passado. Procurado, o BC não quis comentar.
"O governo quer que a gente pulverize o crédito, que a gente chegue onde os bancos não chegam", afirma Leo Trombka, presidente da Unicred, sistema cooperativo com foco na área de saúde.
Nos últimos cinco anos, o setor de cooperativas de crédito quase triplicou de tamanho. Em setembro de 2014 (último dado disponível no BC), as cooperativas detinham ativos somados de R$ 148,8 bilhões ante R$ 51,9 bilhões em 2009. Enquanto isso, o sistema financeiro cresceu pouco mais de duas vezes.
Com esse cenário se desenhando, o BC passou a olhar com mais atenção o risco das cooperativas e a maneira como essas organizações são segmentadas. Até então, as cooperativas eram divididas pelos associados, como, por exemplo, uma cooperativa voltada para os profissionais da saúde ou para o agronegócio. A nova regulamentação, no entanto, deixa de classificar as cooperativas por seus cooperados e passa a dividi-las pelo risco das operações desenvolvidas.
Com a mudança para uma segmentação com foco nas operações, as cooperativas que desejarem poderão oferecer seus serviços a qualquer pessoa. Hoje, já há cooperativas de livre admissão, mas a mudança no modelo abre espaço para que outras instituições mudem seu estatuto social nesta direção, desde que provem que têm capacidade para sustentar o risco desse cenário.
"Isso foi uma demanda das cooperativas e o Banco Central atendeu. Vemos isso de forma positiva para o crescimento das cooperativas", disse o consultor jurídico do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo, Paulo Vieira. Assim, ele espera que as cooperativas passem a competir mais fortemente com os bancos.
Na prática, nas cooperativas de livre admissão, o ingresso de cooperados funciona quase como abrir uma conta em um banco. "A grande diferença é que você tem que aplicar um valor mínimo de capital e passa a ser sócio da cooperativa", explica o consultor jurídico do Banco Cooperativo Sicredi, Blair Costa DAvila. O valor mínimo varia de acordo com as cooperativas.
Segundo o diretor operacional do Sicoob Confederação, Francisco Silvio Reposse, as cooperativas não têm obrigação de mudar o modelo, mas ele crê que esse será o caminho escolhido por muitas. "Acredito que a maioria vai fazer a mudança e permitir que toda a sociedade tenha acesso a elas", explica.
DAvila, do Sicredi, avalia que a nova regulamentação vai estimular o setor. "Vai estimular novas cooperativas, além de alguns ajustes com fusões e surgimento de novos produtos", disse. "O mercado de cooperativas tem muito espaço para crescer. Só não cresce mais pela incapacidade do segmento de se capitalizar para isso", diz DAvila.
Neste novo contexto, as cooperativas precisarão atender requerimentos específicos, de acordo com as operações que desempenham. Na regra, as cooperativas de crédito plenas são as que farão operações mais complexas, muito similares aos bancos, como captação, empréstimos e repasses de instituições financeiras, além de crédito, garantias e aplicação de recursos no mercado de capitais.
Já as cooperativas clássicas têm uma gama menor de operações e não fazem, por exemplo, aplicações em títulos de securitização de crédito ou em cotas de fundos de investimentos. Por fim, quem carrega o modelo operacional mais simples é a chamada cooperativa de crédito de capital e empréstimo, que basicamente opera tomando capital e emprestando dentro da cadeia de cooperados.
Dentro dessas categorias, as cooperativas precisarão também atender um limite mínimo de capital e patrimônio de referência - compatíveis com o grau de risco de sua estrutura de ativos e passivos. Neste contexto de crescimento e segmentação por risco, as cooperativas também precisarão, aos olhos do BC, de um modelo de auditoria interna mais completo. O trabalho será executado por uma Entidade de Auditoria Cooperativa (EAC), que também poderá fazer a auditoria externa -o que reduzirá o custo para as cooperativas.
O objetivo com o novo modelo de auditoria é criar um padrão de avaliação de todo o sistema. "O Fundo Garantidor passou a ser demandante de uma avaliação padrão das cooperativas. Isso é muito bom porque todo mundo será avaliado com a mesma regra", diz Reposse Junior, do Sicoob. Essa vinha sendo uma cobrança das cooperativas mais estruturadas ao BC e deve ser o caminho para que o setor se fortaleça e se consolide. (Fonte: Valor Econômico)
União de profissionais é caminho para solucionar a crise no transporte
Brasília (4/3) – A série de paralisações promovida por caminhoneiros em diversas partes do país, há quase duas semanas, evidencia que, mais uma vez, a filosofia do movimento cooperativista, onde todos trabalham por todos, pode ser a solução para evitar prejuízos. Com uma pauta ampla e legítima, transportadores cruzaram os braços na esperança de sensibilizar o governo sobre suas demandas históricas. O coordenador nacional do Ramo Transporte, Abel Paré, comenta a situação e alerta que somente com união é que o setor poderá ver contemplados os seus anseios. Confira!
De que forma a série de paralisações afeta as cooperativas de transporte?
Abel Paré – As paralisações afetam todos os segmentos, produtivos ou não. No caso do transportador cooperativo ainda mais porque está diretamente vinculado à problemas e desafios do setor, e considerando seus custos fixos e as dívidas com investimentos, cada dia parado complica ainda mais o fluxo de caixa e o cumprimento dos contratos celebrados anteriormente ao movimento de paralisação.
Quais os principais pleitos dos transportadores?
Abel Paré – Redução do custo do combustível, estabelecimento de uma tabela mínima de fretes para os subcontratados, melhorias na legislação da jornada de trabalho e infraestrutura. São problemas históricos e que nunca receberam a devida atenção dos governos. Agora, sem condições de operação, os caminhoneiros não viram outra saída, senão cruzar os braços.
Quais os obstáculos que o setor tem enfretado?
Abel Paré – Os autônomos são a origem e, portanto o DNA, das cooperativas de transporte, o que prejudica tanto a estes dois atores quanto a todo o modal rodoviário é a falta de fiscalização (eletrônica ou não), sobretudo nos diversos intermediários que atuam na cadeia, que se apropriam de parcelas importantes dos fluxos financeiros e, muitas vezes, agregam pouco ou nenhum valor. Em alguns casos, esses intermediários descumprem a legislação, propositadamente.
Outro ponto igualmente importante é o modelo mental predominante nos autônomos e nos cooperados de atuar, buscando sempre o retorno no curto prazo, não priorizando o estabelecimento de relações mais estáveis e profícuas com contratantes sérios e organizados (inclusive suas cooperativas), que poderiam efetivamente utilizar a capacidade de carga para negociar melhores fretes e condições.
A reunião de autônomos em cooperativas seria uma alternativa para solucionar as questões atualmente discutidas por meio das greves?
Abel Paré – A estruturação e a profissionalização dos pequenos transportadores figuram entre as alternativas mais viáveis para melhorar as condições em discussão. O que, de fato, importa destacar é que não adianta se organizar em cooperativas se os transportadores continuarão atuando de forma individualista, egoísta e imediatista. Isso apenas daria um CNPJ aos problemas e mais um corresponsável.
A “Lei do Motorista” foi sancionada nesta semana, mas parece não ser o suficiente para acalmar os ânimos dos profissionais. O que mais falta?
Abel Paré – Diria que a melhoria efetiva das condições do modal rodoviário de transporte de carga, passa necessariamente pelo aperfeiçoamento da regulamentação do setor (em andamento através da ANTT), de uma fiscalização efetiva e continuada (de preferência eletrônica e nas sedes das empresas, incluindo embarcadores).
Destaco, ainda, uma mudança na política de crédito para aquisição de novos veículos, priorizando quem realmente conhece o setor e esteja organizado (profissionais), e que tenha como premissa a retirada dos veículos muito velhos de circulação, como consta no projeto apresentado pelo Sistema OCB ao BNDES, em 2014, objetivando a renovação da frota.
Diria, por fim, que o investimento (longo prazo) nos outros modais, buscando equilibrar melhor a matriz de transporte do país, seria fundamental, já que na maioria das vezes a rentabilidade do transportador é inversamente proporcional à distância rodada.