Conforme deliberação do Conselho Diretor da OCB/MS, em reunião realizada no dia 23, foram aprovados os registros provisórios da COPRAN- Cooperativa dos Produtores Rurais da Região do Pulador de Anastácio e da COOPERSUL- Cooperativa de Apoio aos Transportadores Rodoviários de Mato Grosso do Sul.
Também foi aprovado o registro definitivo da COOREPA – Cooperativa Recicla Paranaíba e a renovação do registro provisório da ORGANOCOOP - Cooperativa dos Produtores Orgânicos da Agricultura Familiar de Campo Grande/MS.
Em resposta a Questão de Ordem apresentada pelo deputado Sarney Filho (MA), que questionava a possibilidade do relator suprimir redação idêntica aprovada pela Câmara dos Deputados e pelo Senado Federal, o presidente Marco Maia (RS) decidiu pela procedência da dúvida apresentada.
Na condição atual de Casa Revisora, a Câmara dos Deputados deve apenas analisar as mudanças aprovadas pelo Senado. Neste sentido, o deputado Paulo Piau (MG) não poderia suprimir o parágrafo 4º do artigo 62, já que tanto a versão aprovada anteriormente pela Câmara quanto o texto posterior do Senado estipulam que, para cursos d’água com até 10 metros de largura, os produtores rurais devem compor 15 metros de vegetação nativa.
Com a decisão do presidente, o relator manteve a redação enviada pelo Senado Federal, excluindo apenas os parágrafos 5 º, 6 º, 7 º, 13 º e 14 º do artigo 62.
(Fonte: Blog OCB no Congresso)
O texto base do novo Código Florestal foi aprovado na tarde desta quarta-feira (25/4), na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF). Por 274 votos, o parecer do deputado Paulo Piau (MG), vice-presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), foi validado pela maioria do Plenário. As deliberações sobre os destaques apresentados pelas bancadas partidárias devem continuar no período da noite.
Fundamental para regulamentar a atividade rural no Brasil, a aprovação do novo Código é vista pelo sistema cooperativista brasileiro como um avanço na busca por uma efetiva segurança jurídica no campo, já que alia a preservação à produção. Em parceria com os parlamentares integrantes da Frencoop, o Sistema OCB tem participado ativamente da discussão do projeto, sendo este uma das prioridades da Agenda Legislativa do Cooperativismo, edição 2012.
Os debates tiveram início às 14h30. O Blog OCB no Congresso realizou uma cobertura especial sobre o tema, divulgando passo a passo os acontecimentos. Acesse o portal Brasil Cooperativo e confira.
Fonte: OCB
Os conselhos Diretor e Fiscal da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) se reuniram na tarde desta quarta-feira (25/4), na sede da instituição, em Brasília (DF), para a 25ª e 108ª reuniões ordinárias, respectivamente.
O relatório de atividades e o balanço social, referentes ao exercício de 2011, assim como o plano de trabalho e o orçamento anual da instituição para 2012, foram temas de destaque. A criação de uma moeda comemorativa pelo Banco Central do Brasil e a Casa da Moeda em alusão ao Ano Internacional das Cooperativas foi outro assunto comentado pelo presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas.
Entre os temas tratados pelos membros do Conselho Diretor, também esteve em pauta o protocolo de intenções entre OCB, Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop) e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), assinado na tarde de hoje. As entidades firmaram um compromisso para uma atuação conjunta, visando à disseminação de tecnologias junto aos cooperados.
Amanhã (26/4), a Organização realiza a sua Assembleia Geral Ordinária (AGO), com eleição da nova diretoria para o mandato 2012-2016.
Fonte: OCB
FERNANDO SCHELLER, ENVIADO ESPECIAL, CAMPO MOURÃO - O Estado de S.Paulo
Quem vê o movimento dos caminhões que entram e saem da sede da Coamo, maior cooperativa agrícola da América Latina, percebe que os veículos não circulam mais cobertos por lonas genéricas. Pelo contrário: os caminhões estampam as quatro marcas de varejo da companhia: Primê, Sollus, Aniella e Coamo. É um sinal das mudanças que a empresa - conhecida por seu perfil exportador de commodities - está implementando e que resultaram em uma participação recorde do varejo em seu faturamento: 10% da receita de R$ 6 bilhões da Coamo em 2011 vieram do bolso do consumidor brasileiro.
A Coamo, que vê na industrialização uma alternativa para tempos de baixa dos grãos, é uma das últimas no segmento a investir pesado para agregar valor à produção dos associados. Cooperativas de proteína animal e laticínios já transformam quase 100% dos insumos que recebem. Um exemplo é a catarinense Aurora, que começou processando suínos e expandiu sua atuação para frango e leite, concorrendo com Nestlé, BRF e Marfrig. "O mercado de carcaças (animal inteiro congelado) praticamente acabou. O consumidor quer opções, e o produto tem de ser fracionado em pequenas quantidades", explica Mário Lanznaster, presidente da Aurora, que tem uma linha de 750 produtos e faturou R$ 3,8 bilhões em 2011.
Para fincar os pés no varejo, a Coamo também segue as pegadas de outras cooperativas: decidiu comer pelas bordas e investir nos supermercados de médio porte fora das principais capitais do Sudeste antes de partir para a briga nas grandes redes. É uma estratégia parecida com a da mineira Itambé, do setor de laticínios, que priorizou o Nordeste, onde disputa a liderança em leite em pó. Com orçamento apertado para investir em marketing, as cooperativas precisam que o boca a boca faça parte do trabalho. "O consumidor está mais exigente. A qualidade é a melhor arma para ganhar mercado", diz Lanznaster, da Aurora, que alterna a vice-liderança em vendas de linguiça e salsicha no País com a Seara, do Marfrig.
Passo a passo. O investimento da Coamo na industrialização já se traduziu em resultados. Em 2011, as vendas no mercado interno subiram 62% em relação a 2010 (contra 25% da média geral). E as linhas de margarina e óleo de soja da cooperativa estão entre as cinco mais vendidas do País. Ainda assim, José Aroldo Gallassini, presidente da Coamo há 37 anos, evita o clima de "oba-oba" e hesita em pisar forte demais no acelerador.
O executivo prefere crescer aos poucos para evitar maus negócios. Ele tira a lição do passado: a destilaria de álcool erguida no meio do parque fabril da cooperativa virou ruína - culpa da falta de matéria-prima para abastecê-la. "Investimos agora nos produtos que temos. É preciso foco. Incorporamos certa vez uma cooperativa que tinha um supermercado. Para nos livrarmos do estoque, tivemos que vender produtos na porta de nossa sede. Tinha até baby doll."
Para minimizar riscos, Gallassini criou um sistema: as novas linhas são criadas e passam por uma fase de testes antes que a Coamo invista pesadamente em sua produção. A cooperativa arrenda uma fábrica terceirizada e só depois, caso a aposta se mostre viável, constrói uma própria. Foi assim com óleo de soja - que inicialmente saía das fábricas da cooperativa Cocamar, de Maringá -, com o café e agora com a farinha de trigo. Dentro de 18 meses, a empresa substituirá o moinho de trigo arrendado, que processa 200 toneladas por dia, por um novo, com capacidade para 500 toneladas, um investimento de R$ 81 milhões.
Assim como a Coamo, a Aurora usou uma parceria para entrar no mercado de leite, há cinco anos - a unidade própria só foi inaugurada três anos mais tarde. Agora, vai usar um fracasso do passado para aumentar sua capacidade de processar suínos. A empresa investirá R$ 40 milhões para reabrir uma fábrica em Joaçaba (SC). A unidade, que produzia carcaças congeladas, agora fabricará derivados de suínos para mercados como China, Coreia do Sul e Japão. "Tudo mudou. Hoje é preciso agregar valor para exportar para qualquer mercado", diz Mário Lanznaster.
A cautela das cooperativas é explicada pelas limitações de capital do setor - não são raros os casos de apostas que resultaram no desaparecimento de organizações (leia abaixo). Segundo Flávio Turra, gerente técnico e econômico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar), a legislação proíbe que cooperativas recebam investimentos de fundos de private equity ou captem recursos em bolsa de valores - afinal, os agricultores são os cotistas. O setor agora busca alguma mudança de regras que aumente as opções de financiamento. "Mas o nosso entendimento é que os cooperados precisam manter o controle acionário", explica Turra.
As cooperativas também têm muito a aprender quando o assunto é marketing, afirma o consultor em varejo Adalberto Viviani. Para ele, as cooperativas que chegaram primeiro às gôndolas, como Frimesa, Itambé e Aurora, levam vantagem. "Elas entendem que é preciso criar uma marca forte", diz o especialista. Para Viviani, é uma lição que "novatas"como a Coamo ainda terão de aprender. A transição da área de commodities para o varejo exige uma mudança de mentalidade: "É preciso que a empresa compreenda que valor e preço são coisas diferentes", diz.