Criado para tratar sobre questões específicas para o setor, o Grupo de Trabalho do Ramo Transporte, constituído em fevereiro deste ano, realizou sua primeira reunião nesta terça-feira (12/3). O grupo tem como principal missão a construção de um entendimento institucional sobre a admissão e participação de pessoas jurídicas em cooperativas de transporte, tanto de carga quanto de passageiros. Outros temas como a contratação de motoristas auxiliares e cobrador também estão em pauta nas discussões do GT. O encontro aconteceu na sede da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), em Brasília (DF).
No começo da reunião, o assessor Jurídico da OCB, Adriano Alves, apresentou a primeira proposta de entendimento elaborada pela instituição. Em seguida, foi dada a palavra aos membros do grupo para as manifestações dos técnicos e representantes e as posições dos assessores jurídicos dos estados. De acordo com o coordenador do Conselho Consultivo do Ramo Transporte, Abel Paré, o principal objetivo é a interpretação da legislação atual frente à nova realidade vivida pelas cooperativas de transporte. “Quando os normativos vigentes foram construídos, a realidade das cooperativas urbanas era outra, muito diferente da atual. O mercado evoluiu, nossa realidade evoluiu e a legislação também precisa evoluir, ou pelo menos a interpretação dela. Nossa aspiração é essa”, afirmou o coordenador.
Segundo Abel Paré, o GT tem como missão a construção de um posicionamento sistêmico sobre o tema, avaliando riscos e impactos do ponto de vista da legislação, do regime estatutário e da questão tributária também. “O mais importante é que a gente consolide um entendimento forte, conciso, que atenda às grandes diferenças e especificidades existentes no ramo”, frisou.
À luz das discussões travadas pela manhã, no período da tarde os integrantes do GT definiram um Plano de Ação, que norteará os pleitos pretendidos pelo setor. Foram atribuídas responsabilidades e prazos para cada um dos itens relacionados. “A primeira etapa que temos que vencer, que é a definição dos modelos de cooperativas de transporte e o seu funcionamento, ficou prevista ainda para este mês de março”, garantiu Paré.
Como “dever de casa”, cada estado recebeu a tarefa de elaborar um parecer sobre os tópicos específicos. Esses pareceres serão avaliados por todo o GT, em troca de e-mails e, na próxima reunião, marcada para o dia 10 de abril, serão validados pelos membros. “Não temos a presunção de sanar todos os problemas de uma só vez, mas principalmente de criar um entendimento único. Com base nisso é que definiremos uma recomendação às cooperativas para que elas acompanhem a posição do Sistema. Esse é nosso objetivo a curto prazo: um entendimento sistêmico, que fortaleça a discussão sobre o tema e possa ser utilizado pelas OCEs como forma de pleitear junto às autoridades competentes, futuramente, o que for necessário”, resumiu Paré.
Sobre o GT – Integram o Grupo de Trabalho representantes estaduais do ramo transporte, técnicos e assessores jurídicos das Organizações das Cooperativas Brasileiras dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Ceará, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, além da Assessoria Jurídica e Gerência Técnica e Econômica da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) e analistas tributários do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop).
Traçar um panorama do movimento cooperativista mundial, visando identificar novas linhas de pesquisa e contribuir para o desenvolvimento do setor. Com essa missão, representantes do segmento e integrantes da Academia, do Brasil e de outros países, se reuniram durante o Workshop Internacional do Cooperativismo, em Ribeiro Preto (SP), nesta terça-feira (12/3). O evento, organizado pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeiro Preto (FEA-RP), contou com a participação do presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, da gerente de Relações Institucionais e do coordenador do ramo Agropecuário da entidade, Fabíola Nader e Paulo César Dias, respectivamente, além da gerente de Formação e Qualificação Profissional do Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop), Andréa Sayar. O tema discutido foi “Agricultura familiar, cooperativas agrícolas e coordenação em cadeias de valor: desafios e perspectivas”.
Brasil – Logo no início dos debates, o presidente do Sistema OCB ressaltou a importância da pesquisa para o futuro do cooperativismo. “Vocês têm criado oportunidades para que as cooperativas encontrem o seu caminho de crescimento. Aqui nesse auditório, já nasceram grandes ideias para o fomento ao nosso modelo de negócio. Não há dúvidas de que essas discussões são fundamentais para a evolução do segmento”.
Em seguida, foi apresentado um cenário do setor cooperativista no Brasil, destacando a relevância do segmento para o país. São 6.587 cooperativas, 10,3 milhões de associados e 304 mil empregados. “Nossa meta é trabalhar constantemente por marcos regulatórios e políticas públicas que sejam mais favoráveis ao desenvolvimento das cooperativas. E, nesse contexto, atuar junto ao governo federal é fundamental, para que as dificuldades e necessidades do movimento sejam compreendidas. Isso vai influenciar diretamente no resultado final”, ressaltou a gerente de Relações Institucionais.
Agropecuário - A importância do cooperativismo agropecuário foi enfatizada na sequência pelo coordenador do ramo na OCB. “O agronegócio tem um papel essencial na economia brasileira. O segmento representa 18% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, e as cooperativas contribuem significativamente para esse percentual. Segundo o IBGE, 48% de tudo que é produzido no país passa de alguma forma por uma sociedade cooperativa. Só no trigo, são 74%. Os números confirmam as vantagens de ser um produtor cooperado, de contar com assistência técnica, por exemplo, e ganho de escala”, disse Paulo César Dias. Pensando nos desafios, o coordenador destacou o que se espera de uma cooperativa moderna. “É preciso atuar com mecanismos de governança modernos e eficazes, além de trabalhar por uma gestão cada vez mais profissionalizada – com princípios de transparência, vigor na defesa dos interesses dos associados e inteligência de mercado”, comentou.
Networks – Tais pontos também foram abordados pelo coordenador do Programa de Estudos e Pesquisas em Cooperativismo da FEA-RP, Sigismundo Bialoskorski. “Essas questões devem ser consideradas na formação de redes de networking de cooperativas, como na constituição de consórcios. Como essas organizações se estabelecem tão rapidamente? Quais os modelos de governança adotados por elas? São arranjos ligados diretamente à concentração de poder, tomada de decisões e direitos de propriedade. Essa é uma discussão para ser aprofundada, que será tema, inclusive, de uma pesquisa mais detalhada, a qual será realizada em parceria com a Universidade de Missouri”, analisou.
Tendências - Na mesma linha, Décio Zylbersztajn, pesquisador da FEA, relacionou grandes tendências do agro no mundo, como inovação, transparência, direitos de terceiros e network. “Há, ainda, o novo paradigma socioambiental. Estamos aprendendo a negociar com as gerações futuras – seja porque o mercado cobra isso ou a legislação exige, e os agricultores estão fazendo esses ajustes”, comentou. Sobre ações inovadoras, o acadêmico disse: “temos no cooperativismo agropecuário lideranças tradicionalistas. Esse novo indutor vem, nesse contexto, desafiar a visão conservadora. É preciso encontrar novas formas de gerar valor”. E finalizou: “as novas tendências passam a exigir mecanismos de governança atualizados também das cooperativas”.
Governança – Jos Bijman, da Wageningen University, também falou sobre essa questão, apresentando exemplos desenvolvidos na União Europeia (UE). “Fizemos uma pesquisa com cooperativas agrícolas de 27 países membros da União Europeia. Ficou claro que, visando mais espaço e maior competitividade, muitas dessas organizações estão aplicando modelos diferenciados de gestão e de governança. Algumas optam por buscar profissionais no mercado, que irão atuar no gerenciamento dos negócios, como experts, deixando para os cooperados o papel de fiscalizar as medidas adotadas como conselheiros. Trata-se de um processo complexo – de transferência de poder. Outras cogitam a hipótese de permitir a participação de investidores, mas o foco é sempre o mesmo – o melhor retorno aos associados”, disse.
Outros modelos – Durante o workshop, foram apresentadas outras iniciativas da prática cooperativista, de países como China e Etiópia, além de pesquisas que mostram caminhos adotados por sociedades dos ramos agropecuário e crédito no Brasil.
Fonte: OCB
Aproximar os cooperados e suas famílias do cotidiano da cooperativa é o principal objetivo da Organização de Quadro Social (OQS). Disposto a formar pessoas capazes de desenvolver estratégias de OQS por todo o Brasil, o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativsmo (Sescoop) oferece até hoje um curso específico sobre o assunto, em Brasília. A equipe técnica do MS está presente no evento.
Reunindo aproximadamente 80 pessoas, entre técnicos e gestores das áreas de Formação Profissional, Promoção Social e Monitoramento, o Curso de Organização do Quadro Social de Cooperativas tem por objetivo principal a construção conjunta de conceitos e ações capazes de mobilizar os cooperados em torno de sua cooperativa. O evento teve início dia 13/03 e termina hoje com uma aula sobre mensuração de resultados. A formação está sendo conduzida pelo consultor Nemízio de Souza e reúne profissionais de 23 unidades estaduais do Sescoop.
Na abertura do evento, o gerente Geral de Desenvolvimento de Cooperativas do Sescoop, Maurício Alves, destacou a importância do trabalho conjunto para o sucesso desta capacitação. “Tenho a certeza de que o curso será bastante interativo. Estamos com as nossas áreas finalísticas – Formação Profissional, Promoção Social e Monitoramento – trabalhando em conjunto. E é justamente essa a visão de OQS”.
FORMAÇÃO
Responsável pela coordenação do curso, a gerente de Formação e Qualificação Profissional do Sescoop, Andréa Sayar, ficou satisfeita com os resultados do primeiro dia do evento. “O curso de OQS é uma excelente oportunidade para desenvolvermos nossa própria equipe, ao invés de terceirizar esse serviço. Aqui, nesses dias, teremos condições de discutir e avaliar pontos fortes e fracos de ações já implementadas, aprender com as experiências e construir o que for melhor para o sistema cooperativista”, comentou.
O professor Nemízio de Souza completa: “Não estou trazendo para vocês nenhuma receita de bolo, nem um referencial pronto e acabado. Nossa proposta é de socializar as experiências, aquilo que já temos e vem dando resultado, deixando disponível para que vocês utilizem de acordo com as particularidades de cada unidade estadual”.
Segundo o professor, algumas cooperativas já executam o conceito de OQS há mais tempo do que outras. Mas é certo que muitas atuam de forma “intuitiva”, sem sequer saber que estão realizando OQS. Daí a importância de promover um nivelamento conceitual entre todos os participantes. “O que queremos é estruturar aquilo que, de alguma forma já, acontece naturalmente. Afinal, a OQS representa a sustentabilidade do empreendimento cooperativo”, finalizou.
Fonte: OCB
José Abel Ximenes foi reeleito coordenador do Conselho Consultivo do Ramo Saúde, ligado à Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). Reconduzido por aclamação ao cargo, o representante do estado de Goiás assume a função por mais dois anos. Como coordenador do conselho, Ximenes assume também o cargo de representante nacional do ramo. Durante a primeira reunião do Conselho realizada este ano, o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, falou sobre as mudanças ocorridas no modelo de governança cooperativista. “A partir do momento em que cada Conselho passou a ser acompanhado por um diretor da OCB, conseguimos fortalecer os diferentes ramos”, afirmou Freitas. Isto acontece porque, agora, cada ramo conta com um interlocutor na diretoria. Atualmente, o diretor responsável por coordenar os trabalhos do Conselho de Saúde é André Pacelli, presidente da Sistema OCB-PB. O encontro aconteceu nesta quinta-feira (15/3).
O diretor do Sistema OCB que acompanhará de perto as ações do Ramo Saúde é o presidente do sistema cooperativista paraibano, o também médico, André Pacelli. Ele falou sobre a tarefa de se dedicar ao ramo e destacou: “meu papel primordial será o de promover a interlocução direta entre o que for pontuado nas reuniões do Conselho e a Diretoria do Sistema OCB, como forma de dar mais força ao atendimento às demandas”.
Ao longo do dia, o grupo debateu os principais temas para atualização do Plano de Trabalho do ramo. O destaque ficou para o trabalho a ser desempenhado, em conjunto com a OCB, visando à aprovação do Ato Cooperativo, no Congresso Nacional. A próxima reunião do Conselho está marcada para o dia 14 de maio, quando então serão validadas as propostas do Plano de Trabalho. “Estamos prevendo, neste plano, a inclusão de encontros regionais com as cooperativas de saúde, com o intuito de aproximá-las do Conselho e também facilitar o acesso de conselheiros e dirigentes”, adiantou Pacelli.
Presenças
Representante do ramo saúde na Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), o deputado Lelo Coimbra fez questão de participar do encontro. Em sua breve fala, destacou a importância do ramo saúde para o cooperativismo e para a saúde brasileira. O parlamentar se colocou à disposição para atender aos pleitos do ramo, trabalhando junto aos parlamentares no Congresso.
Quem também compareceu à reunião e frisou a importância da atuação representativa da OCB foi o presidente da Federação das Unimeds do Espírito Santo, Alexandre Ruschi. “As ações da OCB junto à sociedade para melhorar a compreensão sobre o cooperativismo, exaltando os princípios e doutrinas cooperativistas e seus diferenciais frente às demais instituições existentes no mercado, são de fundamental importância para a conquista de grandiosas melhorias. Principalmente junto aos órgãos do governo”, ressaltou.
Estiveram presentes na reunião do ramo saúde representantes estaduais do setor; os presidentes dos Sistemas Nacionais Uniodonto e Unimed - José Alves e Eudes Aquino, respectivamente; além do Superintendente da Organização das Cooperativas Brasileiras, Renato Nobile; a gerente Geral da instituição, Tânia Zanella e o coordenador do Ramo na OCB, Laudo Rogério dos Santos.
Fonte: OCB
Comparar o cooperativismo brasileiro com o espanhol. Esse é o objetivo da pesquisa, realizada pelo professor e economista espanhol Vicente Santiago Pérez, que observa a evolução no setor após a crise econômica de 2008 até os dias atuais. Em uma prévia dos resultados obtidos, o pesquisador ressaltou a importância das ações de capacitação para sustentabilidade dos negócios cooperativos, citando o trabalho desempenhado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop). “Ao analisar os dados, verifiquei que as ações do Sescoop são muito importantes, pois a educação é a solução. É necessário esse foco na formação, de forma a imprimir a filosofia cooperativista”, frisou.
“Eu quis realizar este estudo porque sempre acreditei que as cooperativas eram a solução para as crises econômico-financeiras. Aliás, o cooperativismo é uma alternativa real ao liberalismo e ao ultraliberalismo”, destacou Santiago Pérez durante sua estadia em Pernambuco para coleta dos dados. Depois da compilação dos dados, serão aplicados indicadores econômico-financeiros para mostrar a solidez e a garantia de sustentabilidade das cooperativas em comparação a outras empresas que passam pelos mesmos problemas. “São negócios e, para a sua manutenção, é necessário dinheiro, mas, em vez de competitividade, prefiro focar na ideia de superação pessoal”, afirmou.
No período em que esteve em Pernambuco, o pesquisador observou que o cooperativismo brasileiro é muito variado. “Na Espanha, basicamente, temos cooperativas da área de Consumo e Agropecuária. Essa diversidade, inclusive dentro dos Ramos, é maravilhosa”, destacou.
Metodologia – O pesquisador analisou dados referentes ao balanço patrimonial, sobras e perdas, número de empregados, ativo e passivo de 26 cooperativas pernambucanas, de diversos ramos: quatro do crédito, quatro do agro, quatro do infraestrutura, quatro do saúde, quatro do trabalho, quatro do transporte, uma do educação e uma do produção. Os dados coletados focam especificamente o ano de 2008, que marcou o início da crise econômica mundial, e o de 2011, último dado catalogado. Segundo Santiago Pérez, os nomes das cooperativas analisadas não serão divulgados na publicação do estudo, para preservar o sigilo dos dados.
No total, a pesquisa durou três meses e foi patrocinada pela Fundação Carolina, entidade privada com sede em Madri, que promove o intercâmbio educativo e cultural entre Espanha e países Ibero-americanos. Santiago Pérez apresentará a pesquisa concluída à Fundação, já marcando o início de outras pesquisas sobre o assunto. Ele também pretende utilizar as informações para a formalização de um projeto de especialização, focado no cooperativismo e na responsabilidade social, com duração estimada de dois anos.
Sobre o autor – Docente da Universidade Autônoma de Madri há 25 anos e também avaliador da Aneca (Agencia Nacional de Evaluación de la Cualidad y Acreditación), órgão de avaliação da educação do governo espanhol, o professor pretende retornar ao Brasil em outra oportunidade, mas para permanecer por um período maior de tempo, pelo menos 1 ano. Desse modo, ele espera poder contribuir com seu conhecimento junto às cooperativas e também pesquisar mais e aprender com elas. Além de dados fornecidos pelo Sistema OCB/PE, sua pesquisa inclui informações de outras instituições, a exemplo do IBGE.
(Com informações: Sistema OCB-PE)