Cooperativismo e Prosperidade

 O capitalismo é um Sistema que sabe gerar riqueza, porém não sabe distribuí-la. O Comunismo e o Socialismo sabem distribuir riqueza, mas não sabem gerá-la. Entretanto, o Cooperativismo é o único Sistema econômico que sabe fazer as duas coisas: gerar riqueza e distribuí-la.

A importância do Cooperativismo para o desenvolvimento social e econômico e seu crescimento pelo mundo fizeram com que a Organização das Nações Unidas (ONU) declarasse 2012 como o Ano Internacional das Cooperativas.

O intuito da ONU é de sensibilizar sobre a importância desta ferramenta econômica e social, e de promover a criação e o desenvolvimento desse modelo que, nos últimos anos, vem atraindo o interesse tanto dos economistas como dos empreendedores.

Cooperativismo significa a união de pessoas para criação de riqueza sob uma base de gestão democrática e a distribuição desta de uma forma equitativa. Uma cooperativa é definida como uma associação autônoma de pessoas (acima de 20) que se unem, voluntariamente, para satisfazer aspirações e necessidades econômicas, sociais e/ou culturais comuns, por meio de uma empresa de propriedade coletiva e democraticamente gerida.

Forte de valores como equidade, solidariedade, gestão compartilhada, valorização e priorização do capital humano em detrimento do capital financeiro, distribuição, e sustentabilidade, o cooperativismo é muito mais que um negócio, é uma filosofia capaz de unir desenvolvimento econômico e bem estar social. É um modelo alternativo que combina produtividade e responsabilidade social e que busca uma sociedade próspera, mais justa e mais humana.

O Cooperativismo é um movimento que gera hoje qualidade de vida para mais de um bilhão de cooperados no mundo. Este número é muito superior aos 328 milhões de acionistas de empresas de capital. O cooperativismo emprega atualmente mais de 100 milhões de pessoas. Nos Estados Unidos, a população cooperativista é de 120 milhões de pessoas. No Brasil, segundo a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), existem hoje no país cerca de 6.700 cooperativas com mais de 9 milhões de associados e cerca de 300 mil funcionários. As cooperativas atuam em 13 segmentos diferentes. Porém, um pouco menos da metade das cooperativas brasileiras atuam nos setores de agropecuária e de crédito congregando 4 milhões de associados de um total de 9 milhões. No Maranhão, há cerca de 600 cooperativas. Porém, apenas 50 delas têm suas documentações em dia.

Para aprendermos a importância das cooperativas em relação aos bancos, basta observarmos, por exemplo, o desempenho dos bancos. De acordo com dados do Banco Central (Bacen), as 76 agências bancárias instaladas em São Luís lucraram de janeiro de 2010 a junho de 2011 (18 meses) 692 milhões de reais. Infelizmente, este dinheiro tem achado seu paradeiro nos grandes centros financeiros do País, deixando a comunidade ludovicense e a economia local carente de recursos para o desenvolvimento de suas atividades.

Em nível nacional, apenas nas regiões Sudeste e Centro-oeste que o volume das captações dos bancos é menor que o volume dos investimentos (empréstimo, financiamentos, etc.). Isto mostra que tais regiões recebem recursos externos vindo das outras regiões. No Maranhão, o superávit total das 276 agências bancárias do estado é de 317 milhões em 2011. Na realidade, em quase a totalidade dos municípios dos estados do norte e do nordeste, o volume de captação (depósitos de correntistas, empresas, etc.) é maior que o volume dos investimentos, implicando em uma evasão dos recursos para as outras regiões.

Diferentemente do sistema bancário, o cooperativismo é um mecanismo que proporciona que os recursos fiquem nos municípios e beneficiem seus titulares. As cooperativas de crédito, por exemplo, é um importante mecanismo para implementar ações que promovam a inserção de comunidades carentes na cadeia produtiva e fomentar, portanto, o crescimento econômico. Suas vantagens são enormes, pois a cooperativa de crédito é dirigida e controlada pelos próprios cooperados, todos os associados têm acesso ao crédito sem distinção, e com menor custo operacional em relação aos bancos, menor taxa de juros nas operações de crédito, menores tarifas de prestação de serviços, menos impostos e tributos, e maior rendimento nas aplicações financeiras. A concessão do crédito é imediata e sem burocracia, o atendimento é personalizado, a aplicação dos recursos é feita na própria classe e as sobras e excedentes são distribuídas entre os cooperados. Além disso, as cooperativas têm um fundo de assistência aos cooperados e um fundo de reserva.

Ficou comprovado que as cooperativas exercem um papel fundamental no desenvolvimento econômico e social de centenas de milhões de pessoas pelo mundo. Portanto, cabe a todos: governos, cooperativas e as organizações representativas do setor encontrar as formas de dar ênfase à decisão da ONU. As universidades precisam contribuir, por exemplo, criando cursos relacionados como o de “Gestão de cooperativas”, etc. As secretarias de trabalho e renda devem dar mais importância a esta ferramenta extraordinária de combate à pobreza e à desigualdade. O Sebrae e a Fiema podem, também, ter um papel fundamental no fortalecimento do setor.

Salientamos ainda a bela iniciativa da Associação Comercial do Maranhão que, no Ano Internacional das Cooperativas e quadricentenário de nossa querida São Luís, está instalando a cooperativa de crédito dos empresários do Maranhão. Também, a Organização das Cooperativas do Estado do Maranhão (Ocema) e os órgãos municipais competentes, pelo esforço na definição e implantação da Política Municipal de Cooperativismo.

Precisamos entender que há milhares de maneiras de fazer negócios e que necessitamos trabalhar juntos de forma cooperativa. Fica aqui registrada a nossa homenagem e nosso reconhecimento do papel fundamental das cooperativas na promoção do desenvolvimento socioeconômico de centenas de milhões de pessoas em todo o mundo e parabenizamos a categoria pelo Ano Internacional das Cooperativas. (Sofiane Labidi, professor universitário e pesquisador, escreve no Jornal Pequeno/MA aos domingos).

Agenda Legislativa do Cooperativismo apresenta desafios para 2012

Agenda Legislativa do Cooperativismo apresenta desafios para 2012

 “No Ano Internacional das Cooperativas, nossa meta é conquistar novos marcos regulatórios que serão determinantes para o desenvolvimento sustentável do setor. Para isso, contamos, mais uma vez, com o apoio e compromisso da Frente Parlamentar do Cooperativismo, a Frencoop”. Com essas palavras, o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, apresentou a sexta edição da Agenda Legislativa do Cooperativismo, na noite desta terça-feira (28/02), durante cerimônia realizada na Fundação Casa do Cerrado, em Brasília (DF). O evento contou com a presença do presidente do Banco Central do Brasil (BC), Alexandre Tombini, do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Mendes Ribeiro Filho, do presidente da Frencoop, senador Waldemir Moka (MS), entre outras autoridades e lideranças do segmento.

Em seu pronunciamento, Freitas ressaltou o número de proposições de interesse do setor cooperativista em tramitação no Congresso Nacional, chamando a atenção para temas prioritários. “Mais de 400 projetos impactam de alguma forma no dia a dia do movimento, mas existem alguns pontos que pedem maior urgência na aprovação. Um deles é o adequado tratamento tributário ao ato cooperativo. Esse processo precisa ser compreendido. O que não queremos é a bi-tributação”, disse.

A definição de um novo Código Florestal para o país também foi destacada pelo presidente do sistema. “A aprovação definitiva do texto é fundamental para que seja restabelecida a segurança no campo. Temos de trabalhar para isso”, comentou. Freitas ainda chamou a atenção dos presentes para outros assuntos importantes voltados à sustentabilidade, como a realização da Rio + 20 - Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, que ocorrerá entre os dias 20 e 22 de junho, no Rio de Janeiro (RJ), e faz parte da Agenda Legislativa do Cooperativismo.

A cerimônia de lançamento da publicação, que reúne 57 proposições, foi prestigiada por 360 pessoas, entre estas, 55 deputados federais e 11 senadores. Vários parlamentares de MS prestigiaram o evento além do Senador Moka, como o senador Antônio Russo e os deputados federais Mandetta e Reinaldo Azambija.

BC ressalta importância do cooperativismo de crédito

 “O Banco Central do Brasil (BC) sabe da importância do cooperativismo de crédito. O setor contribui de forma relevante para o processo de inclusão financeira no país, e o BC tem participado desse processo. Temos trabalhado, ainda mais intensamente nos últimos cinco anos, para o desenvolvimento das cooperativas de crédito, a partir de uma regulação sólida”. Assim, o presidente do BC, Alexandre Tombini, deu início ao seu pronunciamento durante o lançamento da Agenda Legislativa do Cooperativismo 2012, na noite desta terça-feira (28/02), na Fundação Casa do Cerrado, em Brasília (DF).

“Dos 5,5 mil municípios atendidos por instituições financeiras, 500 contam exclusivamente com cooperativas de crédito. A tendência é que, nos lugares onde elas atuam, as tarifas e taxas cobradas nos empréstimos sejam menores”, disse, enfatizando que o segmento também fomenta o empreendedorismo, citando a união de microempreendedores para a formação de cooperativas.

Em seguida, o presidente do BC destacou o crescimento do setor na última década, falando também sobre sua peculiaridade, de promover o desenvolvimento local nas comunidades onde se faz presente. “Hoje, 5,5 milhões de pessoas participam do sistema cooperativo de crédito. Há dez anos, eram pouco mais de 1,5 milhão. Isso mostra uma consolidação em maior escala”, disse.

Tombini também creditou os resultados alcançados a um convênio de cooperação técnica firmado entre o banco e a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB) em abril de 2010, visando à profissionalização da gestão. “Por meio de resoluções e novas linhas, criamos um ambiente favorável, mas também cobramos um esforço do setor para a efetivação desse processo. O desenvolvimento do sistema de auditoria, por exemplo, foi um passo importante, mas é preciso continuar trabalhando para que ele seja ainda mais robusto”, comentou.

“Mesmo com todos os avanços, o cooperativismo de crédito ainda responde por uma parcela pequena do Sistema Financeiro Nacional (SFN). Há um chão a ser percorrido. Aumentar esse percentual deve ser uma meta do segmento, ter a ambição de crescer ainda mais. Com certeza, o Brasil ganharia muito com isso no futuro”, complementou Tombini.

Sustentabilidade é prioridade para setor cooperativista

Sustentabilidade é prioridade para setor cooperativista

 A importância de ações voltadas à sustentabilidade foi defendida pelo presidente da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop), senador Waldemir Moka (MS), em seu discurso por ocasião do lançamento da Agenda Legislativa do Cooperativismo 2012. Contendo 57 proposições relacionadas ao setor, em tramitação na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, a publicação, que traz outros posicionamentos do Sistema OCB sobre temas importantes, foi lançada na presença de um grupo de 360 pessoas, entre parlamentares e lideranças cooperativistas, na noite desta terça-feira (28/2), em Brasília (DF). O evento também contou com a presença do ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Mendes Ribeiro Filho.

Entre outros pontos, Moka destacou como um desafio extremamente importante a celebração do Ano Internacional das Cooperativas e realçou a oportunidade de crescimento, especialmente para o ramo agropecuário, tendo em vista a realização da Conferência Rio + 20, em junho deste ano . “O tema principal será a defesa do meio ambiente, com a preocupação na geração de alimentos. Nosso país é o maior produtor de grãos do mundo e exemplo em preservação, e as cooperativas agropecuárias terão cada vez mais um papel fundamental na manutenção desse cenário”, afirmou. Antes de encerrar, o parlamentar se comprometeu, também, a continuar trabalhando pela aprovação do novo Código Florestal.

O ministro da Agricultura, por sua vez, enalteceu o movimento cooperativista como grande responsável pelo crescimento extraordinário do agronegócio brasileiro e afirmou: “o cooperativismo será o ponto de partida par a política agrícola que queremos adotar nesse país”. E encerrou declarando que é preciso mostrar ao mundo que o Brasil é capaz de produzir preservando, pensando no amanhã.

Sescoop prepara o II Encontro Brasileiro de Pesquisadores do Cooperativismo

 Fomentar o intercâmbio de pesquisadores e a produção técnica e científica sobre cooperativismo, em diversas áreas do conhecimento. Esse é o objetivo do Encontro Brasileiro de Pesquisadores do Cooperativismo (EBPC), cuja segunda edição será realizada nos dias 30 e 31 de agosto deste ano. Promovido pelo Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop) em conjunto com o Observatório do Cooperativismo, o II EBPC traz como tema “Ano Internacional das Cooperativas: cooperativas constroem um mundo melhor”.

De acordo com a gerente de Formação e Qualificação Profissional do Sescoop, Andréa Sayar, a novidade de realizar o encontro em dois dias tem por objetivo promover, além das apresentações dos trabalhos, palestras que provoquem debates à luz do ano comemorativo. “Estamos buscando pessoas que possam trazer reflexões sobre a importância das pesquisas para a autonomia e independência das cooperativas e estratégias de inovação adotadas por essas organizações”, disse.

A expectativa da coordenação do II EBPC é suplantar os bons resultados alcançados na primeira edição do evento, realizada em 2010. Segundo Andréa, o primeiro EBPC foi uma surpresa muito feliz no que diz respeito quórum e, para este ano, a previsão é de superação. “Esperamos aumentar este número, tanto em termos de público ouvinte quanto de trabalhos apresentados, e também aprimorar o nível das discussões na rede brasileira de pesquisadores do cooperativismo (RBPC).”

Diferentemente da primeira edição, realizada em Brasília (DF), o II EBPC terá como sede a capital gaúcha, Porto Alegre, onde se encontra a sede da primeira Faculdade de Tecnologia do Cooperativismo (Escoop), que inicia neste semestre sua primeira turma. Segundo o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, a escolha do local levou em consideração a importância de dar visibilidade a uma iniciativa modelo para o país. “Brasília, apesar de ser o centro nacional, é uma cidade eminentemente política e costuma estar um pouco distante das realidades locais. E como nós temos um exemplo fantástico a ser exibido, que é a Escoop – a primeira escola cooperativista, nascida dentro do nosso sistema – achamos propício fazer o evento dentro das instalações da instituição”. Freitas ressaltou que a faculdade, que está começando seus trabalhos oficialmente este ano, já é uma referência para o país inteiro, e é fundamental que os pesquisadores a conheçam e tenham a oportunidade de ver o trabalho desenvolvido lá.

O prazo para envio dos artigos já está aberto. Os interessados em participar do II EBPC têm até o dia 11 de maio para encaminhar os trabalhos, e podem escolher entre oito temáticas. Cada linha de pesquisa ou artigo deverá ter no máximo 20 páginas e o resultado será divulgado no dia 4 de junho. O comitê científico do evento terá a participação de professores, mestres e doutores que atuam em pesquisas relacionadas ao cooperativismo. Para conhecer os temas e também os detalhes para envio dos trabalhos e critérios para apresentação dos artigos, acesse o Call for papers.

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